quinta-feira, 15 de outubro de 2020

Lucas 12, 1-7 Autenticidade do discípulo.

 1Enquanto isso, milhares de pessoas se reuniram, a ponto de uns pisarem os outros. Jesus começou a falar, primeiro a seus discípulos: “Tomai cuidado com o fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. 2Não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido. 3Portanto, tudo o que tiverdes dito na escuridão será ouvido à luz do dia; e o que tiverdes pronunciado ao pé do ouvido, no quarto, será proclamado sobre os telhados. 

Testemunhar sem medo - 4Pois bem, meus amigos, eu vos digo, não tenhais medo daqueles que matam o corpo, não podendo fazer mais do que isso. 5Vou mostrar-vos a quem deveis temer: temei aquele que, depois de tirar a vida, tem o poder de lançar-vos no inferno. Sim, eu vos digo, a esse temei. 6Não se vendem cinco pardais por uma pequena quantia? No entanto, nenhum deles é esquecido por Deus. 7Até mesmo os cabelos de vossa cabeça estão todos contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais”.

Comentário:

* 1-3: Em contraste com a conduta hipócrita dos fariseus, o Evangelho pede aos discípulos que sejam autênticos, isto é, que a vida e ação deles testemunhem o compromisso deles com Jesus.

* 4-12: Cf. nota em Mt 10,26-33 Os discípulos não devem ter medo, porque a missão se baseia na verdade, que põe a descoberto toda a mentira de um sistema social que não mostra a sua verdadeira face. Os homens podem até matar o corpo dos discípulos, mas não conseguirão tirar-lhes a vida, pois é Deus quem dá e conserva ou tira a vida para sempre. A segurança do discípulo está na promessa: quem é fiel a Jesus, terá Jesus a seu favor diante de Deus.

Se há alguma atitude que Jesus não tolera é a hipocrisia, “fermento dos fariseus”: fingimento; aparentar uma coisa e ser outra; inverter a escala de valores; confundir, em vez de esclarecer; esconder-se por trás de uma máscara. Um dia a verdade virá à tona. Nem que demore. Jesus recomenda aos discípulos não entrarem pelo caminho da falsidade. Ao contrário, sejam transparentes na transmissão do evangelho e depositem total confiança em Deus. Os verdadeiros discípulos, os “amigos” de Jesus são os que, no tempo da perseguição, vão manter o uso adequado da palavra. Sem medo dos adversários. O Pai não abandonará os discípulos do seu Filho Jesus. Ele cuida dos pormenores: “Até mesmo os cabelos da sua cabeça estão todos contados”.

Oração
Ó Jesus Mestre, preenche nosso espírito de coragem e zelo pelo teu Reino, de modo a enfrentar os adversários com argumentos sólidos e coerência de vida. Não nos deixes esmorecer na luta cotidiana e torna-nos convictos cristãos para continuarmos a expandir o teu Reino de justiça, amor e paz. Amém.

quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Lucas 1, 47-54 Jesus desmascara os hipócrita

 47“Ai de vós, porque construís os túmulos dos profetas; no entanto, foram vossos pais que os mataram. 48Com isso, vós sois testemunhas e aprovais as obras de vossos pais, pois eles mataram os profetas e vós construís os túmulos. 49É por isso que a sabedoria de Deus afirmou: Eu lhes enviarei profetas e apóstolos, e eles matarão e perseguirão alguns deles, 50a fim de que se peçam contas a esta geração do sangue de todos os profetas derramado desde a criação do mundo, 51desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias, que foi morto entre o altar e o santuário. Sim, eu vos digo, serão pedidas contas disso a esta geração. 52Ai de vós, mestres da Lei, porque tomastes a chave da ciência. Vós mesmos não entrastes e ainda impedistes os que queriam entrar”. 53Quando Jesus saiu daí, os mestres da Lei e os fariseus começaram a tratá-lo mal e a provocá-lo sobre muitos pontos. 54Armavam ciladas para pegá-lo de surpresa por qualquer palavra que saísse de sua boca.

