terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Hebreus 1, 1-6 Introdução: o mistério de Cristo.

* 1 Nos tempos antigos, muitas vezes e de muitos modos Deus falou aos antepassados por meio dos profetas. 2 No período final em que estamos, falou a nós por meio do Filho. Deus o constituiu herdeiro de todas as coisas e, por meio dele, também criou os mundos. 3 O Filho é a irradiação da sua glória e nele Deus se expressou tal como é em si mesmo. O Filho, por sua palavra poderosa, é aquele que mantém o universo. Depois de realizar a purificação dos pecados, sentou-se à direita da Majestade de Deus nas alturas. 4 Ele está acima dos anjos, da mesma forma que herdou um nome muito superior ao deles.

JESUS CRISTO ESTÁ ACIMA DOS ANJOS

Jesus é o Filho, os anjos são ministros -* 5 De fato, a qual dos anjos Deus disse alguma vez: “Você é o meu Filho, eu hoje o gerei?” Ou ainda: “Eu serei seu Pai, e ele será meu Filho?” 6 E de novo, quando introduz seu Filho primogênito no mundo, ele diz: “Que todos os anjos o adorem.”
Comentário:
*1-4: Cristo é o centro do sermão. O trecho é o mais denso de todo o Novo Testamento: Deus falou definitivamente em Jesus Cristo, o qual é a palavra viva e concreta de Deus. Tudo o que podemos falar sobre o projeto de Deus - criação, revelação e redenção - tudo encontra sua expressão definitiva em Cristo. Este é quem faz existir e salva toda criatura. Ele é igual em tudo ao Pai; e, glorificado, é muito superior ao mundo dos anjos.
* 1,5-2,18: Muitas vezes imaginamos um Deus distante: para se comunicar com os homens, Deus se serve dos anjos; e os homens, para se comunicarem com Deus, se servem dos santos. O autor mostra que não há mais necessidade de outros intermediários: Jesus está intimamente unido a Deus (1,5-14) e, ao mesmo tempo, está próximo aos homens e solidário com eles (2,5-18). Os santos, mais do que intercessores, são testemunhas que procuraram ser fiéis no seguimento de Cristo, tornando-se exemplos concretos que nos estimulam a construir a história em direção a Cristo e com ele.
1,5-14: Não há comparação entre Cristo e os anjos. Estes são mediadores subordinados, mensageiros que obedecem continuamente às ordens de Deus. Jesus, porém, é o Filho primogênito, e esse título de honra, reservado a ele, mostra a sua superioridade em relação às criaturas. Ele está entronizado, recebe adoração e participa da condição de Deus por toda a eternidade.



João 1, 1-18 Jesus é a Palavra que revela Deus aos homens.

-* 1 No começo a Palavra já existia:

a Palavra estava voltada para Deus,

e a Palavra era Deus.

2 No começo ela estava voltada para Deus.

3 Tudo foi feito por meio dela,

e, de tudo o que existe, nada foi feito sem ela.

4 Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens.

5 Essa luz brilha nas trevas,

e as trevas não conseguiram apagá-la.

6 Apareceu um homem enviado por Deus, que se chamava João. 7 Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. 8 Ele não era a luz, mas apenas a testemunha da luz. 9 A luz verdadeira, aquela que ilumina todo homem, estava chegando ao mundo.

10 A Palavra estava no mundo,

o mundo foi feito por meio dela,

mas o mundo não a conheceu.

11 Ela veio para a sua casa,

mas os seus não a receberam.

12 Ela, porém, deu o poder de se tornarem filhos de Deus

a todos aqueles que a receberam,

isto é, àqueles que acreditam no seu nome.

13 Estes não nasceram do sangue, nem do impulso da carne, nem do desejo do homem, mas nasceram de Deus.

14 E a Palavra se fez homem

e habitou entre nós.

