terça-feira, 30 de novembro de 2021

Mateus 15, 29-37 A comunidade que serve.

29Jesus foi para as margens do mar da Galileia, subiu a montanha e sentou-se. 30Numerosas multidões aproximaram-se dele, levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos e muitos outros doentes. Então os colocaram aos pés de Jesus. E ele os curou. 31O povo ficou admirado quando viu os mudos falando, os aleijados sendo curados, os coxos andando e os cegos enxergando. E glorificaram o Deus de Israel. 32Jesus chamou seus discípulos e disse: “Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo, e nada tem para comer. Não quero mandá-los embora com fome, para que não desmaiem pelo caminho”. 33Os discípulos disseram: “Onde vamos buscar, neste deserto, tantos pães para saciar tão grande multidão?” 34Jesus perguntou: “Quantos pães tendes?” Eles responderam: “Sete e alguns peixinhos”. 35E Jesus mandou que a multidão se sentasse pelo chão. 36Depois pegou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os e os dava aos discípulos, e os discípulos, às multidões. 37Todos comeram e ficaram satisfeitos; e encheram sete cestos com os pedaços que sobraram. Comentário: * 29-39: Com os milagres, Jesus responde às necessidades da multidão, mostrando a presença de Deus que salva o seu povo, cuja gratidão se traduz no ato de louvor. O texto salienta o papel dos discípulos, isto é, da comunidade cristã. Esta é mediadora, respondendo à fome de uma sociedade que corre o risco de desfalecer no caminho da vida. Jesus está cercado de gente pobre, doente e com fome. A todas essas pessoas ele dava atenção: curava os doentes e alimentava os famintos. Dois problemas que atingem as pessoas em sua dignidade: doença e fome. Esses dois problemas deveriam ser as primeiras e principais preocupações de toda autoridade que se propõe a assumir qualquer cargo público. Doença e fome são dois problemas que vêm de longa distância e, até hoje, em muitos países, ainda causam muito sofrimento. Se houvesse boa vontade das autoridades e da sociedade em geral, parte desse sofrimento poderia ser amenizado. Ao envolver os discípulos, Jesus nos mostra que esse é também um problema para a Igreja. Ela não pode ficar neutra nem indiferente diante de tanta miséria e descaso. Oração Ó Jesus, divino Mestre, contemplamos admirados tua solicitude com a multidão, seus pobres e enfermos. Além de curares os doentes, organizas a partilha de alimento para todos. Desperta, Senhor, o zelo dos governantes em favor da saúde pública e dos serviços hospitalares de nossas cidades. Amém.

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Mateus 4, 18-22 Seguir a Jesus é comprometer-se.

18Quando Jesus andava à beira do mar da Galileia, viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. 19Jesus disse a eles: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”. 20Eles, imediatamente, deixaram as redes e o seguiram. 21Caminhando um pouco mais, Jesus viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam na barca com seu pai, Zebedeu, consertando as redes. Jesus os chamou. 22Eles, imediatamente, deixaram a barca e o pai e o seguiram. Comentário: * 18-22: Cf. nota em Mc 1,16-20: O chamado dos primeiros discípulos é um convite aberto a todos os que ouvem as palavras de Jesus. Simão e André deixam a profissão; Tiago e João deixam a família... Seguir a Jesus implica deixar as seguranças que possam impedir o compromisso com uma ação transformadora. André, irmão de Pedro, seguiu a Jesus quando João Batista o apontou como o Cordeiro de Deus (cf. Jo 1,36). Juntamente com Tiago e Pedro, André testemunhou episódios significativos da vida de Jesus, como a cura da sogra de Pedro, a transfiguração e a agonia no monte das Oliveiras. Na multiplicação dos pães, foi André que apresentou a Jesus o menino dos cinco pães e dois peixes (cf. Jo 6,8-9). Segundo antigas tradições, André teria evangelizado os países ao sul do mar Negro, depois a Grécia. André morreu numa cruz em forma de X, em Patras (Grécia), no ano 60. Parte do seu corpo foi levada para Roma em 1462. Essa preciosa relíquia foi devolvida, em 1964, pelo papa Paulo VI ao bispo metropolita ortodoxo de Patras. Sua festa em 30 de novembro encontra-se em todos os calendários, desde o século VI. Oração Ó Jesus, Luz do mundo, escolheste o pescador André para fazer dele “pescador de gente”. Abandonando a profissão do pai, com quem trabalhava, André incorporou o grupo dos apóstolos e com eles foi preparado para divulgar, mundo afora, a Boa Notícia do Reino de Deus. Amém.

domingo, 28 de novembro de 2021

Mateus 8, 5-11 As fronteiras do Reino.

