terça-feira, 2 de junho de 2009

Marcos 12, 13-17 Jesus condena qualquer dominação.

13 Então as autoridades mandaram alguns fariseus e alguns partidários de Herodes, para apanharem Jesus em alguma palavra. 14 Quando chegaram, disseram a Jesus: “Mestre, sabemos que tu és verdadeiro, porque não dás preferência a ninguém. Com efeito, não levas em conta as aparências, e ensinas de verdade o caminho de Deus. Dize-nos: é lícito ou não pagar o imposto a César? Devemos pagar ou não?” 15 Jesus percebeu a hipocrisia deles, e respondeu: “Por que vocês me tentam? Tragam uma moeda para eu ver.” 16 Eles levaram a moeda, e Jesus perguntou: “De quem é a figura e a inscrição que está nessa moeda?” Eles responderam: “É de César.” 17 Então Jesus disse: “Pois devolvam a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.” E eles ficaram admirados com Jesus.
Comentário:
13-17: O imposto era o sinal da dominação romana; os fariseus a rejeitavam, mas os partidários de Herodes a aceitavam. Se Jesus responde “sim”, os fariseus o desacreditarão diante do povo; se ele diz “não”, os partidários de Herodes poderão acusá-lo de subversão. Mas Jesus não discute a questão do imposto. Ele se preocupa é com o povo: a moeda é “de César”, mas o povo é “de Deus”. O imposto só é justo quando reverte em benefício do bem comum. Jesus condena a transformação do povo em mercadoria que enriquece e fortalece tanto a dominação interna como a estrangeira.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Marcos 12, 1-12 Jesus acusa as autoridades.

1 Jesus começou a falar para eles em parábolas: “Um homem plantou uma vinha, cercou-a, fez um tanque para pisar a uva e construiu uma torre de guarda. Depois arrendou a vinha para alguns agricultores, e viajou para o estrangeiro. 2 Na época da colheita, ele mandou um empregado aos agricultores para receber a sua parte dos frutos da vinha. 3 Mas os agricultores pegaram o empregado, bateram nele, e o mandaram de volta sem nada. 4 Então o dono da vinha mandou mais um empregado. Os agricultores bateram na cabeça dele e o insultaram. 5 Então o dono mandou mais um, e eles o mataram. Trataram da mesma maneira muitos outros, batendo em uns e matando outros. 6 Sobrou para o dono apenas um: seu filho querido. Por último, ele mandou o filho até aos agricultores, pensando: ‘Eles vão respeitar meu filho’. 7 Mas os agricultores comentaram: ‘Esse é o herdeiro. Venham, vamos matá-lo, e a herança será nossa’. 8 Então agarraram o filho, o mataram, e o jogaram fora da vinha.
9
Que fará o dono da vinha? Ele virá, destruirá os agricultores, e entregará a vinha a outros. 10 Por acaso, vocês não leram na Escritura: ‘A pedra que os construtores deixaram de lado, tornou-se a pedra mais importante; 11 isso foi feito pelo Senhor e é admirável aos nossos olhos’?”
12
Então os chefes dos judeus procuraram prender Jesus. Eles tinham entendido muito bem que Jesus havia contado essa parábola contra eles. Mas ficaram com medo da multidão e, por isso, deixaram Jesus e foram embora.
Comentário:
1-12: Jesus passa ao ataque. A figueira não dá frutos, e o Templo tornou-se lugar de roubo, porque as autoridades (chefes dos sacerdotes, doutores da Lei, anciãos do Sinédrio) exploram e oprimem, apoderando-se daquilo que pertence a Deus, isto é, o povo da aliança (vinha). Depois de muitos profetas que pregavam a justiça (empregados), Deus envia o próprio Filho com o Reino. A rejeição e morte do Filho trazem a sentença: o povo de Deus, agora congregado em torno de Jesus (pedra), passa a outros chefes, que não devem tomar posse, mas servir.

domingo, 31 de maio de 2009

João 20, 19-23 Jesus ressuscitado está vivo na comunidade.

19 Era o primeiro dia da semana. Ao anoitecer desse dia, estando fechadas as portas do lugar onde se achavam os discípulos por medo das autoridades dos judeus, Jesus entrou. Ficou no meio deles e disse: “A paz esteja com vocês.” 20 Dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos ficaram contentes por ver o Senhor.
21
Jesus disse de novo para eles: “A paz esteja com vocês. Assim como o Pai me enviou, eu também envio vocês.” 22 Tendo falado isso, Jesus soprou sobre eles, dizendo: “Recebam o Espírito Santo. 23 Os pecados daqueles que vocês perdoarem, serão perdoados. Os pecados daqueles que vocês não perdoarem, não serão perdoados.”
Comentário:
19-23: O medo impede o anúncio e o testemunho. Jesus liberta do medo, mostrando que o amor doado até à morte é sinal de vitória e alegria. Depois, convoca seus seguidores para a missão no meio do mundo, infunde neles o Espírito da vida nova e mostra-lhes o objetivo da missão: continuar a atividade dele, provocando o julgamento. De fato, a aceitação ou recusa do amor de Deus, trazido por Jesus, é o critério de discernimento que leva o homem a tomar consciência da sentença que cada um atrai para si próprio: sentença de libertação ou de condenação.

