segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Lucas 10, 21-24 Os pobres evangelizam.

21Naquele momento, Jesus exultou no Espírito Santo e disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 22Tudo me foi entregue pelo meu Pai. Ninguém conhece quem é o Filho, a não ser o Pai; e ninguém conhece quem é o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar”. 23Jesus voltou-se para os discípulos e disse-lhes em particular: “Felizes os olhos que veem o que vós vedes! 24 Pois eu vos digo que muitos profetas e reis quiseram ver o que estais vendo e não puderam ver; quiseram ouvir o que estais ouvindo e não puderam ouvir”.

Comentário:

* 21-24: Os sábios e inteligentes não são capazes de perceber em Jesus a presença do Reino. Só os desfavorecidos e pobres conseguem penetrar o sentido da atividade de Jesus e continuá-la.

Em suas pregações, Jesus fala frequentemente de sua intimidade com o Pai. Ao mesmo tempo, exulta “no Espírito Santo” por ver as multidões que recorrem a ele em busca de alimento espiritual, libertação, vida plena. Não são os estudiosos das Escrituras que vêm pedir a Jesus esclarecimentos sobre passagens bíblicas; não são os Mestres da Lei que o consultam para saber sua opinião sobre as “pesadas cargas” que colocam nos ombros do povo. Seus seguidores são os pobres, os oprimidos, os pecadores. Entre esses marginalizados da sociedade é que Jesus encontra ouvidos atentos e disposição para serem seus discípulos. Por isso, ao proclamar as bem-aventuranças, Jesus exclama: “Felizes vocês, os pobres, porque de vocês é o Reino de Deus” (Lc 6,20).

Oração
Senhor Jesus, exultamos com a tua imensa alegria, que brota do Espírito Santo. Manifestas tua predileção pelos pequeninos, que se abrem para acolher tua mensagem de salvação, e aborreces os que se julgam autossuficientes,  recusando tua missão libertadora. Aceita-nos, Senhor, entre os teus pequeninos. Amém.

 

domingo, 29 de novembro de 2020

Mateus 4, 18-22 Seguir a Jesus é comprometer-se.

 18Jesus andava à beira do mar da Galileia, quando viu dois irmãos: Simão, chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam lançando a rede ao mar, pois eram pescadores. 19Jesus disse a eles: “Segui-me, e eu farei de vós pescadores de homens”. 20Eles, imediatamente, deixaram as redes e o seguiram. 21Caminhando um pouco mais, Jesus viu outros dois irmãos: Tiago, filho de Zebedeu, e seu irmão João. Estavam na barca com seu pai, Zebedeu, consertando as redes. Jesus os chamou. 22Eles, imediatamente, deixaram a barca e o pai e o seguiram.

Comentário:

* 18-22: Cf. nota em Mc 1,16-20 16-20: O chamado dos primeiros discípulos é um convite aberto a todos os que ouvem as palavras de Jesus. Simão e André deixam a profissão; Tiago e João deixam a família... Seguir a Jesus implica deixar as seguranças que possam impedir o compromisso com uma ação transformadora.

Há duas tradições a respeito da vocação de André. Em Mc 1,16ss., foi chamado juntamente com Pedro, quando estavam pescando no mar da Galileia. Segundo Jo 1,40ss., foi chamado juntamente com outro discípulo do Batista, que apontou Jesus como o “Cordeiro de Deus”. André aparece no elenco dos doze apóstolos. Em Jo 6,8, é André quem informa sobre um menino que tem os pães e os peixes que logo são partilhados entre todos. Em Jo 12,22, André atua como mediador entre Jesus e os gregos que pedem uma entrevista com Jesus. Algumas tradições referem que André desenvolveu seu ministério apostólico na Grécia e na Ásia Menor. Segundo tais tradições, morreu mártir em Patras, sobre uma cruz disposta em X. Suas relíquias, levadas a Roma em 1462, foram restituídas à Grécia pelo Papa Paulo VI.

Oração
Ó Jesus, luz do mundo, escolheste o pescador André para fazer dele “pescador de gente”. Abandonando a profissão do pai, com quem trabalhava, André incorporou o grupo dos apóstolos. E com eles foi preparado para divulgar, mundo afora, a Boa Notícia do Reino de Deus. Amém.

 

sábado, 28 de novembro de 2020

Marcos 13, 33-37 Fiquem vigiando

  33“Cuidado! Ficai atentos, porque não sabeis quando chegará o momento. 34É como um homem que, ao partir para o estrangeiro, deixou sua casa sob a responsabilidade de seus empregados, distribuindo a cada um sua tarefa. E mandou o porteiro ficar vigiando. 35Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem: à tarde, à meia-noite, de madrugada ou ao amanhecer. 36Para que não suceda que, vindo de repente, ele vos encontre dormindo. 37O que vos digo, digo a todos: vigiai!”

