domingo, 1 de novembro de 2020

João 6, 37-40 Jesus é o pão da vida.

  37“Todos os que o Pai me confia virão a mim, e, quando vie­rem, não os afastarei. 38Pois eu desci do céu não para fazer a minha von­tade, mas a vontade daquele que me enviou. 39E esta é a vontade daquele que me enviou: que eu não perca nenhum daqueles que ele me deu, mas os ressuscite no último dia. 40Pois esta é a vontade do meu Pai: que toda pessoa que vê o Filho e nele crê tenha a vida eterna. E eu o ressuscitarei no último dia”.

Comentário:

* 35-50: Jesus se apresenta como aquele que veio de Deus para dar a vida definitiva aos homens. Seus adversários não admitem que um homem possa ter origem divina e, portanto, possa dar a vida definitiva.

Jesus pronuncia palavras de conforto e esperança. Não estamos abandonados, sozinhos, sem rumo, sem mestre, sem pastor. Jesus é o doador da vida; ele não rejeita ninguém, pois desceu do céu por nós: “Desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou. E a vontade daquele que me enviou é que eu não perca nenhum dos que ele me deu”. Jesus e o Pai querem vida abundante para todos. Única e indispensável exigência de Jesus é que acreditemos nele. Acreditar não é simplesmente alimentar bons pensamentos ou dizer da boca para fora “eu creio”. A fé requer a prática das obras de justiça, fraternidade e misericórdia. Então, sim, poderemos ter a certeza da vida eterna: “Eu o ressuscitarei no último dia”. A salvação só será completa com a ressurreição.

Oração
Senhor Jesus, desceste do céu para fazer a vontade do Pai. E o desejo do Pai celeste é que ressuscites a todos os que te procuram de coração sincero. Confiantes e cheios de esperança, prosseguimos nossa jornada terrena, certos de que nos ressuscitarás no último dia. Amém.

Romanos 5, 5-11 O motivo da nossa esperança.

  5 A esperança não decepciona, porque o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. 6Com efeito, quando éramos ainda fracos, Cristo morreu pelos ímpios, no tempo marcado. 7Dificilmente alguém morrerá por um justo; por uma pessoa muito boa, talvez alguém se anime a morrer. 8Pois bem, a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós quando éramos ainda pecadores. 9Muito mais agora, que já estamos justificados pelo sangue de Cristo, seremos salvos da ira por ele. 10Quando éramos inimigos de Deus, fomos reconciliados com ele pela morte do seu Filho; quanto mais agora, estando já reconciliados, seremos salvos por sua vida! 11Ainda mais, nós nos gloriamos em Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo. É por ele que, já desde o tempo presente, recebemos a reconci­liação.

Comentário:

* 1-11: Justificados pela fé em Jesus Cristo, estamos em paz com Deus; por isso, começamos a viver a esperança da salvação. Essa esperança é vivida em meio a uma luta perseverante, ancorada na certeza, garantida pelo Espírito Santo que nos foi dado (vv. 1-5). Deus manifestou seu amor em Jesus Cristo, que morreu por nós quando ainda éramos pecadores (vv. 6-8). Agora que já fomos reconciliados podemos crer com maior razão e esperar que seremos salvos pela vida-ressurreição de Jesus (vv. 9-11).

O termo “tribulação”, que aparece muitas vezes no Novo Testamento, se refere às opressões e repressões de que é vítima o povo de Deus. Opressões e repressões por parte dos poderes humanos, que procuram reduzir o alcance do testemunho cristão para que este não abale a estrutura vigente na sociedade.

sábado, 31 de outubro de 2020

Mateus 5, 1-12 Bem-aventuranças: anseio por um mundo novo.

 1Vendo Jesus as multidões, subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los: 3“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o Reino dos céus. 4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. 5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. 9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus. 10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus. 11Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós por causa de mim. 12Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.

Comentário:

* 5-7: O Sermão da Montanha é um resumo do ensinamento de Jesus a respeito do Reino e da transformação que esse Reino produz. Moisés tinha recebido a Lei na montanha do Sinai; agora Jesus se apresenta como novo Moisés, proclamando sobre a montanha a vontade de Deus que leva à libertação do homem.

* 5,1-12: As bem-aventuranças são o anúncio da felicidade, porque proclamam a libertação, e não o conformismo ou a alienação. Elas anunciam a vinda do Reino através da palavra e ação de Jesus. Estas tornam presente no mundo a justiça do próprio Deus. Justiça para aqueles que são inúteis ou incômodos para uma estrutura de sociedade baseada na riqueza que explora e no poder que oprime.

Os que buscam a justiça do Reino são os “pobres em espírito.” Sufocados no seu anseio pelos valores que a sociedade injusta rejeita, esses pobres estão profundamente convictos de que eles têm necessidade de Deus, pois só com Deus esses valores podem vigorar, surgindo assim uma nova sociedade.

