quinta-feira, 10 de julho de 2025

Mateus 10, 16-23 Testemunho e perseguição.

-* 16 “Eis que eu envio vocês como ovelhas no meio de lobos. Portanto, sejam prudentes como as serpentes e simples como as pombas. 17 Tenham cuidado com os homens, porque eles entregarão vocês aos tribunais e açoitarão vocês nas sinagogas deles. 18 Vocês vão ser levados diante de governadores e reis, por minha causa, a fim de serem testemunhas para eles e para as nações. 19 Quando entregarem vocês, não fiquem preocupados como ou com aquilo que vocês vão falar, porque, nessa hora, será sugerido a vocês o que vocês devem dizer. 20 Com efeito, não serão vocês que irão falar, e sim o Espírito do Pai de vocês é quem falará através de vocês. 21 O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais, e os matarão. 22 Vocês serão odiados de todos, por causa do meu nome. Mas, aquele que perseverar até o fim, esse será salvo. 23 Quando perseguirem vocês numa cidade, fujam para outra. Eu garanto que vocês não acabarão de percorrer as cidades de Israel, antes que venha o Filho do Homem. Comentário: * 16-25: Os discípulos terão o mesmo destino de Jesus: sofrer as consequências da missão que liberta e dá vida nova. Essa missão atingirá os interesses de muitos e, por isso, provocará a perseguição, a divisão e o ódio, até mesmo dentro das famílias. Muitas vezes poderá levar para a condenação nos tribunais. A missão, porém, é dirigida pelo Espírito de Deus. Por isso, os discípulos perseveram até o fim, sem temor nem aflição, seguros da plena manifestação de Jesus, Senhor e Juiz da história. No discurso missionário, Jesus alerta os discípulos para os perigos e as perseguições que devem enfrentar e diz como devem reagir a fim de desempenhar bem a missão que lhes é confiada. Quem assume o Evangelho questiona a estrutura social e os falsos valores que a orientam, por isso é natural que sofra agressões e rejeição. O alerta serve não apenas para os apóstolos, mas também para as primeiras comunidades, às quais o Evangelho de dirige, e para nós, hoje. Na sociedade laicizada em que vivemos, enfrentamos situações semelhantes, e também nós devemos ser “prudentes como as serpentes e simples como as pombas”, a fim de superar as dificuldades e poder testemunhar a alegria e a beleza da Palavra de Deus. Deus nos fortalece e indica que ações devemos tomar, porém é preciso estarmos abertos para escutá-lo.

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Mateus 10, 7-15 A missão dos apóstolos.

7 Vão e anunciem: ‘O Reino do Céu está próximo’. 8 Curem os doentes, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios. Vocês receberam de graça, deem também de graça! 9 Não levem nos cintos moedas de ouro, de prata ou de cobre; 10 nem sacola para o caminho, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão, porque o operário tem direito ao seu alimento. 11 Em qualquer cidade ou povoado onde vocês entrarem, informem-se para saber se há alguém que é digno. E aí permaneçam até vocês se retirarem. 12 Ao entrarem na casa, façam a saudação. 13 Se a casa for digna, desça sobre ela a paz de vocês; se ela não for digna, que a paz volte para vocês. 14 Se alguém não os receber bem, e não escutar a palavra de vocês, ao sair dessa casa e dessa cidade, sacudam a poeira dos pés. 15 Eu garanto a vocês: no dia do julgamento as cidades de Sodoma e Gomorra serão tratadas com menos rigor do que essa cidade.” Comentário: * 5-15: A missão é reunir o povo para seguir a Jesus, o novo Pastor. Ela se realiza mediante o anúncio do Reino e pela ação que concretiza os sinais da presença do Reino. A missão se desenvolve em clima de gratuidade, pobreza e confiança, e comunica o bem fundamental da paz, isto é, da plena realização de todas as dimensões da vida humana. Os enviados são portadores da libertação; rejeitá-los é rejeitar a salvação e atrair sobre si o julgamento. Jesus transmite aos discípulos quatro orientações fundamentais, que são, na verdade, uma unção e transmissão de poder para realizar os mesmos sinais que ele próprio realiza. Os discípulos são enviados para curar os enfermos, ressuscitar os mortos, sarar os leprosos e expulsar os demônios. Todas as obras que realizarem devem manifestar unicamente a gratuidade e o amor de Deus: “Vocês receberam de graça; deem de graça”. A Igreja é essencialmente missionária. Deve reunir o povo de Deus em torno de Jesus. Independentemente de onde o cristão estiver, deve manifestar a alegria do Reino e testemunhar a salvação através de suas ações e palavras. Um dos principais sinais da aceitação da mensagem salvífica é a “paz”. A unidade e a paz na família são sinais do Reino e, por isso, devem ser preservadas, apesar de todas as dificuldades.