Comentário

* 28-37: Somente agora Jesus responde à pergunta dos discípulos (v. 4). Mas, em vez de dizer “quando” ou “como” acontecerá o fim, ele indica apenas como o discípulo deve se comportar na história. A tarefa do discípulo é testemunhar sem desanimar, continuando a ação de Jesus. A espera da plena manifestação de Jesus e do mundo novo por ele prometido impede, de um lado, que o discípulo se instale na situação presente; de outro, evita que o discípulo desanime, achando que o projeto de Jesus é difícil, distante e inviável.

Iniciamos o Tempo do Advento com forte apelo à vigilância. Para ilustrar esse tema, o autor conta uma parábola: o dono da casa vai viajar e deixa seus servos responsáveis pelo cuidado da casa e dos negócios até que ele volte. O momento da volta, porém, é incerto, por isso a necessidade de ficarem “acordados”. A ausência do dono pode ser uma metáfora da ausência de Cristo, entre a primeira e a segunda vinda. Durante essa ausência, Cristo confia sua causa a nós, sua comunidade. Não sabemos quando ele voltará para pedir contas do serviço que nos confiou, daí o apelo à vigilância: não nos acomodando, mas levando em frente a tarefa que nos confiou. O apelo desse evangelho é muito interessante, porque nos anima a estar sempre olhando para a frente, atuando, alimentando a esperança de um futuro sempre melhor. Quem não vive nessa perspectiva de espera acaba se acomodando, muitas vezes perdendo até o sentido da existência. É o desânimo de quem não espera mais nada na vida.

Oração
Senhor Jesus, dá-nos a consciência de que nossa vida aqui na terra é passageira. E de que não sabemos a hora e as circunstâncias de nossa passagem para a eternidade. Por isso, te pedimos: mantém-nos atentos e empenhados em praticar constantemente os teus ensinamentos. Amém.

1 Coríntios 1, 3-9 Endereço e saudação.

 3Graça e paz a vocês da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 

Agradecimento - 4Dou graças a Deus sempre a vosso respeito, por causa da graça que Deus vos concedeu em Cristo Jesus: 5nele fostes enriquecidos em tudo, em toda palavra e em todo conhecimento, 6à medida que o testemunho sobre Cristo se confirmou entre vós. 7Assim, não tendes falta de nenhum dom, vós que aguardais a revelação do Senhor nosso, Jesus Cristo. 8É ele também que vos dará perseverança em vosso procedimento irrepreensível até o fim, até o dia de nosso Senhor, Jesus Cristo. 9Deus é fiel; por ele fostes chamados à comunhão com seu Filho, Jesus Cristo, Senhor nosso.

Comentário:

* 1-3: Desde o início, Paulo já salienta o aspecto da unidade, que é um dos temas fundamentais da carta: o único Senhor das igrejas é Jesus Cristo.

* 4-9: A evangelização da comunidade de Corinto foi completa: ela recebeu a riqueza do Evangelho e da sabedoria da vida cristã. Este é outro tema importante da carta. Resta à comunidade perseverar no testemunho de Jesus Cristo até o fim.

sexta-feira, 27 de novembro de 2020

Lucas 21, 34-36 Estejam atentos.

  34“Tomai cuidado para que vossos corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida e esse dia não caia de repente sobre vós; 35pois esse dia cairá como uma armadilha sobre todos os habitantes de toda a terra. 36Portanto, ficai atentos e orai a todo momento, a fim de terdes força para escapar de tudo o que deve acontecer e para ficardes em pé diante do Filho do Homem”.

Comentário:

* 29-38: Tarefa urgente do discípulo é testemunhar sem esmorecer, continuando a ação de Jesus. A espera da plena manifestação de Jesus e do mundo novo, por ele prometido, impede que o discípulo se instale na situação presente; e por outro lado, evita que o discípulo desanime, achando que o projeto de Jesus é difícil, distante e inviável.

Na conclusão do Ano litúrgico, o Senhor nos incentiva a perseverar na prática do bem. O ser humano tende facilmente a abandonar a vivência das virtudes e a acomodar-se nos braços da preguiça. Os vícios e as preocupações da vida nos roubam o tempo que poderíamos aplicar à vida de oração e à construção de relações fraternas saudáveis. Vigilância e oração, temas fortes e frequentes no tempo do Advento, são recomendações de Jesus para nossa vida. A oração perseverante coloca-nos em sintonia com Deus, atentos aos seus projetos, sem medo de sua visita. Nosso modelo de vigilância é Jesus Cristo, sempre pronto a fazer a vontade do Pai: “Faço sempre o que lhe agrada” (Jo 8,29). Aos cristãos de Tessalônica, o apóstolo Paulo recomendava: “Não vos canseis de fazer o bem” (2Ts 3,13).

