sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Lucas 16, 9-15 Tomar uma atitude prudente.

9″Usai o dinheiro injusto para fazer amigos, pois, quando acabar, eles vos receberão nas moradas eternas. 10Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas também é injusto nas grandes. 11Por isso, se vós não sois fiéis no uso do dinheiro injusto, quem vos confiará o verdadeiro bem? 12E se não sois fiéis no que é dos outros, quem vos dará aquilo que é vosso? 13Ninguém pode servir a dois senhores, porque, ou odiará um e amará o outro, ou se apegará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro”. Jesus e a Lei - 14Os fariseus, que eram amigos do dinheiro, ouviam tudo isso e riam de Jesus. 15Então Jesus lhes disse: “Vós gostais de parecer justos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações. Com efeito, o que é importante para os homens é detestável para Deus”. Comentário: * 9-13: Os vv. 9-13 fazem diversas aplicações da parábola. O v. 9 recomenda o uso da riqueza em favor dos pobres. Os vv. 10-12 mostram que é impossível ser fiel nas grandes coisas, quando somos negligentes nas pequenas. E o v. 13 urge uma decisão: escolher entre o serviço a Deus e o serviço às riquezas (cf. nota em Mt 6,19-24). * 14-18: A lei é o tema destas sentenças. Os fariseus disfarçam a própria ambição com observâncias externas, mas não são justos diante de Deus. Com Jesus chegou a plenitude da Lei e o Reino de Deus, e, para nele entrar, é preciso uma decisão. Jesus nos recomenda o correto uso do dinheiro para vivermos honestamente. O dinheiro pode corromper. Então, cuidado com a sua administração. Quem desvia pequena quantia é capaz de desviar grandes somas. A sociedade, infelizmente, está repleta de maus exemplos de corrupção desse tipo! O dinheiro pode tornar-se um ídolo sedutor e ocupar o lugar de Deus. Ora, com Deus é impossível qualquer espécie de concorrência. Ele é o único Senhor. Quanto aos fariseus, “amigos do dinheiro”, Jesus os adverte, porque nutrem outra forma de ganância, isto é, acumulam obras de observância pensando adquirir, com elas, direitos sobre Deus ou direitos à recompensa de Deus e à estima dos homens. “O Senhor detesta o arrogante” (Pr 16,5). Escolha sábia é usar o dinheiro para criar verdadeira fraternidade humana. Oração Ó Jesus, divino Mestre, recomendas a teus discípulos usar o dinheiro a serviço dos outros. A riqueza não é para ser endeusada, mas partilhada com os necessitados. Liberta-nos, Senhor, da escravidão dos bens terrenos, para nos sentirmos alegremente livres para o serviço do Reino. Amém.

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

Lucas 16, 1-8 Tomar uma atitude prudente.

1Jesus disse aos discípulos: “Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. 2Ele o chamou e lhe disse: ‘Que é isso que ouço a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens’. 3O administrador então começou a refletir: ‘O senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. 4Ah! Já sei o que fazer, para que alguém me receba em sua casa quando eu for afastado da administração’. 5Então ele chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão. E perguntou ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu patrão?’ 6Ele respondeu: ‘Cem barris de óleo!’ O administrador disse: ‘Pega a tua conta, senta-te depressa e escreve cinquenta!’ 7Depois ele perguntou a outro: ‘E tu, quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. O administrador disse: ‘Pega tua conta e escreve oitenta’. 8E o senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz”. Comentário: * 1-8: Jesus elogia o administrador, que soube tomar atitude prudente. O Reino de Deus já chegou: é preciso tomar uma atitude antes que seja tarde demais; converter-se e viver conforme a mensagem de Jesus. Um administrador desonesto que age com esperteza. Sua desonestidade está no fato de esbanjar os bens do patrão (atitude de injustiça), e não propriamente na redução das dívidas. Tratava-se de uma comissão que lhe cabia por direito e que ele poderia usar como bem entendia. O que se elogia, em todo caso, não é a desonestidade, sempre abominável. O que se quer destacar é a sagacidade do administrador, com vista a não ficar na rua quando fosse despedido. Jesus adverte que os maus (filhos deste mundo) “são mais espertos no trato com sua gente do que os filhos da luz”. Uma parábola chocante, capaz de mexer com o brio de todo cristão. Dado que somos filhos da luz, precisamos administrar o tempo e os bens deste mundo na justa medida, conforme os valores do Reino. Oração Ó Jesus Mestre, a parábola do gerente desonesto nos ensina a ser espertos e empenhados com relação ao Reino de Deus. A capacidade de pronta decisão é o que gostarias de encontrar nos teus discípulos. Torna-nos, Senhor, bons investidores para o futuro, praticando a misericórdia. Amém.