Comentário:

* 37-54: No seu caminho, Jesus desmascara os donos da estrutura antiga. Os fariseus deixam de lado a justiça e o amor de Deus e, para esconder roubos e maldades, se refugiam atrás de todo um aparato de falsa religiosidade. Os especialistas em leis se apossam da chave da ciência, isto é, interpretam as leis de acordo com seus próprios interesses; exercem assim controle ideológico sobre o povo, impedindo-o de ver as possibilidades de transformação.

Jesus reprova o comportamento dos fariseus porque levam vida falsa. Apresentam uma imagem de gente honesta, no entanto disfarçadamente aprovam a morte dos profetas, como fizeram seus antepassados. Na mesma linha dos profetas coloca-se Jesus, a legítima voz de Deus na história humana. Jesus também será eliminado, e seus apóstolos, perseguidos. Aos especialistas da Lei, Jesus chama a atenção porque se apoderam da “chave da ciência”. Sentem-se donos das Escrituras, mas não as entendem e ainda atrapalham o povo simples que gostaria de entendê-las. O saber usado como meio de dominação é uma forma de injustiça e um dos obstáculos à fraternidade
universal. Mais do que compreensível a reação dos fariseus e dos especialistas da Lei. Jesus pagará caro por sua franqueza e coerência com a verdade.

Oração
Ó Jesus Messias, pões em risco tua vida, ao censurares as atitudes malévolas dos dirigentes do povo. E o fazes com toda franqueza e sem medo. Por não aceitarem tua mensagem nem tuas correções, tramam como acabar com a tua vida. Salva-nos, Senhor, de gente impiedosa e traiçoeira. Amém.

terça-feira, 13 de outubro de 2020

Lucas 11, 42-46 Jesus desmascara os hipócritas.

 42“Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as outras ervas, mas deixais de lado a justiça e o amor de Deus. Vós deveríeis praticar isso sem deixar de lado aquilo. 43Ai de vós, fariseus, porque gostais do lugar de honra nas sinagogas e de serdes cumprimentados nas praças públicas. 44Ai de vós, porque sois como túmulos que não se veem, sobre os quais os homens andam sem saber”. 45Um mestre da Lei tomou a palavra e disse: “Mestre, falando assim, insultas-nos também a nós!” 46Jesus respondeu: “Ai de vós também, mestres da Lei, porque colocais sobre os homens cargas insuportáveis e vós mesmos não tocais nessas cargas nem com um só dedo”.

Comentário:

* 37-54: No seu caminho, Jesus desmascara os donos da estrutura antiga. Os fariseus deixam de lado a justiça e o amor de Deus e, para esconder roubos e maldades, se refugiam atrás de todo um aparato de falsa religiosidade. Os especialistas em leis se apossam da chave da ciência, isto é, interpretam as leis de acordo com seus próprios interesses; exercem assim controle ideológico sobre o povo, impedindo-o de ver as possibilidades de transformação.

Jesus reprova os fariseus porque eles: 1) Apegam-se a preceitos minúsculos, mas esquecem o mais importante, isto é, a justiça e o amor de Deus. 2) Buscam honras nas sinagogas e nas praças públicas. 3) Contaminam, com seus vícios, as pessoas que deles se aproximam (v. 44). Quanto aos especialistas da Lei, Jesus os acusa de sobrecarregar o povo com suas leis, enquanto eles mesmos se esquivam delas. É que davam muita importância a observâncias secundárias e descuidavam o essencial. O profeta Miqueias dizia: “Ó homem, já foi explicado o que é bom e o que o Senhor exige de você: praticar o direito, amar a misericórdia, caminhar humildemente com o seu Deus” (Mq 6,8). Podemos perguntar-nos: dentre as muitas boas obras que realizamos, quais são as que mais agradam a Deus?

