quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Mateus 25, 1-13 Estejam preparados.

* 1 “Naquele dia, o Reino do Céu será como dez virgens que pegaram suas lâmpadas de óleo, e saíram ao encontro do noivo. 2 Cinco delas não tinham juízo, e as outras cinco eram prudentes. 3 Aquelas sem juízo pegaram suas lâmpadas, mas não levaram óleo consigo. 4 As prudentes, porém, levaram vasilhas com óleo, junto com as lâmpadas. 5 O noivo estava demorando, e todas elas acabaram cochilando e dormiram. 6 No meio da noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo está chegando. Saiam ao seu encontro’. 7 Então as dez virgens se levantaram, e prepararam as lâmpadas. 8 Aquelas que eram sem juízo disseram às prudentes: ‘Dêem um pouco de óleo para nós, porque nossas lâmpadas estão se apagando’. 9 As prudentes responderam: ‘De modo nenhum, porque o óleo pode faltar para nós e para vocês. É melhor vocês irem aos vendedores e comprar’. 10 Enquanto elas foram comprar óleo, o noivo chegou, e as que estavam preparadas entraram com ele para a festa de casamento. E a porta se fechou. 11 Por fim, chegaram também as outras virgens, e disseram: ‘Senhor, Senhor, abre a porta para nós’. 12 Ele, porém, respondeu: ‘Eu garanto a vocês que não as conheço’. 13 Portanto, fiquem vigiando, pois vocês não sabem qual será o dia, nem a hora.” Comentário: *1-13: Nesta parábola, o noivo é Jesus, que virá no fim da história. As virgens representam as comunidades cristãs, que devem sempre estar preparadas para o encontro com o Senhor, mediante a prática da justiça (o óleo). As virgens, da parábola do Evangelho de hoje, nos lembram que precisamos vigiar para viver o presente sem perder de vista o horizonte da esperança. O grito no meio da noite tem que ver com as surpresas da vida. A vida sempre nos surpreende. Quando tudo está bem, de repente surge um vendaval, uma doença, um acidente, a morte. Vigiar é a capacidade de nos encantarmos com as pequenas dádivas do cotidiano. A vida nos presenteia com tanta beleza. Mas a correria do dia a dia, por vezes, nos tira a possibilidade de apreciar, por exemplo, o canto de um pássaro, de contemplar as estrelas, o nascer e o pôr do sol. Tudo pode parecer tão óbvio que até esquecemos que respiramos. O azeite é a vivência das bem-aventuranças.

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Mateus 24, 42-51 Fiquem vigiando.

42 Portanto, fiquem vigiando! Porque vocês não sabem em que dia virá o Senhor de vocês. 43 Compreendam bem isto: se o dono da casa soubesse a que horas viria o ladrão, certamente ficaria vigiando, e não deixaria que a sua casa fosse arrombada. 44 Por isso, também vocês estejam preparados. Porque o Filho do Homem virá na hora em que vocês menos esperarem. 45 Qual é o empregado fiel e prudente? É aquele que o Senhor colocou como responsável pelos outros empregados, para dar comida a eles na hora certa. 46 Feliz o empregado cujo senhor o encontrar fazendo assim quando voltar. 47 Eu garanto a vocês: ele colocará esse empregado à frente de todos os seus bens. 48 Mas, se for mau empregado, pensará: ‘Meu senhor está demorando’. 49 Então começará a bater nos companheiros, a comer e a beber com os bêbados. 50 O senhor desse empregado virá num dia em que ele não espera, e numa hora que ele não conhece. 51 Então o senhor o cortará em pedaços, e o fará participar da mesma sorte dos hipócritas. Aí haverá choro e ranger de dentes.” Comentário: * 32-51: Jesus agora responde à pergunta feita pelos discípulos (v. 3). Cf. nota em Mc 13,28-37. A parábola dos vv. 45-51 ressalta a missão dos responsáveis pela comunidade cristã. Enquanto esperam por Jesus, eles devem continuar fiéis no serviço à comunidade, sem cair na tentação de afrouxar a prática da justiça, diante da demora do Senhor. Fidelidade, prudência, vigilância devem marcar o caminho do discípulo. A linguagem apolítica do Evangelho de hoje, ao contrário do medo, transmite esperança. Quem vive em constante vigilância não se distrai nem compactua com os poderes e programas malvados e injustos deste mundo. O servidor do Reino vive em sintonia com a palavra de Jesus e assume para si um projeto de vida, que leva em conta o serviço desinteressado. Quem vigia encontrou o sentido no encontro pessoal com Cristo. A felicidade consiste nesse encontro. Uma vez transformados por Cristo, seremos capazes de testemunhar seu amor para os irmãos e irmãs de nosso tempo. Estejamos sempre vigilantes!