5Quando Jesus entrou em Cafarnaum, um oficial romano aproximou-se dele, suplicando: 6“Senhor, o meu empregado está de cama, lá em casa, sofrendo terrivelmente com uma paralisia”. 7Jesus respondeu: “Vou curá-lo”. 8O oficial disse: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e o meu empregado ficará curado. 9Pois eu também sou subordinado e tenho soldados debaixo de minhas ordens. E digo a um: ‘Vai!’, e ele vai; e a outro: ‘Vem!’, e ele vem; e digo ao meu escravo: ‘Faze isto!’, e ele faz”. 10Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado e disse aos que o seguiam: “Em verdade vos digo, nunca encontrei em Israel alguém que tivesse tanta fé. 11Eu vos digo, muitos virão do oriente e do ocidente e se sentarão à mesa no Reino dos céus, junto com Abraão, Isaac e Jacó”. Comentário: * 5-13: Atendendo ao pedido de um pagão, Jesus mostra que as fronteiras do Reino vão muito além do mundo estreito da pertença a uma origem privilegiada. A fronteira agora é a fé na palavra libertadora de Jesus. Mesmo pertencendo ao grupo dos que se consideram salvos, se não houver essa fé, também não haverá possibilidade de entrar no Reino de Deus. Jesus circula pela região da Galileia pregando a Boa-Nova do Reino. Em Cafarnaum, defronta-se com um centurião (responsável por uma centúria, formada por cem soldados romanos), que pede ao Mestre ajuda para curar seu criado. O centurião sabe do poder da palavra criadora e restauradora de Jesus, por isso lhe faz esse pedido mesmo estando fisicamente distante. Assim como tem poder sobre seus criados, o centurião reconhece que Jesus tem poder sobre os sinais de dor e de morte. Ao mesmo tempo, tem consciência de sua limitação para curar seu servo, pois, apesar de todo o seu poder, necessita da palavra de outro para conseguir seu intento. O evangelista conclui elogiando a fé do centurião e alargando o horizonte da missão de Jesus: ele não veio somente para o povo judeu: é o Messias do Oriente e do Ocidente. Em outras palavras, a missão de Jesus é universal. Oração Ó Jesus, Mestre em hospitalidade, tens o coração aberto a todos os povos, por isso acolhes com benevolência o centurião que, cheio de fé, te suplica a cura do seu criado paralítico. Dá-nos, Senhor, a capacidade de receber qualquer pessoa que nos procura implorando ajuda, alívio e compreensão. Amém.

sábado, 27 de novembro de 2021

Lucas 21, 25-28.34-36 A história e o fim dos tempos.

25“Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. 26Os homens vão desmaiar de medo só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas. 27Então eles verão o Filho do Homem vindo numa nuvem com grande poder e glória. 28Quando essas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. Estejam atentos - 34Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; 35pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. 36Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem”. Comentário: * 25-28: Cf. nota em Mc 13, 24-27: A queda de Jerusalém manifesta e antecipa o julgamento com que Deus acompanha toda a história, e que se consumará no fim dos tempos. O Filho do Homem é Jesus que, pela sua morte e ressurreição, testemunhadas pelos discípulos, irá reunir todo o povo de Deus (cf. Dn 7,13-14). * 29-38: Tarefa urgente do discípulo é testemunhar sem esmorecer, continuando a ação de Jesus. A espera da plena manifestação de Jesus e do mundo novo, por ele prometido, impede que o discípulo se instale na situação presente; e por outro lado, evita que o discípulo desanime, achando que o projeto de Jesus é difícil, distante e inviável. O texto salienta expressões como “vigilância”, “libertação” e “alegria” e alerta (“Tomem cuidado!”) contra as distrações com as coisas e vícios mundanos (excessos, bebedeira e preocupações com a vida). A linguagem é simbólica e indica mudanças, superação do passado e início de nova realidade, “um novo céu e uma nova terra”, dirá o Apocalipse (cf. Ap 21,1). Os estudiosos aprofundam seus conhecimentos para interpretar como será essa nova realidade. Nesse emaranhado de figuras e informações, quem desponta, “com poder e grande glória”, é o Filho do Homem, Jesus Cristo. Portanto, a vitória não está em poder dos agentes do mal. A injustiça não triunfará. A vitória está em Cristo, que nos convida a mantermo-nos vigilantes, “rezando em todo momento” e empenhados na prática da justiça e da fraternidade. Oração Senhor Jesus, em linguagem figurada, falas de abalos da natureza e angústia nos corações. Contudo nos confortas dizendo: “Levantem-se e ergam a cabeça, pois a libertação de vocês está próxima”. Ajuda-nos, Senhor, a viver sempre alertas e, pela oração, a crescer na constante comunhão contigo. Amém.

