quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Lucas 12, 49-53 Jesus é sinal de contradição.


* 49 “Eu vim para lançar fogo sobre a terra: e como gostaria que já estivesse aceso! 50 Devo ser batizado com um batismo, e como estou ansioso até que isso se cumpra! 51 Vocês pensam que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu lhes digo, vim trazer divisão. 52 Pois, daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas, e duas contra três. 53 Ficarão divididos: o pai contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora, e a nora contra a sogra.”
Comentário:
* 49-53: A missão de Jesus, desde o batismo até a cruz, é anunciar e tornar presente o Reino, entrando em choque com as concepções dominantes na sociedade. Por isso, é preciso tomar uma decisão diante de Jesus, e isso provoca divisões até mesmo no relacionamento familiar.
Vida, dinamismo, transformação pessoal e social são valores que certamente estavam no pensamento de Jesus quando ele disse que veio “lançar fogo sobre a terra”. Na linguagem dos profetas, fogo é sinal de julgamento definitivo de Deus. Por sua morte e ressurreição (“batismo”), Jesus mostrou qual é o projeto de Deus. Tal projeto levará a uma decisão, que provocará divisões até mesmo na família. O fogo simboliza também o Espírito Santo (cf. At 2,3-4). Ele é a força renovadora que cura, liberta as pessoas e transforma as relações humanas. Diante das mudanças suscitadas pelo Espírito, as pessoas se posicionam a favor de Jesus ou contra ele. O velho Simeão já havia profetizado: “Este menino será causa de queda e reerguimento de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição” (Lc 2,34).

quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Lucas 12, 39-48 Vigilância e responsabilidade.


39 Mas, fiquem certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que lhe arrombasse a casa. 40 Vocês também estejam preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que vocês menos esperarem.” 41 Então Pedro disse a Jesus: “Senhor, estás contando essa parábola só para nós, ou para todos?”42 E o Senhor respondeu: “Quem é o administrador fiel e prudente, que o senhor coloca à frente do pessoal de sua casa, para dar a comida a todos na hora certa? 43 Feliz o empregado que o senhor, ao chegar, encontra fazendo isso! 44 Em verdade, eu digo a vocês: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. 45 Mas, se esse empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e se puser a surrar os criados e criadas, a comer, beber, e embriagar-se, 46 o senhor desse empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista. O senhor o expulsará de casa, e o fará tomar parte do destino dos infiéis. 47 Todavia aquele empregado que, mesmo conhecendo a vontade do seu senhor, não ficou preparado, nem agiu conforme a vontade dele, será chicoteado muitas vezes. 48 Mas, o empregado que não sabia, e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido.”
Comentário:
* 35-48: Esperando continuamente a chegada imprevisível do Senhor que serve, a comunidade cristã permanece atenta, concretizando a busca do Reino através da prontidão para o serviço fraterno. Os vv. 41-46 mostram que isso vale ainda mais para os dirigentes da comunidade, que receberam de Jesus o encargo de servir, provendo às necessidades da comunidade. A responsabilidade é ainda maior, quando se sabe o que deve ser feito (vv. 47-48).
 “Fiquem preparados” para a chegada do Filho do Homem. Mediante parábolas, Jesus convida todos a se manterem vigilantes e ativos nas obras do Senhor. Aos líderes religiosos, porém, Jesus acrescenta séria recomendação, pois correm o perigo de se envolverem com as coisas deste mundo e descuidarem os fiéis. Pode até acontecer que esses “administradores” abusem da posição que ocupam e comecem a “espancar servos e servas, a comer, a beber e a se embriagar”. Isto significa oprimir, explorar, já que existe também a embriaguez do poder. Quanto mais formação e maior esclarecimento eles tiverem sobre a religião e a vida da Igreja, mais severa será a sua prestação de contas: “A quem muito foi confiado, muito mais será exigido”. Os que receberam mais devem ajudar os que receberam menos.

terça-feira, 23 de outubro de 2018

Lucas 12, 35-38 Vigilância e responsabilidade.


* 35 Estejam com os rins cingidos e com as lâmpadas acesas. 36 Sejam como homens que estão esperando o seu senhor voltar da festa de casamento: tão logo ele chega e bate, eles imediatamente vão abrir a porta. 37 Felizes dos empregados que o senhor encontra acordados quando chega. Eu garanto a vocês: ele mesmo se cingirá, os fará sentar à mesa, e, passando, os servirá. 38 E caso ele chegue à meia-noite ou às três da madrugada, felizes serão se assim os encontra!
Comentário:
O ser humano tem forte tendência a acomodar-se. No campo religioso, muitas vezes contentamo-nos com o mínimo: pouco interesse pelas coisas de Deus, escassa participação dos sacramentos e rara presença às celebrações litúrgicas. Nossa cultura catequética se limitou à preparação para a primeira comunhão. E assim vamos tocando em frente. Jesus nos desperta para o dinamismo da vida cristã. Padre Alberione, fundador dos Padres e Irmãos Paulinos, repetia uma sentença secular: “Nas obras de Deus, não progredir é ficar para trás”. Válida para todo o povo, a advertência de Jesus tem em mira principalmente as lideranças religiosas. Além de cuidar do próprio crescimento espiritual, elas têm a incumbência de zelar pelo progresso dos fiéis. Cada dia de nossa vida terrena é tempo de fazer o bem.