sábado, 27 de dezembro de 2025

Mateus 2, 13-15.19.23 A nova história é um novo êxodo.

* 13 Depois que os magos partiram, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José, e lhe disse: “Levante-se, pegue o menino e a mãe dele, e fuja para o Egito! Fique lá até que eu avise. Porque Herodes vai procurar o menino para matá-lo." 14 José levantou-se de noite, pegou o menino e a mãe dele, e partiu para o Egito. 15 Aí ficou até a morte de Herodes, para se cumprir o que o Senhor havia dito por meio do profeta: “Do Egito chamei o meu filho.” 19 Quando Herodes morreu, o Anjo do Senhor apareceu em sonho a José, no Egito, 20 e lhe disse: “Levante-se, pegue o menino e a mãe dele, e volte para a terra de Israel, pois já estão mortos aqueles que procuravam matar o menino.” 21 José levantou-se, pegou o menino e a mãe dele, e voltou para a terra de Israel. 22 Mas, quando soube que Arquelau reinava na Judéia, como sucessor do seu pai Herodes, teve medo de ir para lá. Por isso, depois de receber aviso em sonho, José partiu para a região da Galileia, 23 e foi morar numa cidade chamada Nazaré. Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelos profetas: “Ele será chamado Nazareno.” Comentário: * 13-23: O lugar da Terra Prometida tornou-se novo Egito, lugar de opressão. Mateus apresenta o significado da vida e ação de Jesus: ele será o novo Moisés. Vai liderar o processo de libertação das estruturas que oprimem e escravizam, simbolizadas pela Judéia e Jerusalém. A Galileia, terra dos pagãos, será o ponto de partida para esse novo êxodo que Jesus realiza através do seu ensinamento e atividade. A narrativa de Mateus não pode ser tomada como uma crônica jornalística. É uma narrativa teológica da infância de Jesus e nos mostra que Jesus e sua família estão inseridos na realidade humana, com seus dramas e suas esperanças. O relato de Mateus tem a finalidade de mostrar como Jesus revive, desde a infância, a experiência do povo de Israel. Jesus, salvo das mãos de Herodes, será o libertador do novo povo de Deus. Jesus, desde criança, é rejeitado e perseguido pelo poder opressor (Herodes); ao mesmo tempo, é procurado pelos pobres (pastores) e desprezados (magos). A Família de Nazaré é uma família como qualquer outra; é amada por Deus, como todas as outras. Ela não está livre do destino dos mortais, mas é uma família acompanhada e salva pela providência divina. Todas as famílias têm suas dificuldades, que podem ser superadas com amor, diálogo e compreensão. O amor é capaz de superar as dificuldades.

Colossenses 3, 12-21 Vida nova em Cristo.

12 Como escolhidos de Deus, santos e amados, vistam-se de sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência. 13 Suportem-se uns aos outros e se perdoem mutuamente, sempre que tiverem queixa contra alguém. Cada um perdoe o outro, do mesmo modo que o Senhor perdoou vocês. 14 E acima de tudo, vistam-se com o amor, que é o laço da perfeição. 15 Que a paz de Cristo reine no coração de vocês. Para essa paz vocês foram chamados, como membros de um mesmo corpo. Sejam também agradecidos. 16 Que a palavra de Cristo permaneça em vocês com toda a sua riqueza, de modo que possam instruir-se e aconselhar-se mutuamente com toda a sabedoria. Inspirados pela graça, cantem a Deus, de todo o coração, salmos, hinos e cânticos espirituais. 17 E tudo o que vocês fizerem através de palavras ou ações, o façam em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus Pai por meio dele. Cristo é Senhor de todos -* 18 Mulheres, sejam submissas a seus maridos, pois assim convém a mulheres cristãs. 19 Maridos, amem suas mulheres e não sejam grosseiros com elas. 20 Filhos, obedeçam em tudo a seus pais, porque isso agrada ao Senhor. 21 Pais, não irritem seus filhos, para que eles não fiquem desanimados. Comentários: * 5-17: Através do batismo, os cristãos passam por uma transformação radical: deixam de pertencer à velha humanidade corrompida (homem velho) e começam a pertencer à nova humanidade (homem novo), que é a criação realizada em Cristo, o novo Adão, imagem de Deus (1,15). Na comunidade cristã, semente da nova humanidade, não se admitem distinções de raça, religião, cultura ou classe social: todos são iguais e participam igualmente da vida de Cristo. A transformação é coisa prática: deixar as ações que visam egoisticamente aos próprios interesses, em troca de ações a serviço da reconciliação mútua e do bem comum. * 18-4,1: Paulo aplica às relações humanas o princípio enunciado no v. 17: fazer tudo «em nome do Senhor Jesus’.’ Note-se que ele prega uma única moral a todos (homem, mulher, crianças, adultos, senhores e escravos): todos devem ser leais e respeitosos com os outros. Embora Paulo não se afaste do modo de pensar da sua época, sua proposta é um passo para que se reconheça a igualdade de direitos entre os homens e para que aconteçam importantes transformações sociais.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2025

