10 As multidões perguntavam a João: “O que
é que
devemos fazer?” 11 Ele
respondia: “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem
não
tem.
E quem
tiver comida, faça
a mesma coisa.” 12 Alguns
cobradores de impostos também foram para ser batizados, e perguntaram: “Mestre, o que devemos fazer?” 13 João
respondeu: “Não cobrem nada além
da taxa
estabelecida.” 14 Alguns soldados também perguntaram: “E nós, o que devemos fazer?” Ele respondeu: “Não maltratem ninguém; não
façam acusações falsas, e fiquem contentes com o salário de vocês.”
15 O povo estava esperando o Messias. E todos perguntavam a si mesmos se João
não
seria o Messias. 16
Por isso, João
declarou a todos: “Eu batizo vocês com água.
Mas
vai
chegar alguém mais forte do que eu. E eu não
sou
digno nem sequer de desamarrar a correia das sandálias dele.
Ele é quem batizará vocês com o Espírito Santo e com fogo.
17 Ele terá na mão
uma pá;
vai
limpar sua eira, e recolher o trigo no seu celeiro; mas a palha ele vai queimar no fogo que
não
se apaga.”
Comentário:
João Batista convida todos à
mudança radical de vida, porque a nova história vai transformar pela raiz as
relações entre os homens. É o tempo do julgamento, e nada vale ter fé teórica,
pois o julgamento se baseia sobre as opções e atitudes concretas que cada um
assume.
João Batista aparece anunciando a
vinda de Jesus e aponta a maneira prática de recebê-lo. A pergunta que não pode
faltar é esta: o que devemos fazer? João estabelece um compromisso a cada grupo
que o procura. João diz que a melhor maneira de preparar o caminho para Jesus é
empenhar-se por uma sociedade solidária, justa e não violenta. Ao povo que o
procura, João diz que é necessário ser solidário com os necessitados: quem tem
repartir com quem não tem. A partilha é fundamental para que aconteça a justiça
divina e todos tenham condições de uma vida digna. Aos cobradores de impostos,
João os convida a praticar a justiça: não cobrar além do estabelecido. A
honestidade e a ética não podem ser esquecidas em nenhuma e qualquer
administração, seja pública ou privada. Aos soldados, João responde que é
preciso não agir com violência: não maltratar com violência nem fazer acusações
falsas. A violência e a força opressora nunca foram solução para a paz. Abuso
do poder e acusação falsa destroem a fraternidade comunitária e a democracia de
um povo. João propõe a conversão pessoal, mas principalmente a conversão
social: as injustiças que acontecem contra os direitos dos pobres e dos
indefesos.