sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

Marcos 9, 2-13 O sinal da vitória.

2 Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e seu irmão João, e os levou sozinhos a um lugar à parte, sobre uma alta montanha. E se transfigurou diante deles. 3 Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas, como nenhuma lavadeira no mundo as poderia alvejar. 4 Apareceram-lhes Elias e Moisés, que conversavam com Jesus. 5 Então Pedro tomou a palavra e disse a Jesus: “Mestre, é bom ficarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.” 6 Pedro não sabia o que dizer, pois eles estavam com muito medo. 7 Então desceu uma nuvem e os cobriu com sua sombra. E da nuvem saiu uma voz: “Este é o meu Filho amado. Escutem o que ele diz!” 8 E, de repente, eles olharam em volta e não viram mais ninguém, a não ser somente Jesus com eles. 9 Ao descerem da montanha, Jesus recomendou-lhes que não contassem a ninguém o que tinham visto, até que o Filho do Homem tivesse ressuscitado dos mortos. 10 Eles observaram a recomendação e se perguntavam o que queria dizer “ressuscitar dos mortos”. 11 Os discípulos perguntaram a Jesus: “Por que os doutores da Lei dizem que antes deve vir Elias?” 12 Jesus respondeu: “Antes vem Elias para colocar tudo em ordem. Mas, como dizem as Escrituras, o Filho do Homem deve sofrer muito e ser rejeitado. 13 Eu, porém, digo a vocês: Elias já veio e fizeram com ele tudo o que queriam, exatamente como as Escrituras falaram a respeito dele.” Comentário: * 1-13: A vida e ação de Jesus não terminam na sua morte. A transfiguração é sinal da Ressurreição: a sociedade não conseguirá deter a pessoa e a atividade de Jesus, que irão continuar através de seus discípulos. A voz de Deus mostra que, daqui por diante, Jesus é a única autoridade. Todos os que ouvem o convite de Deus e seguem a Jesus até o fim, começam desde já a participar da sua vitória final, quando ressuscitarão com ele. O primeiro anúncio da paixão e morte de Jesus parece ter posto em crise seus discípulos. Por isso, Jesus quer mostrar-lhes que a vida dele não será um fracasso, mas terá um fim vitorioso. A alta montanha simboliza o lugar da manifestação divina. Jesus para lá se dirige com os três mais representativos entre os apóstolos e se transfigura diante deles. Dois representantes de todo o Antigo Testamento (Moisés, a Lei; Elias, os profetas) conversam, não com os apóstolos, mas com Jesus: o Antigo Testamento não tem mensagem direta aos cristãos; ela deve passar pelo filtro (interpretação) de Jesus. A nuvem é símbolo da presença de Deus. De fato, da nuvem é que vem a voz: “Este é meu Filho amado: ouçam-no”. Moisés e Elias desaparecem, os apóstolos ficam apenas com Jesus, o único a quem devem ouvir e seguir.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

Marcos 8, 34-9,1 O seguimento de Jesus.

* 34 Então Jesus chamou a multidão e os discípulos. E disse: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 35 Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim e da Boa Notícia, vai salvá-la. 36 Com efeito, que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro, se perde a própria vida? 37 Que é que um homem poderia dar em troca da própria vida? 38 Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras diante dessa geração adúltera e pecadora, também o Filho do Homem se envergonhará dele, quando vier na glória do seu Pai com seus santos anjos.” O sinal da vitória -* 1 E Jesus dizia: “Eu garanto a vocês: alguns dos que estão aqui, não morrerão sem ter visto o Reino de Deus chegar com poder.” Comentário: * 34-38: A morte de cruz era reservada a criminosos e subversivos. Quem quer seguir a Jesus esteja disposto a se tornar marginalizado por uma sociedade injusta (perder a vida) e mais, a sofrer o mesmo destino de Jesus: morrer como subversivo (tomar a cruz). * 9,1-13: A vida e ação de Jesus não terminam na sua morte. A transfiguração é sinal da Ressurreição: a sociedade não conseguirá deter a pessoa e a atividade de Jesus, que irão continuar através de seus discípulos. A voz de Deus mostra que, daqui por diante, Jesus é a única autoridade. Todos os que ouvem o convite de Deus e seguem a Jesus até o fim, começam desde já a participar da sua vitória final, quando ressuscitarão com ele. Aos discípulos e à multidão, Jesus apresenta, sem rodeios, as exigências para segui-lo, isto é, para assumir com ele e o Evangelho um compromisso vital. Renunciar a si mesmo é não buscar os próprios interesses nem fechar-se egoisticamente no seu pequeno mundo, mas abrir-se para as propostas do Reino. Tomar sua cruz é não ser compreendido por ser cristão engajado; é ser criticado ou mesmo perseguido por ser fiel a Jesus Cristo. Seguir a Jesus sem se envergonhar dele e do Evangelho é não se omitir diante das injustiças e de tudo o que é contrário ao Reino de Deus. Muitas pessoas, para manterem seus privilégios ou não se sentirem incomodadas, são indiferentes aos apelos do Mestre; outras preferem mantê-lo fora da própria vida. A estas faltará quem as apresente quando Jesus vier em sua glória.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023

Marcos 8, 27-33 Jesus é o Messias.