A exemplo de Moisés, que, na montanha, recebe a lei e a entrega ao povo, Jesus, ao ver as multidões de sofredores que vêm a ele, sobe a montanha e nos deixa a nova lei, as bem-aventuranças, início solene do sermão da montanha. As oito bem-aventuranças são dirigidas a toda a multidão, e não apenas aos discípulos de Jesus (a nona é mais específica para seus seguidores). Ele propõe anúncios de felicidade. O que é ser feliz? Onde buscamos a felicidade? Para a sociedade moderna, felizes são os ricos, os poderosos, os “bem de vida” e os que podem consumir à vontade. Jesus, ao contrário, nos diz: felizes os pobres, os que choram, os mansos, os que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que promovem a paz, os perseguidos por causa da justiça. Essas são instâncias de felicidade propostas por Jesus para toda a humanidade, não apenas para alguns grupos específicos. À primeira vista, parece que as bem-aventuranças conclamam para a acomodação. Ao contrário, elas convocam para o “não conformismo”, para a busca dos valores do Reino (paz, justiça, misericórdia). E também não é uma proposta para a vida após a morte, mas para o presente.

Oração
Ó Jesus Mestre, és o Caminho que conduz ao Pai; és a Verdade que revela os planos divinos; és a Vida que renova o mundo. Confiantes, te pedimos, Senhor: dá-nos perseverança na constante busca da santidade nesta vida, a fim de vivermos eternamente em comunhão contigo e com todos os santos. Amém.

1 João 3, 1-3 Deus é justo.

 1Vejam que grande presente de amor o Pai nos deu: de sermos chamados filhos de Deus! E nós de fato o somos! Se o mundo não nos reconhece, é porque não reconheceu o Pai. 2Amados, desde agora já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que seremos! Sabemos que, quando Jesus se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque o veremos tal como ele é. 

Romper com o pecado - 3Todo o que espera nele purifica-se a si mesmo, para ser puro como Jesus é puro.

Comentário:

 * 2,29-3,2: João começa novo tema: Deus é justo. Jesus Cristo manifestou inteiramente a Deus porque, através de sua vida, mostrou concretamente o que é a justiça divina. Do mesmo modo, quem pratica a justiça mostra que é filho do Deus justo, à semelhança de Jesus. Não basta ser batizado para ser filho de Deus: é preciso praticar a justiça. Essa realidade, porém, ainda está em crescimento, e só se realizará totalmente quando puderem contemplar toda a glória de Jesus Cristo. O mundo não reconhece o Deus justo, porque o princípio que rege a vida do mundo é a injustiça. Desse modo, o mundo considera como inimigos perigosos o Deus justo e seus filhos que revelam a justiça.

* 3,3-10: Praticar a justiça é amar o irmão: esta é a vida na graça de quem conheceu a justiça de Deus - seu amor pelos homens - revelada em Jesus Cristo. Quem não ama o irmão pratica a injustiça, isto é, está do lado do Diabo e vive no pecado, que é odiar o irmão. Esse ódio, porém, não é apenas sentimento interior; é princípio de vida que rege todo pensamento e ação, e se manifesta através de preconceitos, separatismo, exploração e opressão. Com Jesus começou a era da justiça: o amor ao irmão leva à relação, à comunhão, à partilha e fraternidade.

sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Lucas 14, 1.7-11 Festejar o sábado é dar vida aos homens.

 1Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. 

A verdadeira honra - 7Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então, contou-lhes uma parábola: 8“Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, 9e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: ‘Dá o lugar a ele’. Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar. 10Mas, quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: ‘Amigo, vem mais para cima’. E isso vai ser uma honra para ti diante de todos os convidados. 11Porque quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado”.

Comentário

* 1-6: A lei do sábado deve ser interpretada como libertação e vida para o homem.

* 7-14: Nos vv. 8-11, Jesus critica o conceito de honra baseado no orgulho e ambição, que geram aparências de justiça, mas escondem os maiores contrastes sociais. A honra do homem depende de Deus, o único que conhece a situação real e global do homem; essa honra supera a crença que o homem pode ter nos seus próprios méritos. Nos vv. 12-14, Jesus mostra que o amor verdadeiro não é comércio, mas serviço gratuito, pois o pobre não pode pagar e o inimigo não pode merecer. Só Deus pode retribuir ao amor gratuito.

A sociedade nos impulsiona constantemente a buscar uma posição de destaque. As indústrias comerciais armam entre si verdadeira “guerra”, disputando quem é a maior. Naturalmente maior evidência atrai mais dinheiro, mais investimentos, mais publicidade… Círculo vicioso sem freio. O ser humano tem tendência a querer ser o mais famoso, o mais admirado, o mais rico… Esses predicativos não servem para compor a comunidade de Jesus, pois, nela, “se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos e o servidor de todos” (Mc 9,35). O próprio Jesus “renunciou ao direito de ser tratado como Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo e tomou a forma de servo, tornando-se semelhante aos homens” (Fl 2,6-7). Deus exalta os humildes.