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Lucas 15, 1-10 Jesus provoca escândalo.

2Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus: “Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles”. A ovelha perdida - 3Então, Jesus contou-lhes esta parábola: 4“Se um de vós tem cem ovelhas e perde uma, não deixa as noventa e nove no deserto e vai atrás daquela que se perdeu até encontrá-la? 5Quando a encontra, coloca-a nos ombros com alegria 6e, chegando a casa, reúne os amigos e vizinhos e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a minha ovelha que estava perdida!’ 7Eu vos digo, assim haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão. A moeda perdida - 8E, se uma mulher tem dez moedas de prata e perde uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e a procura cuidadosamente até encontrá-la? 9Quando a encontra, reúne as amigas e vizinhas e diz: ‘Alegrai-vos comigo! Encontrei a moeda que tinha perdido!’ 10Por isso, eu vos digo, haverá alegria entre os anjos de Deus por um só pecador que se converte”. Comentário: * 15,1-2: O capítulo 15 de Lucas é o coração de todo o Evangelho (= Boa Notícia). Aí vemos que o amor do Pai é o fundamento da atitude de Jesus diante dos homens. Respondendo à crítica daqueles que se consideram justos, cheios de méritos, e se escandalizam da solidariedade para com os pecadores, Jesus narra três parábolas. A primeira e a segunda mostram a atitude de Deus em Jesus, questionando a hipocrisia dos homens. A terceira tem dois aspectos: o processo de conversão do pecador e o problema do "justo" que resiste ao amor do Pai. * 3-7: A parábola não quer dizer que Deus prefere o pecador ao justo, ou que os justos sejam hipócritas. Ela ressalta o mistério do amor do Pai que se alegra em acolher o pecador arrependido ao lado do justo que persevera. * 8-10: A mulher é pobre e precisa da moeda para sobreviver. O amor de Deus torna-o vitalmente necessitado de encontrar a pessoa perdida, para levá-la à alegria da comunhão no amor. Jesus come com os pecadores. Comer em companhia de alguém significa criar comunidade, participar do seu modo de pensar. Com essa atitude, Jesus confronta os fariseus, que dividiam a sociedade em duas categorias: bons(os observantes da Lei, como eles) e maus (o povo simples, que eles desprezavam). Cem ovelhas e dez moedas indicam unidade. Jesus quer uma humanidade indivisível; não se pode dividir o mundo em sagrado (os bons) e em profano (os maus). Deus não se conforma com a perda de alguma de suas criaturas. Invertem-se os valores: pela misericórdia de Deus, os que não têm voz nem vez, os excluídos pela sociedade, também religiosa, quando se convertem ao Reino, são capazes de fazer festa e de partilhar com os outros. Deus, por sua vez, alegra-se com a reintegração de todos na Aliança. Oração Ó misericordioso Jesus, a todos acolhes com bondade, mas dás preferência aos pecadores que se convertem. Nas parábolas da misericórdia, salientas que o céu promove grande festa quando “um só pecador se converte”. Ajuda-nos, Senhor, a ser compreensivos com quem deseja retomar os caminhos de Deus. Amém.

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Lucas 14, 25-33 Para ser discípulo de Jesus.

25Grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele lhes disse: 26“Se alguém vem a mim, mas não se desapega de seu pai e sua mãe, sua mulher e seus filhos, seus irmãos e suas irmãs e até da sua própria vida, não pode ser meu discípulo. 27Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim não pode ser meu discípulo. 28Com efeito, qual de vós, querendo construir uma torre, não senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? Caso contrário, 29ele vai lançar o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso começarão a caçoar, dizendo: 30‘Este homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’ 31Ou ainda, qual o rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se, com dez mil homens, poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32Se ele vê que não pode, enquanto o outro rei ainda está longe, envia mensageiros para negociar as condições de paz. 33Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!” Comentário: * 25-35: Seguir a Jesus e continuar o seu projeto (= ser discípulo) é viver um clima novo na relação com as pessoas, com as coisas materiais e consigo mesmo. Trata-se de assumir com liberdade e fidelidade a condição humana, sem superficialismo, conveniência ou romantismo. O discípulo de Jesus deve ser realista, a fim de evitar ilusões e covardias vergonhosas. Jesus exige disponibilidade total de quem quer segui-lo. Não se trata de passar algumas horas com o Mestre para ouvir dele uma palestra interessante; tampouco consiste em assistir a uma sessão de curas espetaculares, capazes de despertar a admiração dos espectadores ou deixá-los boquiabertos. Seguir a Jesus implica abandonar todas as seguranças, representadas pela família e pela própria vida, isto é, por um estilo de vida que comporta administração de bens, ligada não raro à prática da injustiça. Portanto, o que se requer do discípulo é sua total disponibilidade para segui-lo até a morte por causa da justiça. Em nenhum momento, Jesus diz que essa escolha é fácil. Por isso, ele recomenda, mediante as duas parábolas, que se façam os cálculos corretos antes de tomar a decisão de segui-lo. Oração Divino Mestre, tua mensagem se dirige à multidão, e não apenas a um grupo especial. Quer dizer que as exigências do Reino de Deus valem para todos. Concede-nos, Senhor, sabedoria e disposição para nos colocarmos inteiramente a serviço do teu Reino de justiça, amor e solidariedade. Amém.

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Mateus 25, 31-46 O juízo final.

31“Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. 32Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. 33E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. 34Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que meu Pai vos preparou desde a criação do mundo! 35Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu era estrangeiro e me recebestes em casa; 36eu estava nu e me vestistes; eu estava doente e cuidastes de mim; eu estava na prisão e fostes me visitar’. 37Então os justos lhe perguntarão: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Com sede e te demos de beber? 38Quando foi que te vimos como estrangeiro e te recebemos em casa, e sem roupa e te vestimos? 39Quando foi que te vimos doente ou preso e fomos te visitar?’ 40Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo que, todas as vezes que fizestes isso a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizestes!’ 41Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. 42Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber; 43eu era estrangeiro e não me recebestes em casa; eu estava nu e não me vestistes; eu estava doente e na prisão e não fostes me visitar’. 44E responderão também eles: ‘Senhor, quando foi que te vimos com fome ou com sede, como estrangeiro ou nu, doente ou preso, e não te servimos?’ 45Então o Rei lhes responderá: ‘Em verdade eu vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’ 46Portanto, estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna”. Comentário: * 31-46: Esta é a única cena dos Evangelhos que mostra qual será o conteúdo do juízo final. Os homens vão ser julgados pela fé que tiveram em Jesus. Fé que significa reconhecimento e compromisso com a pessoa concreta de Jesus. Porém, onde está Jesus? Está identificado com os pobres e oprimidos, marginalizados por uma sociedade baseada na riqueza e no poder. Por isso, o julgamento será sobre a realização ou não de uma prática de justiça em favor da libertação dos pobres e oprimidos. Esta é a prática central da fé, desde o início apresentado por Mateus como o cerne de toda a atividade de Jesus: "cumprir toda a justiça" (3,15). É a condição para participar da vida do Reino. A comemoração dos Fiéis Defuntos conheceu ampla expansão a partir de 988, com Santo Odilon (abade de Cluny, França). Ora, milhares de mosteiros beneditinos dependiam de Cluny, e esse fato estendeu essa comemoração para outras partes da Europa. Em Roma, a celebração estabeleceu-se oficialmente em 1311. O Catecismo da Igreja Católica apresenta o sentido dessa comemoração: “A Igreja terrestre, desde os tempos primevos da religião cristã, venerou com grande piedade a memória dos defuntos […] Já que é um pensamento santo e salutar rezar pelos defuntos para que sejam perdoados de seus pecados (2Mc 12,46), a Igreja também oferece sufrágios em favor deles” (n. 958). Jesus indica a prática do amor fraterno como caminho certo “para a vida eterna”. Oração Senhor Jesus, desceste do céu para fazer a vontade do Pai, e o desejo do Pai celeste é que ressuscites a todos os que te procuram de coração sincero. Confiantes e cheios de esperança, prosseguimos nossa jornada terrena, certos de que nos ressuscitarás no último dia. Amém.

Romanos 8, 14-23 Filhos e herdeiros.