-* 27 Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesaréia de Filipe. No caminho, ele perguntou a seus discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” 28 Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros, que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas.” 29 Então Jesus perguntou-lhes: “E vocês, quem dizem que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Messias.” 30 Então Jesus proibiu severamente que eles falassem a alguém a respeito dele. 31 Em seguida, Jesus começou a ensinar os discípulos, dizendo: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar depois de três dias.” 32 E Jesus dizia isso abertamente. Então Pedro levou Jesus para um lado e começou a repreendê-lo. 33 Jesus virou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: “Fique longe de mim, satanás! Você não pensa as coisas de Deus, mas as coisas dos homens.” Comentário: * 27-33: A pergunta de Jesus força os discípulos a fazer uma revisão de tudo o que ele realizou no meio do povo. Esse povo não entendeu quem é Jesus. Os discípulos, porém, que acompanham e vêem tudo o que Jesus tem feito, reconhecem agora, através de Pedro, que Jesus é o Messias. A ação messiânica de Jesus consiste em criar um mundo plenamente humano, onde tudo é de todos e repartido entre todos. Esse messianismo destrói a estrutura de uma sociedade injusta, onde há ricos à custa de pobres e poderosos à custa de fracos. Por isso, essa sociedade vai matar Jesus, antes que ele a destrua. Mas os discípulos imaginam um messias glorioso e triunfante. Jesus levanta a questão: O que o povo e os discípulos pensam a respeito dele? O povo tem dúvidas, confunde-o com algum dos antigos profetas. Pedro, em nome dos discípulos, responde: “Tu és o Messias”. Jesus não corrige a resposta. Está certa, mas incompleta ou distorcida. Ainda pensam num Messias nacionalista e poderoso, capaz de expulsar os ocupantes estrangeiros. Jesus então lhes apresenta o perfil do verdadeiro Messias, que se identifica com o servo sofredor descrito por Isaías: ele vai sofrer e morrer nas mãos de autoridades nacionais e estrangeiras. Mas ressuscitará. Chegará à glória. Antes, porém, sofrendo a paixão e a morte. Pedro não concorda e repreende Jesus, que responde ao apóstolo, chamando-o de Satanás, isto é, adversário, alguém que se posiciona contra os planos de Deus.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

Marcos 8, 22-26 Da cegueira para a visão.

-* 22 Chegaram a Betsaida. Algumas pessoas levaram um cego e pediram que Jesus tocasse nele. 23 Jesus pegou o cego pela mão, levou-o para fora do povoado, cuspiu nos olhos dele, pôs as mãos sobre ele e perguntou: “Você está vendo alguma coisa?” 24 O homem levantou os olhos e disse: “Estou vendo homens; parecem árvores que andam.” 25 Então Jesus pôs de novo as mãos sobre os olhos dele, e ele enxergou claramente. Ficou curado e enxergava todas as coisas com nitidez, mesmo de longe. 26 Jesus mandou o homem ir para casa, dizendo: “Não entre no povoado.” Comentário: * 22-26: A cura em dois tempos é um símbolo do que acontece com os discípulos. Eles acompanham Jesus e vêem tudo o que ele faz, mas ainda não percebem que Jesus é o Messias. Só compreenderão isso claramente a partir da cena seguinte, onde Jesus começa a revelar seu próprio destino (Mc 8,27-10,52). O cego é figura dos discípulos que, apesar de terem visto os inúmeros sinais realizados por Jesus, continuam com a ideia fixa de um Messias nacionalista, dominador dos povos. Não entendem a prática de Jesus; não sabem quem ele é. Este episódio, exclusivo de Marcos, torna-se um símbolo do que Jesus fará doravante com seus discípulos. Vai conduzi-los e levá-los a ter compreensão correta de sua pessoa e de sua missão. Jesus realiza a cura do cego em dois atos. No primeiro, o cego ainda vê de modo confuso; só depois do segundo ato é que ele vê claramente. À medida que os discípulos compreendem com clareza quem é Jesus, poderão aderir a ele e a seu projeto com mais consciência e liberdade. Sua adesão será então autêntica resposta de amor.

Marcos 8, 14-21 Confiar na partilha.

