quinta-feira, 28 de março de 2013

João 13, 1-15 Jesus veio para servir.

4 Então Jesus se levantou da mesa, tirou o manto, pegou uma toalha e amarrou-a na cintura. 5 Colocou água na bacia e começou a lavar os pés dos discípulos, enxugando com a toalha que tinha na cintura. 6 Chegou a vez de Simão Pedro. Este disse: Senhor, tu vais lavar os meus pés?” 7 Jesus respondeu: Você agora não sabe o que estou fazendo. Ficará sabendo mais tarde.” 8 Pedro disse: “Tu não vais lavar os meus pés nunca!” Jesus respondeu: “Se eu não o lavar, você não terá parte comigo.” 9 Simão Pedro disse: Senhor, então podes lavar não só os meus pés, mas até as mãos e a cabeça.” 10 Jesus falou: Quem tomou banho, só precisa lavar os pés, porque está todo limpo. Vocês também estão limpos, mas nem todos.” 11 Jesus sabia quem o iria trair; por isso é que ele falou: Nem todos vocês estão limpos.”
Quem segue Jesus deve servir - 12 Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto, sentou-se de novo e perguntou: Vocês compreenderam o que acabei de fazer? 13 Vocês dizem que eu sou o Mestre e o Senhor. E vocês têm razão; eu sou mesmo. 14 Pois bem: eu, que sou o Mestre e o Senhor, lavei os seus pés; por isso vocês devem lavar os pés uns dos outros. 15 Eu lhes dei um exemplo: vocês devem fazer a mesma coisa que eu fiz.
Comentário:
* 1-17: A morte de Jesus abre a passagem para o Pai, e testemunha o amor supremo que mostra o sentido de toda a sua vida. O gesto de Jesus é ensinamento: a autoridade só pode ser entendida como função de serviço aos outros. Pedro resiste, porque ainda acredita que a desigualdade é legítima e necessária, e não entende que o amor produz igualdade e fraternidade. Na comunidade cristã existe diferença de funções, mas todas elas devem concorrer para que o amor mútuo seja eficaz. Já não se justifica nenhum tipo de superioridade, mas somente a relação pessoal de irmãos e amigos.








quarta-feira, 27 de março de 2013

Mateus 26, 14-25 O Messias vai ser morto.

14 Então um dos Doze, chamado Judas Iscariotes, foi aos chefes dos sacerdotes, 15 e disse: “O que é que vocês me darão para eu entregar Jesus a vocês?” Combinaram, então, trinta moedas de prata. 16 E a partir desse momento, Judas procurava uma boa oportunidade para entregar Jesus.
O novo Cordeiro pascal -* 17 No primeiro dia dos ázimos, os discípulos se aproximaram de Jesus, e perguntaram: “Onde queres que façamos os preparativos para comermos a Páscoa?” 18 Jesus respondeu: “Vão à cidade, procurem certo homem, e lhe digam: ‘O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo, eu vou celebrar a Páscoa em sua casa, junto com os meus discípulos.’ ” 19 Os discípulos fizeram como Jesus mandou, e prepararam a Páscoa. 20 Ao cair da tarde, Jesus se pôs à mesa, com os doze discípulos. 21 Enquanto comiam, Jesus disse: “Eu lhes garanto: um de vocês vai me trair.” 22 Eles ficaram muito tristes e, um por um, começaram a lhe perguntar: “Senhor, será que sou eu?” 23 Jesus respondeu: “Quem vai me trair, é aquele que comigo põe a mão no prato. 24 O Filho do Homem vai morrer, conforme a Escritura fala a respeito dele. Porém, ai daquele que trair o Filho do Homem. Seria melhor que nunca tivesse nascido!” 25 Então Judas, o traidor, perguntou: “Mestre, será que sou eu?” Jesus lhe respondeu: “É como você acaba de dizer.”
Comentário:
* 1-16: Cf. nota em Mc 14,1-11 O Messias vai ser morto -* 1 Faltavam dois dias para a festa da Páscoa e para a festa dos Ázimos. Os chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei procuravam um modo esperto de prender Jesus e depois matá-lo. 2 Eles diziam: “A fim de que, durante a festa, não haja confusão no meio do povo.”
3 Jesus estava em Betânia, na casa de Simão, o leproso. Enquanto faziam a refeição, chegou uma mulher com um vaso de alabastro, cheio de um perfume de nardo puro, muito caro. Ela quebrou o vaso, e derramou o perfume na cabeça de Jesus. 4 Alguns que aí estavam ficaram com raiva, e comentavam: “Por que desperdiçar esse perfume? 5 O perfume poderia ser vendido por mais de trezentas moedas de prata, que poderiam ser dadas aos pobres.” E criticavam a mulher. 6 Mas Jesus disse a eles: “Deixem-na. Por que vocês a aborrecem? Ela está me fazendo uma coisa muito boa. 7 Vocês terão sempre os pobres com vocês, e poderão fazer-lhes o bem quando quiserem. Mas eu não vou estar sempre com vocês. 8 Ela fez o que podia: derramou perfume em meu corpo, preparando-o para a sepultura. 9 Eu garanto a vocês: por toda a parte, onde a Boa Notícia for pregada, também contarão o que ela fez, e ela será lembrada.”
10 Judas Iscariotes, um dos doze discípulos, foi ter com os chefes dos sacerdotes, para entregar Jesus. 11 Eles ficaram muito contentes quando ouviram isso, e prometeram dar dinheiro a Judas. Então Judas começou a procurar uma boa oportunidade para entregar Jesus.
* 1-11: A atividade de Jesus vai levá-lo à morte. Entre a conspiração das autoridades e a decisão que Judas toma de trair Jesus, temos o gesto significativo de uma mulher: reconhecendo o verdadeiro sentido da pessoa de Jesus, ela o unge como Messias (unção na cabeça) que vai morrer. O que ela faz é mais importante do que dar esmola aos pobres: não é possível realmente fazer o bem a eles a não ser dentro do projeto de Jesus. A ausência física de Jesus será depois ocupada pelos pobres, que se tornarão sacramento da presença dele.
* 17-25: Cf. nota em Mc 14,12-21 O novo Cordeiro pascal -* 12 No primeiro dia dos Ázimos, quando matavam os cordeiros para a Páscoa, os discípulos perguntaram a Jesus: “Onde queres que vamos preparar para que comas a Páscoa?” 13 Jesus mandou então dois de seus discípulos, dizendo: “Vão à cidade. Um homem carregando um jarro de água virá ao encontro de vocês. Sigam-no 14 e digam ao dono da casa onde ele entrar: ‘O Mestre manda dizer: Onde é a sala em que eu e os meus discípulos vamos comer a Páscoa?’ 15 Então ele mostrará para vocês, no andar de cima, uma sala grande, arrumada com almofadas. Preparem aí tudo para nós.” 16 Os discípulos saíram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus havia dito. E prepararam a Páscoa.
17 Ao cair da tarde, Jesus chegou com os Doze. 18 Enquanto estavam à mesa comendo, Jesus disse: “Eu garanto a vocês: um de vocês vai me trair. É alguém que come comigo.” 19 Os discípulos começaram a ficar tristes e, um depois do outro, perguntaram a Jesus: “Será que sou eu?” 20 Jesus lhes disse: “É um dos Doze. É aquele que põe comigo a mão no prato. 21 O Filho do Homem vai morrer, conforme diz a Escritura sobre ele. Contudo, ai daquele que trair o Filho do Homem! Seria melhor que nunca tivesse nascido!”
* 12-21: A celebração da Páscoa marcava a noite em que o povo de Deus foi libertado da escravidão do Egito. Jesus vai ser morto como o novo cordeiro pascal: sua vida e morte são o início de novo modo de vida, no qual não haverá mais escravidão do dinheiro e do poder.





terça-feira, 26 de março de 2013

João 12, 1-11 Jesus é ungido para a sepultura.

-* 1 Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi para Betânia, onde morava Lázaro, que ele havia ressuscitado dos mortos. 2 Aí ofereceram um jantar para Jesus. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Jesus. 3 Então Maria levou quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro. Ungiu com ele os pés de Jesus e os enxugou com seus cabelos. A casa inteira se encheu com o perfume. 4 Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que ia trair Jesus, disse: 5 “Por que esse perfume não foi vendido por trezentas moedas de prata, para dar aos pobres?” 6 Judas disse isso não porque se preocupava com os pobres, mas porque era um ladrão. Ele tomava conta da bolsa comum e roubava do que era depositado nela. 7 Jesus, porém, disse: “Deixe-a. Ela guardou esse perfume para me ungir no dia do meu sepultamento. 8 No meio de vocês sempre haverá pobres; enquanto eu não estarei sempre com vocês.”
9 Muitos judeus ficavam sabendo que Jesus estava aí em Betânia. Então foram aí não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Jesus havia ressuscitado dos mortos. 10 Então os chefes dos sacerdotes decidiram matar também Lázaro, 11 porque, por causa dele, muitos judeus deixavam seus chefes e acreditavam em Jesus.
Comentário:
* 1-11: O gesto de Maria prepara o corpo de Jesus para a morte, isto é, o ato final com que ele entregará sua vida em favor dos homens. Desperdício inútil? Judas desculpa sua própria avareza, disfarçando-a com uma preocupação paternalista pelos pobres. A comunidade que vive o espírito de Jesus será eminentemente uma comunidade de pobres e sempre aberta fraternalmente para os pobres.

segunda-feira, 25 de março de 2013

João 12, 1-11 Jesus é ungido para a sepultura.

