quinta-feira, 30 de outubro de 2025
Lucas 15, 1-6 Festejar o sábado é dar vida aos homens.
-* 1 Num dia de sábado aconteceu que Jesus foi comer em casa de um dos chefes dos fariseus, que o observavam. 2 Havia um homem hidrópico diante de Jesus. 3 Tomando a palavra, Jesus falou aos especialistas em leis e aos fariseus: “A Lei permite ou não permite curar em dia de sábado?” 4 Mas eles ficaram em silêncio. Então Jesus tomou o homem pela mão, o curou, e o despediu. 5 Depois disse a eles: “Se alguém de vocês tem um filho ou um boi que caiu num poço, não o tiraria logo, mesmo em dia de sábado?” 6 E eles não foram capazes de responder a isso.
Comentário:
* 1-6: A lei do sábado deve ser interpretada como libertação e vida para o homem.
Jesus realiza mais uma cura ao sábado, dia sagrado em que os judeus não podem fazer qualquer trabalho. Sua intenção é mostrar que os fariseus interpretaram erroneamente a Torá, pois nada pode impedir que se realize uma obra de caridade, nem mesmo uma prescrição religiosa. A mulher encurvada (cf. Lc 13,11) e o homem hidrópico são imagens do povo oprimido que é libertado pela ação da Palavra de Cristo. Jesus restaura o ser humano e lhe restitui a capacidade de assimilar por si mesmo os conteúdos propostos. O silêncio de todos mostra que, aos poucos, a mensagem de Jesus é compreendida e provoca mudança de vida e de consciência.
quarta-feira, 29 de outubro de 2025
Lucas 13, 31-35 Jesus vai até o fim.
* 31 Nesse momento, alguns fariseus se aproximaram, e disseram a Jesus: “Deves ir embora daqui, porque Herodes quer te matar.” 32 Jesus disse: “Vão dizer a essa raposa: eu expulso demônios, e faço curas hoje e amanhã; e no terceiro dia terminarei o meu trabalho. 33 Entretanto preciso caminhar hoje, amanhã e depois de amanhã, porque não convém que um profeta morra fora de Jerusalém.”
O julgamento sobre Jerusalém -* 34”«Jerusalém, Jerusalém, você que mata os profetas e apedreja os que lhe foram enviados! Quantas vezes eu quis reunir seus filhos, como a galinha reúne os pintinhos debaixo das asas, mas você não quis! 35 Eis que a casa de vocês ficará abandonada. Eu lhes digo: vocês não me verão mais, até que chegue o tempo em que vocês mesmos dirão: Bendito aquele que vem em nome do Senhor.”
Comentário:
* 31-33: A atividade de Jesus provoca temor e reação das autoridades. Jesus não as teme, e continua a realizar a missão que liberta as pessoas e ao mesmo tempo vai levá-lo à morte.
* 34-35: Cf. nota em Mt 23, 37-39: Jerusalém personifica o sistema que se fechou em si mesmo, e recusou a novidade trazida por Jesus. Por isso, seu destino já está traçado: em Jerusalém Jesus vai ser morto, e sua morte trará o julgamento definitivo sobre ela. 
“Jerusalém, Jerusalém, que mata os profetas…” Como é conhecida essa expressão. A Cidade Santa é lugar que deveria estar marcado pela paz e pela esperança, mas vive em constante conflito. Jesus está em perigo, mas não se amedronta, pois tem consciência da sua missão e da necessidade de anunciar o Evangelho, mesmo que isso incomode a muitos. Ele veio para anunciar a transformação da sociedade e do ser humano, e nada pode impedi-lo de concretizar a vontade do Pai. Sabe que nada pode separar-nos do amor de Deus, nem mesmo a morte. Ao contrário, a morte nos conduz ao encontro definitivo com Deus, ao contato face a face. Os cristãos devem manifestar sempre essa mesma coragem, testemunhando o Evangelho com todas as suas forças.
terça-feira, 28 de outubro de 2025
Lucas 13, 22-30 A salvação é para todos.
* 22 Jesus atravessava cidades e povoados, ensinando e prosseguindo caminho para Jerusalém. 23 Alguém lhe perguntou: “Senhor, é verdade que são poucos aqueles que se salvam?” Jesus respondeu: 24 “Façam todo o esforço possível para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo: muitos tentarão entrar, e não conseguirão. 25 Uma vez que o dono da casa se levantar e fechar a porta, vocês vão ficar do lado de fora. E começarão a bater na porta, dizendo: ‘Senhor, abre a porta para nós!’ E ele responderá: ‘Não sei de onde são vocês’. 26 E vocês começarão a dizer: ‘Nós comíamos e bebíamos diante de ti, e tu ensinavas em nossas praças!’ 27 Mas ele responderá: ‘Não sei de onde são vocês. Afastem-se de mim, todos vocês que praticam injustiça!’ 28 Então haverá aí choro e ranger de dentes, quando vocês virem Abraão, Isaac e Jacó junto com todos os profetas no Reino de Deus, e vocês jogados fora. 29 Muita gente virá do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. 30 Vejam: há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos.”
