segunda-feira, 26 de abril de 2021

João 10, 22-30 As credenciais de Jesus são as suas obras.

 22Celebrava-se, em Jerusalém, a festa da Dedicação do templo. Era inverno. 23Jesus passeava pelo templo, no pórtico de Salomão. 24Os judeus rodeavam-no e disseram: “Até quando nos deixarás em dúvida? Se tu és o Messias, dize-nos abertamente”. 25Jesus respondeu: “Já vo-lo disse, mas vós não acreditais. As obras que eu faço em nome do meu Pai dão testemunho de mim; 26vós, porém, não acreditais, porque não sois das minhas ovelhas. 27As minhas ovelhas escutam a minha voz, eu as conheço e elas me seguem. 28Eu dou-lhes a vida eterna, e elas jamais se perderão. E ninguém vai arrancá-las de minha mão. 29Meu Pai, que me deu essas ovelhas, é maior que todos, e ninguém pode arrebatá-las da mão do Pai. 30Eu e o Pai somos um”.

Comentário:

* 22-39: Jesus define sua condição de Messias, apresentando-se como o Filho de Deus. As provas de seu messianismo não são teorias jurídicas, mas fatos concretos: suas ações comprovam que é Deus quem age nele.

O texto de hoje está ambientado no templo de Jerusalém por ocasião da festa da dedicação do templo. Enquanto Jesus circula pelo templo, alguns judeus aproximam-se dele e o interrogam: “És ou não o Cristo?”. Os judeus não acreditam nas palavras nem nas obras de Jesus. Elas – palavras e obras – seriam suficientes para revelar quem é Jesus, mas eles não compreendem nem fazem esforço para aceitar as propostas do Mestre, porque não fazem parte dos seus seguidores. Quem reconhece que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e se compromete com ele, esse não se decepciona, escuta sua voz, compreende sua mensagem e procura comunicá-la aos outros. Estabelece-se assim uma comunhão de vidas entre o Mestre e os discípulos. Quem faz parte da comunhão com Jesus se une também ao seu Pai, pois ele e o Pai são um.

Oração
Ó Cristo Jesus, para pertencer à tua comunidade, precisamos acreditar em ti e obedecer aos teus ensinamentos. Alguns ouvintes teus se recusaram a ouvir tua voz e seguir teus passos. Recusaram-se a tomar parte no teu “rebanho”. Queremos, Senhor, renovar o propósito de seguir-te agora e sempre. Amém.

 

domingo, 25 de abril de 2021

João 10, 1-10 O povo conhece a voz de Jesus

 1“Em verdade, em verdade vos digo, quem não entra no redil das ovelhas pela porta, mas sobe por outro lugar, é ladrão e assaltante. 2Quem entra pela porta é o pastor das ovelhas. 3A esse o porteiro abre, e as ovelhas escutam a sua voz; ele chama as ovelhas pelo nome e as conduz para fora. 4E, depois de fazer sair todas as que são suas, caminha à sua frente, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz. 5Mas não seguem um estranho, antes fogem dele, porque não conhecem a voz dos estranhos”. 6Jesus contou-lhes esta parábola, mas eles não entenderam o que ele queria dizer. 

Jesus é o único caminho - 7Então Jesus continuou: “Em verdade, em verdade vos digo, eu sou a porta das ovelhas. 8Todos aqueles que vieram antes de mim são ladrões e assaltantes, mas as ovelhas não os escutaram. 9Eu sou a porta. Quem entrar por mim será salvo; entrará e sairá e encontrará pastagem. 10O ladrão só vem para roubar, matar e destruir. Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância”.

Comentário:

* 10,1-6: Nesta comparação, o curral representa a instituição que explora e domina o povo. Os ladrões e assaltantes são os dirigentes. Jesus mostra que sua mensagem é incompatível com qualquer instituição opressora e que sua missão é conduzir para fora da influência dela os que nele acreditam, a fim de formar uma comunidade que possa ter vida plena e liberdade.