terça-feira, 23 de agosto de 2022

João 1, 45-51 As testemunhas apontam o Salvador.

45 Filipe se encontrou com Natanael e disse: “Encontramos aquele de quem Moisés escreveu na Lei e também os profetas: é Jesus de Nazaré, o filho de José.” 46 Natanael disse: “De Nazaré pode sair coisa boa?” Filipe respondeu: “Venha, e você verá.” 47 Jesus viu Natanael aproximar-se e comentou: “Eis aí um israelita verdadeiro, sem falsidade.” 48 Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe chamasse você, eu o vi quando você estava debaixo da figueira.” 49 Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel!” 50 Jesus disse: “Você está acreditando só porque eu lhe disse: ‘Vi você debaixo da figueira’? No entanto, você verá coisas maiores do que essas.” 51 E Jesus continuou: “Eu lhes garanto: vocês verão o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem.” Comentário: * 35-51: João descreve os sete dias da nova criação. No primeiro dia, João Batista afirma: “No meio de vocês existe alguém que vocês não conhecem.” Nos dias seguintes vemos como João Batista, João, André, Simão, Filipe e Natanael descobrem a Jesus. É sempre uma testemunha que aponta Jesus para outra. O último dia será o casamento em Caná, onde Jesus manifestará a sua glória. “O que vocês estão procurando?” São estas as primeiras palavras de Jesus neste evangelho. Essa pergunta, ele a faz a todos os homens. Nós queremos saber quem é Jesus, e ele nos pergunta sobre o que buscamos na vida. Os homens que encontraram Jesus começaram a conviver com ele. E no decorrer do tempo vão descobrindo que ele é o Mestre, o Messias, o Filho de Deus. O mesmo acontece conosco: enquanto caminhamos com Cristo, vamos progredindo no conhecimento a respeito dele. João Batista era apenas testemunha de Jesus, a quem tudo se deve dirigir. João sabia disso; por isso convida seus próprios discípulos para que se dirijam a Jesus. E os dois primeiros vão buscar outros. É desse mesmo modo que nós encontramos a Jesus: porque outra pessoa nos falou dele ou nos comprometeu numa tarefa apostólica. Jesus sempre reconhece aqueles que o Pai coloca em seu caminho. Ele reconhece Natanael debaixo da figueira e também Simão, escolhido para ser a primeira Pedra da Igreja. Vereis o céu aberto: No sonho de Jacó, os anjos subiam e desciam por uma escada que ligava a terra ao céu (leia Gn 28,10-22). Doravante é Jesus, o Filho do Homem, a nova ligação entre Deus e os homens. Bartolomeu, de Caná da Galileia, é identificado com Natanael. Quem lhe apresentou Jesus foi o apóstolo Filipe, que acrescentou: “Jesus vem de Nazaré”. Essa informação deu margem para algum atrito na conversa: o preconceito de Natanael contra quem era de Nazaré; a simpatia de Jesus, que elogiou a autenticidade dele; o desconcerto, mas também a certeza de Natanael, reconhecendo estar diante de pessoa extraordinária: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel”. Cativado por Jesus, Natanael tornou-se seu apóstolo e entusiasta pregador do Evangelho. Antiga tradição registra que Bartolomeu exerceu o ministério apostólico na Índia, onde converteu para Cristo grande número de pessoas. Esteve também na Armênia e na Pérsia, hoje Irã. Morreu decapitado, após ter a pele arrancada.

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

Mateus 13, 44-46 A decisão pelo Reino.