-* 1 Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi para Betânia, onde morava Lázaro, que ele havia ressuscitado dos mortos. 2 Aí ofereceram um jantar para Jesus. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Jesus. 3 Então Maria levou quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro. Ungiu com ele os pés de Jesus e os enxugou com seus cabelos. A casa inteira se encheu com o perfume. 4 Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que ia trair Jesus, disse: 5 “Por que esse perfume não foi vendido por trezentas moedas de prata, para dar aos pobres?” 6 Judas disse isso não porque se preocupava com os pobres, mas porque era um ladrão. Ele tomava conta da bolsa comum e roubava do que era depositado nela. 7 Jesus, porém, disse: “Deixe-a. Ela guardou esse perfume para me ungir no dia do meu sepultamento. 8 No meio de vocês sempre haverá pobres; enquanto eu não estarei sempre com vocês.”
9 Muitos judeus ficavam sabendo que Jesus estava aí em Betânia. Então foram aí não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Jesus havia ressuscitado dos mortos. 10 Então os chefes dos sacerdotes decidiram matar também Lázaro, 11 porque, por causa dele, muitos judeus deixavam seus chefes e acreditavam em Jesus.
Comentário:
* 1-11: O gesto de Maria prepara o corpo de Jesus para a morte, isto é, o ato final com que ele entregará sua vida em favor dos homens. Desperdício inútil? Judas desculpa sua própria avareza, disfarçando-a com uma preocupação paternalista pelos pobres. A comunidade que vive o espírito de Jesus será eminentemente uma comunidade de pobres e sempre aberta fraternalmente para os pobres.





domingo, 24 de março de 2013

Filipenses 2, 6-11 O Evangelho autêntico.

6 Ele tinha a condição divina,

mas não se apegou a sua igualdade com Deus.

7 Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo,

assumindo a condição de servo

e tornando-se semelhante aos homens.

Assim, apresentando-se como simples homem,

8 humilhou-se a si mesmo,

tornando-se obediente até a morte,

e morte de cruz!

9 Por isso, Deus o exaltou grandemente,

e lhe deu o Nome

que está acima de qualquer outro nome;

10 para que, ao nome de Jesus,

se dobre todo joelho

no céu, na terra e sob a terra;

11 e toda língua confesse

que Jesus Cristo é o Senhor,

para a glória de Deus Pai.
Comentário:
* 5-11: Citando um hino conhecido, Paulo mostra qual é o Evangelho da cruz, o Evangelho autêntico, e apresenta em Cristo o modelo da humildade. Embora tivesse a mesma condição de Deus, Jesus se apresentou entre os homens como simples homem. E mais: abriu mão de qualquer privilégio, tornando-se apenas homem que obedece a Deus e serve aos homens. Não bastasse isso, Jesus serviu até o fim, perdendo a honra ao morrer na cruz, como se fosse criminoso. Por isso Deus o ressuscitou e o colocou no posto mais elevado que possa existir, como Senhor do universo e da história. Os cristãos são convidados a fazer o mesmo: abrir mão de todo e qualquer privilégio, até mesmo da boa fama, para pôr-se a serviço dos outros, até o fim.



Lucas 22, 14-23,56 A instituição da Eucaristia.

* 14 Quando chegou a hora, Jesus se pôs à mesa com os apóstolos. 15 E disse: “Desejei muito comer com vocês esta ceia pascal, antes de sofrer. 16 Pois eu lhes digo: nunca mais a comerei, até que ela se realize no Reino de Deus.” 17 Então Jesus pegou o cálice, agradeceu a Deus, e disse: “Tomem isto, e repartam entre vocês; 18 pois eu lhes digo que nunca mais beberei do fruto da videira, até que venha o Reino de Deus.”

19 A seguir, Jesus tomou um pão, agradeceu a Deus, o partiu e distribuiu a eles, dizendo: “Isto é o meu corpo, que é dado por vocês. Façam isto em memória de mim.” 20 Depois da ceia, Jesus fez o mesmo com o cálice, dizendo: “Este cálice é a nova aliança do meu sangue, que é derramado por vocês.
21 Mas vejam: a mão do homem que me atraiçoa está se servindo comigo, nesta mesa. 22 Sim, o Filho do Homem vai morrer, conforme Deus determinou, mas ai daquele homem que o está traindo!” 23 Então os apóstolos começaram a perguntar uns aos outros qual deles iria fazer tal coisa.
Pedro cai na tentação -* 56 Ora, uma criada viu Pedro sentado perto do fogo. Encarou-o bem, e disse: “Este aqui também estava com Jesus!”
Comentário
* 14-23: A última Páscoa celebrada por Jesus indica o sentido da sua morte: ele se entrega totalmente (corpo, sangue) em favor dos homens. Trata-se de gesto supremo de amor que liberta os homens de uma vida marcada pelo mal do egoísmo; só assim se constrói a Nova Aliança, que produz a sociedade fundada no dom de si para o bem de todos.
* 54-65: Enquanto Jesus é preso e conduzido à presença das autoridades, Pedro não tem coragem de confessar que é discípulo de Jesus diante de pessoas simples e inofensivas.

sábado, 23 de março de 2013

João 11, 41-56 Os poderosos procuram matar Jesus.

* 45 Então muitos judeus, que tinham ido à casa de Maria e que viram o que Jesus fez, acreditaram nele. 46 Alguns, porém, foram ao encontro dos fariseus e contaram o que Jesus tinha feito. 47 Então, os chefes dos sacerdotes e os fariseus reuniram o Conselho. E disseram: “Que é que vamos fazer? Esse homem está realizando muitos sinais. 48 Se deixamos que ele continue assim, todos vão acreditar nele; os romanos virão e destruirão o Templo e toda a nação.” 49 Um deles, chamado Caifás, sumo sacerdote nesse ano, disse: “Vocês não sabem nada. 50 Vocês não percebem que é melhor um só homem morrer pelo povo, do que a nação inteira perecer?” 51 Caifás não falou isso por si mesmo. Sendo sumo sacerdote nesse ano, profetizou que Jesus ia morrer pela nação. 52 E não só pela nação, mas também para reunir juntos os filhos de Deus que estavam dispersos. 53 A partir desse dia, as autoridades dos judeus decidiram matar Jesus. 54 Por isso, Jesus não andava mais em público entre os judeus. Retirou-se para uma região perto do deserto. Foi para uma cidade chamada Efraim, onde ficou com seus discípulos.
55 A Páscoa dos judeus estava próxima, e muita gente do campo foi a Jerusalém para purificar-se antes da Páscoa. 56 Eles procuravam Jesus, e quando se reuniram no Templo, comentavam: “Que é que vocês acham? Será que ele não vem para a festa?”
Comentário:
* 45-57: A comunicação da vida e liberdade é intolerável para um sistema opressor que gera a morte. As autoridades disfarçam sua hostilidade com a desculpa de que o bem da nação está em jogo. Apelam para a segurança nacional. Caifás apresenta a solução que, ironicamente, se tornou o coração da fé cristã: Jesus morrerá por todos. Matando a Jesus, o sistema opressor se denuncia e se destrói a si mesmo, abrindo a possibilidade da vida e liberdade para todos.

sexta-feira, 22 de março de 2013

João 10, 31-42 As credenciais de Jesus são as suas obras.

31 As autoridades dos judeus pegaram pedras outra vez para apedrejar Jesus. 32 Então Jesus disse: “Por ordem do meu Pai, tenho feito muitas coisas boas na presença de vocês. Por qual delas vocês me querem apedrejar?” 33 As autoridades dos judeus responderam: “Não queremos te apedrejar por causa de boas obras, e sim por causa de uma blasfêmia: tu és apenas um homem, e te fazes passar por Deus.”
34 Jesus disse: “Por acaso, não é na Lei de vocês que está escrito: ‘Eu disse: vocês são deuses’? 35 Ninguém pode anular a Escritura. Ora, a Lei chama de deuses as pessoas para as quais a palavra de Deus foi dirigida. 36 O Pai me consagrou e me enviou ao mundo. Por que vocês me acusam de blasfêmia, se eu digo que sou Filho de Deus? 37 Se não faço as obras do meu Pai, vocês não precisam acreditar em mim. 38 Mas se eu as faço, mesmo que vocês não queiram acreditar em mim, acreditem pelo menos em minhas obras. Assim vocês conhecerão, de uma vez por todas, que o Pai está presente em mim, e eu no Pai.” 39 Eles tentaram outra vez prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles.
O testemunho é eficaz -* 40 Jesus atravessou de novo o rio Jordão e foi para o lugar onde antes João ficava batizando. E aí ficou. 41 Muitos foram ao seu encontro. E diziam: “João não realizou nenhum sinal, mas tudo o que ele disse a respeito desse homem é verdade.” 42 E aí muitos acreditaram em Jesus.
Comentário:
* 22-39: Jesus define sua condição de Messias, apresentando-se como o Filho de Deus. As provas de seu messianismo não são teorias jurídicas, mas fatos concretos: suas ações comprovam que é Deus quem age nele.
* 40-42: O testemunho revela Jesus aos homens, levando-os a compreender que Jesus realiza o projeto de Deus (cf. 1,26-34).

quinta-feira, 21 de março de 2013

João 8, 51-59 Jesus é maior do que Abraão.

