quinta-feira, 22 de maio de 2025
João 15, 12-17 O fruto do discípulo é o amor.
12 O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês. 13 Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. 14 Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou mandando. 15 Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai. 16 Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça. O Pai dará a vocês qualquer coisa que vocês pedirem em meu nome. 17 O que eu mando é isto: amem-se uns aos outros.”
Comentário:
* 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida.
A amizade é uma forma profunda e exigente de amar. Não é por acaso que Jesus chama seus discípulos de amigos, e não servos. A amizade é um compromisso que assumimos com liberdade e humildade. Jesus nos amou gratuitamente e pede que também nós façamos o mesmo, pois, quando amamos, somos capazes de realizar qualquer coisa pelo outro. O cristão não deve perder-se em questões banais, mas sim orientar sua vida pela lei do amor, confiando que Cristo nos escolheu para que produzamos muitos frutos. Tradicionalmente, sabemos que a qualidade do fruto depende da qualidade da árvore. Se a árvore é boa, o fruto será bom e permanecerá. Cristo, a árvore perfeita, nos mostra que daremos bons frutos se permanecermos unidos à raiz, que é Deus.
quarta-feira, 21 de maio de 2025
João 15, 9-11 O fruto do discípulo é o amor.
* 9 Assim como meu Pai me amou, eu também amei vocês: permaneçam no meu amor. 10 Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11 Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa.
Comentário:
* 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida.
Os Mandamentos indicam um caminho de vida, e não apenas um conjunto de regras. Diferentemente do que eram as outras leis conhecidas no Antigo Oriente, entregues pelos reis aos seus súditos, os Mandamentos (ou Decálogo) foi entregue diretamente por Deus ao seu povo, pelas mãos de Moisés, estabelecendo, assim, uma Aliança. O primeiro mandamento, ou primeira “palavra”, expressa exatamente esta relação íntima de Deus com o povo liberto da escravidão. Deus ama seu povo e, por isso, estabeleceu a Aliança. Espera, portanto, que o povo também o ame, permanecendo no seu amor. Isso nem sempre ocorreu, por isso a presença de Jesus, o Filho de Deus, no nosso meio, recordando a lei fundamental do amor, para que participemos novamente da Aliança e da alegria do Pai, a alegria completa.
terça-feira, 20 de maio de 2025
João 5, 1-8 A vida está acima da lei.
* 1 Depois disso, houve uma festa judaica, e Jesus foi a Jerusalém. 2 Em Jerusalém, perto da porta das Ovelhas, existe uma piscina rodeada por cinco corredores cobertos. Em hebraico a piscina chamava-se Betesda. 3 Muitos doentes ficavam aí deitados: eram cegos, coxos e paralíticos, esperando que a água se movesse (4 porque um anjo descia de vez em quando e movimentava a água da piscina. O primeiro doente que entrasse na piscina, depois que a água fosse movida, ficava curado de qualquer doença que tivesse). 
5 Aí ficava um homem que estava doente havia trinta e oito anos. 6 Jesus viu o homem deitado e ficou sabendo que estava doente havia muito tempo. Então lhe perguntou: “Você quer ficar curado?” 7 O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina quando a água está se movendo. Quando vou chegando, outro já entrou na minha frente.” 8 Jesus disse: “Levante-se, pegue sua cama e ande!”. 
Comentário:
* 1-18: O paralítico é figura do povo oprimido e paralisado, à espera de alguém que o liberte. Jesus vai ao encontro do paralítico, e lhe ordena que ele próprio se levante e ande, encontrando sua liberdade e decidindo seu próprio caminho.
Para Jesus e para seu Pai, o importante é a vida e a liberdade. Elas estão acima até mesmo das leis religiosas e da opinião de quaisquer autoridades. 