1 Tessalonicenses 3, 12-4,2 A vivência do amor.

12 O Senhor vos conceda que o amor entre vós e para com todos aumente e transborde sempre mais, a exemplo do amor que temos por vós. 13Que assim ele confirme os vossos corações numa santidade sem defeito aos olhos de Deus, nosso Pai, no dia da vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos. Respeitar o corpo humano - 4,1Enfim, meus irmãos, eis o que vos pedimos e exortamos no Senhor Jesus: aprendestes de nós como deveis viver para agradar a Deus e já estais vivendo assim. Fazei progressos ainda maiores! 2Conheceis, de fato, as instruções que temos dado em nome do Senhor Jesus. Comentário: * 3,11-13: A vivência do amor é o critério último para discernir se é autêntica ou não a vida da comunidade cristã. Trata-se de amor recíproco que faz a comunidade crescer por dentro e, ao mesmo tempo, impulsiona a comunidade para fora de si mesma, a fim de testemunhar o Evangelho a todos. É esse amor que constitui a santidade da comunidade, fazendo-a enfrentar sem temor o julgamento de Deus. * 4,1-8: A carta se dirige a cristãos que vivem numa cidade pagã, em ambiente relaxado e tolerante do ponto de vista moral, especialmente no que se refere à vida sexual. Paulo frisa que o cristão é chamado à santificação, e isso significa compreender de maneira nova a si mesmo, os outros e as relações humanas. Na vida sexual, quem comanda o comportamento do cristão é o respeito ao próprio corpo e ao corpo do outro; o cristão é convidado a descobrir o valor do corpo, que foi criado por Deus e é chamado a participar da ressurreição.

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

Lucas 21, 34-36 Estejam atentos.

34“Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vós; 35pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. 36Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem”. Comentário: * 29-38: Tarefa urgente do discípulo é testemunhar sem esmorecer, continuando a ação de Jesus. A espera da plena manifestação de Jesus e do mundo novo, por ele prometido, impede que o discípulo se instale na situação presente; e por outro lado, evita que o discípulo desanime, achando que o projeto de Jesus é difícil, distante e inviável. A comunidade deve sempre tomar cuidado para não relaxar ou dar mau exemplo, assumindo os vícios da sociedade injusta (embriaguez, preocupações com a vida). A vida desregrada e o envolvimento com os bens materiais abafam a mensagem de Jesus e não nos permitem instaurar o Reino de Deus. O Reino e a vinda do Filho do Homem estão presentes em cada acontecimento da história da salvação. O julgamento está sempre se realizando na história. A cada momento, a injustiça vai sendo desmascarada, e os injustos são pegos de surpresa. A comunidade deve, portanto, estar sempre de prontidão, praticando a justiça. Sua força virá da vigilância e da oração. Nosso modelo é Jesus de Nazaré, o Vigilante por excelência, sempre pronto para fazer a vontade do Pai. Oração Ó Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tua mensagem nos previne contra a excessiva preocupação com as coisas deste mundo. Elas podem nos desviar dos verdadeiros valores do Evangelho. Ajuda-nos, Senhor, a ser perseverantes na prática do bem e entusiastas construtores do teu Reino. Amém.

quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Lucas 21, 29-33 Estejam atentos.

29Jesus contou-lhes uma parábola: “Olhai a figueira e todas as árvores. 30Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto. 31Vós também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. 32Em verdade eu vos digo, tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração. 33O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”. Comentário: * 29-38: Tarefa urgente do discípulo é testemunhar sem esmorecer, continuando a ação de Jesus. A espera da plena manifestação de Jesus e do mundo novo, por ele prometido, impede que o discípulo se instale na situação presente; e por outro lado, evita que o discípulo desanime, achando que o projeto de Jesus é difícil, distante e inviável. Jesus avisa: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão”. A presença e a incidência das comunidades cristãs no mundo são testemunho de que as palavras de Jesus continuam válidas e atuais. A parábola da figueira é um alerta para a realidade do Reino de Deus que está sempre se aproximando. O Reino de Deus nada mais é do que a justiça que anuncia e denuncia, provocando transformações em todos os níveis de relações humanas. O Reino se aproxima e torna-se presente sempre que a justiça triunfa, criando relações determinadas pelo espírito de partilha e fraternidade, levando todos a usufruírem a liberdade e a vida. A mensagem é de esperança e libertação: o Filho do Homem tem nas mãos as rédeas da história e libertará todos os que lhe são fiéis na construção da nova história. Oração Senhor Jesus, falas da realidade da história, que é tecida de fatos trágicos e dolorosos, mas também de acontecimentos portadores de alegria e esperança. A construção do Reino de Deus passa necessariamente por esses movimentos. O que nos importa é nunca abandonarmos teus planos de amor. Amém.