João 1, 1-18 Jesus é a Palavra que revela Deus aos homens.

* 1 No começo a Palavra já existia: a Palavra estava voltada para Deus, e a Palavra era Deus. 2 No começo ela estava voltada para Deus. 3 Tudo foi feito por meio dela, e, de tudo o que existe, nada foi feito sem ela. 4 Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5 Essa luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram apagá-la. 6 Apareceu um homem enviado por Deus, que se chamava João. 7 Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. 8 Ele não era a luz, mas apenas a testemunha da luz. 9 A luz verdadeira, aquela que ilumina todo homem, estava chegando ao mundo. 10 A Palavra estava no mundo, o mundo foi feito por meio dela, mas o mundo não a conheceu. 11 Ela veio para a sua casa, mas os seus não a receberam. 12 Ela, porém, deu o poder de se tornarem filhos de Deus a todos aqueles que a receberam, isto é, àqueles que acreditam no seu nome. 13 Estes não nasceram do sangue, nem do impulso da carne, nem do desejo do homem, mas nasceram de Deus. 14 E a Palavra se fez homem e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória: glória do Filho único do Pai, cheio de amor e fidelidade. 15 João dava testemunho dele, proclamando: “Este é aquele, a respeito de quem eu falei: aquele homem que vem depois de mim passou na minha frente, porque existia antes de mim.” 16 Porque da sua plenitude todos nós recebemos, e um amor que corresponde ao seu amor. 17 Porque a Lei foi dada por Moisés, mas o amor e a fidelidade vieram através de Jesus Cristo. 18 Ninguém jamais viu a Deus; quem nos revelou Deus foi o Filho único, que está junto ao Pai. Comentário: * 1-18: O Prólogo de João lembra a introdução do Gênesis (1,1-31; 2,1-4a). No começo, antes da criação, o Filho de Deus já existia em Deus, voltado para o Pai: estava em Deus, como a Expressão de Deus, eterna e invisível. O Filho é a Imagem do Pai, e o Pai se vê totalmente no Filho, ambos num eterno diálogo e mútua comunicação. A Palavra é a Sabedoria de Deus vislumbrada nas maravilhas do mundo e no desenrolar da história, de modo que, em todos os tempos, os homens sempre tiveram e têm algum conhecimento dela. Jesus, Palavra de Deus, é a luz que ilumina a consciência de todo homem. Mas, para onde nos conduziria essa luz? A Bíblia toda afirma que Deus é amor e fidelidade. Levado pelo seu imenso amor e fiel às suas promessas, Deus quis introduzir os homens onde jamais teriam pensado: partilhar a própria vida e felicidade de Deus. E para isso a Palavra se fez homem e veio à sua própria casa, neste seu mundo. A humanidade já não está condenada a caminhar cegamente, guiando-se por pequenas luzes no meio das trevas, por pequenas manifestações de Deus, mas pelo próprio Jesus, Manifestação total de Deus. Com efeito, Jesus Cristo, que é a luz, veio para tornar filhos de Deus todos os homens. Um só é o Filho, porém, todos podem tornar-se bem mais do que filhos adotivos: nasceram de Deus. Deus tinha dado uma lei por meio de Moisés. E todos os judeus achavam que essa lei era o maior presente de Deus. Na realidade, era bem mais o que Deus tinha reservado para todos. Porque Jesus, o Deus Filho, o verdadeiro e total Dom do Pai, é o único que pode falar de Deus Pai, porque comunica o amor e a fidelidade do Deus que dá a vida aos homens. No prólogo do seu Evangelho, João resume o mistério de Cristo, Verbo encarnado, luz do mundo, vida da humanidade. João faz um verdadeiro hino ao Verbo, exaltando as maravilhas de Deus, que se encarna em Jesus Cristo, e sintetiza de forma bela e solene os principais temas do seu Evangelho: o Verbo (Jesus) é vida, luz, verdade, um só com o Pai. A história humana foi transformada com esse evento, fomos recriados e nos tornamos verdadeiramente filhos de Deus, formando uma só família de irmãos. É por isso que a encarnação continua hoje se repetindo através dos que creem e se põem a serviço do Evangelho e do Reino. Que, no ano que logo se iniciará, cada um de nós possa dar o seu melhor na concretização dessa missão. Um ótimo ano a todos.

