sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Mateus 14, 22-33 A fé nos momentos difíceis.

22 Logo em seguida, Jesus obrigou os discípulos a entrar na barca, e ir na frente, para o outro lado do mar, enquanto ele despedia as multidões. 23 Logo depois de despedir as multidões, Jesus subiu sozinho ao monte, para rezar. Ao anoitecer, Jesus continuava aí sozinho. 24 A barca, porém, já longe da terra, era batida pelas ondas, porque o vento era contrário.
25 Entre as três e as seis da madrugada, Jesus foi até os discípulos, andando sobre o mar. 26 Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados, e disseram: “É um fantasma!” E gritaram de medo. 27 Jesus, porém, logo lhes disse: “Coragem! Sou eu. Não tenham medo.”
28 Então Pedro lhe disse: “Senhor, se és tu, manda-me ir ao teu encontro, caminhando sobre a água.” 29 Jesus respondeu: “Venha.” Pedro desceu da barca, e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. 30 Mas ficou com medo quando sentiu o vento e, começando a afundar, gritou: “Senhor, salva-me.” 31 Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: “Homem fraco na fé, por que você duvidou?”
32 Então eles subiram na barca. E o vento parou. 33 Os que estavam na barca se ajoelharam diante de Jesus, dizendo: “De fato, tu és o Filho de Deus.”
Comentário:
22-33: Sobressai aqui a figura de Pedro, protótipo da comunidade que, nas grandes crises, duvida da presença de Jesus em seu meio e, por isso, pede um sinal. E mesmo vendo sinais, continua com medo das ambigüidades da situação e, por isso, a sua fé fica paralisada. Então faz o seu pedido de socorro. Jesus atende ao pedido da comunidade. Mas deixa bem claro que ela precisa crescer na fé e não temer os passos dados dentro das águas agitadas do mundo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Lucas 19, 41-44 Jesus chora sobre Jerusalém.

41 Jesus se aproximou, e quando viu a cidade, começou a chorar. 42 E disse: “Se também você compreendesse hoje o caminho da paz! Agora, porém, isso está escondido aos seus olhos! 43 Vão chegar dias em que os inimigos farão trincheiras contra você, a cercarão e apertarão de todos os lados. 44 Eles esmagarão você e seus filhos, e não deixarão em você pedra sobre pedra. Porque você não reconheceu o tempo em que Deus veio para visitá-la.”
Comentário:
41-44: A Cidade Santa não sabe qual é o caminho da verdadeira paz. Os olhos dela estão tapados: ela se tornou o centro da exploração e opressão do povo, enveredando por um caminho que é o avesso do caminho da paz. Ela será destruída, porque não quer reconhecer na visita de Jesus a ocasião para mudar as próprias estruturas injustas, abrindo-se ao apelo de Jesus.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Lucas 19, 11-28 A espera ativa.

11 Tendo eles ouvido isso, Jesus acrescentou uma parábola, porque estava perto de Jerusalém, e eles pensavam que o Reino de Deus ia chegar logo. 12 Então Jesus disse: “Um homem nobre partiu para um país distante a fim de ser coroado rei, e depois voltar. 13 Chamou então dez dos seus empregados, entregou cem moedas de prata para cada um, e disse: ‘Negociem até que eu volte.’ 14 Seus concidadãos, porém, o odiavam, e enviaram uma embaixada atrás dele, dizendo: ‘Não queremos que esse homem reine sobre nós’. 15 Mas, o homem foi coroado rei, e voltou. Mandou chamar os empregados, aos quais havia dado o dinheiro, a fim de saber quanto haviam lucrado. 16 O primeiro chegou, e disse: ‘Senhor, as cem moedas renderam dez vezes mais’. 17 O homem disse: ‘Muito bem, empregado bom. Como você foi fiel em coisas pequenas, receba o governo de dez cidades’. 18 O segundo chegou, e disse: ‘Senhor, as cem moedas renderam cinco vezes mais’. 19 O homem disse também a este: ‘Receba também você o governo de cinco cidades’. 20 Chegou o outro empregado, e disse: ‘Senhor, aqui estão as cem moedas que guardei num lenço. 21 Pois eu tinha medo de ti, porque és um homem severo. Tomas o que não deste, e colhes o que não semeaste’. 22 O homem disse: ‘Empregado mau, eu julgo você pela sua própria boca. Você sabia que eu sou um homem severo, que tomo o que não dei, e colho o que não semeei. 23 Então, por que você não depositou meu dinheiro no banco? Ao chegar, eu o retiraria com juros’. 24 Depois disse aos que estavam aí presentes: ‘Tirem dele as cem moedas, e dêem para aquele que tem mil’. 25 Os presentes disseram: ‘Senhor, esse já tem mil moedas!’ 26 Ele respondeu: ‘Eu digo a vocês: a todo aquele que já possui, será dado mais ainda. Mas daquele que nada tem, será tirado até mesmo o que tem. 27 E quanto a esses inimigos, que não queriam que eu reinasse sobre eles, tragam aqui, e matem na minha frente’.” 28 Depois de dizer essas coisas, Jesus partiu na frente deles, subindo para Jerusalém.
Comentário:
11-28: Cf. nota em Mt 25,14-30. Lucas misturou a parábola original com os traços de outra parábola: o pretendente ao trono, que volta como rei e juiz, julgando seus inimigos.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Lucas 19, 1-10 Rico também pode salvar-se.

1 Jesus tinha entrado em Jericó, e estava atravessando a cidade. 2 Havia aí um homem chamado Zaqueu: era chefe dos cobradores de impostos, e muito rico. 3 Zaqueu desejava ver quem era Jesus, mas não o conseguia, por causa da multidão, pois ele era muito baixo. 4 Então correu na frente, e subiu numa figueira para ver, pois Jesus devia passar por aí. 5 Quando Jesus chegou ao lugar, olhou para cima, e disse: “Desça depressa, Zaqueu, porque hoje preciso ficar em sua casa.” 6 Ele desceu rapidamente, e recebeu Jesus com alegria. 7 Vendo isso, todos começaram a criticar, dizendo: “Ele foi se hospedar na casa de um pecador!” 8 Zaqueu ficou de pé, e disse ao Senhor: “A metade dos meus bens, Senhor, eu dou aos pobres; e, se roubei alguém, vou devolver quatro vezes mais.” 9 Jesus lhe disse: “Hoje a salvação entrou nesta casa, porque também este homem é um filho de Abraão. 10 De fato, o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.”
Comentário:
1-10: Zaqueu é o exemplo para qualquer rico que deseja alcançar a salvação. Sua conversão começa com o desejo de conhecer Jesus de perto. Continua, quando se une ao povo para se encontrar com Jesus e acolhê-lo em sua própria casa. A conversão se completa quando Zaqueu se dispõe a partilhar seus bens e devolver com juros o que roubou.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Lucas 18, 35-43 Fé e seguimento.

35 Quando Jesus se aproximava de Jericó, um cego estava sentado à beira do caminho, pedindo esmolas. 36 Ouvindo a multidão passar, ele perguntou o que estava acontecendo. 37 Disseram-lhe que Jesus Nazareno passava por ali. 38 Então o cego gritou: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” 39 As pessoas que iam na frente mandavam que ele ficasse quieto. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” 40 Jesus parou, e mandou que levassem o cego até ele. Quando o cego chegou perto, Jesus perguntou: 41 “O que quer que eu faça por você?” O cego respondeu: “Senhor, eu quero ver de novo.” 42 Jesus disse: “Veja. A sua fé curou você.” 43 No mesmo instante, o cego começou a ver e seguia Jesus, glorificando a Deus. Vendo isso, todo o povo louvou a Deus.
Comentário:
35-43: A cura do cego simboliza a fé, que é a visão do compromisso com Jesus. De olhos abertos para nova maneira de ver e agir, ele segue a Jesus que vai dar a vida.

domingo, 13 de novembro de 2011

1 Tessalonicenses 5,1-6 Quando será o fim do mundo?

1 No que diz respeito ao tempo e circunstâncias, não preciso escrever nada para vocês, irmãos. 2 Vocês já sabem que o dia do Senhor chegará como ladrão à noite. 3 Quando as pessoas disserem: “Estamos em paz e segurança”, então de repente a ruína cairá sobre elas, como dores do parto para a mulher grávida, e não conseguirão escapar.
As armas da vida - 4 Mas vocês, irmãos, não vivem em trevas, de tal modo que esse dia possa surpreendê-los como um ladrão. 5 Porque todos vocês são filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas. 6 Portanto, não fiquemos dormindo como os outros. Estejamos acordados e sóbrios.
Comentário:
1-3: Saber com precisão a data da parusia de Cristo é desejo muito humano, porém fadado à frustração. Conforme a tradição cristã, só Deus Pai conhece o momento preciso: “Quanto a esse dia e hora, ninguém sabe nada, nem os anjos do céu, nem o Filho. Somente o Pai é quem sabe” (Mc 13,32). Aos cristãos cabe esperar com espírito vigilante.
4-11: A luz é símbolo da vida, enquanto as trevas são símbolo do mal e da morte. Para Paulo, o cristão é aquele que acredita na vida e luta por ela, sem aceitar nenhum compromisso com as estruturas que produzem a morte. A imagem militar do v. 8 sugere que o testemunho cristão é verdadeiro combate com as armas da fé, do amor e da esperança: a fé leva ao conhecimento da verdade e da justiça; o amor produz novas relações entre os homens; a esperança abre o futuro para a liberdade e a vida (cf. nota em Cl 1,3-8).

Mateus 25, 14-30 Esperar, arriscando.