Oração
Divino Mestre, livra-nos da tendência bastante comum de exibir pequenas obras boas, enquanto omitimos as exigências mais importantes do Reino: a prática da justiça e o amor de Deus. Impulsiona, Senhor, os líderes de nossas comunidades a dar bom exemplo mediante a prática da religião. Amém.

 

segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Lucas 11, 37-41 Jesus desmascara os hipócritas.

 37 Enquanto Jesus falava, um fariseu convidou-o para jantar com ele. Jesus entrou e pôs-se à mesa. 38O fariseu ficou admirado ao ver que Jesus não tivesse lavado as mãos antes da refeição. 39O Senhor disse ao fariseu: “Vós, fariseus, limpais o copo e o prato por fora, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades. 40Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior? 41Antes, dai esmola do que vós possuís, e tudo ficará puro para vós”.

Comentário:

* 37-54: No seu caminho, Jesus desmascara os donos da estrutura antiga. Os fariseus deixam de lado a justiça e o amor de Deus e, para esconder roubos e maldades, se refugiam atrás de todo um aparato de falsa religiosidade. Os especialistas em leis se apossam da chave da ciência, isto é, interpretam as leis de acordo com seus próprios interesses; exercem assim controle ideológico sobre o povo, impedindo-o de ver as possibilidades de transformação.

Fazer refeição em casa de um fariseu pode acarretar a Jesus algum desconforto. Com efeito, neste episódio, o fariseu critica Jesus por sentar-se à mesa sem antes ter-se lavado. Os fariseus davam muita importância a certas ações exteriores, como se fossem obras agradáveis a Deus. Não executá-las seria transgredir a Lei. Jesus aponta para o essencial: a pureza de coração, a reta intenção, o amor ao próximo. Não basta a boa intenção, é necessário traduzi-la em gestos concretos. Por isso, Jesus lança aos fariseus um intrigante desafio: “Deem como esmola o que vocês têm, e tudo ficará puro para vocês”. Dar esmola, símbolo da prática da caridade fraterna, é mais significativo e valioso do que a simples limpeza das mãos e dos utensílios domésticos.

Oração
Ó Jesus Mestre, não suportas quando alguém pratica atos externos para ser admirado pelos outros. Isso pode tornar-se um modo de esconder o interior, cheio de “roubos e maldades”. Importante é ter o coração puro e servir a Deus com humildade. Senhor, concede-nos generosamente esta graça. Amém.

domingo, 11 de outubro de 2020

João 2, 1-11 Vida nova para os homens.

 1 No terceiro dia, houve uma festa de  casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. 2Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. 3Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. 4Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isso a mim? Minha hora ainda não chegou”. 5Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”. 6Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. 7Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. 8Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. 9O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo sabiam, pois eram eles que tinham tirado a água. 10O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo o mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, serve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!” 11Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.

Comentário:

* 1-12: Segundo João, a primeira semana de Jesus termina com a festa de casamento em Caná. João relata este episódio por causa do seu aspecto simbólico: o casamento é o símbolo da união de Deus com a humanidade, realizada de maneira definitiva na pessoa de Jesus, Deus-e-Homem. Sem Jesus, a humanidade vive uma festa de casamento sem vinho. Maria, aliviando a situação constrangedora, simboliza a comunidade que nasce da fé em Jesus, e as últimas palavras que ela diz neste evangelho são um convite: “Façam o que Jesus mandar.” Jesus diz que a sua hora ainda não chegou, pois só acontecerá na sua morte e ressurreição, quando ele nos reconcilia com Deus.

Jesus utilizou a água que os judeus usavam para as purificações. Os judeus estavam cegos pela preocupação de não se mancharem, e sua religião multiplicava os ritos de purificação. Mas Jesus transformou a água em vinho! É que a religião verdadeira não se baseia no medo do pecado. O importante é receber de Jesus o Espírito. Este, como vinho generoso, faz a gente romper com as normas que aprisionam e com a mesquinhez da nossa própria sabedoria.
O episódio de Caná é uma espécie de resumo daquilo que vai acontecer através de toda a atividade de Jesus: com sua palavra e ação, Jesus transforma as relações dos homens com Deus e dos homens entre si.