* 7-21: O único meio de libertar-se de opressores ou de uma instituição opressora é comprometer-se com Jesus, pois ele é a única alternativa (a porta). Jesus é o modelo de pastor: ele não busca seus próprios interesses; ao contrário, ele dá a sua própria vida a todos aqueles que aceitam sua proposta. Jesus provoca divisão: para uns, suas palavras são loucura; para outros, sua ação é sinal de libertação.

O capítulo dez de João é o capítulo do “bom pastor” e inicia com a metáfora da porta: movimento de entrada e saída. A porta é a passagem que coloca em segurança quando se entra e em liberdade quando se sai. O assaltante não passa pela porta, vai às escondidas roubar as ovelhas; o pastor leva as ovelhas às pastagens. O ladrão se apossa das ovelhas; o pastor coloca-se a serviço delas. O ladrão destrói e mata; o pastor protege e salva. As ovelhas se aproximam do pastor, porque conhecem sua voz; elas fogem do ladrão, porque não conhecem sua voz. Jesus se apresenta como a porta por onde se pode entrar e sair com toda liberdade e sem medo, seguros de encontrar alimento necessário. A missão de Jesus é conduzir para fora de tudo o que possa aprisionar ou explorar e proporcionar vida, e vida em abundância. As comunidades necessitam estar sempre de portas abertas para ir às periferias e para acolher todos os que desejam.

Oração
Ó Jesus, porta das ovelhas, somos gratos a ti, porque és nosso forte protetor e guia seguro. Não nos deixes seguir caminhos contrários aos teus caminhos, nem correr atrás de vozes discordantes da tua voz. Acolhe-nos, Senhor, entre os que desejam com ardor a tua “vida em abundância”. Amém.

sábado, 24 de abril de 2021

João 10, 11-18 Jesus é o único caminho.

 11“Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida por suas ovelhas. 12O mercenário, que não é pastor e não é dono das ovelhas, vê o lobo chegar, abandona as ovelhas e foge, e o lobo as ataca e dispersa. 13Pois ele é apenas um mercenário e não se importa com as ovelhas. 14Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem, 15assim como o Pai me conhece e eu conheço o Pai. Eu dou minha vida pelas ovelhas. 16Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil: também a elas devo conduzir; elas escutarão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor. 17É por isto que o Pai me ama, porque dou a minha vida para depois recebê-la novamente. 18Ninguém tira a minha vida, eu a dou por mim mesmo; tenho poder de entregá-la e tenho poder de recebê-la novamente; essa é a ordem que recebi do meu Pai”.

Comentário:

* 7-21: O único meio de libertar-se de opressores ou de uma instituição opressora é comprometer-se com Jesus, pois ele é a única alternativa (a porta). Jesus é o modelo de pastor: ele não busca seus próprios interesses; ao contrário, ele dá a sua própria vida a todos aqueles que aceitam sua proposta. Jesus provoca divisão: para uns, suas palavras são loucura; para outros, sua ação é sinal de libertação.

Jesus se declara o bom pastor. As ovelhas são todos os povos. Ora, o bom pastor é aquele que está junto do rebanho, zela por ele e arrisca a própria vida para defendê-lo. Então, Jesus está disposto a sacrificar a vida em favor dos seres humanos: “Exponho a minha vida pelas ovelhas”. Outro aspecto importante na relação pastor-ovelhas é que o bom pastor conhece as suas ovelhas e por elas é conhecido. Trata-se de um conhecimento que vai além do nível intelectual. É um conhecimento que cria comunhão de vida, relações de amizade: “Vocês são meus amigos” (Jo 15,14). Jesus é um pastor singular, pois não se limita a pastorear uma nação apenas, mas quer ser o pastor de todos os povos da terra. Seu profundo desejo é que haja “um só rebanho com um só pastor”. Então, ainda estamos longe desse ideal!