-* 14 Os discípulos tinham se esquecido de levar pães. Tinham consigo na barca só um pão. 15 Então Jesus os advertiu: “Prestem atenção e tomem cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes.” 16 Os discípulos diziam entre si: “É porque não temos pão.” 17 Mas Jesus percebeu e perguntou: “Por que vocês discutem sobre a falta de pães? Vocês ainda não entendem e nem compreendem? Estão com o coração endurecido? 18 Vocês têm olhos e não vêem, têm ouvidos e não ouvem? Não se lembram 19 de quando reparti cinco pães para cinco mil pessoas? Quantos cestos vocês recolheram cheios de pedaços?” Eles responderam: “Doze.” 20 Jesus perguntou: “E quando reparti sete pães para quatro mil pessoas, quantos cestos vocês recolheram cheios de pedaços?” Eles responderam: “Sete.” 21 Jesus disse: “E vocês ainda não compreendem?” Comentário: * 14-21: Os discípulos se preocupam por não terem acumulado pão. Jesus chama a atenção deles para não ficarem presos a um sistema que visa a acumular coisas para ter segurança (fermento dos fariseus e de Herodes). É preciso confiar na partilha: tudo o que se reparte, torna-se até mais do que suficiente. Mesmo vendo a generosa partilha de pães e peixes realizada por Jesus, seus discípulos são incapazes de reconhecer a divindade dele. Para “despertá-los” da lerdeza em compreender, Jesus ilustra seu recado com a figura do fermento dos fariseus e de Herodes. O fermento dos fariseus corresponde a suas ideias de um Messias nacionalista e político, dominador dos outros povos; o fermento de Herodes (e dos herodianos) é o poder sem moral, gerador de morte. Os discípulos mantêm-se apegados a essa ideologia (acumular coisas para ter segurança) e têm dificuldades de dar um passo para reconhecer e acolher a novidade de Jesus (partilha e vida abundante para todos). Veem os sinais, mas não enxergam a ação de Deus; ouvem magníficas palavras, mas não se entregam à mensagem libertadora do Mestre.

domingo, 12 de fevereiro de 2023

Marcos 8, 11-13 A ação de Jesus é o sinal.

11 Foram então os fariseus e começaram a discutir com Jesus. E, para tentá-lo, pediam-lhe um sinal do céu. 12 Mas Jesus deu um suspiro profundo e disse: “Por que essa geração pede um sinal? Eu garanto a vocês: a essa geração não será dado nenhum sinal.” 13 E, deixando-os, Jesus entrou de novo na barca e se dirigiu para a outra margem. Comentário: * 10-13: Jesus aqui não dá nenhuma prova de ser o Messias que veio de Deus e que realiza a vontade de Deus. Quem está disposto pode concluir isso, vendo a pessoa e a atividade de Jesus. Pedir outra prova é querer um messias triunfalista, que provoca admiração, mas não liberta. Os fariseus, conhecidos por sua rigorosa observância da Lei, em geral não aceitam os ensinamentos de Jesus nem seu modo de agir. Em vários episódios, eles se unem aos doutores da Lei para porem Jesus à prova, e se possível fazê-lo cair na armadilha. Não obstante todas as obras maravilhosas realizadas por Jesus no meio do povo, os fariseus lhe pedem um sinal do céu, algo mais extraordinário do que estão vendo. Jesus simplesmente se recusa a dar espetáculo gratuito. Não busca o aplauso das pessoas, mas a conversão delas. Realizando as obras que o Pai o encarregou de fazer, Jesus quer atingir os corações humanos e levá-los ao caminho da vida e da liberdade. Não encontrando aqui terreno fértil para sua mensagem, retira-se de barco para outro lugar, em busca de pessoas com melhores disposições.

sábado, 11 de fevereiro de 2023

Mateus 5, 17-37 A lei e a justiça.

