domingo, 2 de maio de 2021

João 14, 6-14 Jesus é o caminho que leva ao Pai.

 6“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”. 8Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11Acreditai-me, eu estou no Pai, e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa dessas mesmas obras. 12Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço e fará ainda maiores do que estas, pois eu vou para o Pai. 13E o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei”.

Comentário:

* 14,1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna.

Filipe, de Betsaida, foi um dos primeiros discípulos chamados por Jesus (cf. Jo 1,43s). Ocupa sempre o quinto lugar nas listas dos apóstolos e é mencionado várias vezes no Evangelho de João. A tradição indica a Turquia como seu campo apostólico e lugar de seu martírio. Tiago, o Menor, filho de Alfeu, só é mencionado nos catálogos dos apóstolos. Por falta de biografias confiáveis, não há concordância sobre a sua trajetória, já que ele pode ser confundido com Tiago, filho de Zebedeu. São Filipe e São Tiago são celebrados juntos desde o século VI, na Igreja dos Doze Apóstolos, em Roma. A seus escolhidos Jesus garante assistência divina e abre vasto horizonte de esperança e bom êxito na missão: “Quem acredita em mim, fará as obras que eu faço, e fará obras maiores do que estas” (v. 12).

Oração
Ó Jesus Caminho, Verdade e Vida, a ti nossa gratidão por nos teres revelado quem é o Pai. São Filipe e São Tiago compreenderam teu ensinamento e participaram da vida íntima do Pai. Entregaram-se com tamanho zelo pelo Reino, a ponto de derramar o próprio sangue por causa do teu nome. Amém.

 

sábado, 1 de maio de 2021

João 15, 1-8 Quem está unido a Jesus produz frutos.

 1“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. 2Todo ramo que em mim não dá fruto, ele o corta; e todo ramo que dá fruto, ele o limpa, para que dê mais fruto ainda. 3Vós já estais limpos por causa da palavra que eu vos falei. 4Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo se não permanecer na videira, assim também vós não podereis dar fruto se não permanecerdes em mim. 5Eu sou a videira, e vós os ramos. Aquele que permanece em mim, e eu nele, esse produz muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. 6Quem não permanecer em mim será lançado fora como um ramo e secará. Tais ramos são recolhidos, lançados no fogo e queimados. 7Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem em vós, pedi o que quiserdes e vos será dado. 8Nisto meu Pai é glorificado: que deis muito fruto e vos torneis meus discípulos”.

Comentário:

* 1-6: A comunidade cristã não é uma instituição, mas uma participação na vida de Jesus. Unido a Jesus, cada membro é chamado a testemunhá-lo, colocando a comunidade em contínua expansão e crescimento.

* 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida.

Duas expressões dominam esta importante mensagem de Jesus: permanecer e dar fruto. O ramo que permanece unido ao tronco produz fruto. O discípulo que permanece unido a Jesus produz abundantes frutos em favor da sociedade. É o que Jesus espera de todos nós: “A glória de meu Pai se manifesta nisto: que vocês deem muitos frutos e se tornem meus discípulos”. Frutificar, então, quer dizer acreditar em Jesus e amar os irmãos. Fé e obras caminham juntas: “Filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas com obras e na verdade” (1Jo 3,18). Busquemos, pois, todos os meios para permanecer unidos a Jesus – oração, vida sacramental, serviço generoso aos irmãos -, certos de que nosso testemunho de vida exercerá benéfica influência no ambiente em que vivemos.

Oração
Senhor Jesus, verdadeira videira, queremos permanecer intimamente unidos a ti para produzir muitos frutos. Estamos conscientes de que sem ti nada podemos fazer. Mas também temos a certeza de que contigo poderemos domesticar nosso coração e transformar a sociedade em que vivemos. Amém.

1 João 3, 18-24 Praticar o amor.

 18Filhinhos, não amemos só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade! 19Aí está o critério para saber que somos da verdade e para sossegar diante dele o nosso coração, 20pois, se o nosso coração nos acusa, Deus é maior que o nosso coração e conhece todas as coisas. 21Caríssimos, se o nosso coração não nos acusa, temos confiança diante de Deus. 22E qualquer coisa que pedimos recebemos dele, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos o que é do seu agrado. 23Este é o seu mandamento: que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos uns aos outros, de acordo com o mandamento que ele nos deu. 24Quem guarda os seus mandamentos permanece com Deus, e Deus permanece com ele. Que ele permanece conosco, sabemo-lo pelo Espírito que ele nos deu.