51 Eu garanto a vocês: se alguém guarda a minha palavra, jamais verá a morte.”
52 Os judeus disseram: “Agora sabemos que estás louco. Abraão morreu e os profetas também. E tu dizes: ‘se alguém guarda a minha palavra, nunca vai experimentar a morte’. 53 Por acaso, tu és maior que o nosso pai Abraão, que morreu? Os profetas também morreram. Quem é que pretendes ser?” 54 Jesus respondeu: “Se eu glorifico a mim mesmo, minha glória não vale nada. Quem me glorifica é o meu Pai, aquele que vocês dizem que é o Pai de vocês. 55 Vocês não o conhecem, mas eu o conheço. Se dissesse que não o conheço, eu seria mentiroso como vocês. Mas eu o conheço e guardo a palavra dele. 56 Abraão, o pai de vocês, alegrou-se porque viu o meu dia. Ele viu e encheu-se de alegria.” 57 Então os judeus disseram: “Ainda não tens cinqüenta anos, e viste Abraão?” 58 Jesus respondeu: “Eu garanto a vocês: antes que Abraão existisse, Eu Sou.” 59 Então eles pegaram pedras para atirar em Jesus. Mas Jesus se escondeu e saiu do Templo.
Comentário:
* 48-59: Abraão se alegrou com a promessa feita por Deus de que o futuro Messias iria sair da sua descendência (Gn 12,7; 15,2ss; Gl 3,16). Jesus vai muito além, e atribui a si mesmo o título do Deus do êxodo: “Eu Sou”.





quarta-feira, 20 de março de 2013

João 8, 31-42 A verdade liberta.

* 31 Então Jesus disse para as autoridades dos judeus que tinham acreditado nele: “Se vocês guardarem a minha palavra, vocês de fato serão meus discípulos; 32 conhecerão a verdade, e a verdade libertará vocês.” 33 Eles disseram: “«Nós somos descendentes de Abraão, e nunca fomos escravos de ninguém. Como podes dizer: 'vocês ficarão livres’?” 34 Jesus respondeu: “Eu garanto a vocês: quem comete o pecado, é escravo do pecado. 35 O escravo não fica para sempre na casa, mas o filho fica aí para sempre. 36 Por isso, se o Filho os libertar, vocês realmente ficarão livres. 37 Eu sei que vocês são descendentes de Abraão; no entanto, estão procurando me matar, porque minha palavra não entra na cabeça de vocês. 38 Eu falo das coisas que vi junto do Pai; vocês também devem fazer aquilo que ouvem do pai de vocês.”
A mentira escraviza -* 39 As autoridades dos judeus disseram a Jesus: “Nosso pai é Abraão.” Jesus disse: “Se vocês são filhos de Abraão, façam as obras de Abraão. 40 Agora, porém, vocês querem me matar, e o que eu fiz, foi dizer a verdade que ouvi junto de Deus. Isso Abraão nunca fez. 41 Vocês fazem a obra do pai de vocês.” Então eles replicaram: “Não somos filhos ilegítimos; só temos um pai, que é Deus.” 42 Jesus disse: “Se Deus fosse pai de vocês, vocês me amariam, porque eu saí de Deus e venho dele. Não vim pela minha própria vontade, mas foi ele que me enviou.
Comentário:
* 31-38: A verdade que liberta é aceitar a vida nova trazida por Jesus, que relativiza tudo aquilo que antes parecia absoluto: riqueza, poder, idéias, estruturas. A liberdade só é possível quando se rompe com uma ordem injusta, que impede a experiência do amor de Deus através do amor ao homem.
* 39-47: O diabo é aquele que se opõe à vontade de Deus e se absolutiza, ocupando o lugar de Deus e criando uma sociedade mentirosa e assassina, que adora ídolos opressores, e é incapaz de assimilar a mensagem libertadora de Jesus.



terça-feira, 19 de março de 2013

Mateus 1, 16.18-21.24a Jesus, o Messias, realiza as promessas de Deus.

16 Jacó foi o pai de José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Messias.
O começo de uma nova história -* 18 A origem de Jesus, o Messias, foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19 José, seu marido, era justo. Não queria denunciar Maria, e pensava em deixá-la, sem ninguém saber. 20 Enquanto José pensava nisso, o Anjo do Senhor lhe apareceu em sonho, e disse: “José, filho de Davi, não tenha medo de receber Maria como esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho, e você lhe dará o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados.”
24 Quando acordou, José fez conforme o Anjo do Senhor havia mandado: levou Maria para casa,
Comentário:
* 1-17: Em Jesus, continua e chega ao ápice toda a história de Israel. Sua árvore genealógica apresenta-o como descendente direto de Davi e Abraão. Como filho de Davi, Jesus é o Rei-Messias que vai instaurar o Reino prometido. Como filho de Abraão, ele estenderá o Reino a todos os homens, através da presença e ação da Igreja.
* 18-25: Jesus não é apenas filho da história dos homens. É o próprio Filho de Deus, o Deus que está conosco. Ele inicia nova história, em que os homens serão salvos (Jesus = Deus salva) de tudo o que diminui ou destrói a vida e a liberdade (os pecados).



segunda-feira, 18 de março de 2013

João 8, 1-11 Jesus não veio para condenar.

* 1 Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2 Ao amanhecer, ele voltou ao Templo, e todo o povo ia ao seu encontro. Então Jesus sentou-se e começou a ensinar. 3 Chegaram os doutores da Lei e os fariseus trazendo uma mulher, que tinha sido pega cometendo adultério. Eles colocaram a mulher no meio 4 e disseram a Jesus: “Mestre, essa mulher foi pega em flagrante cometendo adultério. 5 A Lei de Moisés manda que mulheres desse tipo devem ser apedrejadas. E tu, o que dizes?” 6 Eles diziam isso para pôr Jesus à prova e ter um motivo para acusá-lo. Então Jesus inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo. 7 Os doutores da Lei e os fariseus continuaram insistindo na pergunta. Então Jesus se levantou e disse: “Quem de vocês não tiver pecado, atire nela a primeira pedra.” 8 E, inclinando-se de novo, continuou a escrever no chão. 9 Ouvindo isso, eles foram saindo um a um, começando pelos mais velhos. E Jesus ficou sozinho. Ora, a mulher continuava ali no meio. 10 Jesus então se levantou e perguntou: “Mulher, onde estão os outros? Ninguém condenou você?” 11 Ela respondeu: “Ninguém, Senhor.” Então Jesus disse: “Eu também não a condeno. Pode ir, e não peque mais.”
Comentário:
* 1-11: Mais uma vez Jesus mostra que a pessoa humana está acima de qualquer lei. Os homens não podem julgar e condenar, porque nenhum deles está isento de pecado. O próprio Jesus não veio para julgar, pois o Pai não quer a morte do pecador, e sim que ele se converta e viva (Ez 18,23.32).

domingo, 17 de março de 2013

Filipenses 3, 8-14 O caminho da salvação.

8 E mais ainda: considero tudo uma perda, diante do bem superior que é o conhecimento do meu Senhor Jesus Cristo. Por causa dele perdi tudo, e considero tudo como lixo, a fim de ganhar Cristo, 9 e estar com ele. E isso, não mais mediante uma justiça minha, vinda da Lei, mas com a justiça que vem através da fé em Cristo, aquela justiça que vem de Deus e se apóia sobre a fé. 10 Quero, assim, conhecer a Cristo, o poder da sua ressurreição e a comunhão em seus sofrimentos, para tornar-me semelhante a ele em sua morte, 11 a fim de alcançar, se possível, a ressurreição dos mortos. 12 Não que eu já tenha conquistado o prêmio ou que já tenha chegado à perfeição; apenas continuo correndo para conquistá-lo, porque eu também fui conquistado por Jesus Cristo. 13 Irmãos, não acho que eu já tenha alcançado o prêmio, mas uma coisa eu faço: esqueço-me do que fica para trás e avanço para o que está na frente. 14 Lanço-me em direção à meta, em vista do prêmio do alto, que Deus nos chama a receber em Jesus Cristo.
Comentário:
* 1-14: Paulo adverte a comunidade contra os pregadores judaizantes, chamando-os “cães”, apelido que os judeus davam aos pagãos. Para os judaizantes, a salvação e a justiça dependem da circuncisão (carne) e da observância da Lei: a circuncisão permite entrar para o povo de Deus; a Lei leva o homem a ser justo. Paulo frisa que nenhum ritual ou lei pode salvar ou justificar o homem. Pois a salvação e a justiça são dons de Deus e dependem da fé em Jesus e de uma vida movida pelo Espírito. A fé leva o cristão a participar da morte e ressurreição de Jesus. Essa participação, porém, não é automática; supõe que o cristão se deixe guiar pelo Espírito, dando o testemunho que provoca perseguições, sofrimentos, e até mesmo a morte.







João 8, 1-11 Jesus não veio para condenar.

* 1 Jesus foi para o monte das Oliveiras. 2 Ao amanhecer, ele voltou ao Templo, e todo o povo ia ao seu encontro. Então Jesus sentou-se e começou a ensinar. 3 Chegaram os doutores da Lei e os fariseus trazendo uma mulher, que tinha sido pega cometendo adultério. Eles colocaram a mulher no meio 4 e disseram a Jesus: “Mestre, essa mulher foi pega em flagrante cometendo adultério. 5 A Lei de Moisés manda que mulheres desse tipo devem ser apedrejadas. E tu, o que dizes?” 6 Eles diziam isso para pôr Jesus à prova e ter um motivo para acusá-lo. Então Jesus inclinou-se e começou a escrever no chão com o dedo. 7 Os doutores da Lei e os fariseus continuaram insistindo na pergunta. Então Jesus se levantou e disse: “Quem de vocês não tiver pecado, atire nela a primeira pedra.” 8 E, inclinando-se de novo, continuou a escrever no chão. 9 Ouvindo isso, eles foram saindo um a um, começando pelos mais velhos. E Jesus ficou sozinho. Ora, a mulher continuava ali no meio. 10 Jesus então se levantou e perguntou: “Mulher, onde estão os outros? Ninguém condenou você?” 11 Ela respondeu: “Ninguém, Senhor.” Então Jesus disse: “Eu também não a condeno. Pode ir, e não peque mais.”
Comentário:
* 1-11: Mais uma vez Jesus mostra que a pessoa humana está acima de qualquer lei. Os homens não podem julgar e condenar, porque nenhum deles está isento de pecado. O próprio Jesus não veio para julgar, pois o Pai não quer a morte do pecador, e sim que ele se converta e viva (Ez 18,23.32).

sábado, 16 de março de 2013

João 6, 40-53 A manifestação de Jesus provoca divisão.