As bodas de Caná representam o primeiro dos sete sinais no Evangelho de João. O autor não fala em milagres, mas em sinais, pois não quer exaltar o fato em si, mas o que está por trás dele: revelar a glória de Jesus para que os discípulos acreditem nele. Ele e seus discípulos foram convidados para um casamento, a mãe de Jesus também estava presente. Ao longo da festa, o vinho veio a faltar. A mãe de Jesus intercede ao Filho em favor dos noivos e dos convidados. Festa sem vinho (bebida) é festa incompleta, sem alegria. Jesus é apresentado como o noivo da comunidade. A mãe tem importante papel na família, na comunidade, em todos os lugares. Ela é perspicaz e sensível diante das necessidades. Aqui ela desempenha a função de convidar para fazer o que o Mestre pedir. Nós, católicos brasileiros, temos uma devoção e um carinho todo especial para com Maria, mãe de Jesus e nossa. Entre muitos outros títulos, no Brasil é conhecida como Nossa Senhora Aparecida. Ela olha com muito amor o povo brasileiro e intercede a Jesus para que nunca falte o vinho da alegria e da dignidade para seus filhos e filhas.

Oração
Ó Jesus, zeloso pastor das multidões sedentas de pão material e pão espiritual, graças te damos pela Virgem Maria, venerada pelo povo brasileiro como Nossa Senhora Aparecida. Aos habitantes do nosso país, concede, Senhor, tua confortadora presença e a constante proteção de tua e nossa querida mãe. Amém.

 

Apocalipse 12, 1.5.13.15-16 Jesus Messias vence o mal.

 1Apareceu no céu um grande sinal: uma mulher vestida do sol, tendo a lua debaixo dos pés e, sobre a cabeça, uma coroa de doze estrelas. 5E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o filho foi levado para junto de Deus e do seu trono. 13Quando viu que tinha sido expulso para a terra, o dragão começou a perseguir a mulher que tinha dado à luz o menino. 15A serpente, então, vomitou como um rio de água atrás da mulher a fim de a submergir. 16A terra, porém, veio em socorro da mulher.

Comentário:

* 1-16,20: É a parte mais importante do livro. Mostra que o tempo do povo de Deus é o tempo de confronto com o mal, até chegar a consumação da história. João analisa agora a vitória sobre o mal (Ap 12), o ambiente onde os cristãos vão profetizar (Ap 13) e a consequência do testemunho profético, isto é, o julgamento (Ap 14,1-16,20). Os capítulos 12-14 interrompem o desenvolvimento linear do livro.

1-2: A Mulher é um símbolo cheio de significados: é Eva, a mãe da humanidade (cf. Gn 3,15-20); também o povo de Israel (doze estrelas = doze tribos) assim como Sião, o resto do povo de Deus que espera o Messias (Is 66,7). É também Maria enquanto mãe de Jesus e mãe dos discípulos de Jesus (Jo 19,25-27), e o povo de Deus da nova Aliança (doze estrelas = doze apóstolos).
* 3-4: O Dragão personifica o mal, inimigo de Deus. Trata-se do egoísmo, orgulho e auto-suficiência que deformam os indivíduos e os grupos sociais. Ele é sanguinário (vermelho), tem pleno poder sobre os impérios do mundo (sete cabeças e sete diademas), mas sua força é relativa e imperfeita (dez chifres). Ele tem a pretensão de lutar contra Deus (estrelas do céu). Quer devorar o Filho da Mulher, o Messias que veio para destruí-lo.

* 5-6: O Filho é Jesus, que nasce (ressurreição) para a glória e para dominar as nações, destruindo o poder do Dragão. O mal foi derrotado. Agora a situação do povo de Deus é como a dos hebreus no deserto, libertados da escravidão: viverá no deserto até o fim da história (mil, duzentos e sessenta dias), em meio a perseguições e na intimidade com Deus.