Comentário:

* 11-24: O dom do Espírito produz nas pessoas a contínua memória e compreensão sobre a pessoa de Jesus (cf. Jo 14,26). É o Espírito, portanto, que gera a fé em Jesus e fé é compromisso que produz vida nova. Essa vida, porém, não se traduz apenas por um conhecimento intelectual, mas pela prática do mandamento do amor, que não significa apenas amar com sentimento e com afeto, mas através de ações concretas que promovam a vida e a liberdade dos irmãos. A prática do amor não tem limites, pois devemos amar como Jesus amou: assim como ele foi até o fim dando sua vida por nós, também nós devemos dar a vida pelos irmãos. O Evangelho não pede que sejamos perfeitos para depois amar; pede-nos, sim, que amemos concretamente, certos de que Deus é maior do que a nossa consciência e compreende e perdoa todas as nossas imperfeições.

sexta-feira, 30 de abril de 2021

João 14, 7-14 Jesus é o caminho que leva ao Pai.

 7“Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”. 8Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11Acreditai-me, eu estou no Pai, e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa dessas mesmas obras. 12Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço e fará ainda maiores do que estas. Pois eu vou para o Pai, 13e o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei”.

Comentário:

* 1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna.

Com o objetivo de dar um protetor aos trabalhadores e um sentido cristão ao trabalho, o papa Pio XII instituiu, em 1955, a memória litúrgica de São José Operário. Inseriu-a no contexto da festa dos trabalhadores, universalmente comemorada a 1º de maio. “Nesta memória de São José se reconhece a dignidade do trabalho humano, como dever e aperfeiçoamento do homem, exercício benéfico de seu domínio sobre o mundo criado, serviço à comunidade, prolongamento da obra do Criador e como contribuição ao plano da salvação” (Missal Romano). Sobre São José como modelo dos trabalhadores, o papa Francisco, na Carta encíclica Laudato Si’, escreve: “Também ele nos pode ensinar a cuidar, pode motivar-nos a trabalhar com generosidade e ternura para proteger este mundo que Deus nos confiou” (n. 242).

Oração
Ó Jesus, filho do carpinteiro, voltas à tua terra, onde eras bem conhecido. Teus conterrâneos se maravilham com tua sabedoria e teus milagres, mas mantêm-se fechados e se recusam a acolher o Reino que anuncias. Por isso, tua obra libertadora ali fica truncada, “porque não tinham fé”. Amém.

quinta-feira, 29 de abril de 2021

João 14, 1-6 Jesus é o caminho que leva ao Pai.

 1“Não se perturbe o vosso coração. Tendes fé em Deus, tende fé em mim também. 2Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós 3e, quando eu tiver ido preparar-vos um lugar, voltarei e vos levarei comigo, a fim de que, onde eu estiver, estejais também vós. 4E para onde eu vou, vós conheceis o caminho”. 5Tomé disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais. Como podemos conhecer o caminho?” 6Jesus respondeu: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim”.

Comentário:

* 1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna.

O Mestre procura acalmar seus seguidores a respeito de sua partida próxima: não se perturbe o coração de vocês, acreditem em mim e no Pai. Com essas palavras, Jesus procura animar os discípulos diante da iminente saída do meio deles. Talvez isso revele a situação de crise e dificuldade que a comunidade de João estava passando pelo ano 100. Não há o que temer: na casa do Pai há muitas moradas. O coração de Deus é grande: comporta todos os que desejam nele se abrigar. Ao seu Reino todos poderão ter acesso, e o caminho para chegar lá é o próprio Jesus. Ele se define: caminho, verdade e vida, uma das mais ricas revelações do Mestre. Jesus é o caminho que conduz ao Pai e, ao mesmo tempo, o revelador do Pai. Ele é a verdade que vem do Pai. Ele é a vida que procurou defender enquanto viveu, principalmente a dos mais rejeitados.

Oração
Ó Jesus Caminho, Verdade e Vida, quão consoladora é tua revelação de que, junto ao Pai, vais preparar um lugar para teus fiéis seguidores. E esclareces: “Voltarei e levarei vocês comigo, para que vocês também estejam onde eu estiver”. Não nos deixes perder o caminho que conduz a ti. Amém.

quarta-feira, 28 de abril de 2021

João 13, 16-20 Quem segue Jesus deve servir.

16“Em verdade, em verdade vos digo, o servo não está acima do seu senhor e o mensageiro não é maior que aquele que o enviou. 17Se sabeis isso e o puserdes em prática, sereis felizes. 