- 40 Ouvindo essas palavras, alguns diziam no meio da multidão: “De fato, este homem é mesmo o Profeta!” 41 Outros diziam: “Ele é o Messias.” Outros ainda afirmavam: “Mas o Messias virá da Galiléia? 42 A Escritura não diz que o Messias será da descendência de Davi e que virá de Belém, povoado de onde era Davi?”
43 Por isso, houve uma divisão no meio do povo por causa de Jesus. 44 Alguns queriam prendê-lo, mas ninguém pôs as mãos em cima dele.
As autoridades recusam ouvir Jesus -* 45 Os guardas do Templo foram para onde estavam os chefes dos sacerdotes e fariseus. E estes perguntaram: “Por que é que vocês não trouxeram Jesus?” 46 Os guardas responderam: “Ninguém jamais falou como esse homem.” 47 Então os fariseus perguntaram: “Será que ele enganou vocês também? 48 Vocês já viram um só dos nossos chefes ou fariseu que acreditasse nele? 49 Esse povinho, que não conhece a Lei, é maldito.” 50 Mas Nicodemos, um dos fariseus, aquele que tinha ido encontrar-se com Jesus, disse: 51 “Será que a nossa Lei julga alguém antes de ouvir e saber o que ele faz?” 52 Eles responderam: “Você também é galileu? Estude e verá que da Galiléia não sai profeta.” 53 E cada um voltou para sua casa.
Comentário:
* 25-36.40-44: Os dirigentes dos judeus tentam prender Jesus, que para eles é uma ameaça. E no meio do povo a divisão continua: o tema da discussão é sobre a origem do Messias. Uns não aceitam Jesus, baseados numa tradição teórica sobre a origem do Messias. Outros, que já são muitos, acreditam que Jesus é o Messias, porque prestam atenção na sua prática libertadora e vêem nisso sinal da presença de Deus. E Jesus então mostra o verdadeiro critério para reconhecer o Messias: não é o lugar de sua origem, mas o fato de ele ser o enviado de Deus, cuja atividade seja reconhecida pelas obras que faz.
* 45-53: Aqueles que detêm o poder não toleram a mensagem de Jesus, porque ela acabaria com todos os seus privilégios. Por isso, amaldiçoam o povo simples e procuram prender Jesus, usando a Lei como arma repressiva.

sexta-feira, 15 de março de 2013

João 7, 1-2.10.25-30 Jesus é sinal de contradição.

* 1 Depois disso, Jesus começou a andar pela Galiléia. Ele evitava andar pela Judéia, porque os judeus queriam matá-lo. 2 Entretanto, a festa judaica das Tendas estava próxima.
10 Depois que seus irmãos foram para a festa, Jesus também foi; ele não foi publicamente, mas às escondidas.
Jesus é o enviado do Pai -* 25 Algumas pessoas de Jerusalém comentavam: “Não é este que estão procurando para matar? 26 Ele está aí falando em público, e ninguém diz nada! Será que até as autoridades reconheceram que ele é o Messias? 27 Entretanto, nós sabemos de onde vem esse Jesus, mas, quando chegar o Messias, ninguém saberá de onde ele vem.” 28 Jesus estava ensinando no Templo. Então ele gritou: “Será que de fato vocês me conhecem e sabem de onde eu sou? Eu não vim por mim mesmo. Quem me enviou é verdadeiro, e vocês não o conhecem. 29 Mas eu o conheço, porque venho de junto dele, e foi ele quem me enviou.”
30 Então tentaram prender Jesus. Mas ninguém pôs a mão em cima dele, porque a hora dele ainda não tinha chegado.
Comentário:
* 1-13: A atividade de Jesus denuncia o agir perverso da sociedade, e por isso provoca ódio. Os parentes de Jesus pensam no sucesso. As autoridades o procuram, vendo nele um perigo. E o povo expressa opiniões diversas a respeito dele: uns o julgam a partir das obras que ele realiza (Jesus é bom), e outros a partir de leis e estruturas estabelecidas (engana o povo). Assim a presença de Jesus é sinal de contradição que vai revelando a face das pessoas.
* 14-24: O que leva Jesus a agir não é a busca de sucesso pessoal, nem a defesa de algumas doutrinas de círculos religiosos oficiais que manipulam a fé. Na sua ação, Jesus busca apenas realizar a vontade do Pai, e esta se apresenta como libertação do homem. Uma doutrina que impede a realização do homem nunca pode ser apresentada como vontade de Deus.
* 25-36.40-44: Os dirigentes dos judeus tentam prender Jesus, que para eles é uma ameaça. E no meio do povo a divisão continua: o tema da discussão é sobre a origem do Messias. Uns não aceitam Jesus, baseados numa tradição teórica sobre a origem do Messias. Outros, que já são muitos, acreditam que Jesus é o Messias, porque prestam atenção na sua prática libertadora e vêem nisso sinal da presença de Deus. E Jesus então mostra o verdadeiro critério para reconhecer o Messias: não é o lugar de sua origem, mas o fato de ele ser o enviado de Deus, cuja atividade seja reconhecida pelas obras que faz.

quinta-feira, 14 de março de 2013

João 5, 31-47 Testemunhas em favor de Jesus.

* 31 “Se eu dou testemunho de mim mesmo, meu testemunho não vale. 32 Mas há outro que dá testemunho de mim, e eu sei que o testemunho que ele dá de mim é válido.
33 Vocês mandaram mensageiros a João, e ele deu testemunho da verdade. 34 Eu não preciso de testemunho de um homem, mas falo isso para que vocês sejam salvos. 35 João era uma lâmpada que estava acesa e iluminava. Vocês quiseram se alegrar com sua luz. 36 Mas eu tenho um testemunho maior que o de João: são as obras que o Pai me concedeu realizar. As obras que eu faço dão testemunho de mim, mostrando que o Pai me enviou. 37 E o Pai que me enviou deu testemunho a meu favor. Vocês nunca ouviram a voz dele, nem viram a sua face. 38 Desse modo, a palavra dele não permanece em vocês, porque vocês não acreditam naquele que ele enviou.
39 Vocês vivem estudando as Escrituras, pensando que vão encontrar nelas a vida eterna. No entanto, as Escrituras dão testemunho de mim. 40 Mas vocês não querem vir a mim para terem a vida eterna.
41 Eu não aceito elogios dos homens. 42 Quanto a vocês, eu já os conheço muito bem: o amor de Deus não está dentro de vocês. 43 Eu vim em nome do meu Pai, e vocês não me receberam. Mas, se outro vem em seu próprio nome, vocês o receberão. 44 Como é que vocês poderão acreditar, se vivem elogiando uns aos outros, e não buscam a glória que vem do Deus único?
45 Não pensem que eu vou acusar vocês diante do Pai. Já existe alguém que os acusa: é Moisés, no qual vocês põem sua esperança. 46 Se vocês acreditassem mesmo em Moisés, também acreditariam em mim, porque foi a respeito de mim que Moisés escreveu. 47 Mas, se vocês não acreditam naquilo que ele escreveu, como irão acreditar nas minhas palavras?”
Comentário:
* 31-47: Como distinguir o verdadeiro e o falso, reconhecendo se Jesus realiza ou não a vontade de Deus? Jesus apresenta as três testemunhas que confirmam sua missão divina: primeiro, sua ação em favor da vida e da liberdade; segundo, o testemunho de João Batista, que o apresenta como salvador; terceiro, as Escrituras, que anunciavam o que Jesus agora realiza. Não adianta nada uma comunidade dizer que tem fé e repetir as palavras da Bíblia; é necessário que as ações dessa comunidade sejam continuação da ação de Jesus, confirmando a própria fé.

quarta-feira, 13 de março de 2013

João 5, 17-30 A vida está acima da lei.