terça-feira, 8 de julho de 2025

Mateus 10, 1-7 O núcleo da nova comunidade.

* 1 Então Jesus chamou seus discípulos e deu-lhes poder para expulsar os espíritos maus, e para curar qualquer tipo de doença e enfermidade. 2 São estes os nomes dos Doze Apóstolos: primeiro Simão, chamado Pedro, e seu irmão André; Tiago e seu irmão João, filhos de Zebedeu; 3 Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4 Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus. A missão dos apóstolos -* 5 Jesus enviou os Doze com estas recomendações: “Não tomem o caminho dos pagãos, e não entrem nas cidades dos samaritanos. 6 Vão primeiro às ovelhas perdidas da casa de Israel. 7 Vão e anunciem: ‘O Reino do Céu está próximo’. Comentário: * 1-4: Os discípulos recebem o mesmo poder de Jesus: desalienar os homens (expulsar demônios) e libertá-los de todos os males (curar doenças). Os doze apóstolos formam o núcleo da nova comunidade, chamada a continuar a palavra e ação de Jesus. * 5-15: A missão é reunir o povo para seguir a Jesus, o novo Pastor. Ela se realiza mediante o anúncio do Reino e pela ação que concretiza os sinais da presença do Reino. A missão se desenvolve em clima de gratuidade, pobreza e confiança, e comunica o bem fundamental da paz, isto é, da plena realização de todas as dimensões da vida humana. Os enviados são portadores da libertação; rejeitá-los é rejeitar a salvação e atrair sobre si o julgamento. O grupo dos Doze forma a primeira comunidade cristã, que é incumbida de continuar a missão de Cristo no mundo. Para tal, os apóstolos recebem do próprio Jesus o poder de curar todas as doenças e de expulsar os demônios, ou seja, libertar de todos os males que aprisionam o ser humano. Cada um de nós hoje é chamado a realizar a mesma tarefa, anunciando que o Reino de Deus está próximo, que precisamos nos converter e viver dignamente. Também nós somos agora enviados, com o poder de curar e libertar.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Mateus 9, 32-38 Jesus faz ver e falar.

32 Quando já tinham saído os dois cegos, levaram a Jesus um mudo que estava possuído pelo demônio. 33 Quando o demônio foi expulso, o mudo falou, e as multidões ficaram admiradas, e diziam: “Nunca se viu uma coisa assim em Israel.” 34 Mas os fariseus diziam: “É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios.” A origem da missão -* 35 Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa Notícia do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. 36 Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. 37 Então Jesus disse a seus discípulos: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos! 38 Por isso, peçam ao dono da colheita que mande trabalhadores para a colheita.” Comentário: * 27-34: A justiça do Reino liberta os homens para o discernimento (ver) e expulsa a alienação (demônio) que impede de dizer a palavra que transforma a realidade. A justiça libertadora, porém, provoca a oposição daqueles que querem apossar-se da salvação, para restringi-la a pequeno grupo de privilegiados. * 35-38: Mateus apresenta um resumo da atividade de Jesus (cf. 4,23), mostrando a raiz da ação dele: nasce da visão da realidade, que o leva a compadecer-se, isto é, a sentir junto com o povo cansado e abatido. O trabalho é grande, e necessita de pessoas dispostas a continuar a obra de Jesus. A comunidade deve assumir a preocupação de levar a Boa Notícia do Reino ao mundo inteiro, consciente da necessidade de trabalhadores disponíveis para essa missão divina. O contato com os chefes e os fariseus causava profunda tristeza em Jesus, pois tinham o coração demasiado duro para compreenderem a novidade do Evangelho e do Reino. Apesar disso, Jesus continua sua missão, comovido e motivado pela necessidade do povo que anda desorientado, como um rebanho sem pastor. Ao ver a carência do povo e sua dependência em diversos níveis, Jesus sente compaixão. Sentir compaixão significa entrar em sintonia com os sentimentos e a dor do outro. Significa assumir seus sofrimentos e colaborar para uma mudança. Jesus é verdadeiro pastor e, como tal, faz de tudo para proteger seu rebanho, mesmo que isso provoque ira e injúrias por parte de alguns.