14 “Acontecerá como um homem que ia viajar para o estrangeiro. Chamando seus empregados, entregou seus bens a eles. 15 A um deu cinco talentos, a outro dois, e um ao terceiro: a cada qual de acordo com a própria capacidade. Em seguida, viajou para o estrangeiro.
16 O empregado que havia recebido cinco talentos saiu logo, trabalhou com eles, e lucrou outros cinco. 17 Do mesmo modo o que havia recebido dois lucrou outros dois. 18 Mas, aquele que havia recebido um só, saiu, cavou um buraco na terra, e escondeu o dinheiro do seu patrão.
19 Depois de muito tempo, o patrão voltou, e foi ajustar contas com os empregados. 20 O empregado que havia recebido cinco talentos, entregou-lhe mais cinco, dizendo: ‘Senhor, tu me entregaste cinco talentos. Aqui estão mais cinco que lucrei’. 21 O patrão disse: ‘Muito bem, empregado bom e fiel! Como você foi fiel na administração de tão pouco, eu lhe confiarei muito mais. Venha participar da minha alegria’. 22 Chegou também o que havia recebido dois talentos, e disse: ‘Senhor, tu me entregaste dois talentos. Aqui estão mais dois que lucrei’. 23 O patrão disse: ‘Muito bem, empregado bom e fiel! Como você foi fiel na administração de tão pouco, eu lhe confiarei muito mais. Venha participar da minha alegria’. 24 Por fim, chegou aquele que havia recebido um talento, e disse: ‘Senhor, eu sei que tu és um homem severo pois colhes onde não plantaste, e recolhes onde não semeaste. 25 Por isso, fiquei com medo, e escondi o teu talento no chão. Aqui tens o que te pertence’. 26 O patrão lhe respondeu: “Empregado mau e preguiçoso! Você sabia que eu colho onde não plantei, e que recolho onde não semeei. 27 Então você devia ter depositado meu dinheiro no banco, para que, na volta, eu recebesse com juros o que me pertence’. 28 Em seguida o patrão ordenou: ‘Tirem dele o talento, e dêem ao que tem dez. 29 Porque, a todo aquele que tem, será dado mais, e terá em abundância. Mas daquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. 30 Quanto a esse empregado inútil, joguem-no lá fora, na escuridão. Aí haverá choro e ranger de dentes.”
Comentário:
14-30: Não basta estar preparado, esperando passivamente a manifestação de Jesus. É preciso arriscar e lançar-se à ação, para que os dons recebidos frutifiquem e cresçam. Jesus confiou à comunidade cristã a revelação da vontade de Deus e a chave do Reino. No julgamento, ele pedirá contas por esse dom. A comunidade o repartiu e o fez crescer, ou o escondeu dos homens?

sábado, 12 de novembro de 2011

Lucas 18, 1-8 Perseverança na oração.

1 Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, sem nunca desistir. Ele dizia: 2 “Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, e não respeitava homem algum. 3 Na mesma cidade havia uma viúva, que ia à procura do juiz, pedindo: ‘Faça-me justiça contra o meu adversário!’ 4 Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim ele pensou: ‘Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum; 5 mas essa viúva já está me aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não fique me incomodando’.” 6 E o Senhor acrescentou: “Escutem o que está dizendo esse juiz injusto. 7 E Deus não faria justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? 8 Eu lhes declaro que Deus fará justiça para eles, e bem depressa. Mas, o Filho do Homem, quando vier, será que vai encontrar a fé sobre a terra?”
Comentário:
1-8: Insistência e perseverança só existem naqueles que estão insatisfeitos com a situação presente e, por isso, não desanimam; do contrário, jamais conseguiriam alguma coisa. Deus atende àqueles que, através da oração, testemunham o desejo e a esperança de que se faça justiça.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Lucas 17, 26-37 A vinda do Filho do Homem.

26 Como aconteceu nos dias de Noé, assim também acontecerá nos dias do Filho do Homem. 27 Eles comiam, bebiam, se casavam e se davam em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca. Então chegou o dilúvio, e fez com que todos morressem. 28 Acontecerá como nos dias de Ló: comiam e bebiam, compravam, plantavam, e construíam. 29 Mas, no dia em que Ló saiu de Sodoma, Deus fez chover fogo e enxofre do céu, e fez com que todos morressem. 30 O mesmo acontecerá no dia em que o Filho do Homem for revelado. 31 Nesse dia, quem estiver no terraço, não desça para apanhar os bens que estão em casa, e quem estiver nos campos não volte para trás. 32 Lembrem-se da mulher de Ló. 33 Quem procura ganhar a sua vida, vai perdê-la; e quem a perde, vai conservá-la. 34 Eu digo a vocês: nessa noite, dois estarão numa cama. Um será tomado, e o outro será deixado. 35 Duas mulheres estarão moendo juntas. Uma será tomada, e a outra deixada. 36 Dois homens estarão no campo. Um será levado, e o outro será deixado.” 37 Os discípulos perguntaram: “Senhor, onde acontecerá isso? ” Jesus respondeu: “Onde estiver o corpo, aí se reunirão os urubus.”
Comentário:
22-37: Juntamente com o Reino de Deus, o julgamento do Filho do Homem se realiza na história: ele vem para manifestar a verdade da vida de todos. Essa manifestação do Filho do Homem é sempre momento grave e decisivo: dele depende a salvação ou a destruição de cada um. Serão salvos somente aqueles que, como Jesus, fazem da própria vida dom para os outros (v. 33).

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Lucas 17, 20-25 A presença do Reino.

20 Os fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus. Jesus respondeu: “O Reino de Deus não vem ostensivamente. 21 Nem se poderá dizer: ‘Está aqui’ ou: ‘está ali’, porque o Reino de Deus está no meio de vocês.”
A vinda do Filho do Homem - 22 Jesus disse aos discípulos: “Chegarão dias em que vocês desejarão ver um só dia do Filho do Homem, e não poderão ver. 23 Dirão a vocês: ‘Ele está ali’ ou: ‘Ele está aqui’. Não saiam para procurá-lo. 24 Pois como o relâmpago brilha de um lado a outro do céu, assim também será o Filho do Homem. 25 Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração.
Comentário:
20-21: É inútil procurar sinais misteriosos da vinda do Reino. Ele já está presente em qualquer lugar onde a ação de Jesus é continuada.
22-37: Juntamente com o Reino de Deus, o julgamento do Filho do Homem se realiza na história: ele vem para manifestar a verdade da vida de todos. Essa manifestação do Filho do Homem é sempre momento grave e decisivo: dele depende a salvação ou a destruição de cada um. Serão salvos somente aqueles que, como Jesus, fazem da própria vida dom para os outros (v. 33).

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

1 Coríntios 9c-11 Retrato do agente de pastoral.

9 Nós trabalhamos juntos na obra de Deus, mas o campo e a construção de Deus são vocês.
10 Eu, como bom arquiteto, lancei os alicerces conforme o dom que Deus me concedeu; outro constrói por cima do alicerce. Mas cada um veja como constrói! 11 Ninguém pode colocar um alicerce diferente daquele que já foi posto: Jesus Cristo.
Comentário:
5-17: Paulo se serve de duas imagens (campo e edifício) para apresentar o verdadeiro agente de pastoral. Este é um servidor do projeto de Deus concretizado em Jesus Cristo e que consiste em reunir os homens no compromisso de fé com Jesus, cuja ação devem continuar. Se os agentes de fato servem a Cristo, nunca se contradizem. O sucesso não deve levar o agente à vanglória, pois o projeto não é seu; a eficácia vem de Deus, que também dá as aptidões e capacidades. A responsabilidade é grande, pois o agente deverá prestar contas ao próprio Deus, que provará quanto vale a obra de cada um.

João 2, 13-22 O corpo de Jesus é o novo Templo.

13 A Páscoa dos judeus estava próxima, e Jesus subiu para Jerusalém.
14 No Templo, Jesus encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas, e os cambistas sentados. 15 Então fez um chicote de cordas e expulsou todos do Templo junto com as ovelhas e os bois; esparramou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. 16 E disse aos que vendiam pombas: “Tirem isso daqui! Não transformem a casa de meu Pai num mercado.” 17 Seus discípulos se lembraram do que diz a Escritura: “O zelo pela tua casa me consome.”
18 Então os dirigentes dos judeus perguntaram a Jesus: “Que sinal nos mostras para agires assim?” 19 Jesus respondeu: “Destruam esse Templo, e em três dias eu o levantarei.” 20 Os dirigentes dos judeus disseram: “A construção desse Templo demorou quarenta e seis anos, e tu o levantarás em três dias?” 21 Mas o Templo de que Jesus falava era o seu corpo. 22 Quando ele ressuscitou, os discípulos se lembraram do que Jesus tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra de Jesus.
Comentário:
13-22: Para os judeus, o Templo era o lugar privilegiado de encontro com Deus. Aí se colocavam as ofertas e sacrifícios levados pelos judeus do mundo inteiro, e formavam verdadeiro tesouro, administrado pelos sacerdotes. A casa de oração se tornara lugar de comércio e poder, disfarçados em culto piedoso.
Expulsando os comerciantes, Jesus denuncia a opressão e a exploração dos pobres pelas autoridades religiosas. Predizendo a ruína do Templo, ele mostra que essa instituição religiosa já caducou. Doravante, o verdadeiro Templo é o corpo de Jesus, que morre e ressuscita. Deus não quer habitar em edifícios, mas no próprio homem.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Lucas 17, 7-10 Atitudes do discípulo.