A primeira grande questão que dividiu a opinião dos cristãos foi relativa à circuncisão dos batizados, ou melhor, à obrigatoriedade da observância dos preceitos judaicos procedentes da circuncisão. Não é apenas uma questão de ordem prática, mas um problema teológico, pois tocava o âmago da mensagem evangélica. Jesus instaurou um novo povo de Deus, e já não são os judeus o povo escolhido, mas todos os que abraçam a fé. O chamado Concílio de Jerusalém procurou impedir um retrocesso que ameaçava esvaziar de sentido e de valor a redenção operada por Cristo. O fundamental, aqui, é notarmos que os cristãos (ramos) já não estão apegados a uma Lei, mas dependem unicamente de Cristo, a videira. “Quem permanece em mim, e eu nele, dará muito fruto”, afirma Jesus. A qualidade do cristão depende de sua união a Cristo, e essa união depende do quanto nos sentimos Igreja, porque Cristo é a cabeça da Igreja, que é seu corpo.
segunda-feira, 19 de maio de 2025
João 14, 27-31 A paz que só Jesus pode dar.
-* 27 “Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo. 28 Vocês ouviram o que eu disse: ‘Eu vou, mas voltarei para vocês’. Se vocês me amassem, ficariam alegres porque eu vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29 Eu lhes digo isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês acreditem. 30 Já não tenho muito tempo para falar com vocês, pois o príncipe deste mundo está chegando. Ele não tem poder sobre mim, 31 mas vem para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, e é por isso que faço tudo o que o Pai me mandou. Levantem-se. Vamos sair daqui.”
Comentário:
* 27-31: Jesus fala de paz e alegria no momento em que sua morte está para acontecer. Paz é a plena realização humana. Ela só é possível se aquele que rege uma sociedade desumana for destituído de poder. A morte de Jesus realiza a paz. Todo martírio é participação nessa luta vitoriosa de Jesus e, portanto, causa de paz e alegria.
Ao ler o Evangelho de hoje, poderíamos nos perguntar: onde encontrar, num mundo marcado por tantas guerras e violência, a paz que Cristo nos deixou? A paz dada por Jesus está intimamente ligada à sua vitória sobre a morte, não obstante o sofrimento por ele sentido, mostrando-nos que é precisamente no meio das tribulações que devemos ser anunciadores do Príncipe da paz. Contrapondo-nos à cultura originada pelo Império Romano (cujo dito afirma: “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”), o Evangelho nos convida a outra lógica: “Se queres a paz, anuncia Cristo no mundo dividido pela guerra”. Essa é a tradição cristã e a lógica que guiou o papa Francisco em tantos momentos do seu pontificado. Somente Cristo nos dá a verdadeira paz, somente ele garante que o nosso coração não fique perturbado.
domingo, 18 de maio de 2025
João 14, 21-26 O Espírito Santo continua a obra de Jesus.
21 Quem aceita os meus mandamentos e a eles obedece, esse é que me ama. E quem me ama, será amado por meu Pai. Eu também o amarei e me manifestarei a ele.”
22 Judas, não o Iscariotes, perguntou: “Senhor, por que vais manifestar-te a nós e não ao mundo?” 23 Jesus respondeu: “Se alguém me ama, guarda a minha palavra, e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. 24 Quem não me ama, não guarda as minhas palavras. E a palavra que vocês ouvem não é minha, mas é a palavra do Pai que me enviou. 25 Essas são as coisas que eu tinha para dizer estando com vocês. 26 Mas o Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse.”
Comentário:
* 15-26: Advogado é alguém que defende uma causa. Jesus envia o Espírito Santo como advogado da comunidade cristã. O Espírito é a memória de Jesus que continua sempre viva e presente na comunidade. Ele ajuda a comunidade a manter e a interpretar a ação de Jesus em qualquer tempo e lugar. O Espírito também leva a comunidade a discernir os acontecimentos para continuar o processo de libertação, distinguindo o que é vida e o que é morte, e realizando novos atos de Jesus na história. 