domingo, 6 de julho de 2025

Mateus 9, 16-26 Jesus é o Senhor da vida.

* 18 Enquanto Jesus dizia essas coisas para eles, um chefe se aproximou, ajoelhou-se diante de Jesus, e disse: “Minha filha acaba de morrer; mas vem, põe tua mão sobre ela, e ela viverá.” 19 Jesus levantou-se e o seguiu, junto com seus discípulos. 20 Nesse momento, chegou uma mulher que fazia doze anos vinha sofrendo de hemorragia. Ela foi por trás, e tocou a barra da roupa de Jesus, 21 porque pensava: “Ainda que eu toque só na roupa dele, ficarei curada.” 22 Jesus virou-se, e, ao vê-la, disse: “Coragem, filha! Sua fé curou você.” E, desde esse momento, a mulher ficou curada. 23 Chegando à casa do chefe, Jesus viu os tocadores de flauta e uma multidão fazendo barulho. Então disse: 24 “Retirem-se, porque a menina não morreu. Ela está apenas dormindo.” As pessoas começaram a caçoar dele. 25 Quando a multidão foi afastada, Jesus entrou, e tomou a menina pela mão. Então a menina se levantou. 26 E essa notícia espalhou-se por toda aquela região. Comentário: * 18-26: Cf. nota em Mc 5, 21-43: Toda mulher menstruada ou sofrendo corrimento de sangue, era considerada impura (Lv 15,19.25), e impuros ficavam também os que fossem tocados por ela. A fé em Jesus faz que essa mulher viole a Lei e seja curada. A missão de Jesus é restaurar os homens na vida total: não só libertá-los da doença que os diminui e exclui do convívio social, mas também salvá-los da morte, que os exclui da vida antes do tempo. Iniciamos a semana meditando o relato de duas curas que ocorrem quase que simultaneamente. Além do período em que ocorrem, elas têm em comum o fato de necessitarem da presença de Jesus e de revelarem fé profunda (tanto da mulher quanto do pai da menina). Os que manifestam a fé são salvos, como afirma Jesus. Isso significa muito mais do que a cura em si, significa receber de volta a vida plena e o convívio na sociedade. O mesmo vale para nós hoje: se manifestarmos fé verdadeira, além das “curas” cotidianas, estará garantida para nós a salvação eterna. Lugar privilegiado para encontrar pessoalmente com Cristo e sermos por ele curados são os sacramentos, portanto aproximemo-nos dos sacramentos com uma fé viva, para que possamos sentir eficazmente a vida nova que eles produzem em nós.

sábado, 5 de julho de 2025

Lucas 10, 1-12 .17-20 Os anunciadores do Reino.