7 Se alguém de vocês tem um empregado que trabalha a terra ou cuida dos animais, por acaso vai dizer-lhe, quando ele volta do campo: ‘Venha depressa para a mesa’? 8 Pelo contrário, não vai dizer ao empregado: ‘Prepare-me o jantar, cinja-se e sirva-me, enquanto eu como e bebo; depois disso você vai comer e beber’? 9 Será que vai agradecer ao empregado, porque este fez o que lhe havia mandado? 10 Assim também vocês: quando tiverem cumprido tudo o que lhes mandarem fazer, digam: ‘Somos empregados inúteis; fizemos o que devíamos fazer’.”
Comentário:
1-10: Lucas reúne aqui sentenças de Jesus sobre o escândalo, a correção fraterna, o perdão, o poder da fé e a necessidade de estar desinteressadamente a serviço de Deus. São atitudes fundamentais para a vida do discípulo de Jesus.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Lucas 17, 1-6 Atitudes do discípulo.

1 Jesus disse a seus discípulos: “É inevitável que aconteçam escândalos, mas, ai daquele que produz escândalos! 2 Seria melhor para ele que lhe amarrassem uma pedra de moinho no pescoço e o jogassem no mar, do que escandalizar um desses pequeninos.
3 Prestem atenção! Se o seu irmão peca contra você, chame a atenção dele. Se ele se arrepender, perdoe. 4 Se ele pecar contra você sete vezes num só dia, e sete vezes vier a você, dizendo: ‘Estou arrependido’, você deve perdoá-lo.”
5 Os apóstolos disseram ao Senhor: “Aumenta a nossa fé!” 6 O Senhor respondeu: “Se vocês tivessem fé do tamanho de uma semente de mostarda, poderiam dizer a esta amoreira: ‘Arranque-se daí, e plante-se no mar’. E ela obedeceria a vocês.
Comentário:
1-10: Lucas reúne aqui sentenças de Jesus sobre o escândalo, a correção fraterna, o perdão, o poder da fé e a necessidade de estar desinteressadamente a serviço de Deus. São atitudes fundamentais para a vida do discípulo de Jesus.

domingo, 6 de novembro de 2011

1 João 3, 1-3 Deus é justo.

1 Vejam que prova de amor o Pai nos deu: sermos chamados filhos de Deus. E nós de fato o somos! Se o mundo não nos reconhece, é porque também não reconheceu a Deus. 2 Amados, desde agora já somos filhos de Deus, embora ainda não se tenha tornado claro o que vamos ser. Sabemos que quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque nós o veremos como ele é.
Romper com o pecado - 3Todo aquele que deposita essa esperança em Jesus se purifica, para ser puro como Jesus é puro.
Comentário:
2,29-3,2: João começa novo tema: Deus é justo. Jesus Cristo manifestou inteiramente a Deus porque, através de sua vida, mostrou concretamente o que é a justiça divina. Do mesmo modo, quem pratica a justiça mostra que é filho do Deus justo, à semelhança de Jesus. Não basta ser batizado para ser filho de Deus: é preciso praticar a justiça. Essa realidade, porém, ainda está em crescimento, e só se realizará totalmente quando puderem contemplar toda a glória de Jesus Cristo. O mundo não reconhece o Deus justo, porque o princípio que rege a vida do mundo é a injustiça. Desse modo, o mundo considera como inimigos perigosos o Deus justo e seus filhos que revelam a justiça.
3-10: Praticar a justiça é amar o irmão: esta é a vida na graça de quem conheceu a justiça de Deus - seu amor pelos homens - revelada em Jesus Cristo. Quem não ama o irmão pratica a injustiça, isto é, está do lado do Diabo e vive no pecado, que é odiar o irmão. Esse ódio, porém, não é apenas sentimento interior; é princípio de vida que rege todo pensamento e ação, e se manifesta através de preconceitos, separatismo, exploração e opressão. Com Jesus começou a era da justiça: o amor ao irmão leva à relação, à comunhão, à partilha e fraternidade.

Mateus 5, 1-12a Bem-aventuranças: anseio por um mundo novo.

1 Jesus viu as multidões, subiu à montanha e sentou-se. Os discípulos se aproximaram, 2 e Jesus começou a ensiná-los: 3 “Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu. 4 Felizes os aflitos, porque serão consolados. 5 Felizes os mansos, porque possuirão a terra. 6 Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7 Felizes os que são misericordiosos, porque encontrarão misericórdia. 8 Felizes os puros de coração, porque verão a Deus. 9 Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. 10 Felizes os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu. 11 Felizes vocês, se forem insultados e perseguidos, e se disserem todo tipo de calúnia contra vocês, por causa de mim. 12 Fiquem alegres e contentes, porque será grande para vocês a recompensa no céu. Do mesmo modo perseguiram os profetas que vieram antes de vocês.”
Comentário:
5-7: O Sermão da Montanha é um resumo do ensinamento de Jesus a respeito do Reino e da transformação que esse Reino produz. Moisés tinha recebido a Lei na montanha do Sinai; agora Jesus se apresenta como novo Moisés, proclamando sobre a montanha a vontade de Deus que leva à libertação do homem.
1-12: As bem-aventuranças são o anúncio da felicidade, porque proclamam a libertação, e não o conformismo ou a alienação. Elas anunciam a vinda do Reino através da palavra e ação de Jesus. Estas tornam presente no mundo a justiça do próprio Deus. Justiça para aqueles que são inúteis ou incômodos para uma estrutura de sociedade baseada na riqueza que explora e no poder que oprime.
Os que buscam a justiça do Reino são os “pobres em espírito.” Sufocados no seu anseio pelos valores que a sociedade injusta rejeita, esses pobres estão profundamente convictos de que eles têm necessidade de Deus, pois só com Deus esses valores podem vigorar, surgindo assim uma nova sociedade.

sábado, 5 de novembro de 2011

Lucas 16, 9-15 Tomar uma atitude prudente.

9 “E eu lhes declaro: Usem o dinheiro injusto para fazer amigos, e assim, quando o dinheiro faltar, os amigos receberão vocês nas moradas eternas. 10 Quem é fiel nas pequenas coisas, também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas pequenas, também é injusto nas grandes. 11 Por isso, se vocês não são fiéis no uso do dinheiro injusto, quem lhes confiará o verdadeiro bem? 12 E se não são fiéis no que é dos outros, quem lhes dará aquilo que é de vocês? 13 Nenhum empregado pode servir a dois senhores, porque, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro.”
Jesus e a Lei - 14 Os fariseus, que são amigos do dinheiro, ouviam tudo isso, e caçoavam de Jesus. 15 Então Jesus disse para eles: “Vocês gostam de parecer justos diante dos homens, mas Deus conhece os corações de vocês. De fato, o que é importante para os homens, é detestável para Deus.
Comentário:
9-13: Os vv. 9-13 fazem diversas aplicações da parábola. O v. 9 recomenda o uso da riqueza em favor dos pobres. Os vv. 10-12 mostram que é impossível ser fiel nas grandes coisas, quando somos negligentes nas pequenas. E o v. 13 urge uma decisão: escolher entre o serviço a Deus e o serviço às riquezas (cf. nota em Mt 6,19-24).
14-18: A lei é o tema destas sentenças. Os fariseus disfarçam a própria ambição com observâncias externas, mas não são justos diante de Deus. Com Jesus chegou a plenitude da Lei e o Reino de Deus, e, para nele entrar, é preciso uma decisão.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Lucas 16, 1-8 Tomar uma atitude prudente.

1 Jesus dizia aos discípulos: “Um homem rico tinha um administrador que foi denunciado por estar esbanjando os bens dele. 2 Então o chamou, e lhe disse: ‘O que é isso que ouço contar de você? Preste contas da sua administração, porque você não pode mais ser o meu administrador’. 3 Então o administrador começou a refletir: ‘O senhor vai tirar de mim a administração. E o que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4 Ah! Já sei o que vou fazer para que, quando me afastarem da administração tenha quem me receba na própria casa’. 5 E começou a chamar um por um os que estavam devendo ao seu senhor. Perguntou ao primeiro: ‘Quanto é que você deve ao patrão?’ 6 Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!’ O administrador disse: ‘Pegue a sua conta, sente-se depressa, e escreva cinqüenta’. 7 Depois perguntou a outro: ‘E você, quanto está devendo?’ Ele respondeu: ‘Cem sacas de trigo’. O administrador disse: ‘Pegue a sua conta, e escreva oitenta’”. 8* E o Senhor elogiou o administrador desonesto, porque este agiu com esperteza. De fato, os que pertencem a este mundo são mais espertos, com a sua gente, do que aqueles que pertencem à luz.
Comentário:
1-8: Jesus elogia o administrador, que soube tomar atitude prudente. O Reino de Deus já chegou: é preciso tomar uma atitude antes que seja tarde demais; converter-se e viver conforme a mensagem de Jesus.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Lucas 15, 1-10 Jesus provoca escândalo.