Oração
Ó Jesus, bom Pastor, somos gratos a ti porque nos tratas como ovelhas do teu rebanho e arriscas tua vida por nós. Somos gratos a ti principalmente porque entregas ao Pai tua vida para que tenhamos vida em abundância. Gratidão a ti para sempre, Senhor. Amém.

1 João 3, 1-2 Deus é justo.

 1Vede que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus! E nós o somos! Se o mundo não nos conhece, é porque não conheceu o Pai. 2Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que seremos! Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é.

Comentário:

* 29-3,2: João começa novo tema: Deus é justo. Jesus Cristo manifestou inteiramente a Deus porque, através de sua vida, mostrou concretamente o que é a justiça divina. Do mesmo modo, quem pratica a justiça mostra que é filho do Deus justo, à semelhança de Jesus. Não basta ser batizado para ser filho de Deus: é preciso praticar a justiça. Essa realidade, porém, ainda está em crescimento, e só se realizará totalmente quando puderem contemplar toda a glória de Jesus Cristo. O mundo não reconhece o Deus justo, porque o princípio que rege a vida do mundo é a injustiça. Desse modo, o mundo considera como inimigos perigosos o Deus justo e seus filhos que revelam a justiça.



sexta-feira, 23 de abril de 2021

João 6, 60-69 A fé em Jesus exige decisão.

 60Muitos dos discípulos de Jesus que o escutaram, disseram: “Esta palavra é dura. Quem consegue escutá-la?” 61Sabendo que seus discípulos estavam murmurando por causa disso mesmo, Jesus perguntou: “Isso vos escandaliza? 62E quando virdes o Filho do Homem subindo para onde estava antes? 63O Espírito é que dá vida, a carne não adianta nada. As palavras que vos falei são espírito e vida. 64Mas entre vós há alguns que não creem”. Jesus sabia, desde o início, quem eram os que não tinham fé e quem havia de entregá-lo. 65E acrescentou: “É por isso que vos disse: ninguém pode vir a mim, a não ser que lhe seja concedido pelo Pai”. 66A partir daquele momento, muitos discípulos voltaram atrás e não andavam mais com ele. 67Então, Jesus disse aos doze: “Vós também quereis ir embora?” 68Simão Pedro respondeu: “A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. 69Nós cremos firmemente e reconhecemos que tu és o Santo de Deus”.

Comentário:

* 60-71: As palavras de Jesus provocam resistência e desistência até entre os discípulos. Muitos conservam a ideia de um Messias Rei, e não querem seguir Jesus até à morte, entendida por eles como fracasso. E não assumem a fé por medo de se comprometerem. Os Doze apóstolos, porém, aceitam a proposta de Jesus e o reconhecem como Messias, dando-lhe sua adesão e aceitando suas exigências.

Não foram somente os de fora da comunidade que acharam estranhas as palavras de Jesus. Os próprios discípulos acharam “duras demais” tais palavras, tanto assim que muitos o abandonaram. Essas e outras palavras do Mestre são duras e nos desafiam a fazer uma escolha: aceitá-las e segui-lo ou recusá-las e abandoná-lo. Bem que gostaríamos que Jesus tivesse proposto caminhos mais suaves. Muitas vezes preferimos “adocicar” o Evangelho a aceitá-lo em sua realidade. A fé e o Espírito podem nos ajudar a compreender o discurso do Mestre. Diante do desânimo e do abandono de alguns discípulos, Jesus pergunta aos apóstolos: “Vocês também querem ir embora?”. Pedro, em nome do grupo, responde: “A quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna”. E professa belo testemunho de fé: “Tu és o santo de Deus”. O Mestre talvez nos questione: “Vocês também querem ir embora e seguir outros caminhos?”.

Oração
Ó Jesus, és o Santo de Deus e, por teus ensinamentos, provocas mal-estar e insatisfação entre teus discípulos. Alguns deles, alegando que tuas “palavras são duras demais”, te abandonam. Dá-nos a sabedoria dos que se mantiveram fiéis no teu seguimento, pois “tu tens palavras de vida eterna”. Amém.