* 7-12: O mal foi cortado pela raiz. Miguel (= Quem é como Deus?) vence e expulsa o Dragão, o mal que sempre ameaçou a humanidade (Serpente, Diabo, Satanás). Mas os cristãos não podem ficar acomodados, porque o mal continua agindo no mundo e, agonizante, ainda vai perseguir os homens de todos os modos.


* 13-18: O mal não conseguiu vencer Jesus; por isso agora persegue os cristãos seguidores de Jesus. Mas estes são continuamente protegidos por Deus, até o final da história (três tempos e meio = mil, duzentos e sessenta dias). É tempo de perseguição (rio) mas, como no Êxodo, o povo de Deus não sucumbe.




Mateus 22, 1-14 O novo povo de Deus.

 1Jesus voltou a falar em parábolas aos sumos sacerdotes e aos anciãos do povo, dizendo: 2“O Reino dos céus é como a história do rei que preparou a festa de casamento do seu filho. 3E mandou os seus empregados para chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram ir. 4O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Dizei aos convidados: já preparei o banquete, os bois e os animais cevados já foram abatidos, e tudo está pronto. Vinde para a festa!’ 5Mas os convidados não deram a menor atenção: um foi para o seu campo, outro para os seus negócios, 6outros agarraram os empregados, bateram neles e os mataram. 7O rei ficou indignado e mandou suas tropas para matar aqueles assassinos e incendiar a cidade deles. 8Em seguida, o rei disse aos empregados: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não foram dignos dela. 9Portanto, ide até as encruzilhadas dos caminhos e convidai para a festa todos os que encontrardes’. 10Então os empregados saíram pelos caminhos e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados”. 11“Quando o rei entrou para ver os convidados, observou aí um homem que não estava usando traje de festa 12e perguntou-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu. 13Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrai os pés e as mãos desse homem e jogai-o fora, na escuridão! Aí haverá choro e ranger de dentes’. 14Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos”.

Comentário:

* 1-14: É em Jesus que Deus convoca os homens para uma nova aliança, simbolizada pela festa de casamento. Os que rejeitam o convite são aqueles que se apegam ao sistema religioso que defende seus interesses e, por isso, não aceitam o chamado de Jesus. Estes serão julgados e destruídos juntamente com o sistema que defendem. O convite é dirigido então aos que não estão comprometidos com tal sistema, mas, ao contrário, são até marginalizados por ele. Começa na história novo povo de Deus, formado de pobres e oprimidos. Os vv. 11-14, porém, mostram que até mesmo estes últimos serão excluídos, se não realizarem a prática da nova justiça (traje de festa).

Jesus está no Templo de Jerusalém e dirige mais uma parábola às autoridades (sumos sacerdotes e anciãos do povo), comparando o Reino dos Céus ao casamento de um filho de rei. Para esse casamento, o rei sai às ruas e vai em busca de convidados. É interessante observar a insistência no convite até a sala ficar cheia. A atenção dessa parábola recai sobre os convidados. Todos são convidados a participar do banquete do Reino de Deus: uns aceitam e tomam parte na refeição; outros preferem cuidar do seu campo (produção) e do seu negócio (mercado). A parábola não trata da questão da “retribuição” (eu dou, Deus retribui); todos são convidados, “maus e bons”. Aqui o rei não pede frutos, mas apenas a aceitação ao convite. Chama a atenção o convidado sem a “roupa de festa”. Não basta entrar e tomar parte à mesa, é necessário trocar o traje, mudar a mentalidade, aderindo à conversão. A alegria do rei é ver a “casa cheia” de comensais em festa, vivendo a fraternidade e a partilha.

Oração
Ó Mestre Jesus, estamos edificados com o teu zelo missionário, igual ao do Pai celeste, em benefício do povo. Entretanto, muitos ignoram o teu convite para o banquete do Reino e se ocupam com outras propostas. Dá-nos sensibilidade e bom senso para escolhermos a tua festa. Amém.