1 Todos os cobradores de impostos e pecadores se aproximavam de Jesus para o escutar. 2 Mas os fariseus e os doutores da Lei criticavam a Jesus, dizendo: “Esse homem acolhe pecadores, e come com eles!”
A ovelha perdida - 3 Então Jesus contou-lhes esta parábola: 4 “Se um de vocês tem cem ovelhas e perde uma, será que não deixa as noventa e nove no campo para ir atrás da ovelha que se perdeu, até encontrá-la? 5 E quando a encontra, com muita alegria a coloca nos ombros. 6 Chegando em casa, reúne amigos e vizinhos, para dizer: ‘Alegrem-se comigo! Eu encontrei a minha ovelha que estava perdida’. 7 E eu lhes declaro: assim, haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que or noventa e nove justos que não precisam de conversão.”
A moeda perdida - 8 “Se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, será que não acende uma lâmpada, varre a casa, e procura cuidadosamente, até encontrar a moeda? 9 Quando a encontra, reúne amigas e vizinhas, para dizer: ‘Alegrem-se comigo! Eu encontrei a moeda que tinha perdido’. 10 E eu lhes declaro: os anjos de Deus sentem a mesma alegria por um só pecador que se converte.”
Comentário:
1-2: O capítulo 15 de Lucas é o coração de todo o Evangelho (= Boa Notícia). Aí vemos que o amor do Pai é o fundamento da atitude de Jesus diante dos homens. Respondendo à crítica daqueles que se consideram justos, cheios de méritos, e se escandalizam da solidariedade para com os pecadores, Jesus narra três parábolas. A primeira e a segunda mostram a atitude de Deus em Jesus, questionando a hipocrisia dos homens. A terceira em dois aspectos: o processo de conversão do pecador e o problema do “justo” que resiste ao amor do Pai.
3-7: A parábola não quer dizer que Deus prefere o pecador ao justo, ou que os justos sejam hipócritas. Ela ressalta o mistério do amor do Pai que se alegra em acolher o pecador arrependido ao lado do justo que persevera.
8-10: A mulher é pobre e precisa da moeda para sobreviver. O amor de Deus torna-o vitalmente necessitado de encontrar a pessoa perdida, para levá-la à alegria da comunhão no amor.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

1 Coríntios 15, 51-57 Seremos transformados.

51 Vou dar a conhecer a vocês um mistério: nem todos morreremos, mas todos seremos transformados, 52 num instante, num abrir e fechar de olhos, ao som da trombeta final. Sim, a trombeta tocará e os mortos ressurgirão incorruptíveis; e nós seremos transformados. 53 De fato, é necessário que este ser corruptível seja revestido da incorruptibilidade, e que este ser mortal seja revestido da imortalidade.
O triunfo da vida - 54 Portanto, quando este ser corruptível for revestido da incorruptibilidade e este ser mortal for revestido da imortalidacle, então se cumprirá a palavra da Escritura: “A morte foi engolida pela vitória. 55 Morte, onde está a sua vitória? Morte, onde está o seu ferrão?” 56 O ferrão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei.
57 Graças sejam dadas a Deus, que nos dá a vitória por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
Comentário:
50-53: Paulo imagina que Cristo há de voltar antes que a sua geração morra; os mortos ressuscitarão e os que estiverem vivos serão transformados. Desse modo, ele salienta que a ressurreição não é apenas retorno à vida.
54-58: Depois que Cristo ressuscitou, nenhum tipo de morte terá a vitória final. Essa vitória de Cristo sobre a morte é também vitória contra o pecado, que introduz e alimenta a morte no mundo, e contra a lei, que mostra o que é pecado, mas não dá forças para vencê-lo. Quem acredita em Jesus ressuscitado pode cantar desde já o triunfo da vida.

João 6, 37-40 Jesus é o pão da vida.

37 Todos aqueles que o Pai me dá, virão a mim. E eu nunca rejeitarei aquele que vem a mim, 38 pois eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim para fazer a vontade daquele que me enviou. 39 E a vontade daquele que me enviou é esta: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas que eu os ressuscite no último dia. 40 Esta é a vontade do meu Pai: que todo homem que vê o Filho e nele acredita, tenha a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.”
Comentário:
35-50: Jesus se apresenta como aquele que veio de Deus para dar a vida definitiva aos homens. Seus adversários não admitem que um homem possa ter origem divina e, portanto, possa dar a vida definitiva.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Lucas 14, 15-24 O Reino é para todos.

15 Ouvindo isso, um homem que estava à mesa disse a Jesus: “Feliz aquele que come pão no Reino de Deus!” 16 Jesus respondeu: “Um homem deu grande banquete, e convidou muitas pessoas. 17 Na hora do banquete, mandou seu empregado dizer aos convidados: ‘Venham, pois tudo está pronto’. 18 Mas todos, um a um, começaram a dar desculpas. O primeiro disse: ‘Comprei um campo, e preciso ir vê-lo. Peço-lhe que aceite minhas desculpas’. 19 Outro disse: ‘Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-las. Peço-lhe que aceite minhas desculpas’. 20 Um terceiro disse: ‘Acabo de me casar e, por isso, não posso ir’. 21 O empregado voltou, e contou tudo ao patrão. Então o dono da casa ficou muito zangado, e disse ao empregado: ‘Saia depressa pelas praças e ruas da cidade. Traga para cá os pobres, os aleijados, os cegos e os mancos’. 22 O empregado disse: ‘Senhor, o que mandaste fazer, foi feito, e ainda há lugar’. 23 O patrão disse ao empregado: ‘Saia pelas estradas e caminhos, e faça as pessoas virem aqui, para que a casa fique cheia. 24 Pois eu digo a vocês: nenhum daqueles que foram convidados vai provar do meu banquete’.”
Comentário:
15-24: O Reino de Deus é apresentado como banquete em que Deus reúne os seus convidados. Ainda que os representantes oficiais e os habituados à religião recusem o convite, dando mais importância aos seus próprios afazeres, o Reino permanece aberto para aqueles que comumente são julgados como excluídos: os marginalizados da sociedade e da religião.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Lucas 14, 12-14 A verdadeira honra.

12 Jesus disse também ao fariseu que o tinha convidado: “Quando você der um almoço ou jantar, não convide amigos, nem irmãos, nem parentes, nem vizinhos ricos. Porque esses irão, em troca, convidar você. E isso será para você recompensa. 13 Pelo contrário, quando você der uma festa, convide pobres, aleijados, mancos e cegos. 14 Então você será feliz! Porque eles não lhe podem retribuir. E você receberá a recompensa na ressurreição dos justos.”
Comentário:
7-14: Nos vv. 8-11, Jesus critica o conceito de honra baseado no orgulho e ambição, que geram aparências de justiça, mas escondem os maiores contrastes sociais. A honra do homem depende de Deus, o único que conhece a situação real e global do homem; essa honra supera a crença que o homem pode ter nos seus próprios méritos. Nos vv. 12-14, Jesus mostra que o amor verdadeiro não é comércio, mas serviço gratuito, pois o pobre não pode pagar e o inimigo não pode merecer. Só Deus pode retribuir ao amor gratuito.

domingo, 30 de outubro de 2011

1 Tessalonicenses 2, 7b-9.13 O comportamento do agente de pastoral.

Ao contrário, tratamos vocês com bondade, qual mãe aquecendo os filhos que amamenta. 8 Queríamos tanto bem a vocês, que estávamos prontos a dar-lhes não somente o Evangelho de Deus, mas até a nossa própria vida, de tanto que gostávamos de vocês. 9 Irmãos, vocês ainda se lembram dos nossos trabalhos e fadigas. Pregamos o Evangelho a vocês trabalhando de noite e de dia, a fim de não sermos de peso para ninguém.
Autenticidade da comunidade cristã - 13 O motivo do nosso contínuo agradecimento a Deus é este: quando ouviram a Palavra de Deus que anunciamos, vocês a acolheram não como palavra humana, mas como ela realmente é, como Palavra de Deus, que age com eficácia em vocês que acreditam.
Comentário:
1-12: Descrevendo sua ação missionária entre os tessalonicenses, Paulo propõe as atitudes fundamentais de um agente de pastoral: coragem de anunciar o Evangelho, mesmo que precise enfrentar fortes oposições de grupos interesseiros; não agir com segundas intenções, à moda de espertalhões que aproveitam de sua função para se promoverem à custa de bajulações; não abusar da própria autoridade, mas ter profundo amor pela comunidade, mesmo com perigo de vida; não colocar o dinheiro como motivação do apostolado. Por fim, a regra suprema: fazer com que a vida da comunidade seja testemunho da presença do Reino de Deus. O agente de pastoral tem a coragem de invocar a comunidade e até o próprio Deus como testemunhas de sua retidão (v. 10).
13-16: Paulo apresenta os critérios de autenticidade da comunidade cristã: o acolhimento da Palavra de Deus, que leva as pessoas a se converterem e formarem comunidade; o testemunho que, por meio da presença e da ação, atualiza a presença e ação de Jesus Cristo. O testemunho leva a comunidade a romper com a estrutura injusta na qual ela vive. Tal rompimento é que provoca oposições e perseguições, e é sinal de que a comunidade está “imitando” a primeira comunidade de Jerusalém e o próprio Cristo: “Se perseguiram a mim, vão perseguir vocês também” (Jo 15,20).

Mateus 23, 1-12 Jesus condena a dominação intelectual.

1 Jesus falou às multidões e aos seus discípulos: 2 “Os doutores da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. 3 Por isso, vocês devem fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imitem suas ações, pois eles falam e não praticam. 4 Amarram pesados fardos e os colocam no ombro dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo. 5 Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Vejam como eles usam faixas largas na testa e nos braços, e como põem na roupa longas franjas, com trechos da Escritura. 6 Gostam dos lugares de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas; 7 gostam de ser cumprimentados nas praças públicas, e de que as pessoas os chamem mestre. 8 Quanto a vocês, nunca se deixem chamar mestre, pois um só é o Mestre de vocês, e todos vocês são irmãos. 9 Na terra, não chamem a ninguém Pai, pois um só é o Pai de vocês, aquele que está no céu. 10 Não deixem que os outros chamem vocês líderes, pois um só é o Líder de vocês: o Messias. 11 Pelo contrário, o maior de vocês deve ser aquele que serve a vocês. 12 Quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado.”
Comentário:
1-12: Jesus critica os intelectuais e os líderes da classe dominante, que transformam o saber em poder, agindo hipocritamente e oprimindo o povo. Na nova comunidade de Jesus todos são irmãos, voltados para o serviço mútuo e reunidos em torno de Deus que é Pai, e de Jesus, que é o único líder e que veio para servir.

sábado, 29 de outubro de 2011

Lucas 14, 1.7-11 Festejar o sábado é dar vida aos homens.