Comentário:
* 22-30: Jesus não responde diretamente à pergunta. A salvação é universal, está aberta para todos, e não só para aqueles que conhecem a Jesus. A condição é entrar pela porta estreita, isto é, escolher o caminho de vida que cria a nova história.
A participação no Reino não é imediata. Não depende de um ingresso ou passagem, que muitos pensam adquirir ao serem batizados. No Evangelho de hoje, vemos que não basta ser batizado para entrar no Reino de Deus, mas é preciso crer verdadeiramente, demonstrar a fé através da prática da justiça e não se afastar de Deus. A participação no Reino exige esforço: “Esforcem-se para entrar pela porta estreita”. De fato, muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos. Entre os “muitos” que não conseguirão podemos imaginar que estão os cristãos que odeiam o próximo, não vivem intensamente os sacramentos, ou negam a fé nas suas ações cotidianas. O Mestre pede que nos esforcemos, uma exigência que só é possível na medida em que permitirmos que o Espírito da Verdade aja em nós.
segunda-feira, 27 de outubro de 2025
Lucas 6, 12-19 Os doze apóstolos.
* 12 Nesses dias, Jesus foi para a montanha a fim de rezar. E passou toda a noite em oração a Deus. 13 Ao amanhecer, chamou seus discípulos, e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14 Simão, a quem também deu o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15 Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16 Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor.
Anseio por um mundo novo -* 17 Jesus desceu da montanha com os doze apóstolos, e parou num lugar plano. Estava aí numerosa multidão de seus discípulos com muita gente do povo de toda a Judéia, de Jerusalém, e do litoral de Tiro e Sidônia. 18 Foram para ouvir Jesus e serem curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus, foram curados. 19 Toda a multidão procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos.
Comentário:
* 12-16: Jesus escolhe os doze apóstolos, que formarão o núcleo da comunidade nova que ele veio criar. A palavra apóstolo significa aquele que Jesus envia para continuar a sua obra.
* 17-26: O povo vem de todas as partes ao encontro de Jesus, porque a ação dele faz nascer a esperança de uma sociedade nova, libertada da alienação e dos males que afligem os homens. Os vv. 20-26 proclamam o cerne de toda a atividade de Jesus: produzir uma sociedade justa e fraterna, aberta para a novidade de Deus. Para isso, é preciso libertar os pobres e famintos, os aflitos e os que são perseguidos por causa da justiça. Isso, porém, só se alcança denunciando aqueles que geram a pobreza e a opressão e depondo-os dos seus privilégios. Não é possível abençoar o pobre sem libertá-lo da pobreza. Não é possível libertar o pobre da pobreza sem denunciar o rico para libertá-lo da riqueza. 
Entre os doze apóstolos, encontramos dois chamados Simão, que os Evangelhos logo diferenciam entre Simão, a quem Jesus chamou também de Pedro, irmão de André; e Simão chamado Zelota, provavelmente por fazer parte do grupo com esse nome, que comungava da visão messiânica e acreditava que Deus governa a terra por meio dos seus representantes. Este segundo Simão é festejado hoje, juntamente com outro apóstolo: Judas Tadeu. Não se trata do Judas traidor, mas do apóstolo que, na última ceia, perguntou a Jesus: “Senhor, por que te manifestarás a nós e não
ao mundo?”, recebendo a resposta de que a manifestação de Deus está reservada a quem ama e observa sua Palavra. É atribuída a ele uma carta do Novo Testamento.
domingo, 26 de outubro de 2025
Lucas 13, 10-17 O sábado foi feito para o homem.
* 10 Jesus estava ensinando numa sinagoga em dia de sábado. 11 Havia aí uma mulher que, fazia dezoito anos, estava com um espírito que a tornava doente. Era encurvada e incapaz de se endireitar. 12 Vendo-a, Jesus dirigiu-se a ela, e disse: “Mulher, você está livre da sua doença.” 13 Jesus colocou as mãos sobre ela, e imediatamente a mulher se endireitou, e começou a louvar a Deus. 14 O chefe da sinagoga ficou furioso, porque Jesus tinha feito uma cura em dia de sábado. E tomando a palavra, começou a dizer à multidão: “Há seis dias para trabalhar. Venham, então, nesses dias e sejam curados, e não em dia de sábado.” 15 O Senhor lhe respondeu: “Hipócritas! Cada um de vocês não solta do curral o boi ou o jumento para dar-lhe de beber, mesmo que seja dia de sábado? 16 Aqui está uma filha de Abraão que Satanás amarrou durante dezoito anos. Será que não deveria ser libertada dessa prisão, em dia de sábado?” 17 Essa resposta deixou confusos todos os inimigos de Jesus. E toda a multidão se alegrava com as maravilhas que Jesus fazia.