Oração
Ó Jesus Mestre, Caminho, Verdade e Vida, tua mensagem nos previne contra a excessiva preocupação com as coisas deste mundo. Elas podem nos desviar dos verdadeiros valores do evangelho. Ajuda-nos, Senhor, a ser perseverantes na prática do bem e entusiastas construtores do teu Reino. Amém.

quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Lucas 21, 29-33 Estejam atentos.

 29Jesus contou-lhes uma parábola: “Olhai a figueira e todas as árvores. 30Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto. 31Vós também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. 32Em verdade eu vos digo, tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração. 33O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”.

Comentário:
* 29-38: Tarefa urgente do discípulo é testemunhar sem esmorecer, continuando a ação de Jesus. A espera da plena manifestação de Jesus e do mundo novo, por ele prometido, impede que o discípulo se instale na situação presente; e por outro lado, evita que o discípulo desanime, achando que o projeto de Jesus é difícil, distante e inviável.

A parábola da figueira se refere à proximidade do Reino de Deus. É possível aplicá-la à queda de Jerusalém e ao julgamento final (parusia). É mensagem de esperança e libertação. A destruição de Jerusalém forçou a Igreja a desprender-se do judaísmo e abrir-se decididamente aos povos do mundo inteiro: “Serão minhas testemunhas… até os extremos da terra” (At 1,8). Toda evangelização é uma forma de manter esse Reino sempre presente e eficaz. Portanto, a presença efetiva do Reino de Deus e a chegada do dia do Senhor, a certeza das palavras que não passam, tudo isso exige de nós prontidão, vigilância e oração. As palavras de Jesus continuam vivas e atuais, tão poderosas e persuasivas que muitas pessoas, por sua influência, entregam a vida pelo anúncio do evangelho.

Oração
Senhor Jesus, falas da realidade da história, que é tecida de fatos trágicos e dolorosos, mas também de acontecimentos portadores de alegria e esperança. A construção do Reino de Deus passa necessariamente por esses movimentos. O que nos importa é nunca abandonarmos teus planos de amor. Amém.

 

quarta-feira, 25 de novembro de 2020

Lucas 21, 20-28 Fim da separação

 20“Quando virdes Jerusalém cercada de exércitos, ficai sabendo que a sua destruição está próxima. 21Então, os que estiverem na Judeia devem fugir para as montanhas; os que estiverem no meio da cidade devem afastar-se; os que estiverem no campo não entrem na cidade. 22Pois esses dias são de vingança, para que se cumpra tudo o que dizem as Escrituras. 23Infelizes das mulheres grávidas e daquelas que estiverem amamentando naqueles dias, pois haverá uma grande calamidade na terra e ira contra este povo. 24Serão mortos pela espada e levados presos para todas as nações, e Jerusalém será pisada pelos infiéis, até que o tempo dos pagãos se complete. 25Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas. Na terra, as nações ficarão angustiadas, com pavor do barulho do mar e das ondas. 26Os homens vão desmaiar de medo só em pensar no que vai acontecer ao mundo, porque as forças do céu serão abaladas. 27Então eles verão o Filho do Homem vindo numa nuvem com grande poder e glória. 28Quando essas coisas começarem a acontecer, levantai-vos e erguei a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”.

Comentário:

* 20-24: Lucas descreve a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. Esse acontecimento marca o final da história do povo da Antiga Aliança. Daí para a frente não há mais separação entre judeus e pagãos: o povo de Deus da Nova Aliança será construído por pessoas vindas de todos os povos da terra.

* 25-28: Cf. nota em Mc 13,24-27 A queda de Jerusalém manifesta e antecipa o julgamento com que Deus acompanha toda a história, e que se consumará no fim dos tempos. O Filho do Homem é Jesus que, pela sua morte e ressurreição, testemunhadas pelos discípulos, irá reunir todo o povo de Deus (cf. Dn 7,13-14).

A primeira parte anuncia a destruição de Jerusalém, entre os anos 66 e 70 de nossa era. A cidade foi “cercada de exércitos”, e os sobreviventes foram “levados presos para todas as nações”. A história registra que, de fato, muitos judeus foram vendidos como escravos. Depois da queda de Jerusalém, a história continua. É o tempo da pregação a todas as nações (cf. Lc 24,47). É uma nova fase em que todos são convidados a formar o povo de Deus. A segunda parte faz referência ao julgamento final, que Jesus realizará por sua morte e ressurreição e pelo testemunho dos cristãos no mundo. Todos os poderes alicerçados na injustiça serão abalados, porque Jesus Cristo e os cristãos farão emergir a verdade e vão revolucionar a sociedade mediante a prática da justiça.

Oração
Ó Jesus Libertador, em cores vivas anuncias a destruição de Jerusalém, cidade que matou os antigos profetas e descartou tua amável presença. Revelas, ao mesmo tempo, que teus discípulos podem se abrir à esperança, afastando todo medo: “Ergam a cabeça, pois a libertação de vocês está próxima”. Amém.