João 20, 2-8 Jesus não está morto.

2 Então saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo que Jesus amava. E disse para eles: “Tiraram do túmulo o Senhor, e não sabemos onde o colocaram.” 3 Então Pedro e o outro discípulo saíram e foram ao túmulo. 4 Os dois corriam juntos. Mas o outro discípulo correu mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao túmulo. 5 Inclinando-se, viu os panos de linho no chão, mas não entrou. 6 Então Pedro, que vinha correndo atrás, chegou também e entrou no túmulo. Viu os panos de linho estendidos no chão 7 e o sudário que tinha sido usado para cobrir a cabeça de Jesus. Mas o sudário não estava com os panos de linho no chão; estava enrolado num lugar à parte. 8 Então o outro discípulo, que tinha chegado primeiro ao túmulo, entrou também. Ele viu e acreditou. Comentário: * 1-10: A fé na ressurreição tem dois aspectos. O primeiro é negativo: Jesus não está morto. Ele não é falecido ilustre, ao qual se deve construir um monumento. O sepulcro vazio mostra que Jesus não ficou prisioneiro da morte. O segundo aspecto da ressurreição é positivo: Jesus está vivo, e o discípulo que o ama intui essa realidade. Maria Madalena se dirige ao túmulo onde fora colocado o corpo de Jesus e constata que está vazio. Corre para anunciar aos discípulos que o morto não se encontra no túmulo. Ela é a primeira a reconhecer a ressurreição de Jesus e a primeira a anunciar a Boa-nova aos discípulos. Dois discípulos vão até o túmulo e constatam a veracidade dos fatos. Dois olhares diferentes: Pedro reconhece o fato, detém-se nos detalhes e não consegue ir além; ao passo que o discípulo amado viu e acreditou que o Mestre estava vivo. Seu amor pelo Mestre o impulsiona, por isso não se detém em pormenores insignificantes, mas vê mais longe e apressa o passo. São João evangelista é o discípulo amado, cuja memória celebramos hoje. O relato do Evangelho nos mostra a fé e o compromisso desse discípulo querido de Jesus. Ele é uma das primeiras testemunhas da ressurreição e comprometeu-se com a Boa-nova.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2025

Mateus 10, 17-22 Testemunho e perseguição.