* 44 “O Reino do Céu é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra, e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens, e compra esse campo. 45 O Reino do Céu é também como um comprador que procura pérolas preciosas. 46 Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens, e compra essa pérola.” Comentário: * 44-46: Para entrar no Reino é necessária decisão total. Apegar-se a seguranças, mesmo religiosas, que são falsas ou puras imitações, em troca da justiça do Reino, é preferir bijuterias a uma pedra preciosa. Isabel Flores de Oliva, chamada “Rosa” por sua encantadora beleza, era filha de imigrantes espanhóis estabelecidos no Peru. Nasceu em 1586. Desde a adolescência inscreveu-se na Ordem Terceira dominicana. Consagrou a vida cuidando dos pobres. Rezou e se mortificou para a salvação deles. Levou vida de extraordinária penitência e intensa piedade eucarística. Particularmente devota de Nossa Senhora, rezou pelo crescimento da Igreja entre os índios da América. Favorecida com singulares dons místicos, principalmente nos últimos anos, morreu em Lima, em 1617, com trinta e um anos de idade, após agudos sofrimentos. É a primeira santa canonizada do continente americano. Santa Rosa de Lima é venerada não só como padroeira da sua pátria, mas de toda a América Latina e das Ilhas Filipinas.

Lucas 1, 26-38 O Messias vai chegar.

* 26 No sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galiléia chamada Nazaré. 27 Foi a uma virgem, prometida em casamento a um homem chamado José, que era descendente de Davi. E o nome da virgem era Maria. 28 O anjo entrou onde ela estava, e disse: “Alegre-se, cheia de graça! O Senhor está com você!” 29 Ouvindo isso, Maria ficou preocupada, e perguntava a si mesma o que a saudação queria dizer. 30 O anjo disse: “Não tenha medo, Maria, porque você encontrou graça diante de Deus. 31 Eis que você vai ficar grávida, terá um filho, e dará a ele o nome de Jesus. 32 Ele será grande, e será chamado Filho do Altíssimo. E o Senhor dará a ele o trono de seu pai Davi, 33 e ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó. E o seu reino não terá fim.” 34 Maria perguntou ao anjo: “Como vai acontecer isso, se não vivo com nenhum homem?” 35 O anjo respondeu: “O Espírito Santo virá sobre você, e o poder do Altíssimo a cobrirá com sua sombra. Por isso, o Santo que vai nascer de você será chamado Filho de Deus. 36 Olhe a sua parenta Isabel: apesar da sua velhice, ela concebeu um filho. Aquela que era considerada estéril, já faz seis meses que está grávida. 37 Para Deus nada é impossível.” 38 Maria disse: “Eis a escrava do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.” E o anjo a deixou. Comentário: * 26-38: Maria é outra representante da comunidade dos pobres que esperam pela libertação. Dela nasce Jesus Messias, o Filho de Deus. O fato de Maria conceber sem ainda estar morando com José indica que o nascimento do Messias é obra da intervenção de Deus. Aquele que vai iniciar nova história surge dentro da história de maneira totalmente nova. Introduzida por Pio XII, na conclusão do Ano Mariano de 1954, esta festa é celebrada oito dias após a Assunção de Maria ao céu. Maria é rainha porque é mãe de Cristo, o Rei. É rainha porque supera todas as criaturas em santidade: “ela encerra toda a bondade das criaturas”, escreve Dante na Divina Comédia. Desde o começo da Igreja, os fiéis não cessam de homenagear Maria como Rainha. Os inúmeros mosaicos e pinturas representando Maria Rainha o comprovam. Vem da Idade Média a salve-rainha, em que Maria é considerada a Senhora a ser amada e servida dignamente, e a Mãe de quem se obtém proteção segura. A exaltação da “Serva do Senhor”, ao lado do “Rei dos reis e Senhor dos senhores”, é mistério da graça divina e de perfeita correspondência a ela, vivido por Maria na disponibilidade ao serviço de Deus e da humanidade.

sábado, 20 de agosto de 2022

Lucas 1, 39-56 João aponta o Messias.