E nós contemplamos a sua glória:

glória do Filho único do Pai,

cheio de amor e fidelidade.

15 João dava testemunho dele, proclamando: «Este é aquele, a respeito de quem eu falei: aquele homem que vem depois de mim passou na minha frente, porque existia antes de mim.»

16 Porque da sua plenitude todos nós recebemos,

e um amor que corresponde ao seu amor.

17 Porque a Lei foi dada por Moisés, mas o amor e a fidelidade vieram através de Jesus Cristo. 18 Ninguém jamais viu a Deus; quem nos revelou Deus foi o Filho único, que está junto ao Pai.
Comentário:
* 1-18: O Prólogo de João lembra a introdução do Gênesis (1,1-31; 2,1-4a). No começo, antes da criação, o Filho de Deus já existia em Deus, voltado para o Pai: estava em Deus, como a Expressão de Deus, eterna e invisível. O Filho é a Imagem do Pai, e o Pai se vê totalmente no Filho, ambos num eterno diálogo e mútua comunicação.
A Palavra é a Sabedoria de Deus vislumbrada nas maravilhas do mundo e no desenrolar da história, de modo que, em todos os tempos, os homens sempre tiveram e têm algum conhecimento dela.
Jesus, Palavra de Deus, é a luz que ilumina a consciência de todo homem. Mas, para onde nos conduziria essa luz? A Bíblia toda afirma que Deus é amor e fidelidade. Levado pelo seu imenso amor e fiel às suas promessas, Deus quis introduzir os homens onde jamais teriam pensado: partilhar a própria vida e felicidade de Deus. E para isso a Palavra se fez homem e veio à sua própria casa, neste seu mundo.
A humanidade já não está condenada a caminhar cegamente, guiando-se por pequenas luzes no meio das trevas, por pequenas manifestações de Deus, mas pelo próprio Jesus, Manifestação total de Deus. Com efeito, Jesus Cristo, que é a luz, veio para tornar filhos de Deus todos os homens. Um só é o Filho, porém, todos podem tornar-se bem mais do que filhos adotivos: nasceram de Deus.
Deus tinha dado uma lei por meio de Moisés. E todos os judeus achavam que essa lei era o maior presente de Deus. Na realidade, era bem mais o que Deus tinha reservado para todos. Porque Jesus, o Deus Filho, o verdadeiro e total Dom do Pai, é o único que pode falar de Deus Pai, porque comunica o amor e a fidelidade do Deus que dá a vida aos homens.

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Lucas 1, 67-79 O cântico de Zacarias.

* 67 O pai Zacarias cheio do Espírito Santo, profetizou dizendo:

68 “Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo.

69 Fez aparecer uma força de salvação na casa de Davi, seu servo;

70 conforme tinha anunciado desde outrora pela boca de seus santos profetas.

71 É a salvação que nos livra de nossos inimigos

e da mão de todos os que nos odeiam.

72 Ele realizou a misericórdia que teve com nossos pais,

recordando sua santa aliança,

73 e o juramento que fez ao nosso pai Abraão.

74 Para conceder-nos que, livres do medo

e arrancados das mãos dos inimigos,

75 nós o sirvamos com santidade e justiça,

em sua presença, todos os nossos dias.

76 E a você, menino, chamarão profeta do Altíssimo,

porque irá à frente do Senhor, para preparar-lhe os caminhos,

77 anunciando ao seu povo a salvação, o perdão dos pecados.

78 Graças ao misericordioso coração do nosso Deus,

o sol que nasce do alto nos visitará,

79 para iluminar os que vivem nas trevas e na sombra da morte;

para guiar nossos passos no caminho da paz.”

Comentário:
* 67-80: O cântico de Zacarias é um louvor ao Deus misericordioso que realiza, através de Jesus, a “visita” aos pobres. Em Jesus se manifesta a força que liberta dos inimigos e do medo, formando um povo santo diante de Deus e justo diante dos homens. Desse modo, manifesta-se a luz que ilumina a condição do povo, abrindo uma história nova, que se encaminha para a Paz, isto é, a plenitude da vida.

domingo, 23 de dezembro de 2012

Hebreus 10, 5-10 Um sacrifício único.