1 Num dia de sábado aconteceu que Jesus foi comer em casa de um dos chefes dos fariseus, que o observavam.
A verdadeira honra - 7 Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então contou a eles uma parábola: 8 “Se alguém convida você para uma festa de casamento, não ocupe o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que você; 9 e o dono da casa, que convidou os dois, venha dizer a você: ‘Dê o lugar para ele’. Então você ficará envergonhado e irá ocupar o último lugar. 10 Pelo contrário, quando você for convidado, vá sentar-se no último lugar. Assim, quando chegar quem o convidou, ele dirá a você: ‘Amigo, venha mais para cima’. E isso vai ser uma honra para você na presença de todos os convidados. 11 De fato, quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado.”
Comentário:
1-6: A lei do sábado deve ser interpretada como libertação e vida para o homem.
7-14: Nos vv. 8-11, Jesus critica o conceito de honra baseado no orgulho e ambição, que geram aparências de justiça, mas escondem os maiores contrastes sociais. A honra do homem depende de Deus, o único que conhece a situação real e global do homem; essa honra supera a crença que o homem pode ter nos seus próprios méritos. Nos vv. 12-14, Jesus mostra que o amor verdadeiro não é comércio, mas serviço gratuito, pois o pobre não pode pagar e o inimigo não pode merecer. Só Deus pode retribuir ao amor gratuito.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Lucas 6, 12-19 Os doze apóstolos.

12 Nesses dias, Jesus foi para a montanha a fim de rezar. E passou toda a noite em oração a Deus. 13 Ao amanhecer, chamou seus discípulos, e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14 Simão, a quem também deu o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15 Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16 Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor.
Anseio por um mundo novo -17 Jesus desceu da montanha com os doze apóstolos, e parou num lugar plano. Estava aí numerosa multidão de seus discípulos com muita gente do povo de toda a Judéia, de Jerusalém, e do litoral de Tiro e Sidônia. 18 Foram para ouvir Jesus e serem curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus, foram curados. 19 Toda a multidão procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos.
Comentário:
12-16: Jesus escolhe os doze apóstolos, que formarão o núcleo da comunidade nova que ele veio criar. A palavra apóstolo significa aquele que Jesus envia para continuar a sua obra.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Lucas 13, 31-35 Jesus vai até o fim.

31 Nesse momento, alguns fariseus se aproximaram, e disseram a Jesus: “Deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar.” 32 Jesus disse: “Vão dizer a essa raposa: eu expulso demônios, e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho. 33 Entretanto preciso caminhar hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém.”
O julgamento sobre Jerusalém - 34 “Jerusalém, Jerusalém, você que mata os profetas e apedreja os que lhe foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir seus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas você não quis! 35 Eis que a casa de vocês ficará abandonada. Eu lhes digo: vocês não me verão mais, até que chegue o tempo em que vocês mesmos dirão: Bendito aquele que vem em nome do Senhor.”
Comentário:
31-33: A atividade de Jesus provoca temor e reação das autoridades. Jesus não as teme, e continua a realizar a missão que liberta as pessoas e ao mesmo tempo vai levá-lo à morte.
34-35: Cf. nota em Mt 23,37-39 O julgamento sobre Jerusalém - 37 “Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas e apedreja os que foram enviados a você! Quantas vezes eu quis reunir seus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas você não quis! 38 Vejam! a casa de vocês ficará deserta. 39 De fato, eu lhes digo que, daqui em diante, vocês não me verão mais, até que digam: Bendito seja aquele que vem em nome do Senhor!”
37-39: Jerusalém personifica o sistema que se fechou em si mesmo, e recusou a novidade trazida por Jesus. Por isso, seu destino já está traçado: em Jerusalém Jesus vai ser morto, e sua morte trará o julgamento definitivo sobre ela.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Lucas 13, 22-30 A salvação é para todos.

22 Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo caminho para Jerusalém. 23 Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos aqueles que se salvam?” Jesus respondeu: 24 “Façam todo o esforço possível para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo: muitos tentarão entrar, e não conseguirão. 25 Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vocês vão ficar do lado de fora. E começarão a bater na porta, dizendo: ‘Senhor, abre a porta para nós!’ E ele responderá: ‘Não sei de onde são vocês’. 26 E vocês começarão a dizer: ‘Nós comíamos e bebíamos diante de ti, e tu ensinavas em nossas praças!’ 27 Mas ele responderá: ‘Não sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, todos vocês que praticam injustiça!’ 28 Então haverá aí choro e ranger de dentes, quando vocês virem Abraão, Isaac e Jacó junto com todos os profetas no Reino de Deus, e vocês jogados fora. 29 Muita gente virá do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. 30 Vejam: há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos.”
Comentário:
22-30: Jesus não responde diretamente à pergunta. A salvação é universal, está aberta para todos, e não só para aqueles que conhecem a Jesus. A condição é entrar pela porta estreita, isto é, escolher o caminho de vida que cria a nova história.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Lucas 13, 18-21 O Reino atingirá o mundo inteiro.

18 E Jesus dizia: “A que é semelhante o Reino de Deus, e com o que eu poderia compará-lo? 19 Ele é como a semente de mostarda que um homem pega e joga no seu jardim. A semente cresce, torna-se árvore, e as aves do céu fazem seus ninhos nos ramos dela.”
20 Jesus disse ainda: “Com o que eu poderia comparar o Reino de Deus? 21 Ele é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado.”
Comentário:
18-21: Cf. nota em Mc 4,30-34 A missão atinge o mundo inteiro - 30 Jesus dizia ainda: “Com que coisa podemos comparar o Reino de Deus? Que parábola podemos usar? 31 O Reino é como uma semente de mostarda, que é a menor de todas as sementes da terra. 32 Mas, quando é semeada, a mostarda cresce e torna-se maior que todas as plantas; ela dá ramos grandes, de modo que os pássaros do céu podem fazer ninhos em sua sombra.”
33 Jesus anunciava a Palavra usando muitas outras parábolas como essa, conforme eles podiam compreender. 34 Para a multidão Jesus só falava com parábolas, mas, quando estava sozinho com os discípulos, ele explicava tudo.
30-34: Diante das estruturas e ações deste mundo, a atividade de Jesus e daqueles que o seguem parece impotente, e mesmo ridícula. Mas ela crescerá, até atingir o mundo inteiro.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Lucas 13, 10-17 O sábado foi feito para o homem.

10 Jesus estava ensinando numa sinagoga em dia de sábado. 11 Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos, estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e incapaz de se endireitar. 12 Vendo-a, Jesus dirigiu-se a ela, e disse: “Mulher, você está livre da sua doença.” 13 Jesus colocou as mãos sobre ela, e imediatamente a mulher se endireitou, e começou a louvar a Deus. 14 O chefe da sinagoga ficou furioso, porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. E tomando a palavra, começou a dizer à multidão: “Há seis dias para trabalhar. Venham, então, nesses dias e sejam curados, e não em dia de sábado.” 15 O Senhor lhe respondeu: “Hipócritas! Cada um de vocês não solta do curral o boi ou o jumento para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? 16 Aqui está uma filha de Abraão que Satanás amarrou durante dezoito anos. Será que não deveria ser libertada dessa prisão, em dia de sábado?” 17 Essa resposta deixou confusos todos os inimigos de Jesus. E toda a multidão se alegrava com as maravilhas que Jesus fazia.
Comentário:
10-17: O dia de sábado é expressão máxima daquilo que Jesus realiza ao curar a mulher: a comemoração da pessoa libertada. O povo se enche de alegria ao ver como o dia santificado é sinal da vida que Deus dá aos homens, e não um dia de simples rituais obrigatórios pré-estabelecidos.

domingo, 23 de outubro de 2011

1 Tessalonicences 1, 5c-10 O anúncio provoca conversão.

5 De fato, o Evangelho que pregamos não foi apresentado somente com palavras, mas com poder, com o Espírito Santo e com plena convicção. Vocês sabem o que fizemos entre vocês, para o bem de vocês mesmos. 6 E vocês imitaram o nosso exemplo e o exemplo do Senhor, acolhendo a Palavra com a alegria do Espírito Santo, apesar de tantas tribulações. 7 Assim vocês se tornaram modelo para todos os fiéis da Macedônia e da Acaia. 8 Partindo de vocês, a Palavra do Senhor se propagou, não apenas pela Macedônia e Acaia, mas também por toda parte se espalhou a fé que vocês têm em Deus, de modo que sobre isso nada precisamos dizer. 9 Eles mesmos falam da acolhida que tivemos entre vocês, e de como vocês se converteram, deixando os ídolos e voltando-se para Deus, a fim de servir ao Deus vivo e verdadeiro. 10 Falam também de como vocês esperam que Jesus venha do céu, o Filho de Deus, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos. É ele que nos liberta da ira futura.
Comentário:
4-10: Sobre a tribulação, cf. nota em Rm 5,1-11. Paulo relembra o primeiro anúncio (querigma) que provocou a conversão dos tessalonicenses. Conforme os vv. 9-10, esse primeiro anúncio do Evangelho era um convite à mudança radical: deixar os ídolos para servir unicamente ao Deus vivo. Os ídolos são valores considerados absolutos mas que, na realidade, sustentam uma estrutura de sociedade baseada na opressão e exploração do corpo e da consciência do homem. Servir ao Deus vivo é comprometer-se com Jesus Cristo, que manifesta na história a presença e ação do Deus verdadeiro, o qual está comprometido com a libertação e a vida do homem. A conversão é um processo contínuo na história. O cristão dá o seu testemunho, animado sempre pela espera da plena manifestação de Jesus Ressuscitado.

Mateus 22, 34-40 O centro da vida.