17 Jesus então lhes disse: “Meu Pai continua trabalhando até agora e eu também trabalho.” 18 Por isso, as autoridades dos judeus tinham mais vontade ainda de matar Jesus, porque, além de violar a lei do sábado, chegava até a dizer que Deus era o seu Pai, fazendo-se assim igual a Deus.
Jesus dá vida a quem está morto -* 19 Então Jesus disse às autoridades dos judeus: “Eu garanto a vocês: o Filho não pode fazer nada por sua própria conta; ele faz apenas o que vê o Pai fazer. O que o Pai faz, o Filho também faz. 20 O Pai ama o Filho, e lhe mostra tudo o que ele mesmo faz. E lhe mostrará obras ainda maiores, que deixarão vocês admirados.
21 Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, o Filho também dá a vida a quem ele quer dar. 22 O Pai não julga ninguém. Ele deu ao Filho todo o poder de julgar, 23 para que todos honrem o Filho, da mesma forma que honram o Pai. Quem não honra o Filho, também não honra o Pai que o enviou.
24 Eu garanto a vocês: quem ouve a minha palavra e acredita naquele que me enviou, possui a vida eterna. Não será condenado, porque já passou da morte para a vida.
25 Eu garanto a vocês: está chegando, ou melhor, já chegou a hora em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus: aqueles que ouvirem sua voz, terão a vida. 26 Porque assim como o Pai possui a vida em si mesmo, do mesmo modo ele concedeu ao Filho possuir a vida em si mesmo. 27 Além disso, ele deu ao Filho o poder de julgar, porque é Filho do Homem.
28 Não fiquem admirados com isso, porque vai chegar a hora em que todos os mortos que estão nos túmulos ouvirão a voz do Filho, 29 e sairão dos túmulos: aqueles que fizeram o bem, vão ressuscitar para a vida; os que praticaram o mal, vão ressuscitar para a condenação.
30 Eu não posso fazer nada por mim mesmo. Eu julgo conforme o que escuto e o meu julgamento é justo, porque não procuro fazer a minha vontade, e sim a vontade daquele que me enviou.”
Comentário:
* 1-18: O paralítico é figura do povo oprimido e paralisado, à espera de alguém que o liberte. Jesus vai ao encontro do paralítico, e lhe ordena que ele próprio se levante e ande, encontrando sua liberdade e decidindo seu próprio caminho.
Para Jesus e para seu Pai, o importante é a vida e a liberdade. Elas estão acima até mesmo das leis religiosas e da opinião de quaisquer autoridades.
* 19-30: Em tudo o que faz, Deus procura dar a vida, e sua maior obra é a ressurreição. Ressuscitar não é apenas voltar à vida física, mas levantar-se para começar vida nova e transformada. A fé em Jesus, que é compromisso com sua palavra e ação, leva o povo a começar a vida nova da ressurreição, organizando-se como família dos filhos de Deus e irmãos de Jesus. Assim, a morte já está sendo vencida, e o será definitivamente na ressurreição final.

terça-feira, 12 de março de 2013

João 5, 1-16 A vida está acima da lei.

* 1 Depois disso, houve uma festa judaica, e Jesus foi a Jerusalém.
2 Em Jerusalém, perto da porta das Ovelhas, existe uma piscina rodeada por cinco corredores cobertos. Em hebraico a piscina chamava-se Betesda. 3 Muitos doentes ficavam aí deitados: eram cegos, coxos e paralíticos, esperando que a água se movesse (4 porque um anjo descia de vez em quando e movimentava a água da piscina. O primeiro doente que entrasse na piscina, depois que a água fosse movida, ficava curado de qualquer doença que tivesse).
5 Aí ficava um homem que estava doente havia trinta e oito anos. 6 Jesus viu o homem deitado e ficou sabendo que estava doente havia muito tempo. Então lhe perguntou: “Você quer ficar curado?” 7 O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina quando a água está se movendo. Quando vou chegando, outro já entrou na minha frente.” 8 Jesus disse: “Levante-se, pegue sua cama e ande”. 9 No mesmo instante, o homem ficou curado, pegou sua cama e começou a andar.
Era um dia de sábado. 10 Por isso, as autoridades dos judeus disseram ao homem que tinha sido curado: “Hoje é dia de sábado. A lei não permite que você carregue a cama.” 11 Ele respondeu: “Aquele homem que me curou disse: ‘Pegue sua cama e ande’.” 12 Então os dirigentes dos judeus lhe perguntaram: “Quem foi que disse a você para pegar a cama e andar?” 13 O homem que tinha sido curado não sabia quem era, porque Jesus tinha desaparecido no meio das pessoas que estavam reunidas nesse lugar. 14 Mais tarde, Jesus encontrou aquele homem no Templo e lhe disse: “Você ficou curado. Não peque de novo, para que não lhe aconteça alguma coisa pior.”
15 Então o homem saiu e disse às autoridades dos judeus que tinha sido Jesus quem o havia curado. 16 Então as autoridades dos judeus começaram a perseguir Jesus, porque ele havia curado em dia de sábado.
Comentário:
* 5,1-18: O paralítico é figura do povo oprimido e paralisado, à espera de alguém que o liberte. Jesus vai ao encontro do paralítico, e lhe ordena que ele próprio se levante e ande, encontrando sua liberdade e decidindo seu próprio caminho.
Para Jesus e para seu Pai, o importante é a vida e a liberdade. Elas estão acima até mesmo das leis religiosas e da opinião de quaisquer autoridades.

segunda-feira, 11 de março de 2013

João 4, 43-54 Muitos acreditam só quando vêem milagres.

* 43 Dois dias depois, Jesus foi para a Galiléia. 44 Mas o próprio Jesus tinha declarado: “Um profeta nunca é bem recebido em sua própria terra.” 45 Entretanto, quando ele chegou à Galiléia, os galileus o receberam bem, porque tinham visto tudo o que Jesus havia feito em Jerusalém durante a festa. Pois eles também tinham ido à festa.
Segundo sinal: Jesus cura o filho do funcionário do rei
A fé na palavra de Jesus produz vida - 46 Jesus voltou para Caná da Galiléia, onde havia transformado a água em vinho. Ora, em Cafarnaum havia um funcionário do rei que tinha um filho doente. 47 Ele ouviu dizer que Jesus tinha ido da Judéia para a Galiléia. Saiu ao encontro de Jesus e lhe pediu que fosse a Cafarnaum curar seu filho que estava morrendo. 48 Jesus disse-lhe: “Se vocês não vêem sinais e prodígios, vocês não acreditam.” 49 O funcionário do rei disse: “Senhor, desce, antes que meu filho morra!” 50 Jesus disse-lhe: “Pode ir, seu filho está vivo.” O homem acreditou na palavra de Jesus e foi embora. 51 Enquanto descia para Cafarnaum, seus empregados foram ao seu encontro e disseram: “Seu filho está vivo.” 52 O funcionário perguntou a que horas o menino tinha melhorado. Eles responderam: “A febre desapareceu ontem pela uma hora da tarde.” 53 O pai percebeu que tinha sido exatamente na mesma hora em que Jesus lhe havia dito: “Seu filho está vivo.” Então ele acreditou, juntamente com toda a sua família.
54 Esse foi o segundo sinal de Jesus. Foi realizado quando ele voltou da Judéia para a Galiléia.
Comentário:
* 43-54: O círculo da missão evangelizadora de Jesus se expande, distanciando-se cada vez mais das instituições consideradas salvadoras. Os judeus recusam Jesus, os samaritanos o acolhem. E agora um pagão acredita na palavra dele e se converte com toda a família. Fica assim rompida toda relação de dependência entre salvação e lei, entre fé e instituição. A salvação é dom de Deus para todos aqueles que se abrem e respondem a esse dom.

domingo, 10 de março de 2013

2 Coríntios 5, 17-21 O ministério da reconciliação.

17 Se alguém está em Cristo, é nova criatura. As coisas antigas passaram; eis que uma realidade nova apareceu. 18 Tudo isso vem de Deus, que nos reconciliou consigo por meio de Cristo, e nos confiou o ministério da reconciliação. 19 Pois era Deus quem reconciliava com ele mesmo o mundo por meio de Cristo, não levando em conta os pecados dos homens e colocando em nós a palavra da reconciliação. 20 Sendo assim exercemos a função de embaixadores em nome de Cristo, e é por meio de nós que o próprio Deus exorta vocês. Em nome de Cristo, suplicamos: reconciliem-se com Deus. 21 Aquele que nada tinha a ver com o pecado, Deus o fez pecado por causa de nós, a fim de que por meio dele sejamos reabilitados por Deus.
Comentário:
* 14-6,2: Os inimigos de Paulo dizem que ele não é apóstolo porque não foi testemunha ocular da vida terrestre de Jesus, nem lhe conheceu as palavras e atos. Por isso, não pode ser testemunha do Evangelho. No entanto, o Apóstolo mostra que o Evangelho não é simples história de Jesus, e sim o anúncio de sua morte e ressurreição, que restaura a condição humana, vence a alienação causada pelo pecado e inaugura nova era. A cruz de Jesus anuncia o fim da inimizade com Deus e inaugura a era da reconciliação universal. Enquanto esperamos o dia da ressurreição, Deus escolheu apóstolos para exercer o ministério da reconciliação. Por meio deles, o Senhor Jesus continua sua atividade na terra e convoca todos os homens: “reconciliem-se com Deus”.



Lucas 15, 1-7 Jesus provoca escândalo.

* 1 Todos os cobradores de impostos e pecadores se aproximavam de Jesus para o escutar. 2 Mas os fariseus e os doutores da Lei criticavam a Jesus, dizendo: “Esse homem acolhe pecadores, e come com eles!”
A ovelha perdida -* 3 Então Jesus contou-lhes esta parábola: 4 “Se um de vocês tem cem ovelhas e perde uma, será que não deixa as noventa e nove no campo para ir atrás da ovelha que se perdeu, até encontrá-la? 5 E quando a encontra, com muita alegria a coloca nos ombros. 6 Chegando em casa, reúne amigos e vizinhos, para dizer: ‘Alegrem-se comigo! Eu encontrei a minha ovelha que estava perdida’. 7 E eu lhes declaro: assim, haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.”
Comentário:
* 1-2: O capítulo 15 de Lucas é o coração de todo o Evangelho (= Boa Notícia). Aí vemos que o amor do Pai é o fundamento da atitude de Jesus diante dos homens. Respondendo à crítica daqueles que se consideram justos, cheios de méritos, e se escandalizam da solidariedade para com os pecadores, Jesus narra três parábolas. A primeira e a segunda mostram a atitude de Deus em Jesus, questionando a hipocrisia dos homens. A terceira tem dois aspectos: o processo de conversão do pecador e o problema do “justo” que resiste ao amor do Pai.
* 3-7: A parábola não quer dizer que Deus prefere o pecador ao justo, ou que os justos sejam hipócritas. Ela ressalta o mistério do amor do Pai que se alegra em acolher o pecador arrependido ao lado do justo que persevera.



sábado, 9 de março de 2013

Lucas 18, 9-14 A justificação é dom de Deus.