Comentário:
* 10-17: O dia de sábado é expressão máxima daquilo que Jesus realiza ao curar a mulher: a comemoração da pessoa libertada. O povo se enche de alegria ao ver como o dia santificado é sinal da vida que Deus dá aos homens, e não um dia de simples rituais obrigatórios pré-estabelecidos.
Continua a incompreensão dos chefes religiosos em relação a Jesus, que ensina na sinagoga e cura em dia de sábado. A mulher possuída simboliza o povo que vive há muito tempo sob o domínio da opressão (encurvada). Jesus, através da sua palavra e imposição das mãos, liberta a mulher de sua enfermidade. Desconforto para o chefe da sinagoga, símbolo dos poderosos e opressores, que não querem a libertação do povo e a transformação social. Jesus chama a estes de “hipócritas”, pois proferem belos discursos, mas, na prática, continuam alimentando o sistema injusto e excludente. Sentem-se envergonhados ao serem denunciados por Jesus, mas, mesmo assim, não se convertem, pois não conseguem desapegar-se da mentalidade egocêntrica.
sábado, 25 de outubro de 2025
Lucas 18, 9-14 A justificação é dom de Deus.
-* 9 Para alguns que confiavam na sua própria justiça e desprezavam os outros, Jesus contou esta parábola: 10 “Dois homens subiram ao Templo para rezar; um era fariseu, o outro era cobrador de impostos. 11 O fariseu, de pé, rezava assim no seu íntimo: ‘Ó Deus, eu te agradeço, porque não sou como os outros homens, que são ladrões, desonestos, adúlteros, nem como esse cobrador de impostos. 12 Eu faço jejum duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda’. 13 O cobrador de impostos ficou à distância, e nem se atrevia a levantar os olhos para o céu, mas batia no peito, dizendo: ‘Meu Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!’ 14 Eu declaro a vocês: este último voltou para casa justificado, o outro não. Pois quem se eleva, será humilhado, e quem se humilha, será elevado.”
Comentário:
* 9-14: Não basta ser perseverante e insistente. É preciso reconhecer e confessar a própria pequenez, recorrendo à misericórdia de Deus. De nada adianta o homem justificar a si mesmo, pois a justificação é dom de Deus.
A parábola apresenta dois modos de dialogar com Deus: o fariseu e o publicano. O primeiro é presunçoso: elenca suas qualidades e despreza os outros; o segundo é humilde: reconhece suas fraquezas e misérias. O fariseu era homem correto e honesto, cumpridor dos seus deveres religiosos, pensando ter méritos diante de Deus. O problema dele era sua arrogância, o julgamento negativo e o desprezo dos outros. O publicano é um pecador público, cobrador de impostos, que reconhece sua pequenez, mas também a grandeza e a misericórdia de Deus. Ninguém pode considerar-se justo a ponto de ter méritos diante de Deus e desprezar os outros. Diante de Deus, necessitamos estar desarmados de toda presunção e preconceito: presunção de nos considerarmos perfeitos e melhores que os outros; preconceito contra os outros, rotulando-os. Lembrar nossa pequenez e nossas limitações muda nossa relação com Deus, tornando-nos mais abertos à ação dele e criando espaços de fraternidade e partilha com os outros.
2 Timóteo 4, 6-8.16-18 Combati o bom combate.
* 6 Quanto a mim, meu sangue está para ser derramado em libação, e chegou o tempo da minha partida. 7 Combati o bom combate, terminei a minha corrida, conservei a fé. 8 Agora só me resta a coroa da justiça que o Senhor, justo Juiz, me entregará naquele Dia; e não somente para mim, mas para todos os que tiverem esperado com amor a sua manifestação.
O Senhor me deu forças - 16 Na minha primeira defesa no tribunal, ninguém ficou ao meu lado; todos me abandonaram. Que Deus não ponha isso na conta deles! 17 Mas o Senhor ficou comigo e me encheu de força, a fim de que eu pudesse anunciar toda a mensagem, e ela chegasse aos ouvidos de todas as nações. E assim eu fui liberto da boca do leão. 18 O Senhor me libertará de todo mal e me levará para o seu Reino eterno. Ao Senhor, glória para sempre. Amém!
Comentário:
* 6-8: Diante da certeza do martírio, Paulo se compara a um atleta que recebe o prêmio da vitória: ele sabe que sua vida foi inteiramente dedicada a propagar e sustentar a fé.
* 9-18: Os últimos tempos de Paulo são tristes e solitários. Embora abandonado e traído pelos companheiros mais próximos, seu olhar continua firme no Senhor, para anunciar o Evangelho e finalmente participar plenamente do Reino. Lucas já estava com Paulo no tempo da primeira prisão (cf. Cl 4,14); talvez seja este Lucas o autor do 3.° Evangelho e do livro dos Atos dos Apóstolos. Marcos ou João Marcos foi companheiro circunstancial (cf. At 12,12) e teve uma divergência com Paulo (cf. At 15,37-39). Mas o encontramos como companheiro fiel no tempo da perseguição (cf. Cl 4,10).
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