34 Os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito os saduceus se calarem. Então eles se reuniram em grupo, 35 e um deles perguntou a Jesus para o tentar: 36 “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” 37 Jesus respondeu: “Ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, e com todo o seu entendimento. 38 Esse é o maior e o primeiro mandamento. 39 O segundo é semelhante a esse: Ame ao seu próximo como a si mesmo. 40 Toda a Lei e os Profetas dependem desses dois mandamentos.”
Comentário:
34-40: Cf. nota em Mc 12,28-34 O centro da vida - 28 Um doutor da Lei estava aí, e ouviu a discussão. Vendo que Jesus tinha respondido bem, aproximou-se dele e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” 29 Jesus respondeu: “O primeiro mandamento é este: Ouça, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor! 30 E ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, com todo o seu entendimento e com toda a sua força. 31 O segundo mandamento é este: Ame ao seu próximo como a si mesmo. Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois.”
32 O doutor da Lei disse a Jesus: “Muito bem, Mestre! Como disseste, ele é, na verdade, o único Deus, e não existe outro além dele. 33 E amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo, é melhor do que todos os holocaustos e do que todos os sacrifícios.” 34 Jesus viu que o doutor da Lei tinha respondido com inteligência, e disse: “Você não está longe do Reino de Deus.” E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus.
28-34: Jesus resume a essência e o espírito da vida humana num ato único com duas faces inseparáveis: amar a Deus com entrega total de si mesmo, porque o Deus verdadeiro e absoluto é um só e, entregando-se a Deus, o homem desabsolutiza a si mesmo, o próximo e as coisas; amar ao próximo como a si mesmo, isto é, a relação num espírito de fraternidade e não de opressão ou de submissão. O dinamismo da vida é o amor que tece as relações entre os homens, levando todos aos encontros, confrontos e conflitos que geram uma sociedade cada vez mais justa e mais próxima do Reino de Deus.


sábado, 22 de outubro de 2011

Lucas 13, 1-9 Urgência da conversão.

1 Nesse tempo, chegaram algumas pessoas levando notícias a Jesus sobre os galileus que Pilatos tinha matado, enquanto ofereciam sacrifícios. 2 Jesus respondeu-lhes: “Pensam vocês que esses galileus, por terem sofrido tal sorte, eram mais pecadores do que todos os outros galileus? 3 De modo algum, lhes digo eu. E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo. 4 E aqueles dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu em cima deles? Pensam vocês que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? 5 De modo algum, lhes digo eu. E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo.” 6 Então Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada no meio da vinha. Foi até ela procurar figos, e não encontrou. 7 Então disse ao agricultor: ‘Olhe! Hoje faz três anos que venho buscar figos nesta figueira, e não encontro nada! Corte-a. Ela só fica aí esgotando a terra’. 8 Mas o agricultor respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e pôr adubo. 9 Quem sabe, no futuro ela dará fruto! Se não der, então a cortarás’.”
Comentário:
1-9: No caminho da vida há acontecimentos trágicos. Estes não significam que as vítimas são mais pecadoras do que os outros. Ao contrário, são convites abertos para que se pense no imprevisível dos fatos e na urgência da conversão, para se construir a nova história. A parábola (vv. 6-9) salienta que, em Jesus, Deus sempre dá uma última chance.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Lucas 12, 54-59 Interpretar o tempo presente.

54 Jesus também dizia às multidões: “Quando vocês vêem uma nuvem vinda do ocidente, vocês logo dizem que vem chuva; e assim acontece. 55 Quando vocês sentem soprar o vento do sul, vocês dizem que vai fazer calor; e assim acontece. 56 Hipócritas! Vocês sabem interpretar o aspecto da terra e do céu. Como é que vocês não sabem interpretar o tempo presente? 57 Por que vocês não julgam por si mesmos o que é justo? 58 Quando, pois, você está para se apresentar com seu adversário diante do magistrado, procure resolver o caso com o adversário enquanto estão a caminho, senão este o levará ao juiz, e o juiz entregará você ao guarda, e o guarda o jogará na cadeia. 59 Eu digo: daí você não sairá, enquanto não pagar o último centavo.”
Comentário:
54-59: Assim como os homens podem prever o tempo a partir dos sinais da natureza, também é possível reconhecer na atividade de Jesus a manifestação do Reino de Deus. Essa tarefa empenhativa e urgente implica uma decisão a favor ou contra o Reino. É preciso agir enquanto é tempo.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Lucas 12, 49-53 Jesus é sinal de contradição.

49 “Eu vim para lançar fogo sobre a terra: e como gostaria que já estivesse aceso! 50 Devo ser batizado com um batismo, e como estou ansioso até que isso se cumpra! 51 Vocês pensam que eu vim trazer a paz sobre a terra? Pelo contrário, eu lhes digo, vim trazer divisão. 52 Pois, daqui em diante, numa família de cinco pessoas, três ficarão divididas contra duas, e duas contra três. 53 Ficarão divididos: o pai contra o filho, e o filho contra o pai; a mãe contra a filha, e a filha contra a mãe; a sogra contra a nora, e a nora contra a sogra.”
Comentário:
49-53: A missão de Jesus, desde o batismo até a cruz, é anunciar e tornar presente o Reino, entrando em choque com as concepções dominantes na sociedade. Por isso, é preciso tomar uma decisão diante de Jesus, e isso provoca divisões até mesmo no relacionamento familiar.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Lucas 12, 39-48 Vigilância e responsabilidade.

39 Mas, fiquem certos: se o dono da casa soubesse a hora em que o ladrão iria chegar, não deixaria que lhe arrombasse a casa. 40 Vocês também estejam preparados! Porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que vocês menos esperarem.” 41 Então Pedro disse a Jesus: “Senhor, estás contando essa parábola só para nós, ou para todos?” 42 E o Senhor respondeu: “Quem é o administrador fiel e prudente, que o senhor coloca à frente do pessoal de sua casa, para dar a comida a todos na hora certa? 43 Feliz o empregado que o senhor, ao chegar, encontra fazendo isso! 44 Em verdade, eu digo a vocês: o senhor lhe confiará a administração de todos os seus bens. 45 Mas, se esse empregado pensar: ‘Meu patrão está demorando’, e se puser a surrar os criados e criadas, a comer, beber, e embriagar-se, 46 o senhor desse empregado chegará num dia inesperado e numa hora imprevista. O senhor o expulsará de casa, e o fará tomar parte do destino dos infiéis. 47 Todavia aquele empregado que, mesmo conhecendo a vontade do seu senhor, não ficou preparado, nem agiu conforme a vontade dele, será chicoteado muitas vezes. 48 Mas, o empregado que não sabia, e fez coisas que merecem castigo, será chicoteado poucas vezes. A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido.”
Comentário:
35-48: Esperando continuamente a chegada imprevisível do Senhor que serve, a comunidade cristã permanece atenta, concretizando a busca do Reino através da prontidão para o serviço fraterno. Os vv. 41-46 mostram que isso vale ainda mais para os dirigentes da comunidade, que receberam de Jesus o encargo de servir, provendo às necessidades da comunidade. A responsabilidade é ainda maior, quando se sabe o que deve ser feito (vv. 47-48).

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Lucas 10, 1-9 Os anunciadores do Reino.

1 O Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos, e os enviou dois a dois, na sua frente, para toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2 E lhes dizia: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso peçam ao dono da colheita que mande trabalhadores para a colheita. 3 Vão! Estou enviando vocês como cordeiros para o meio de lobos. 4 Não levem bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não parem no caminho, para cumprimentar ninguém. 5 Em qualquer casa onde entrarem, digam primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6 Se aí morar alguém de paz, a paz de vocês irá repousar sobre ele; se não, ela voltará para vocês. 7 Permaneçam nessa mesma casa, comam e bebam do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem passando de casa em casa. 8 Quando entrarem numa cidade, e forem bem recebidos, comam o que servirem a vocês, 9 curem os doentes que nela houver. E digam ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vocês!’
Comentário:
1-16: Os discípulos são organizados por Jesus para anunciarem a Boa Notícia no caminho e começarem a realizar os atos que concretizam o Reino. Aqueles que não quiserem aderir à Boa Notícia ficarão fora da nova história.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Lucas 12, 13-21 A vida é dom de Deus.

13 Do meio da multidão, alguém disse a Jesus: “Mestre, dize ao meu irmão que reparta a herança comigo.” 14 Jesus respondeu: “Homem, quem foi que me encarregou de julgar ou dividir os bens entre vocês?” 15 Depois Jesus falou a todos: “Atenção! Tenham cuidado com qualquer tipo de ganância. Porque, mesmo que alguém tenha muitas coisas, a sua vida não depende de seus bens.” 16 E contou-lhes uma parábola: “A terra de um homem rico deu uma grande colheita. 17 E o homem pensou: ‘O que vou fazer? Não tenho onde guardar minha colheita’. 18 Então resolveu: ‘Já sei o que fazer! Vou derrubar meus celeiros e construir outros maiores; e neles vou guardar todo o meu trigo, junto com os meus bens. 19 Então poderei dizer a mim mesmo: meu caro, você possui um bom estoque, uma reserva para muitos anos; descanse, coma e beba, alegre-se!’ 20 Mas Deus lhe disse: ‘Louco! Nesta mesma noite você vai ter que devolver a sua vida. E as coisas que você preparou, para quem vão ficar?’ 21 Assim acontece com quem ajunta tesouros para si mesmo, mas não é rico para Deus.”
Comentário:
13-21: No caminho da vida, o homem depara com o problema das riquezas. Jesus mostra que é idiotice acumular bens para assegurar a própria vida. Só Deus pode dar ao homem a riqueza que é a própria vida.