* 9 Para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: 10 “Dois homens subiram ao Templo para rezar; um era fariseu, o outro era cobrador de impostos. 11 O fariseu, de pé, rezava assim no seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço, porque não sou como os outros homens, que são ladrões, desonestos, adúlteros, nem como esse cobrador de impostos. 12 Eu faço jejum duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda’. 13 O cobrador de impostos ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu, mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!’ 14 Eu declaro a vocês: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva, será humilhado, e quem se humilha, será elevado.”
Comentário:
* 9-14: Não basta ser perseverante e insistente. É preciso reconhecer e confessar a própria pequenez, recorrendo à misericórdia de Deus. De nada adianta o homem justificar a si mesmo, pois a justificação é dom de Deus.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Marcos 12, 28-34 O centro da vida.

* 28 Um doutor da Lei estava aí, e ouviu a discussão. Vendo que Jesus tinha respondido bem, aproximou-se dele e perguntou: “Qual é o primeiro de todos os mandamentos?” 29 Jesus respondeu: “O primeiro mandamento é este: Ouça, ó Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor! 30 E ame ao Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, com todo o seu entendimento e com toda a sua força. 31 O segundo mandamento é este: Ame ao seu próximo como a si mesmo. Não existe outro mandamento mais importante do que esses dois.”
2 O doutor da Lei disse a Jesus: “Muito bem, Mestre! Como disseste, ele é, na verdade, o único Deus, e não existe outro além dele. 33 E amá-lo de todo o coração, de toda a mente, e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo, é melhor do que todos os holocaustos e do que todos os sacrifícios.” 34 Jesus viu que o doutor da Lei tinha respondido com inteligência, e disse: “Você não está longe do Reino de Deus.” E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus.
Comentário:
* 28-34: Jesus resume a essência e o espírito da vida humana num ato único com duas faces inseparáveis: amar a Deus com entrega total de si mesmo, porque o Deus verdadeiro e absoluto é um só e, entregando-se a Deus, o homem desabsolutiza a si mesmo, o próximo e as coisas; amar ao próximo como a si mesmo, isto é, a relação num espírito de fraternidade e não de opressão ou de submissão. O dinamismo da vida é o amor que tece as relações entre os homens, levando todos aos encontros, confrontos e conflitos que geram uma sociedade cada vez mais justa e mais próxima do Reino de Deus.



quinta-feira, 7 de março de 2013

Lucas 11, 14-23 Jesus é mais forte do que Satanás.

* 14 Jesus estava expulsando um demônio que era mudo. Quando o demônio saiu, o mudo começou a falar, e as multidões ficaram admiradas. 15 Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios.” 16 Outros, para tentar Jesus, pediram-lhe um sinal do céu. 17 Mas, conhecendo o pensamento deles, Jesus disse: “Todo reino dividido em grupos que lutam entre si, será destruído; e uma casa cairá sobre outra. 18 Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como o seu reino poderá sobreviver? Vocês dizem que é por Belzebu que eu expulso os demônios. 19 Se é através de Belzebu que eu expulso os demônios, através de quem os filhos de vocês expulsam os demônios? Por isso, eles mesmos hão de julgar vocês. 20 Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus chegou para vocês. 21 Quando um homem forte e bem armado guarda a sua casa, os bens dele estão em segurança. 22 Mas, quando chega um homem mais forte do que ele e o vence, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou. 23 Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa.”
Comentário:
* 14-23: A cura do endemoninhado mostra que a ação de Jesus consiste em libertar o homem da alienação que o impede de falar. A ação de Jesus testemunha a chegada do Reino de Deus, pois para vencer Satanás é preciso ser mais forte do que ele. Mas Jesus é, ao mesmo tempo, a presença da salvação e do julgamento: quem não age com Jesus, torna-se adversário.







quarta-feira, 6 de março de 2013

Mateus 5, 17-19 A lei e a justiça.

* 17 “Não pensem que eu vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim abolir, mas dar-lhes pleno cumprimento. 18 Eu garanto a vocês: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem sequer uma letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo aconteça. 19 Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazer o mesmo, será considerado o menor no Reino do Céu. Por outro lado, quem os praticar e ensinar, será considerado grande no Reino do Céu.
Comentário:
* 17-20: A lei não deve ser observada simplesmente por ser lei, mas por aquilo que ela realiza de justiça. Cumprir a lei fielmente não significa subdividi-la em observâncias minuciosas, criando uma burocracia escravizante; significa, isto sim, buscar nela inspiração para a justiça e a misericórdia, a fim de que o homem tenha vida e relações mais fraternas. Em 5,21-48, Mateus apresenta cinco exemplos, para mostrar como é que uma lei deve ser entendida.



terça-feira, 5 de março de 2013

Mateus 18, 21-35 Perdoar sem limites.

* 21 Pedro aproximou-se de Jesus, e perguntou: “Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?” 22 Jesus respondeu: “Não lhe digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete. 23 Porque o Reino do Céu é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. 24 Quando começou o acerto, levaram a ele um que devia dez mil talentos. 25 Como o empregado não tinha com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. 26 O empregado, porém, caiu aos pés do patrão e, ajoelhado, suplicava: ‘Dá-me um prazo. E eu te pagarei tudo’. 27 Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado, e lhe perdoou a dívida. 28 Ao sair daí, esse empregado encontrou um de seus companheiros que lhe devia cem moedas de prata. Ele o agarrou, e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Pague logo o que me deve’. 29 O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: ‘Dê-me um prazo, e eu pagarei a você’. 30 Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. 31 Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão, e lhe contaram tudo. 32 O patrão mandou chamar o empregado, e lhe disse: ‘Empregado miserável! Eu lhe perdoei toda a sua dívida, porque você me suplicou. 33 E você, não devia também ter compaixão do seu companheiro, como eu tive de você?’ 34 O patrão indignou-se, e mandou entregar esse empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. 35 É assim que fará com vocês o meu Pai que está no céu, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão.”
Comentário:
* 21-35: Na comunidade de Jesus não existem limites para o perdão (setenta vezes sete). Ao entrar na comunidade, cada pessoa já recebeu do Pai um perdão sem limites (dez mil talentos). A vida na comunidade precisa, portanto, basear-se no amor e na misericórdia, compartilhando entre todos esse perdão que cada um recebeu.

segunda-feira, 4 de março de 2013

Lucas 4, 24-30 Reação do povo.

24 E acrescentou: “Eu garanto a vocês: nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. 25 De fato, eu lhes digo que havia muitas viúvas em Israel, no tempo do profeta Elias, quando não vinha chuva do céu durante três anos e seis meses, e houve grande fome em toda a região. 26 No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, e sim a uma viúva estrangeira, que vivia em Sarepta, na Sidônia. 27 Havia também muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu. Apesar disso, nenhum deles foi curado, a não ser o estrangeiro Naamã, que era sírio.” 28 Quando ouviram essas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29 Levantaram-se, e expulsaram Jesus da cidade. E o levaram até o alto do monte, sobre o qual a cidade estava construída, com intenção de lançá-lo no precipício. 30 Mas Jesus, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.
Comentário:
* 22-30: A dúvida e a rejeição de Jesus por parte de seus compatriotas fazem prever a hostilidade e a rejeição de toda a atividade de Jesus por parte de todo o seu povo. No entanto, Jesus prossegue seu caminho, para construir a nova história que engloba toda a humanidade.





domingo, 3 de março de 2013

Lucas 13, 1-9 Urgência da conversão.

* 1 Nesse tempo, chegaram algumas pessoas levando notícias a Jesus sobre os galileus que Pilatos tinha matado, enquanto ofereciam sacrifícios. 2 Jesus respondeu-lhes: “Pensam vocês que esses galileus, por terem sofrido tal sorte, eram mais pecadores do que todos os outros galileus? 3 De modo algum, lhes digo eu. E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo. 4 E aqueles dezoito que morreram quando a torre de Siloé caiu em cima deles? Pensam vocês que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? 5 De modo algum, lhes digo eu. E se vocês não se converterem, vão morrer todos do mesmo modo.” 6 Então Jesus contou esta parábola: “Certo homem tinha uma figueira plantada no meio da vinha. Foi até ela procurar figos, e não encontrou. 7 Então disse ao agricultor: ‘Olhe! Hoje faz três anos que venho buscar figos nesta figueira, e não encontro nada! Corte-a. Ela só fica aí esgotando a terra’. 8 Mas o agricultor respondeu: ‘Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e pôr adubo. 9 Quem sabe, no futuro ela dará fruto! Se não der, então a cortarás’.”
Comentário:
* 1-9: No caminho da vida há acontecimentos trágicos. Estes não significam que as vítimas são mais pecadoras do que os outros. Ao contrário, são convites abertos para que se pense no imprevisível dos fatos e na urgência da conversão, para se construir a nova história. A parábola (vv. 6-9) salienta que, em Jesus, Deus sempre dá uma última chance.

sábado, 2 de março de 2013

Lucas 15, 1-7 Jesus provoca escândalo.