17 Tenham cuidado com os homens, porque eles entregarão vocês aos tribunais e açoitarão vocês nas sinagogas deles. 18 Vocês vão ser levados diante de governadores e reis, por minha causa, a fim de serem testemunhas para eles e para as nações. 19 Quando entregarem vocês, não fiquem preocupados como ou com aquilo que vocês vão falar, porque, nessa hora, será sugerido a vocês o que vocês devem dizer. 20 Com efeito, não serão vocês que irão falar, e sim o Espírito do Pai de vocês é quem falará através de vocês. 21 O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais, e os matarão. 22 Vocês serão odiados de todos, por causa do meu nome. Mas, aquele que perseverar até o fim, esse será salvo. Comentário: * 16-25: Os discípulos terão o mesmo destino de Jesus: sofrer as consequências da missão que liberta e dá vida nova. Essa missão atingirá os interesses de muitos e, por isso, provocará a perseguição, a divisão e o ódio, até mesmo dentro das famílias. Muitas vezes poderá levar para a condenação nos tribunais. A missão, porém, é dirigida pelo Espírito de Deus. Por isso, os discípulos perseveram até o fim, sem temor nem aflição, seguros da plena manifestação de Jesus, Senhor e Juiz da história. O texto do Evangelho de Mateus nos apresenta o perigo do testemunho de Jesus. Existem muitas maneiras de sofrer a perseguição por sermos consequentes com nossa fé. Desde sofrer algumas contrariedades e mal-entendidos até o martírio. Jesus nos alerta de que é normal, na vida cristã, que, em maior ou menor grau, com mais ou menos frequência, o verdadeiro testemunho traga perseguições. A perseguição por causa de Cristo é uma consequência na vida do discipulado. A fé cristã amadurece também ao ser colocada à prova. É a coragem de escolher entre Cristo e as opções que o mundo nos oferece. O discípulo de Jesus é testemunho de coragem e clareza de posições, está disposto a suportar, com paciência, as injúrias e pronto a denunciar as injustiças: prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Primeiro mártir, Santo Estêvão é testemunha de tudo isso. Ele sofreu o martírio por causa da opção por Cristo. Seu sangue será sempre semente de novos cristãos.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2025

João 1, 1-18 Jesus é a Palavra que revela Deus aos homens.

* 1 No começo a Palavra já existia: a Palavra estava voltada para Deus, e a Palavra era Deus. 2 No começo ela estava voltada para Deus. 3 Tudo foi feito por meio dela, e, de tudo o que existe, nada foi feito sem ela. 4 Nela estava a vida, e a vida era a luz dos homens. 5 Essa luz brilha nas trevas, e as trevas não conseguiram apagá-la. 6 Apareceu um homem enviado por Deus, que se chamava João. 7 Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, a fim de que todos acreditassem por meio dele. 8 Ele não era a luz, mas apenas a testemunha da luz. 9 A luz verdadeira, aquela que ilumina todo homem, estava chegando ao mundo. 10 A Palavra estava no mundo, o mundo foi feito por meio dela,mas o mundo não a conheceu.11 Ela veio para a sua casa, mas os seus não a receberam. 12 Ela, porém, deu o poder de se tornarem filhos de Deus a todos aqueles que a receberam, isto é, àqueles que acreditam no seu nome.13 Estes não nasceram do sangue, nem do impulso da carne, nem do desejo do homem, mas nasceram de Deus. 14 E a Palavra se fez homem e habitou entre nós. E nós contemplamos a sua glória: glória do Filho único do Pai, cheio de amor e fidelidade. 15 João dava testemunho dele, proclamando: “Este é aquele, a respeito de quem eu falei: aquele homem que vem depois de mim passou na minha frente, porque existia antes de mim.” 16 Porque da sua plenitude todos nós recebemos, e um amor que corresponde ao seu amor. 17 Porque a Lei foi dada por Moisés, mas o amor e a fidelidade vieram através de Jesus Cristo. 18 Ninguém jamais viu a Deus; quem nos revelou Deus foi o Filho único, que está junto ao Pai. Comentário: * 1-18: O Prólogo de João lembra a introdução do Gênesis (1,1-31; 2,1-4a). No começo, antes da criação, o Filho de Deus já existia em Deus, voltado para o Pai: estava em Deus, como a Expressão de Deus, eterna e invisível. O Filho é a Imagem do Pai, e o Pai se vê totalmente no Filho, ambos num eterno diálogo e mútua comunicação. A Palavra é a Sabedoria de Deus vislumbrada nas maravilhas do mundo e no desenrolar da história, de modo que, em todos os tempos, os homens sempre tiveram e têm algum conhecimento dela. Jesus, Palavra de Deus, é a luz que ilumina a consciência de todo homem. Mas, para onde nos conduziria essa luz? A Bíblia toda afirma que Deus é amor e fidelidade. Levado pelo seu imenso amor e fiel às suas promessas, Deus quis introduzir os homens onde jamais teriam pensado: partilhar a própria vida e felicidade de Deus. E para isso a Palavra se fez homem e veio à sua própria casa, neste seu mundo. A humanidade já não está condenada a caminhar cegamente, guiando-se por pequenas luzes no meio das trevas, por pequenas manifestações de Deus, mas pelo próprio Jesus, Manifestação total de Deus. Com efeito, Jesus Cristo, que é a luz, veio para tornar filhos de Deus todos os homens. Um só é o Filho, porém, todos podem tornar-se bem mais do que filhos adotivos: nasceram de Deus. Deus tinha dado uma lei por meio de Moisés. E todos os judeus achavam que essa lei era o maior presente de Deus. Na realidade, era bem mais o que Deus tinha reservado para todos. Porque Jesus, o Deus Filho, o verdadeiro e total Dom do Pai, é o único que pode falar de Deus Pai, porque comunica o amor e a fidelidade do Deus que dá a vida aos homens. A liturgia do dia de Natal nos coloca em contato com o prólogo do Evangelho de João. Nesse relato, temos a presença da Palavra junto de Deus, tudo foi feito por meio dela. Ela cria e recria e se transforma em carne, armando a tenda no meio da humanidade. Anunciada por João Batista, a Palavra era a luz que ilumina os passos da humanidade. Ao se fazer carne, a Palavra tornou-se visível e pôde ser ouvida e tocada. Deus não só está conosco, mas tornou-se um de nós, assumindo a fragilidade humana. O divino e o humano não se excluem; antes, se complementam. Jesus tornou visível e conhecido o rosto do Pai, rosto que transpira amor, misericórdia, perdão e alegria. Com o nascimento de Jesus, Deus nos deu sua Palavra e sua vida, isto é, nos tornou seus filhos e filhas: “A Palavra deu o poder de se tornarem filhos de Deus”. Celebremos com alegria esta festa do Deus que se torna gente com a gente. Ninguém deve se sentir excluído desta festa e da alegria que ela proporciona.