domingo, 16 de outubro de 2011

1 Tessalonicenses 1,1-5b Endereço e saudação.

1 Paulo, Silvano e Timóteo à igreja dos tessalonicenses, que está em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo. A vocês, graça e paz.
Agradecimento: a vida cristã -* 2 Agradecemos continuamente a Deus por todos vocês, sempre que nos lembramos de vocês em nossas orações. 3 Com efeito, diante de Deus nosso Pai nos lembramos sempre da fé ativa, do amor capaz de sacrifícios e da firme esperança que vocês depositam em nosso Senhor Jesus Cristo.
O anúncio provoca conversão -* 4 Irmãos amados por Deus, sabemos que vocês foram escolhidos por ele. 5 De fato, o Evangelho que pregamos não foi apresentado somente com palavras, mas com poder, com o Espírito Santo e com plena convicção. Vocês sabem o que fizemos entre vocês, para o bem de vocês mesmos.
Comentário:
1: A igreja é a comunidade cristã local formada pelas pessoas que acreditam em Deus e se comprometem com o testemunho de Jesus Cristo.
2-3: Cf. nota em Cl 1,3-8 Agradecimento: a vida cristã -* 3 Damos graças a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, sempre que rezamos por vocês. 4 De fato, ouvimos falar da fé que vocês têm em Jesus Cristo, e do amor de vocês por todos os cristãos, 5 por causa da esperança daquilo que para vocês está reservado no céu. Tal esperança já lhes foi anunciada pela Palavra da Verdade, o Evangelho, 6 que chegou até vocês. Assim como o Evangelho dá fruto e cresce no mundo inteiro, o mesmo acontece entre vocês, desde o dia em que ouviram e conheceram na verdade a graça de Deus. 7 Isso vocês aprenderam de Epafras, nosso querido companheiro de serviço, que nos substituiu fielmente como ministro de Cristo. 8 Foi ele quem nos contou sobre o amor com que o Espírito anima vocês.
3-8: A trilogia fé-amor-esperança define a vida cristã na sua base, na sua concretização prática e no seu dinamismo histórico. A vida cristã nasce do compromisso de fé em Jesus Cristo, que significa aceitar a vida e ação de Jesus e continuá-las entre os homens. O amor é a realização prática desse testemunho, através da partilha dos bens e da fraternidade, que concretizam o Reino de Deus no dia-a-dia da história. A esperança é o dinamismo que nasce do amor, alimentando a vida cristã, voltada para o futuro do Reino de Deus, isto é, para a realização plena da vida.
4-10: Sobre a tribulação, cf. nota em Rm 5,1-11. Paulo relembra o primeiro anúncio (querigma) que provocou a conversão dos tessalonicenses. Conforme os vv. 9-10, esse primeiro anúncio do Evangelho era um convite à mudança radical: deixar os ídolos para servir unicamente ao Deus vivo. Os ídolos são valores considerados absolutos mas que, na realidade, sustentam uma estrutura de sociedade baseada na opressão e exploração do corpo e da consciência do homem. Servir ao Deus vivo é comprometer-se com Jesus Cristo, que manifesta na história a presença e ação do Deus verdadeiro, o qual está comprometido com a libertação e a vida do homem. A conversão é um processo contínuo na história. O cristão dá o seu testemunho, animado sempre pela espera da plena manifestação de Jesus Ressuscitado.

Mateus 22, 15-21 O povo pertence a Deus.

15 Então os fariseus se retiraram, e fizeram um plano para apanhar Jesus em alguma palavra. 16 Mandaram os seus discípulos, junto com alguns partidários de Herodes, para dizerem a Jesus: “Mestre, sabemos que tu és verdadeiro, e que ensinas de fato o caminho de Deus. Tu não dás preferência a ninguém, porque não levas em conta as aparências. 17 Dize-nos, então, o que pensas: É lícito ou não é, pagar imposto a César?” 18 Jesus percebeu a maldade deles, e disse: “Hipócritas! Por que vocês me tentam? 19 Mostrem-me a moeda do imposto.” Levaram então a ele a moeda. 20 E Jesus perguntou: “De quem é a figura e inscrição nesta moeda?” 21 Eles responderam: “É de César.” Então Jesus disse: “Pois dêem a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus.”
Comentário:
15-22: Cf. nota em Mc 12,13-17. O novo povo de Deus pertence unicamente a Deus, e só Deus pode exigir do homem adoração.

sábado, 15 de outubro de 2011

Lucas 12, 8-12 Testemunhar sem medo.

8 Eu digo a vocês: todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, o Filho do Homem também dará testemunho dele diante dos anjos de Deus. 9 Mas, aquele que me renegar diante dos homens, será renegado diante dos anjos de Deus. 10 Todo aquele que disser alguma coisa contra o Filho do Homem, será perdoado. Mas, quem blasfemar contra o Espírito Santo, não será perdoado. 11 Quando introduzirem vocês diante das sinagogas, magistrados e autoridades, não fiquem preocupados como ou com que vocês se defenderão, ou o que dirão. 12 Pois, nessa hora o Espírito Santo ensinará o que vocês devem dizer.”
Comentário:
4-12: Cf. nota em Mt 10,26-33 Não tenham medo – 26 “Não tenham medo deles, pois não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não existe nada de oculto que não venha a ser conhecido. 27 O que digo a vocês na escuridão, repitam à luz do dia, e o que vocês escutam em segredo, proclamem sobre os telhados. 28 Não tenham medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Pelo contrário, tenham medo daquele que pode arruinar a alma e o corpo no inferno! 29 Não se vendem dois pardais por alguns trocados? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês. 30 Quanto a vocês, até os cabelos da cabeça estão todos contados. 31 Não tenham medo! Vocês valem mais do que muitos pardais. 32 Portanto, todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante do meu Pai que está no céu. 33 Aquele, porém, que me renegar diante dos homens, eu também o renegarei diante do meu Pai que está no céu.”
26-33: Os discípulos não devem ter medo, porque a missão se baseia na verdade, que põe a descoberto toda a mentira de um sistema social que não mostra a sua verdadeira face. Os homens podem até matar o corpo dos discípulos, mas não conseguirão tirar-lhes a vida, pois é Deus quem dá e conserva ou tira a vida para sempre. A segurança do discípulo está na promessa: quem é fiel a Jesus, terá Jesus a seu favor diante de Deus.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Lucas 12, 1-7 Autenticidade do discípulo.

1 Enquanto isso, milhares de pessoas se reuniram, de modo que uns pisavam nos outros. Jesus começou a falar, primeiro a seus discípulos: “Tomem cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. 2 Não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido. 3 Pelo contrário, tudo o que vocês tiverem feito na escuridão, será ouvido à luz do dia; e o que vocês tiverem pronunciado em segredo, nos quartos, será proclamado sobre os telhados.”
Testemunhar sem medo -* 4 “Pois bem, eu digo a vocês, meus amigos: não tenham medo daqueles que matam o corpo, e depois disso nada mais têm a fazer. 5 Vou mostrar a quem vocês devem temer: tenham medo daquele que, depois de ter matado, tem poder de jogá-los no inferno. Eu lhes digo: é a este que vocês devem temer. 6 Não se vendem cinco pardais por alguns trocados? No entanto, nenhum deles é esquecido por Deus. 7 Até mesmo os cabelos da cabeça de vocês estão todos contados. Não tenham medo! Vocês valem mais do que muitos pardais.
Comentário:
1-3: Em contraste com a conduta hipócrita dos fariseus, o Evangelho pede aos discípulos que sejam autênticos, isto é, que a vida e ação deles testemunhem o compromisso deles com Jesus.
4-12: Cf. nota em Mt 10,26-33 Não tenham medo – 26 “Não tenham medo deles, pois não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não existe nada de oculto que não venha a ser conhecido. 27 O que digo a vocês na escuridão, repitam à luz do dia, e o que vocês escutam em segredo, proclamem sobre os telhados. 28 Não tenham medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Pelo contrário, tenham medo daquele que pode arruinar a alma e o corpo no inferno! 29 Não se vendem dois pardais por alguns trocados? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês. 30 Quanto a vocês, até os cabelos da cabeça estão todos contados. 31 Não tenham medo! Vocês valem mais do que muitos pardais. 32 Portanto, todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante do meu Pai que está no céu. 33 Aquele, porém, que me renegar diante dos homens, eu também o renegarei diante do meu Pai que está no céu.”
26-33: Os discípulos não devem ter medo, porque a missão se baseia na verdade, que põe a descoberto toda a mentira de um sistema social que não mostra a sua verdadeira face. Os homens podem até matar o corpo dos discípulos, mas não conseguirão tirar-lhes a vida, pois é Deus quem dá e conserva ou tira a vida para sempre. A segurança do discípulo está na promessa: quem é fiel a Jesus, terá Jesus a seu favor diante de Deus.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Lucas 11, 47-54 Jesus desmascara os hipócritas.

47 Ai de vocês, porque constroem túmulos para os profetas; no entanto, foram os pais de vocês que os mataram. 48 Com isso, vocês são testemunhas e aprovam as obras dos pais de vocês, pois eles mataram os profetas, e vocês constroem os túmulos. 49 É por isso que a sabedoria de Deus disse: ‘Eu lhes enviarei profetas e apóstolos. Eles os matarão e perseguirão, 50 a fim de que se peçam contas a esta geração do sangue de todos os profetas, derramado desde a criação do mundo, 51 desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o santuário’. Sim, eu digo a vocês: pedirão contas disso a esta geração. 52 Ai de vocês, especialistas em leis, porque vocês se apoderaram da chave da ciência. Vocês mesmos não entraram, e impediram os que queriam entrar.”
53 Quando Jesus saiu daí, os doutores da Lei e os fariseus começaram a tratá-lo mal, e a provocá-lo sobre muitos pontos. 54 Armavam ciladas, para pegá-lo de surpresa em qualquer coisa que saísse de sua boca.
Comentário:
37-54: No seu caminho, Jesus desmascara os donos da estrutura antiga. Os fariseus deixam de lado a justiça e o amor de Deus e, para esconder roubos e maldades, se refugiam atrás de todo um aparato de falsa religiosidade. Os especialistas em leis se apossam da chave da ciência, isto é, interpretam as leis de acordo com seus próprios interesses; exercem assim controle ideológico sobre o povo, impedindo-o de ver as possibilidades de transformação.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Apocalipse 12, 1. Jesus Messias vence o mal.