* 1 Todos os cobradores de impostos e pecadores se aproximavam de Jesus para o escutar. 2 Mas os fariseus e os doutores da Lei criticavam a Jesus, dizendo: “Esse homem acolhe pecadores, e come com eles!”
A ovelha perdida -* 3 Então Jesus contou-lhes esta parábola: 4 “Se um de vocês tem cem ovelhas e perde uma, será que não deixa as noventa e nove no campo para ir atrás da ovelha que se perdeu, até encontrá-la? 5 E quando a encontra, com muita alegria a coloca nos ombros. 6 Chegando em casa, reúne amigos e vizinhos, para dizer: ‘Alegrem-se comigo! Eu encontrei a minha ovelha que estava perdida’. 7 E eu lhes declaro: assim, haverá no céu mais alegria por um só pecador que se converte, do que por noventa e nove justos que não precisam de conversão.”
Comentário:
* 1-2: O capítulo 15 de Lucas é o coração de todo o Evangelho (= Boa Notícia). Aí vemos que o amor do Pai é o fundamento da atitude de Jesus diante dos homens. Respondendo à crítica daqueles que se consideram justos, cheios de méritos, e se escandalizam da solidariedade para com os pecadores, Jesus narra três parábolas. A primeira e a segunda mostram a atitude de Deus em Jesus, questionando a hipocrisia dos homens. A terceira tem dois aspectos: o processo de conversão do pecador e o problema do “justo” que resiste ao amor do Pai.
* 3-7: A parábola não quer dizer que Deus prefere o pecador ao justo, ou que os justos sejam hipócritas. Ela ressalta o mistério do amor do Pai que se alegra em acolher o pecador arrependido ao lado do justo que persevera.



sexta-feira, 1 de março de 2013

Mateus 21, 33-43 Jesus acusa as autoridades.

* 33 “Escutem essa outra parábola: Certo proprietário plantou uma vinha, cercou-a, fez um tanque para pisar a uva, e construiu uma torre de guarda. Depois arrendou a vinha para alguns agricultores, e viajou para o estrangeiro. 34 Quando chegou o tempo da colheita, o proprietário mandou seus empregados aos agricultores para receber os frutos. 35 Os agricultores, porém, agarraram os empregados, bateram num, mataram outro, e apedrejaram o terceiro. 36 O proprietário mandou de novo outros empregados, em maior número que os primeiros. Mas eles os trataram da mesma forma. 37 Finalmente, o proprietário enviou-lhes o seu próprio filho, pensando: ‘Eles vão respeitar o meu filho’. 38 Os agricultores, porém, ao verem o filho, pensaram: ‘Esse é o herdeiro. Venham, vamos matá-lo, e tomar posse da sua herança’. 39 Então agarraram o filho, o jogaram para fora da vinha, e o mataram. 40 Pois bem: quando o dono da vinha voltar, o que irá fazer com esses agricultores?” 41 Os chefes dos sacerdotes e os anciãos do povo responderam: “É claro que mandará matar de modo violento esses perversos, e arrendará a vinha a outros agricultores, que lhe entregarão os frutos no tempo certo.” 42 Então Jesus disse a eles: “Vocês nunca leram na Escritura: ‘A pedra que os construtores deixaram de lado tornou-se a pedra mais importante; isso foi feito pelo Senhor, e é admirável aos nossos olhos’? 43 Por isso eu lhes afirmo: o Reino de Deus será tirado de vocês, e será entregue a uma nação que produzirá seus frutos.
Comentário:
* 33-46: Cf. nota em Mc 12,1-12. Mateus salienta a formação de um novo povo de Deus, formado agora não por uma nação particular, mas por todos aqueles que acreditam, comprometendo-se com Jesus.



quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Lucas 16, 19-31 O rico e o pobre.

* 19 “Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino, e dava banquete todos os dias. 20 E um pobre, chamado Lázaro, cheio de feridas, que estava caído à porta do rico. 21 Ele queria matar a fome com as sobras que caíam da mesa do rico. E ainda vinham os cachorros lamber-lhe as feridas. 22 Aconteceu que o pobre morreu, e os anjos o levaram para junto de Abraão. Morreu também o rico, e foi enterrado. 23 No inferno, em meio aos tormentos, o rico levantou os olhos, e viu de longe Abraão, com Lázaro a seu lado. 24 Então o rico gritou: ‘Pai Abraão, tem piedade de mim! Manda Lázaro molhar a ponta do dedo para me refrescar a língua, porque este fogo me atormenta’. 25 Mas Abraão respondeu: ‘Lembre-se, filho: você recebeu seus bens durante a vida, enquanto Lázaro recebeu males. Agora, porém, ele encontra consolo aqui, e você é atormentado. 26 Além disso, há um grande abismo entre nós: por mais que alguém desejasse, nunca poderia passar daqui para junto de vocês, nem os daí poderiam atravessar até nós’. 27 O rico insistiu: ‘Pai, eu te suplico, manda Lázaro à casa de meu pai, 28 porque eu tenho cinco irmãos. Manda preveni-los, para que não acabem também eles vindo para este lugar de tormento’. 29 Mas Abraão respondeu: ‘Eles têm Moisés e os profetas: que os escutem!’ 30 O rico insistiu: ‘Não, pai Abraão! Se um dos mortos for até eles, eles vão se converter’. 31 Mas Abraão lhe disse: ‘Se eles não escutam a Moisés e aos profetas, mesmo que um dos mortos ressuscite, eles não ficarão convencidos’.”
Comentário:
* 19-31: A parábola é uma crítica à sociedade classista, onde o rico vive na abundância e no luxo, enquanto o pobre morre na miséria. O problema é o isolamento e afastamento em que o rico vive, mantendo um abismo de separação que o pobre não consegue transpor. Para quebrar esse isolamento, o rico precisa se converter. Nada o levará a essa conversão, se ele não for capaz de abrir o coração para a palavra de Deus, o que o leva a voltar-se para o pobre. Assim, mais do que explicação da vida no além, a parábola é exigência de profunda transformação social, para criar uma sociedade onde haja partilha de bens entre todos.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Mateus 20, 17-28 Autoridade é serviço.

* 17 Enquanto subia para Jerusalém, Jesus tomou consigo os doze discípulos em particular e, durante a caminhada, disse para eles: 18 “Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai ser entregue aos chefes dos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles o condenarão à morte, 19 e o entregarão aos pagãos para zombarem dele, flagelá-lo e crucificá-lo. E no terceiro dia ele ressuscitará.”
20 A mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos, e ajoelhou-se para pedir alguma coisa. 21 Jesus perguntou: “O que você quer?” Ela respondeu: “Promete que meus dois filhos se sentem, um à tua direita e o outro à tua esquerda, no teu Reino.” 22 Jesus, então, disse: “Vocês não sabem o que estão pedindo. Por acaso, vocês podem beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos.” 23 Então Jesus disse: “Vocês vão beber do meu cálice. Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou esquerda. É meu Pai quem dará esses lugares àqueles para os quais ele mesmo preparou.” 24 Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram com raiva dos dois irmãos. 25 Mas Jesus chamou-os, e disse: “Vocês sabem: os governadores das nações têm poder sobre elas, e os grandes têm autoridade sobre elas. 26 Entre vocês não deverá ser assim: quem de vocês quiser ser grande, deve tornar-se o servidor de vocês; 27 e quem de vocês quiser ser o primeiro, deverá tornar-se servo de vocês. 28 Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir, e para dar a sua vida como resgate em favor de muitos.”
Comentário:
* 17-28: Cf. nota em Mc 10,32-45 Autoridade é serviço -* 32 Jesus e os discípulos estavam a caminho, subindo para Jerusalém. Jesus ia na frente. Os discípulos estavam espantados, e aqueles que iam atrás estavam com medo. Jesus chamou de novo os Doze à parte e começou a dizer-lhes o que estava para acontecer com ele: 33 “Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai ser entregue aos chefes dos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos. 34 Vão caçoar dele, cuspir nele, vão torturá-lo e matá-lo. E depois de três dias ele ressuscitará.”
35 Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: “Mestre, queremos que faças por nós o que vamos te pedir.” 36 Jesus perguntou: “O que vocês querem que eu lhes conceda?” 37 Eles responderam: “Quando estiveres na glória, deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda.” 38 Jesus então lhes disse: “Vocês não sabem o que estão pedindo. Por acaso vocês podem beber o cálice que eu vou beber? Podem ser batizados com o batismo com que eu vou ser batizado?” 39 Eles responderam: “Podemos.” Jesus então lhes disse: “Vocês vão beber o cálice que eu vou beber, e vão ser batizados com o batismo com que eu vou ser batizado. 40 Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou esquerda. É Deus quem dará esses lugares àqueles, para os quais ele preparou.” 41 Quando os outros dez discípulos ouviram isso, começaram a ficar com raiva de Tiago e João. 42 Jesus chamou-os e disse: “Vocês sabem: aqueles que se dizem governadores das nações têm poder sobre elas, e os seus dirigentes têm autoridade sobre elas. 43 Mas, entre vocês não deverá ser assim: quem de vocês quiser ser grande, deve tornar-se o servidor de vocês, 44 e quem de vocês quiser ser o primeiro, deverá tornar-se o servo de todos. 45 Porque o Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir e para dar a sua vida como resgate em favor de muitos.”
* 32-45: Jesus anuncia a sua morte como conseqüência de toda a sua vida. Enquanto isso, Tiago e João sonham com poder e honrarias, suscitando discórdia e competição entre os outros discípulos. Jesus mostra que a única coisa importante para o discípulo é seguir o exemplo dele: servir e não ser servido. Em a nova sociedade que Jesus projeta, a autoridade não é exercício de poder, mas a qualificação para serviço que se exprime na entrega de si mesmo para o bem comum.





terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Mateus 23, 1-12 Jesus condena a dominação intelectual.