Jesus é traído por um discípulo - 18Eu não falo de vós todos. Eu conheço aqueles que escolhi, mas é preciso que se realize o que está na Escritura: ‘Aquele que come o meu pão levantou contra mim o calcanhar’. 19Desde agora vos digo isso, antes de acontecer, a fim de que, quando acontecer, creiais que eu sou. 20Em verdade, em verdade vos digo, quem recebe aquele que eu enviar me recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou”. 

Comentário:

* 1-17: A morte de Jesus abre a passagem para o Pai, e testemunha o amor supremo que mostra o sentido de toda a sua vida. O gesto de Jesus é ensinamento: a autoridade só pode ser entendida como função de serviço aos outros. Pedro resiste, porque ainda acredita que a desigualdade é legítima e necessária, e não entende que o amor produz igualdade e fraternidade. Na comunidade cristã existe diferença de funções, mas todas elas devem concorrer para que o amor mútuo seja eficaz. Já não se justifica nenhum tipo de superioridade, mas somente a relação pessoal de irmãos e amigos.

* 18-30: A longa noite da paixão começa com a traição de Judas, símbolo da traição que pode estar presente dentro da própria comunidade cristã.

O texto deste dia está inserido no contexto do lava-pés. Durante uma ceia, Jesus realiza um ato inusitado: lava os pés dos apóstolos, serviço reservado aos servos. A partir do relato do lava-pés, Jesus retoma os temas do serviço e do ser discípulo. O autêntico sinal do cristão é o serviço aos irmãos, a preocupação com os pequeninos. Jesus, com esse gesto, deu um dos exemplos mais marcantes de serviço feito com humildade. A autêntica comunidade cristã é aquela que sempre está disposta a servir, indo às periferias existenciais e sociais, nas quais encontra os desafios da missão. O gesto do lava-pés é visto como um gesto eucarístico no Evangelho de João. Isso significa que quem comunga compromete-se com Jesus e com seu projeto. O Evangelho conclui mostrando novamente a união de Jesus com seu Pai: acolher um é acolher também o outro.

Oração
Senhor Jesus, disseste aos teus discípulos: “Quem receber aquele que eu enviar está recebendo a mim”. Envia-nos para além do nosso pequeno mundo cotidiano. Envia-nos para o meio das pessoas carentes de bens espirituais e materiais. Queremos ser tua presença renovadora junto ao teu povo sofrido. Amém.

terça-feira, 27 de abril de 2021

João 12, 44-50 A palavra de Jesus julga os homens.

 44Jesus exclamou em alta voz: “Quem crê em mim não é em mim que crê, mas naquele que me enviou. 45Quem me vê, vê aquele que me enviou. 46Eu vim ao mundo como luz, para que todo aquele que crê em mim não permaneça nas trevas. 47Se alguém ouvir as minhas palavras e não as observar, eu não o julgo, porque eu não vim para julgar o mundo, mas para salvá-lo. 48Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras já tem o seu juiz: a palavra que eu falei o julgará no último dia. 49Porque eu não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, ele é quem me ordenou o que eu devia dizer e falar. 50E eu sei que o seu mandamento é vida eterna. Portanto, o que eu digo, eu o digo conforme o Pai me falou”.

Comentário:

* 44-50: Toda ideia ou teoria sobre Deus que não esteja de acordo com a palavra e ação de Jesus é falsa. Porque Jesus é a revelação do próprio Deus. E a missão de Jesus se estende a todos, mas cada um permanece livre de aceitar a sua oferta. A recusa da vida, porém, traz consigo a escolha da própria morte.

Chegamos ao final da primeira parte do Evangelho de João, o livro dos sinais. No texto de hoje, o evangelista revela a íntima união que há entre Jesus e seu Pai: acreditar nele é acreditar no Pai; vê-lo é ver o Pai. Jesus é o autêntico revelador de Deus, e rejeitá-lo é rejeitar o próprio Pai. Jesus veio como luz para iluminar o caminho que conduz a Deus e levar ao encontro dos irmãos e irmãs. Ele não condena, pois veio para salvar; quem julga é a sua Palavra. Diante de sua mensagem, torna-se necessário decidir: comprometer-se com seu projeto e romper com os projetos perversos ou rejeitar a luz e andar nas trevas. Continuamente, ao longo da vida, somos chamados a optar por uma coisa ou outra. A missão dos cristãos é levar a luz, que é o próprio Jesus, aos que vivem nas trevas e tornarem-se, eles próprios, luz para os outros.

Oração
Ó Jesus, vieste como “luz para iluminar o mundo”, a fim de que não permaneça nas trevas aquele que acredita em ti. Ajuda-nos, Senhor, a compreender que estás unido ao Pai e proferes as palavras que o Pai te mandou dizer. E que o mandamento do Pai é vida eterna. Amém.