1 Apareceu no céu um grande sinal: uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua debaixo dos pés, e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. 5* Nasceu o Filho da Mulher. Era menino homem. Nasceu para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o Filho foi levado para junto de Deus e de seu trono.
13* Quando viu que tinha sido expulso para a terra, o Dragão começou a perseguir a Mulher, aquela que tinha dado à luz um menino homem. 15 A Serpente não desistiu: vomitou um rio de água atrás da Mulher, para que ela se afogasse. 16 Mas a terra socorreu a Mulher: abriu a boca e engoliu o rio que o Dragão tinha vomitado.
Comentário:
* 12,1-16,20: É a parte mais importante do livro. Mostra que o tempo do povo de Deus é o tempo de confronto com o mal, até chegar a consumação da história. João analisa agora a vitória sobre o mal (Ap 12), o ambiente onde os cristãos vão profetizar (Ap 13) e a conseqüência do testemunho profético, isto é, o julgamento (Ap 14,1-16,20). Os capítulos 12-14 interrompem o desenvolvimento linear do livro.
12,1-2: A Mulher é um símbolo cheio de significados: é Eva, a mãe da humanidade (cf. Gn 3,15-20); também o povo de Israel (doze estrelas = doze tribos) assim como Sião, o resto do povo de Deus que espera o Messias (Is 66,7). É também Maria enquanto mãe de Jesus e mãe dos discípulos de Jesus (Jo 19,25-27), e o povo de Deus da nova Aliança (doze estrelas = doze apóstolos).
5-6: O Filho é Jesus, que nasce (ressurreição) para a glória e para dominar as nações, destruindo o poder do Dragão. O mal foi derrotado. Agora a situação do povo de Deus é como a dos hebreus no deserto, libertados da escravidão: viverá no deserto até o fim da história (mil, duzentos e sessenta dias), em meio a perseguições e na intimidade com Deus.
13-18: O mal não conseguiu vencer Jesus; por isso agora persegue os cristãos seguidores de Jesus. Mas estes são continuamente protegidos por Deus, até o final da história (três tempos e meio = mil, duzentos e sessenta dias). É tempo de perseguição (rio) mas, como no Êxodo, o povo de Deus não sucumbe.

João 2,1-11 Vida nova para os homens.

1 No terceiro dia, houve uma festa de casamento em Caná da Galiléia, e a mãe de Jesus estava aí. 2 Jesus também tinha sido convidado para essa festa de casamento, junto com seus discípulos.
3 Faltou vinho e a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho!” 4 Jesus respondeu: “Mulher, que existe entre nós? Minha hora ainda não chegou.” 5 A mãe de Jesus disse aos que estavam servindo: “Façam o que ele mandar.”
6 Havia aí seis potes de pedra de uns cem litros cada um, que serviam para os ritos de purificação dos judeus. 7 Jesus disse aos que serviam: “Encham de água esses potes.” Eles encheram os potes até a boca. 8 Depois Jesus disse: “Agora tirem e levem ao mestre-sala.” Então levaram ao mestre-sala.
9 Este provou a água transformada em vinho, sem saber de onde vinha. Os que serviam estavam sabendo, pois foram eles que tiraram a água. Então o mestre-sala chamou o noivo 10 e disse: “Todos servem primeiro o vinho bom e, quando os convidados estão bêbados, servem o pior. Você, porém, guardou o vinho bom até agora.”
11 Foi assim, em Caná da Galiléia, que Jesus começou seus sinais. Ele manifestou a sua glória, e seus discípulos acreditaram nele.
Comentário:
1-12: Segundo João, a primeira semana de Jesus termina com a festa de casamento em Caná. João relata este episódio por causa do seu aspecto simbólico: o casamento é o símbolo da união de Deus com a humanidade, realizada de maneira definitiva na pessoa de Jesus, Deus-e-Homem. Sem Jesus, a humanidade vive uma festa de casamento sem vinho. Maria, aliviando a situação constrangedora, simboliza a comunidade que nasce da fé em Jesus, e as últimas palavras que ela diz neste evangelho são um convite: “Façam o que Jesus mandar.” Jesus diz que a sua hora ainda não chegou, pois só acontecerá na sua morte e ressurreição, quando ele nos reconcilia com Deus.
Jesus utilizou a água que os judeus usavam para as purificações. Os judeus estavam cegos pela preocupação de não se mancharem, e sua religião multiplicava os ritos de purificação. Mas Jesus transformou a água em vinho! É que a religião verdadeira não se baseia no medo do pecado. O importante é receber de Jesus o Espírito. Este, como vinho generoso, faz a gente romper com as normas que aprisionam e com a mesquinhez da nossa própria sabedoria.
O episódio de Caná é uma espécie de resumo daquilo que vai acontecer através de toda a atividade de Jesus: com sua palavra e ação, Jesus transforma as relações dos homens com Deus e dos homens entre si.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Lucas 11, 37-41 Jesus desmascara os hipócritas.

37 Enquanto Jesus falava, um fariseu o convidou para jantar em casa. Jesus entrou, e se pôs à mesa. 38 O fariseu ficou admirado ao ver que Jesus não tinha lavado as mãos antes da refeição. 39 O Senhor disse ao fariseu: “Vocês, fariseus, limpam o copo e o prato por fora, mas o interior de vocês está cheio de roubo e maldade. 40 Gente sem juízo! Aquele que fez o exterior, não fez também o interior? 41 Antes, dêem em esmola o que vocês possuem, e tudo ficará puro para vocês.
Comentário:
37-54: No seu caminho, Jesus desmascara os donos da estrutura antiga. Os fariseus deixam de lado a justiça e o amor de Deus e, para esconder roubos e maldades, se refugiam atrás de todo um aparato de falsa religiosidade. Os especialistas em leis se apossam da chave da ciência, isto é, interpretam as leis de acordo com seus próprios interesses; exercem assim controle ideológico sobre o povo, impedindo-o de ver as possibilidades de transformação.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Lucas 11, 29-32 O grande sinal.

29 Quando as multidões se reuniram, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30 De fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31 No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará contra os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32 No dia do julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar. E aqui está quem é maior do que Jonas.”
Comentário:
29-32: Não é um sinal maravilhoso que leva os homens à conversão, e sim a adesão ao projeto da nova história, manifestado na palavra de Jesus.

domingo, 9 de outubro de 2011

Filipenses 4, 12-14.19-20 Gratidão pela oferta da comunidade.

12 Aprendi a viver na necessidade e aprendi a viver na abundância; estou acostumado a toda e qualquer situação: viver saciado e passar fome, ter abundância e passar necessidade. 13 Tudo posso naquele que me fortalece. 14 Entretanto, vocês fizeram bem, tomando parte na minha aflição.
19 O meu Deus, por sua vez, atenderá com grandeza a todas as necessidades de vocês, conforme a riqueza dele em Jesus Cristo. 20 Ao nosso Deus e Pai seja dada a glória para sempre. Amém.
Comentário:
10-20: Paulo agradece o auxílio que os filipenses lhe enviaram mediante Epafrodito. Ele se alegra, não tanto pelo auxílio material recebido, mas pelo afeto e crescimento espiritual que a comunidade demonstra mediante a oferta.

Mateus 22, 1-14 O novo povo de Deus.

1 Jesus voltou a falar em parábolas aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo. 2 Ele dizia: “O Reino do Céu é como um rei que preparou a festa de casamento do seu filho. 3 E mandou seus empregados chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram ir. 4 O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Falem aos convidados que eu já preparei o banquete, os bois e animais gordos já foram abatidos, e tudo está pronto. Que venham para a festa’. 5 Mas os convidados não deram a menor atenção; um foi para o seu campo, outro foi fazer os seus negócios, 6 e outros agarraram os empregados, bateram neles, e os mataram. 7 Indignado, o rei mandou suas tropas, que mataram aqueles assassinos, e puseram fogo na cidade deles.
8 Em seguida, o rei disse aos empregados: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não a mereceram. 9 Portanto, vão até as encruzilhadas dos caminhos, e convidem para a festa todos os que vocês encontrarem’. 10 Então os empregados saíram pelos caminhos, e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados.
11 Quando o rei entrou para ver os convidados, observou aí alguém que não estava usando o traje de festa. 12 E lhe perguntou: ‘Amigo, como foi que você entrou aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu. 13 Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrem os pés e as mãos desse homem, e o joguem fora na escuridão. Aí haverá choro e ranger de dentes’. 14 Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos.”
Comentário:
1-14: É em Jesus que Deus convoca os homens para uma nova aliança, simbolizada pela festa de casamento. Os que rejeitam o convite são aqueles que se apegam ao sistema religioso que defende seus interesses e, por isso, não aceitam o chamado de Jesus. Estes serão julgados e destruídos juntamente com o sistema que defendem. O convite é dirigido então aos que não estão comprometidos com tal sistema, mas, ao contrário, são até marginalizados por ele. Começa na história novo povo de Deus, formado de pobres e oprimidos. Os vv. 11-14, porém, mostram que até mesmo estes últimos serão excluídos, se não realizarem a prática da nova justiça (traje de festa).