* 39 Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, às pressas, a uma cidade da Judéia. 40 Entrou na casa de Zacarias, e saudou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Com um grande grito exclamou: “Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar? 44 Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre. 45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu.” O cântico de Maria -* 46 Então Maria disse: “Minha alma proclama a grandeza do Senhor, 47 meu espírito se alegra em Deus, meu salvador, 48 porque olhou para a humilhação de sua serva. Doravante todas as gerações me felicitarão, 49 porque o Todo-poderoso realizou grandes obras em meu favor: seu nome é santo, 50 e sua misericórdia chega aos que o temem, de geração em geração. 51 Ele realiza proezas com seu braço: dispersa os soberbos de coração, 52 derruba do trono os poderosos e eleva os humildes; 53 aos famintos enche de bens, e despede os ricos de mãos vazias. 54 Socorre Israel, seu servo, lembrando-se de sua misericórdia, 55 conforme prometera aos nossos pais em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre.” 56 Maria ficou três meses com Isabel; e depois voltou para casa. Comentário: * 39-45: Ainda no seio de sua mãe, João Batista recebe o Espírito prometido (1,15). Reconhece o Messias e o aponta através da exclamação de sua mãe Isabel. * 46-56: O cântico de Maria é o cântico dos pobres que reconhecem a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus. Cumprindo a promessa, Deus assume o partido dos pobres, e realiza uma transformação na história, invertendo a ordem social: os ricos e poderosos são depostos e despojados, e os pobres e oprimidos são libertos e assumem a direção dessa nova história. Maria tem pressa de se dirigir à região montanhosa de Judá para auxiliar Isabel, que está grávida e necessita da sua ajuda. Temos duas mulheres pobres, mas cheias de fé e solidárias, carregando dentro de si duas crianças. É a solidariedade entre duas mães que reconhecem a ação de Deus em suas vidas. É um clima de muita alegria e esperança estampado no rosto dessas mulheres. Além das mulheres, temos também o encontro de duas crianças ainda no ventre de suas mães: encontro do Precursor com o Salvador. Pelo cumprimento, percebemos a alegria que transborda das mulheres, a ponto de contagiar o fruto do ventre: o bebê pulou de alegria. Impulsionada pelo Espírito Santo, Isabel se alegra por receber a mãe do Senhor, declarando-a abençoada e feliz. Representante dos pobres que têm esperança, Maria responde com belo hino que exalta os pobres e rebaixa os orgulhosos. Ela reconhece que é Deus quem age nela, é ele que realiza grandes coisas por meio dela. Leva consigo paz, alegria e bênção de Deus. Felizes as famílias que têm mães que se solidarizam entre si, através da ajuda mútua. Felizes as comunidades que têm mulheres portadoras de vida e esperança, mulheres benditas que acolhem a Palavra, transmitem fé e otimismo, e acreditam num mundo melhor.

1 Coríntios 15, 20-27 Deus será tudo em todos.

* 20 Mas não! Cristo ressuscitou dos mortos como primeiro fruto dos que morreram. 21 De fato, já que a morte veio através de um homem, também por um homem vem a ressurreição dos mortos.22 Como em Adão todos morrem, assim em Cristo todos receberão a vida.23 Cada um, porém, na sua própria ordem: Cristo como primeiro fruto; depois, aqueles que pertencem a Cristo, por ocasião da sua vinda. 24 A seguir, chegará o fim, quando Cristo entregar o Reino a Deus Pai, depois de ter destruído todo principado, toda autoridade, todo poder. 25 Pois é preciso que ele reine, até que tenha posto todos os seus inimigos debaixo dos seus pés. 26 O último inimigo a ser destruído será a morte, 27 pois Deus tudo colocou debaixo dos pés de Cristo. Mas, quando se diz que tudo lhe será submetido, é claro que se deve excluir Deus, que tudo submeteu a Cristo. Comentário: * 20-28: Dois estados da humanidade se opõem: o pecado e a morte, dos quais Adão é o símbolo; a graça e a vida, realizadas em Cristo (cf. Rm 5,17-21). A partir do pecado, existem na sociedade forças e estruturas que invertem o destino humano, desagregando, pervertendo, e até mesmo levando os homens à morte. Cristo foi morto por essas estruturas, mas Deus o ressuscitou e lhe deu poder de destruí-las. Após vencer essas forças, também a morte será vencida; então, o triunfo será definitivo. Unida a Cristo, a humanidade estará de novo submetida a Deus e o Reino de Deus se manifestará completamente.