* 17 “Não pensem que eu vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim abolir, mas dar-lhes pleno cumprimento. 18 Eu garanto a vocês: antes que o céu e a terra deixem de existir, nem sequer uma letra ou vírgula serão tiradas da Lei, sem que tudo aconteça. 19 Portanto, quem desobedecer a um só desses mandamentos, por menor que seja, e ensinar os outros a fazer o mesmo, será considerado o menor no Reino do Céu. Por outro lado, quem os praticar e ensinar, será considerado grande no Reino do Céu. 20 Com efeito, eu lhes garanto: se a justiça de vocês não superar a dos doutores da Lei e dos fariseus, vocês não entrarão no Reino do Céu.” Ofensa e reconciliação -* 21 “Vocês ouviram o que foi dito aos antigos: ‘Não mate! Quem matar será condenado pelo tribunal’. 22 Eu, porém, lhes digo: todo aquele que fica com raiva do seu irmão, se torna réu perante o tribunal. Quem diz ao seu irmão: ‘imbecil’, se torna réu perante o Sinédrio; quem chama o irmão de ‘idiota’, merece o fogo do inferno. 23 Portanto, se você for até o altar para levar a sua oferta, e aí se lembrar de que o seu irmão tem alguma coisa contra você, 24 deixe a oferta aí diante do altar, e vá primeiro fazer as pazes com seu irmão; depois, volte para apresentar a oferta. 25 Se alguém fez alguma acusação contra você, procure logo entrar em acordo com ele, enquanto estão a caminho do tribunal; senão o acusador entregará você ao juiz, o juiz o entregará ao guarda, e você irá para a prisão. 26 Eu garanto: daí você não sairá, enquanto não pagar até o último centavo.” Adultério e fidelidade -* 27 “Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não cometa adultério’. 28 Eu, porém, lhes digo: todo aquele que olha para uma mulher e deseja possuí-la, já cometeu adultério com ela no coração. 29 Se o olho direito leva você a pecar, arranque-o e jogue-o fora! É melhor perder um membro, do que o seu corpo todo ser jogado no inferno. 30 Se a mão direita leva você a pecar, corte-a e jogue-a fora! É melhor perder um membro do que o seu corpo todo ir para o inferno. 31 Também foi dito: ‘Quem se divorciar de sua mulher, lhe dê uma certidão de divórcio’. 32 Eu, porém, lhes digo: todo aquele que se divorcia de sua mulher, a não ser por causa de fornicação, faz com que ela se torne adúltera; e quem se casa com a mulher divorciada, comete adultério.” Juramento e verdade -* 33 “Vocês ouviram também o que foi dito aos antigos: ‘Não jure falso’, mas ‘cumpra os seus juramentos para com o Senhor’. 34 Eu, porém, lhes digo: não jurem de modo algum: nem pelo Céu, porque é o trono de Deus; 35 nem pela terra, porque é o suporte onde ele apóia os pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei. 36 Não jure nem mesmo pela sua própria cabeça, porque você não pode fazer um só fio de cabelo ficar branco ou preto. 37 Diga apenas ‘sim’, quando é ‘sim’; e ‘não’, quando é ‘não’. O que você disser além disso, vem do Maligno.” Comentário: * 17-20: A lei não deve ser observada simplesmente por ser lei, mas por aquilo que ela realiza de justiça. Cumprir a lei fielmente não significa subdividi-la em observâncias minuciosas, criando uma burocracia escravizante; significa, isto sim, buscar nela inspiração para a justiça e a misericórdia, a fim de que o homem tenha vida e relações mais fraternas. Em 5,21-48, Mateus apresenta cinco exemplos, para mostrar como é que uma lei deve ser entendida. * 21-26: A lei que proíbe matar, proíbe esse ato desde a raiz, isto é, desde a mais simples ofensa ao irmão. Mesmo ofendido e inocente, o discípulo de Jesus deve ter a coragem de dar o primeiro passo para reconciliar-se. Caso se sinta culpado, procure urgentemente a reconciliação, porque sobre a sua culpa pesa um julgamento. * 27-32: Jesus radicaliza até à interioridade a fidelidade matrimonial, apelando ao amor verdadeiro e leal. O adultério começa com o olhar de desejo, e o mal deve ser cortado pela raiz. A exceção citada no v. 32 pode referir-se ao caso de união ilegítima, por causa do grau de parentesco que trazia impedimento matrimonial segundo a Lei (Lv 18,6-18; At 15,29). * 33-37: A necessidade de juramentos é sinal de que a mentira e a desconfiança pervertem as relações humanas. Jesus exige relacionamento em que as pessoas sejam verdadeiras e responsáveis. Doutores da Lei e fariseus eram pessoas esclarecidas, ligadas à elite da sociedade, o grupo governante aliado a Roma. Eles estavam interessados em manter a estrutura social injusta, mais do que em ajudar a luta do povo. Jesus exige retidão maior, justiça maior: “Se a justiça de vocês não superar a justiça dos doutores da Lei e fariseus, vocês não entrarão no Reino dos céus”. Jesus não está abolindo a Lei de Moisés, mas quer e espera de sua comunidade um salto de qualidade em relação às exigências da Lei. Ele quer uma justiça acompanhada de misericórdia e fé. Esta justiça, sim, será capaz de transformar as relações humanas. O amor sem limites a Deus e ao irmão é a plenitude da lei de Cristo, a nova justiça do Reino de Deus. São Paulo resume: “O amor é o cumprimento total da Lei” (Rm 13,10).