1 Coríntios 12, 3b-7. 12-13 Jesus é o Senhor.

3 Por isso, eu declaro a vocês que ninguém, falando sob a ação do Espírito de Deus, jamais poderá dizer: “Maldito Jesus!” E ninguém poderá dizer: “Jesus é o Senhor!” a não ser sob a ação do Espírito Santo.
A Trindade gera a comunidade. 4
Existem dons diferentes, mas o Espírito é o mesmo; 5 diferentes serviços, mas o Senhor é o mesmo; 6 diferentes modos de agir, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.
7
Cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos.
A comunidade é o Corpo de Cristo.
12 De fato, o corpo é um só, mas tem muitos membros; e no entanto, apesar de serem muitos, todos os membros do corpo formam um só corpo. Assim acontece também com Cristo. 13 Pois todos fomos batizados num só Espírito para sermos um só corpo, quer sejamos judeus ou gregos, quer escravos ou livres. E todos bebemos de um só Espírito.
Comentários:
1-3: Na efervescência carismática dos coríntios existem traços pagãos. Estes se reúnem para cultivar o espetacular e o fascínio pelo sobrenatural impregnado de mística pagã; isso acaba tornando-se verdadeiro ópio. Paulo adverte: nem todas as manifestações de entusiasmo religioso provêm de Deus. Na mística cristã, o primeiro critério para discernir os verdadeiros dons do Espírito é reconhecer Jesus como Senhor.

4-11: A Trindade é a base sobre a qual a comunidade se constrói: nesta, toda ação provém do Pai, todo serviço provém de Jesus e todos os dons (= carismas) provêm do Espírito. Cada pessoa na comunidade recebe um dom, ou melhor, é um dom para o bem de todos. Por isso, cada um, sendo o que é e fazendo o que pode, age para o bem da comunidade, colocando-se a serviço de todos como dom gratuito. Desse modo, cada um e todos se tornam testemunho e sacramento da ação, serviço e dom do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Paulo enumera apenas os carismas de direção e ensino. A lista não é completa, pois cada pessoa é um carisma para a comunidade toda.
12-31: A imagem do corpo é usada para falar da unidade, diversidade e solidariedade que caracterizam a comunidade cristã. Esta é una, porque forma o corpo de Cristo, dado que todos receberam o mesmo batismo e o mesmo Espírito, que produzem a comunhão e igualdade fundamental. Contudo, as pessoas são diferentes entre si; cada uma com sua originalidade contribui, de maneira indispensável, para a construção e crescimento de todos; portanto, não há lugar para complexos de superioridade ou inferioridade. O cimento da vida comunitária é a solidariedade, que faz todos voltar-se para cada um, principalmente para os mais fracos e necessitados, partilhando os sofrimentos e alegrias.

sábado, 30 de maio de 2009

João7, 37-39 Jesus é a fonte da vida.

37-39: Jesus veio matar a sede do homem (Jo 4). Mas aqueles que estão bem de vida, satisfeitos com a situação, jamais vão aderir a Jesus porque não buscam ansiosamente uma alternativa, não sentem sede. Só os que estão abertos à novidade de Deus no mundo (Jo 3) conseguem acreditar e dar sua adesão a Jesus.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

João 21, 15-19 Para dirigir a comunidade, é preciso amar.

15 Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.” Jesus disse: “Cuide dos meus cordeiros.” 16 Jesus perguntou de novo a Pedro: “Simão, filho de João, você me ama?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.” Jesus disse: “Tome conta das minhas ovelhas.” 17 Pela terceira vez Jesus perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, você me ama?” Então Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Disse a Jesus: “Senhor, tu conheces tudo, e sabes que eu te amo.” Jesus disse: “Cuide das minhas ovelhas. 18 Eu garanto a você: quando você era mais moço, você colocava o cinto e ia para onde queria. Quando você ficar mais velho, estenderá as suas mãos, e outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir.” 19 Jesus falou isso aludindo ao tipo de morte com que Pedro iria glorificar a Deus. E Jesus acrescentou: “Siga-me.”
Comentário:
15-23: A idéia de superioridade e domínio no exercício do pastoreio é absolutamente contrária ao ensino e atitude de Jesus, que considera todos os seus discípulos como amigos e irmãos. O verdadeiro pastor é aquele que segue a Jesus, colocando-se a serviço da comunidade e sendo capaz de amá-la até o fim, dando por ela até a própria vida.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

João 17, 20-26 A unidade no amor .

20 “Eu não te peço só por estes, mas também por aqueles que vão acreditar em mim por causa da palavra deles, 21 para que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste. 22 Eu mesmo dei a eles a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um. 23 Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade, e para que o mundo reconheça que tu me enviaste e que os amaste, como amaste a mim.
24
Pai, aqueles que tu me deste, eu quero que eles estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória que tu me deste, pois me amaste antes da criação do mundo.
25
Pai justo, o mundo não te reconheceu, mas eu te reconheci. Estes também reconheceram que tu me enviaste. 26 E eu tornei o teu nome conhecido para eles. E continuarei a torná-lo conhecido, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles.”
Comentário:
20-26: Graças ao testemunho dos discípulos, as comunidades cristãs do futuro vão acreditar e se comprometer com Jesus. Na unidade do amor, as comunidades serão o sacramento ou expressão da presença atuante de Jesus, lembrando continuamente o próprio Jesus, que é o dom que o Pai concedeu aos homens.