14todos aqueles que se deixam conduzir pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. 15De fato, vós não recebestes um espírito de escravos, para recairdes no medo, mas recebestes um espírito de filhos adotivos, no qual todos nós clamamos: Abá, ó Pai! 16O próprio Espírito se une ao nosso espírito para nos atestar que somos filhos de Deus. 17E, se somos filhos, somos também herdeiros – herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo; se realmente sofremos com ele, é para sermos também glorificados com ele. Esperando um mundo novo - 18Eu entendo que os sofrimentos do tempo presente nem merecem ser comparados com a glória que deve ser revelada em nós. 19De fato, toda a criação está esperando ansiosamente o momento de se revelarem os filhos de Deus. 20Pois a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua livre vontade, mas por sua dependência daquele que a sujeitou; 21também ela espera ser libertada da escravidão da corrupção e, assim, participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus. 22Com efeito, sabemos que toda a criação, até o tempo presente, está gemendo como que em dores de parto. 23E não somente ela, mas nós também, que temos os primeiros frutos do Espírito, estamos interiormente gemendo, aguardando a adoção filial e a libertação para o nosso corpo. Comentário: * 14-17: Contrapondo-se ao egoísmo, a ação do Espírito cria um novo tipo de relacionamento dos homens entre si e com Deus: a relação de família. Agora podemos chamar Deus de Pai, pois somos seus filhos. E isso é a base para as relações sociais recompostas: o clima de família se alastra, porque todos são irmãos. A herança prometida por Deus aos "que são guiados pelo Espírito" consiste em participar do Reino. Mas isso implica a seriedade de um testemunho, como o de Jesus Cristo. * 18-27: A luta contra o egoísmo é possível para aqueles que entraram no âmbito do Espírito. Essa luta não terminou, mas está em contínuo processo: vivemos na esperança de conseguir a vitória final. Esse anseio é universal e se expressa nos clamores da natureza e do homem. A natureza espera ser libertada do uso egoísta, para ser partilhada e colocada a serviço de todos. Os homens esperam ser libertos de toda exploração e opressão que escravizam seus corpos, a fim de sempre mais se projetarem gratuitamente a serviço dos irmãos. Entretanto, a salvação plena é uma realidade futura e inimaginável. Cegos pelo sistema egoísta, muitas vezes não conseguimos enxergar o caminho. É o clamor do Espírito que nos dirige, então, orientando-nos conforme a vontade de Deus.

domingo, 31 de outubro de 2021

Lucas 14 , 12-14 A verdadeira honra.

12Dizia Jesus ao chefe dos fariseus que o tinha convidado: “Quando tu deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos. Pois estes poderiam também convidar-te e isso já seria a tua recompensa. 13Pelo contrário, quando deres uma festa, convida os pobres, os aleijados, os coxos, os cegos. 14Então tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos”. Comentário: * 7-14: Nos vv. 8-11, Jesus critica o conceito de honra baseado no orgulho e ambição, que geram aparências de justiça, mas escondem os maiores contrastes sociais. A honra do homem depende de Deus, o único que conhece a situação real e global do homem; essa honra supera a crença que o homem pode ter nos seus próprios méritos. Nos vv. 12-14, Jesus mostra que o amor verdadeiro não é comércio, mas serviço gratuito, pois o pobre não pode pagar e o inimigo não pode merecer. Só Deus pode retribuir ao amor gratuito. Somos influenciados por uma sociedade mercantilista, na qual tudo tem preço, nada se faz sem pagamento. Essa mentalidade afeta também os cristãos, não obstante os insistentes convites de Jesus a embrenharmo-nos pelos caminhos da gratuidade. É a lição que nos vem do Evangelho de hoje. A orientação do Mestre é fazer o bem aos que não podem retribuir com a mesma moeda. Acudir generosamente aos fracos e praticar a caridade desinteressada são exercícios salutares e recomendáveis para nos assemelharmos a Jesus, que tudo ofereceu, sem nada esperar em troca. Não se trata apenas de repartir bens materiais, mas podemos incluir, entre as dádivas, o tempo, a compreensão, o bom conselho. Além de experimentar alegria pelo gesto em si, seremos beneficiados com a recompensa na “ressurreição dos justos”. Oração Senhor Jesus, por trás de nossas atitudes pode haver interesses: agradar o outro, mostrar que somos pessoas de bem, obter recompensa. Esse caminho não combina com a proposta do Reino. Impulsiona-nos, Senhor, a agir para agradar a Deus, sabendo que a recompensa virá “na ressurreição dos justos”. Amém.