-* 1 O Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos, e os enviou dois a dois, na sua frente, para toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir. 2 E lhes dizia: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso peçam ao dono da colheita que mande trabalhadores para a colheita. 3 Vão! Estou enviando vocês como cordeiros para o meio de lobos. 4 Não levem bolsa, nem sacola, nem sandálias, e não parem no caminho, para cumprimentar ninguém. 5 Em qualquer casa onde entrarem, digam primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ 6 Se aí morar alguém de paz, a paz de vocês irá repousar sobre ele; se não, ela voltará para vocês. 7 Permaneçam nessa mesma casa, comam e bebam do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não fiquem passando de casa em casa. 8 Quando entrarem numa cidade, e forem bem recebidos, comam o que servirem a vocês, 9 curem os doentes que nela houver. E digam ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vocês!’ 10 Mas quando vocês entrarem numa cidade, e não forem bem recebidos, saiam pelas ruas e digam: 11 ‘Até a poeira dessa cidade, que se grudou em nossos pés, nós sacudimos contra vocês. Apesar disso, saibam que o Reino de Deus está próximo’. 12 Eu lhes afirmo: no dia do julgamento, Deus será mais tolerante com Sodoma do que com tal cidade. A alegria do discípulo -* 17 Os setenta e dois voltaram muito alegres, dizendo: “Senhor, até os demônios obedecem a nós por causa do teu nome.” 18 Jesus respondeu: “Eu vi Satanás cair do céu como um relâmpago. 19 Vejam: eu dei a vocês o poder de pisar em cima de cobras e escorpiões e sobre toda a força do inimigo, e nada poderá fazer mal a vocês. 20 Contudo, não se alegrem porque os maus espíritos obedecem a vocês; antes, fiquem alegres porque os nomes de vocês estão escritos no céu.” Comentário: * 1-16: Os discípulos são organizados por Jesus para anunciarem a Boa Notícia no caminho e começarem a realizar os atos que concretizam o Reino. Aqueles que não quiserem aderir à Boa Notícia ficarão fora da nova história. * 17-20: Os milagres realizados são motivo de alegria para os discípulos que retornam. No entanto, Jesus mostra que são apenas sinais de uma libertação muito mais ampla, que ameaça o domínio de Satanás. A verdadeira alegria dos discípulos é saber que a novidade do Reino está surgindo, e que eles estão participando dela. Lucas apresenta a “missão dos setenta e dois” discípulos. O número “setenta e dois” é simbólico: recorda que todos os seguidores de Jesus têm o compromisso com seu projeto. A Palavra de Jesus não tem fronteiras nem se limita a um único povo. Precisa estar presente em toda parte onde o Reino de Deus ainda não se estabeleceu. O Reino de Deus é o objetivo de toda ação da comunidade e de todo cristão. O autor apresenta o perfil dos missionários: são pessoas que rezam, pedem ao Senhor da messe que envie operários; devem estar dispostas a enfrentar os desafios da missão, pois os lobos ferozes querem devorar o projeto de Jesus; são pessoas despojadas, que não visam ao lucro; são pessoas promotoras da paz, dom messiânico por excelência; não devem perder tempo com quem nada quer com a mensagem de Jesus, sacudindo o pó da sociedade injusta. A alegria dos cristãos consiste em saber que seus nomes “estão escritos no céu”, isto é, Deus conta com a colaboração deles.

Gálatas 6, 14-18 Gloriar-se na cruz de Cristo.

14 Quanto a mim, que eu não me glorie, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, por meio do qual o mundo foi crucificado para mim, e eu para o mundo. 15 O que importa não é a circuncisão ou a não-circuncisão, e sim a nova criação. 16 Que a paz e a misericórdia estejam sobre todos os que seguirem esta norma, assim como sobre todo o Israel de Deus. 17 De agora em diante ninguém mais me moleste, pois trago em meu corpo as marcas de Jesus. Saudações finais -* 18 Irmãos, que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com o espírito de vocês. Amém. Comentário: * 11-18: Paulo acusa os pregadores judaizantes de orgulho, covardia e falsidade. De fato, eles visam à glória pessoal, fogem à perseguição e, embora preguem a Lei, eles próprios não a praticam. Paulo, porém, mesmo perseguido, se gloria apenas na cruz de Cristo, porque é dela que nasceu a nova criação, diante da qual ser ou não ser circuncidado é algo que já não tem importância.