* 1 Jesus falou às multidões e aos seus discípulos: 2 “Os doutores da Lei e os fariseus têm autoridade para interpretar a Lei de Moisés. 3 Por isso, vocês devem fazer e observar tudo o que eles dizem. Mas não imitem suas ações, pois eles falam e não praticam. 4 Amarram pesados fardos e os colocam no ombro dos outros, mas eles mesmos não estão dispostos a movê-los, nem sequer com um dedo. 5 Fazem todas as suas ações só para serem vistos pelos outros. Vejam como eles usam faixas largas na testa e nos braços, e como põem na roupa longas franjas, com trechos da Escritura. 6 Gostam dos lugares de honra nos banquetes e dos primeiros lugares nas sinagogas; 7 gostam de ser cumprimentados nas praças públicas, e de que as pessoas os chamem mestre. 8 Quanto a vocês, nunca se deixem chamar mestre, pois um só é o Mestre de vocês, e todos vocês são irmãos. 9 Na terra, não chamem a ninguém Pai, pois um só é o Pai de vocês, aquele que está no céu. 10 Não deixem que os outros chamem vocês líderes, pois um só é o Líder de vocês: o Messias. 11 Pelo contrário, o maior de vocês deve ser aquele que serve a vocês. 12 Quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado.”
Comentário:
* 1-12: Jesus critica os intelectuais e os líderes da classe dominante, que transformam o saber em poder, agindo hipocritamente e oprimindo o povo. Na nova comunidade de Jesus todos são irmãos, voltados para o serviço mútuo e reunidos em torno de Deus que é Pai, e de Jesus, que é o único líder e que veio para servir.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Lucas 6, 36-38 A gratuidade nas relações.

36 Sejam misericordiosos, como também o Pai de vocês é misericordioso.”

Só Deus pode julgar -* 37 “Não julguem, e vocês não serão julgados; não condenem, e não serão condenados; perdoem, e serão perdoados. 38 Dêem, e será dado a vocês; colocarão nos braços de vocês uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante. Porque a mesma medida que vocês usarem para os outros, será usada para vocês.”
Comentário:
* 27-36: A vida em sociedade é feita de relacionamentos de interesses e reciprocidade, que geram lucro, poder e prestígio. O Evangelho revoluciona o campo das relações humanas, mostrando que, numa sociedade justa e fraterna, as relações devem ser gratuitas, à semelhança do amor misericordioso do Pai.
* 37-42: Cf. nota em Mt 7,1-5. Lucas salienta que as relações numa sociedade nova não devem ser de julgamento e condenação, mas de perdão e dom. Só Deus pode julgar.

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Lucas 9, 28-36 O novo êxodo.

* 28 Oito dias após dizer essas palavras, Jesus tomou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. 29 Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante. 30 Nisso, dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias. 31 Apareceram na glória, e conversavam sobre o êxodo de Jesus, que iria acontecer em Jerusalém. 32 Pedro e os companheiros dormiam profundamente. Quando acordaram, viram a glória de Jesus, e os dois homens que estavam com ele. 33 E quando esses homens já iam se afastando, Pedro disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.” Pedro não sabia o que estava dizendo. 34 Quando ainda estava falando, desceu uma nuvem, e os encobriu com sua sombra. Os discípulos ficaram com medo quando entraram na nuvem. 35 Mas, da nuvem saiu uma voz que dizia: “Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutem o que ele diz!” 36 Quando a voz falou, Jesus estava sozinho. Os discípulos ficaram calados, e nesses dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.
Comentário:
* 28-36: Lucas apresenta Jesus rezando continuamente (5,16; 6,12; 9,18). Com isso o evangelista mostra que Jesus, através de sua palavra e ação, está realizando a vontade do Pai. Na transfiguração aparece claramente esse sentido da oração (v. 35). E a vontade do Pai é que Jesus realize o êxodo (v. 31), isto é, que ele realize, mediante sua morte, ressurreição e ascensão, o ato supremo de libertação do povo, acabando com a opressão exercida pelo sistema implantado em Jerusalém.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Mateus 5, 43-48 Amar como o Pai ama.

* 43 “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Ame o seu próximo, e odeie o seu inimigo!’ 44 Eu, porém, lhes digo: amem os seus inimigos, e rezem por aqueles que perseguem vocês! 45 Assim vocês se tornarão filhos do Pai que está no céu, porque ele faz o sol nascer sobre maus e bons, e a chuva cair sobre justos e injustos. 46 Pois, se vocês amam somente aqueles que os amam, que recompensa vocês terão? Os cobradores de impostos não fazem a mesma coisa? 47 E se vocês cumprimentam somente seus irmãos, o que é que vocês fazem de extraordinário? Os pagãos não fazem a mesma coisa? 48 Portanto, sejam perfeitos como é perfeito o Pai de vocês que está no céu.”
Comentário:
* 43-48: O Evangelho abre a perspectiva do relacionamento humano para além das fronteiras que os homens costumam construir. Amar o inimigo é entrar em relação concreta com aquele que também é amado por Deus, mas que se apresenta como problema para mim. Os conflitos também são uma tarefa do amor. O v. 48 é a conclusão e a chave para se compreender todo o conjunto formado por 5,17-47: os discípulos são convidados a um comportamento que os torne filhos testemunhando a justiça do Pai. Sobre os cobradores de impostos, cf. nota em Mc 2,13-17.

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Mateus 6, 1-6.16-18 Superar a justiça dos hipócritas.

* 1 “Prestem atenção! Não pratiquem a justiça de vocês diante dos homens, só para serem elogiados por eles. Fazendo assim, vocês não terão a recompensa do Pai de vocês que está no céu.”
Relação com o próximo -* 2 “Por isso, quando você der esmola, não mande tocar trombeta na frente, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem elogiados pelos homens. Eu garanto a vocês: eles já receberam a recompensa. 3 Ao contrário, quando você der esmola, que a sua esquerda não saiba o que a sua direita faz, 4 para que a sua esmola fique escondida; e seu Pai, que vê o escondido, recompensará você.”
Relação com Deus -* 5 “Quando vocês rezarem, não sejam como os hipócritas, que gostam de rezar em pé nas sinagogas e nas esquinas, para serem vistos pelos homens. Eu garanto a vocês: eles já receberam a recompensa. 6 Ao contrário, quando você rezar, entre no seu quarto, feche a porta, e reze ao seu Pai ocultamente; e o seu Pai, que vê o escondido, recompensará você.”
Relação consigo mesmo -* 16 “Quando vocês jejuarem, não fiquem de rosto triste, como os hipócritas. Eles desfiguram o rosto para que os homens vejam que estão jejuando. Eu garanto a vocês: eles já receberam a recompensa. 17 Quando você jejuar, perfume a cabeça e lave o rosto, 18 para que os homens não vejam que você está jejuando, mas somente seu Pai, que vê o escondido; e seu Pai, que vê o escondido, recompensará você.”
Comentário:
*1: O termo justiça se refere, aqui, a atitudes práticas em relação ao próximo (esmola), a Deus (oração), e a si mesmo (jejum). Jesus não nega o valor dessas práticas. Ele mostra como devem ser feitas para que se tornem autênticas.
* 2-4: A esmola é um gesto de partilha, e deve ser o sinal da compaixão que busca a justiça, relativizando o egoísmo da posse. Dar esmola para ser elogiado é servir a si mesmo e, portanto, falsificá-la.
* 5-6: Na oração, o homem se volta para Deus, reconhecendo-o como único absoluto, e reconhecendo a si mesmo como criatura, relativizando a auto-suficiência. Por isso, rezar para ser elogiado é colocar-se como centro, falsificando a oração.
* 16-18: Jejuar é privar-se de algo imediato e necessário, a fim de ver perspectivas novas e mais amplas para a realização da vida. Trata-se de deixar o egocentrismo, para crescer e dispor-se a realizar novo projeto de justiça. Jejuar para aparecer é perder de uma vez o sentido do jejum.



quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Mateus 7, 7-12 Confiança no Pai.

* 7 “Peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês! 8 Pois todo aquele que pede, recebe; quem procura, acha; e a quem bate, a porta será aberta. 9 Quem de vocês dá ao filho uma pedra, quando ele pede um pão? 10 Ou lhe dá uma cobra, quando ele pede um peixe? 11 Se vocês, que são maus, sabem dar coisas boas a seus filhos, quanto mais o Pai de vocês que está no céu dará coisas boas aos que lhe pedirem.”
A regra de ouro -* 12 “Tudo o que vocês desejam que os outros façam a vocês, façam vocês também a eles. Pois nisso consistem a Lei e os Profetas.”
* 7-11: A oração é a expressão da nossa relação com Deus como o único absoluto (cf. Mt 6,5-7). Aqui se abre uma nova perspectiva: essa relação deve ser de confiança e intimidade como a de um filho para com o seu pai.
* 12: No tempo de Jesus, “Lei e Profetas” indicava todo o Antigo Testamento. Esta “regra de ouro” convida-nos a ter para com os outros a mesma preocupação que temos espontaneamente para com nós mesmos. Não se trata de visão calculista - dar para receber -, mas de uma compreensão do que seja o amor do Pai.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Lucas 11, 29-32 O grande sinal.

* 29 Quando as multidões se reuniram, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30 De fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31 No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará contra os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32 No dia do julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar. E aqui está quem é maior do que Jonas.”
Comentário:
* 29-32: Não é um sinal maravilhoso que leva os homens à conversão, e sim a adesão ao projeto da nova história, manifestado na palavra de Jesus.