Hebreus 1, 1-6 Introdução: o mistério de Cristo.

* 1 Nos tempos antigos, muitas vezes e de muitos modos Deus falou aos antepassados por meio dos profetas. 2 No período final em que estamos, falou a nós por meio do Filho. Deus o constituiu herdeiro de todas as coisas e, por meio dele, também criou os mundos. 3 O Filho é a irradiação da sua glória e nele Deus se expressou tal como é em si mesmo. O Filho, por sua palavra poderosa, é aquele que mantém o universo. Depois de realizar a purificação dos pecados, sentou-se à direita da Majestade de Deus nas alturas. 4 Ele está acima dos anjos, da mesma forma que herdou um nome muito superior ao deles. Jesus é o Filho, os anjos são ministros -* 5 De fato, a qual dos anjos Deus disse alguma vez: “Você é o meu Filho, eu hoje o gerei?” Ou ainda: “Eu serei seu Pai, e ele será meu Filho?” 6 E de novo, quando introduz seu Filho primogênito no mundo, ele diz: “Que todos os anjos o adorem.” Comentário: * 1-4: Cristo é o centro do sermão. O trecho é o mais denso de todo o Novo Testamento: Deus falou definitivamente em Jesus Cristo, o qual é a palavra viva e concreta de Deus. Tudo o que podemos falar sobre o projeto de Deus - criação, revelação e redenção - tudo encontra sua expressão definitiva em Cristo. Este é quem faz existir e salva toda criatura. Ele é igual em tudo ao Pai; e, glorificado, é muito superior ao mundo dos anjos. * 1,5-2,18: Muitas vezes imaginamos um Deus distante: para se comunicar com os homens, Deus se serve dos anjos; e os homens, para se comunicarem com Deus, se servem dos santos. O autor mostra que não há mais necessidade de outros intermediários: Jesus está intimamente unido a Deus (1,5-14) e, ao mesmo tempo, está próximo aos homens e solidário com eles (2,5-18). Os santos, mais do que intercessores, são testemunhas que procuraram ser fiéis no seguimento de Cristo, tornando-se exemplos concretos que nos estimulam a construir a história em direção a Cristo e com ele. 1,5-14: Não há comparação entre Cristo e os anjos. Estes são mediadores subordinados, mensageiros que obedecem continuamente às ordens de Deus. Jesus, porém, é o Filho primogênito, e esse título de honra, reservado a ele, mostra a sua superioridade em relação às criaturas. Ele está entronizado, recebe adoração e participa da condição de Deus por toda a eternidade.