Por mais obras que Jesus realize, os que não o amam serão incapazes de reconhecer sua divindade. Somente quem o ama compreende sua mensagem e consegue observar os Mandamentos. O amor, portanto, é a fonte da qual brotam a fé, o seguimento, a prática da justiça e a convivência fraterna. Do amor, nascem a pregação e a força da missão. Quando amamos, o Espírito Santo enviado por Deus se manifesta a cada um de nós. Curioso notar que, em grego, a palavra parakleto, utilizada para descrever o Espírito, significa ao mesmo tempo “advogado”, “intercessor” e “consolador”. Consolador, por sinal, é nome messiânico na tradição judaica (menahem). Por isso, o primeiro “paráclito” é o próprio Jesus, e é através dele que recebemos o Espírito Santo. Ele nos ajuda a compreender tudo o que o Mestre nos ensinou, meditando os textos litúrgicos e alargando nossa visão da obra divina. Essa visão mais ampla será, ao mesmo tempo, purificação que nos remete para o essencial da nossa fé.
sábado, 17 de maio de 2025
João 13, 31-33ª.34-35 A expressão de fé em Jesus é o amor.
* 31 Quando Judas Iscariotes saiu, Jesus disse: “Agora o Filho do Homem foi glorificado, e também Deus foi glorificado nele. 32 Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo.
33 Filhinhos: vou ficar com vocês só mais um pouco.34 Eu dou a vocês um mandamento novo: amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem se amar uns aos outros. 35 Se vocês tiverem amor uns para com os outros, todos reconhecerão que vocês são meus discípulos.”
Comentário:
* 31-38: O mandamento novo supera todos os outros mandamentos. Deus e o homem são inseparáveis. E é somente amando ao homem que amamos a Deus. Em Jesus, Deus se fez presente no homem, tornando-o intocável. Tal mandamento novo gera uma comunidade, que oferece uma alternativa de vida digna e liberdade perante a morte e a opressão.
O relato do Evangelho está no contexto da última ceia de Jesus com seus discípulos. Após Judas sair da cena, o Mestre reconhece que chegou a “hora” e dá as últimas instruções aos seus, pois por pouco tempo ainda ficará com eles. A “hora” de Jesus é a sua glorificação, quando transforma a traição na oportunidade de se entregar ao Pai e à humanidade. Antes de partir, deixa aos seus o “novo mandamento do amor”. A novidade está na medida “como eu vos amei”, em outras palavras, a ponto de doar a própria vida de forma gratuita. O Mestre não exige muito dos seus seguidores, apenas que se “amem uns aos outros”. Amando gratuitamente até as últimas consequências, demonstraremos ser discípulos de Jesus. A marca, portanto, dos cristãos é “amar como Jesus amou”. O Mestre não pede amor para si, mas aos irmãos e irmãs. É o amor que dará credibilidade às nossas palavras e às mensagens. Se amarmos a Jesus e aos irmãos e irmãs, amaremos o próprio Deus.
Apocalipse 21, 1-5 Jerusalém-Esposa.
* 1 Vi, então, um novo céu e uma nova terra. O primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. 2 Vi também descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, uma Jerusalém nova, pronta como esposa que se enfeitou para o seu marido. 3 Nisso, saiu do trono uma voz forte. E ouvi: “Esta é a tenda de Deus com os homens. Ele vai morar com eles. Eles serão o seu povo e ele, o Deus-com-eles, será o seu Deus. 4 Ele vai enxugar toda lágrima dos olhos deles, pois nunca mais haverá morte, nem luto, nem grito, nem dor. Sim! As coisas antigas desapareceram!” 5* Aquele que está sentado no trono declarou: “Eis que faço novas todas as coisas.”
Comentário:
1-4: A nova relação que existe entre Deus e os homens é apresentada como céu novo e terra nova. O mar já não existe, porque os antigos o consideravam moradia dos poderes do mal. A Nova Jerusalém é a cidade que Deus vai construir como dom (vem do céu) para os homens. É a Esposa do Cordeiro, o novo Adão que esposa a nova Eva. Realiza-se a Aliança de Deus com toda a humanidade. Ela se tornou a Tenda (Ex 25,8), na qual Deus está presente. Doravante tudo é vida e realização plena.
* 5-8: Deus promete a renovação de tudo, pois ele é o Senhor da história, a fonte e o fim da vida. Ele dá a vida a quem a desejar. Quem for perseverante entrará para a realidade da Aliança: tornar-se-á filho, participando da realidade do próprio Cristo. O fato de conhecer o fim, porém, não dispensa a conversão.
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