5 Por esse motivo, ao entrar no mundo, Cristo disse: “Tu não quiseste sacrifício e oferta. Em vez disso, tu me deste um corpo. 6 Holocaustos e sacrifícios não são do teu agrado. 7 Por isso eu disse: Eis-me aqui, ó Deus - no rolo do livro está escrito a meu respeito - para fazer a tua vontade.”
8 Primeiro diz: “Não queres e não te agradam sacrifícios e ofertas, holocaustos e sacrifícios pelo pecado.” Trata-se de coisas que são oferecidas segundo a Lei. 9 Depois acrescenta: “Eis-me aqui para fazer a tua vontade”. Desse modo, Cristo suprime o primeiro culto para estabelecer o segundo. 10 É por causa dessa vontade que nós fomos santificados pela oferta do corpo de Jesus Cristo, realizada uma vez por todas.
Comentário:
* 1-18: O que são Paulo diz sobre a Lei, o autor repete sobre a liturgia judaica. Esta faz reviver a experiência do pecado, mas não consegue libertar dele. O sacrifício de Cristo, a existência inteira de Jesus, todo o movimento de sua consciência é o verdadeiro ato sacerdotal, o grande e perene ato de oferta. Ele tira o pecado, restabelece a ligação com Deus mediante a sua própria pessoa e experiência viva. Funda a nova aliança, o povo novo que pode ter acesso a Deus. E o caminho para esse acesso é o compromisso de fé com Cristo, compromisso que nenhuma liturgia pode substituir.



Lucas 1, 39-45 João aponta o Messias.

* 39 Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, às pressas, a uma cidade da Judéia. 40 Entrou na casa de Zacarias, e saudou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Com um grande grito exclamou: “Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar? 44 Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre. 45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu.”
Comentário:
* 39-45: Ainda no seio de sua mãe, João Batista recebe o Espírito prometido (1,15). Reconhece o Messias e o aponta através da exclamação de sua mãe Isabel.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Lucas 1, 46-56 O cântico de Maria.

* 46 Então Maria disse:

“Minha alma proclama a grandeza do Senhor,

47 meu espírito se alegra em Deus, meu salvador,

48 porque olhou para a humilhação

de sua serva.

Doravante todas as gerações me felicitarão,

49 porque o Todo-poderoso realizou grandes obras em meu favor:

seu nome é santo,

50 e sua misericórdia chega aos que o temem,

de geração em geração.

51 Ele realiza proezas com seu braço:

dispersa os soberbos de coração,

52 derruba do trono os poderosos e eleva os humildes;

53 aos famintos enche de bens, e despede os ricos de mãos vazias.

54 Socorre Israel, seu servo,

lembrando-se de sua misericórdia,

55 - conforme prometera aos nossos pais -

em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre.”

56 Maria ficou três meses com Isabel; e depois voltou para casa.

Comentário:
* 46-56: O cântico de Maria é o cântico dos pobres que reconhecem a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus. Cumprindo a promessa, Deus assume o partido dos pobres, e realiza uma transformação na história, invertendo a ordem social: os ricos e poderosos são depostos e despojados, e os pobres e oprimidos são libertos e assumem a direção dessa nova história.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Lucas 1, 39-45 João aponta o Messias.

* 39 Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, às pressas, a uma cidade da Judéia. 40 Entrou na casa de Zacarias, e saudou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Com um grande grito exclamou: “Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar? 44 Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre. 45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu.”
Comentário:
* 39-45: Ainda no seio de sua mãe, João Batista recebe o Espírito prometido (1,15). Reconhece o Messias e o aponta através da exclamação de sua mãe Isabel.