Oração
Ó Mestre, observas que os convidados escolhem os primeiros lugares. Aproveitas a ocasião para nos dar algumas instruções sobre bom senso e civilidade. Convém escolher os últimos lugares, assim evita-se passar vergonha. Livra-nos, Senhor, da vaidade e ajuda-nos a percorrer o caminho da humildade. Amém.

quinta-feira, 29 de outubro de 2020

Lucas 14, 1-6 Festejar o sábado é dar vida aos homens.

1Aconteceu que, num dia de sábado, Jesus foi comer na casa de um dos chefes dos fariseus. E eles o observavam. 2Diante de Jesus, havia um hidrópico. 3Tomando a palavra, Jesus falou aos mestres da Lei e aos fariseus: “A Lei permite curar em dia de sábado ou não?” 4Mas eles ficaram em silêncio. Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e despediu-o. 5Depois lhes disse: “Se algum de vós tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tira logo, mesmo em dia de sábado?” 6E eles não foram capazes de responder a isso.

Comentário:

* 14,1-6: A lei do sábado deve ser interpretada como libertação e vida para o homem.

Coerente com sua missão de libertar as pessoas, Jesus mais uma vez vai causar certo transtorno. Desta vez na casa de um chefe dos fariseus. Apegados à letra da lei, eles punham a observância do sábado acima de qualquer outro mandamento. Não conseguiam entender que a cura de um ser humano é um modo de glorificar o Deus da vida! Decididos a manter sua posição fixa, permaneceram calados e confusos diante da pergunta do Mestre: “É permitido curar no sábado ou não?”. A hidropisia, ou acumulação de líquido, é figura do povo, “inchado pelo ensinamento dos fariseus, também estes inchados pelo orgulho pretensioso e hipócrita de serem perfeitos” (Ivo Storniolo). Jesus, com a implantação do Reino de Deus, mostra que sua missão é devolver ao ser humano a dignidade que lhe é devida.

Oração
Divino Mestre, Jesus Cristo, mediante tuas atitudes aprendemos que não há nenhum dia em que seja proibido fazer o bem. Toda boa obra é agradável a Deus, como o foi certamente a libertação que ofereceste a esse homem. Não deixemos para amanhã as boas obras que podemos realizar hoje. Amém.

 

quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Lucas 13, 31-35 Jesus vai até o fim.

 31Naquela hora, alguns fariseus aproximaram-se e disseram a Jesus: “Tu deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar”. 32Jesus disse: “Ide dizer a essa raposa: eu expulso demônios e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho. 33Entretanto, preciso caminhar hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém. 

O julgamento sobre Jerusalém - 34Jerusalém, Jerusalém! Tu que matas os profetas e apedrejas os que te foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir teus filhos como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas tu não quiseste! 35Eis que vossa casa ficará abandonada. Eu vos digo, não me vereis mais, até que chegue o tempo em que vós mesmos direis: ‘Bendito aquele que vem em nome do Senhor'”.

Comentário:

* 31-33: A atividade de Jesus provoca temor e reação das autoridades. Jesus não as teme, e continua a realizar a missão que liberta as pessoas e ao mesmo tempo vai levá-lo à morte.

* 34-35: Cf. nota em Mt 23,37-39 Jerusalém personifica o sistema que se fechou em si mesmo, e recusou a novidade trazida por Jesus. Por isso, seu destino já está traçado: em Jerusalém Jesus vai ser morto, e sua morte trará o julgamento definitivo sobre ela.

Densas e escuras nuvens ameaçam intimidar Jesus em sua missão. A notícia é péssima: “Herodes quer te matar”. Onde cavar força e entusiasmo para seguir fazendo o bem? Um autêntico profeta, porém, não esmorece. Fica abalado, mas não abandona o bom combate. Está decidido a ir até o fim: “Hoje, amanhã e depois de amanhã devo continuar caminhando”. Jesus expressa sentido lamento por Jerusalém, “que mata os profetas”, em cujo número ele se inclui. Faz alusão à destruição do Templo: “Eis que sua casa ficará abandonada”. Entretanto, avisa que virá o tempo em que também os inimigos o reconhecerão como o Enviado de Deus, glorificado por seu povo: “Bendito aquele que vem em nome do Senhor!”. Por sua morte e sua ressurreição, Jesus realiza a salvação.

Oração
Senhor Jesus, talvez para te intimidar, os fariseus te informam que Herodes quer te matar. Mandas de volta os emissários para avisar aquela “raposa” que tua missão continua enquanto o Pai celeste o quiser. Concede-nos, Senhor, fortaleza e coragem para praticar a vontade de Deus, também nos contratempos. Amém.