segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Mateus 9 9-13 Justiça e misericórdia.

* 9 Saindo daí, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e lhe disse: “Siga-me!” Ele se levantou, e seguiu a Jesus. 10 Estando Jesus à mesa em casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e pecadores foram e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. 11 Alguns fariseus viram isso, e perguntaram aos discípulos: “Por que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e os pecadores?” 12 Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes. 13 Aprendam, pois, o que significa: ‘Eu quero a misericórdia e não o sacrifício’. Porque eu não vim para chamar justos, e sim pecadores.”
Comentário:

* 9-13: Cf. nota em Mc 2,13-17. Com a citação de Oséias 6,6, Mateus esclarece o sentido da missão de Jesus: a justiça do Reino é inseparável da misericórdia. 

domingo, 20 de setembro de 2015

Marcos 9, 30-37 Quem é o maior?

-* 30 Partindo daí Jesus e seus discípulos atravessavam a Galiléia. Jesus não queria que ninguém soubesse onde ele estava, 31 porque estava ensinando seus discípulos. E dizia-lhes: “O Filho do Homem vai ser entregue na mão dos homens, e eles o matarão. Mas, quando estiver morto, depois de três dias ele ressuscitará.” 32 Mas os discípulos não compreendiam o que Jesus estava dizendo, e tinham medo de fazer perguntas.
33 Quando chegaram à cidade de Cafarnaum e estavam em casa, Jesus perguntou aos discípulos: “Sobre o que vocês estavam discutindo no caminho?” 34 Os discípulos ficaram calados, pois no caminho tinham discutido sobre qual deles era o maior. 35 Então Jesus se sentou, chamou os Doze e disse: “Se alguém quer ser o primeiro, deverá ser o último, e ser aquele que serve a todos.” 36 Depois Jesus pegou uma criança e colocou-a no meio deles. Abraçou a criança e disse: 37 Quem receber em meu nome uma destas crianças, estará recebendo a mim. E quem me receber, não estará recebendo a mim, mas àquele que me enviou.”
Comentário:

* 30-37: Os discípulos não compreendem as conseqüências que a ação de Jesus vai provocar, pois ainda concebem uma sociedade onde existem diferenças de grandeza. Quem é o maior? Jesus mostra que a grandeza da nova sociedade não se baseia na riqueza e no poder, mas no serviço sem pretensões e interesses. 

Tiago 3, 16-4,3 A verdadeira sabedoria.

16 De fato, onde ciúme e espírito de rivalidade, existe também desordem e todo tipo de ações más. 17 Ao contrário, a sabedoria que vem do alto é, antes de tudo, pura, pacífica, humilde, compreensiva, cheia de misericórdia e bons frutos, sem discriminações e sem hipocrisia. 18 Na verdade, um fruto de justiça é semeado na paz para aqueles que trabalham pela paz.
A busca da realização humana -* 1 De onde surgem os conflitos e competições que existem entre vocês? Não vêm exatamente dos prazeres que guerreiam nos seus membros? 2 Vocês cobiçam, e não possuem; então matam. Vocês têm inveja, e não conseguem nada; então lutam e fazem guerra. Vocês não recebem, porque não pedem; 3 e vocês pedem, mas não recebem, porque pedem mal, com intenção de gastarem em seus prazeres.
Comentário:
* 13-18: Muitas pessoas se apresentam como “aquelas que sabem tudo”. A sabedoria verdadeira, porém, não é a cultura teórica que se aprende em livros, mas é a experiência da vida que se manifesta no discernimento que leva a um comportamento justo e pacífico. Sábio é aquele que nunca pára de aprender. Mais do que ensinar, ele é alguém que está sempre disposto a buscar a verdade junto com os outros.

* 4,1-10: O homem é ser inacabado e, por isso, sua vida é busca permanente de realização. Freqüentemente ele a pede a Deus. Por que não é atendido? Porque muitas vezes imagina a sua própria realização dentro dos esquemas de uma sociedade idolátrica, que adora os deuses da riqueza e do poder. Ao invés de realizar-se, a pessoa encontra-se presa da cobiça e da inveja, que produzem todo tipo de conflitos e competições e levam até mesmo à morte. Este é o mundo que se absolutiza e se coloca no lugar de Deus (cf. Mt 6,24). Para chegar à sua própria realização, o homem precisa descobrir-se como criatura e reconhecer que Deus é o único Senhor absoluto, e só a ele se deve adorar e servir. Aí nasce o processo de conversão, pela qual o homem rompe com o espírito do mundo, abandonando o orgulho e a ambição, para tornar-se pequeno e submisso a Deus. E Deus, o único que pode conceder a realização, responde ao anseio do homem, manifestando-lhe a vida e a ação do seu Filho como o sentido e a meta da vida humana. 

sábado, 19 de setembro de 2015

Lucas 8, 4-15 Uma colheita custosa.

* 4 Ajuntou-se uma grande multidão, e de todas as cidades as pessoas iam até Jesus. Então ele contou esta parábola: 5 “O semeador saiu para semear a sua semente. Enquanto semeava, uma parte caiu à beira do caminho; foi pisada e os passarinhos foram, e comeram tudo. 6 Outra parte caiu sobre pedras; brotou e secou, porque não havia umidade. 7 Outra parte caiu no meio de espinhos; os espinhos brotaram junto, e a sufocaram. 8 Outra parte caiu em terra boa; brotou e deu fruto, cem por um.” Dizendo isso, Jesus exclamou: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.”
O mistério da missão de Jesus -* 9 Os discípulos perguntaram a Jesus o significado dessa parábola. 10 Jesus respondeu: “A vocês foi dado conhecer os mistérios do Reino de Deus. Mas, aos outros ele vem por meio de parábolas, para que olhando não vejam, e ouvindo não compreendam.”
Compreender a Palavra nos conflitos -* 11 “A parábola quer dizer o seguinte: a semente é a Palavra de Deus. 12 Os que estão à beira do caminho são aqueles que ouviram; mas, depois chega o diabo, e tira a Palavra do coração deles, para que não acreditem, nem se salvem. 13 Os que caíram sobre a pedra são aqueles que, ouvindo, acolheram com alegria a Palavra. Mas eles não têm raiz: por um momento, acreditam; mas na hora da tentação voltam atrás. 14 O que caiu entre os espinhos são aqueles que ouvem, mas, continuando a caminhar, se afogam nas preocupações, na riqueza e nos prazeres da vida, e não chegam a amadurecer. 15 O que caiu em terra boa são aqueles que, ouvindo de coração bom e generoso, conservam a Palavra, e dão fruto na perseverança.”
Comentário:
* 4-8: Cf. nota em Mt 13,1-9 O fim ainda não chegou -* 1 Quando Jesus saiu do Templo, um discípulo comentou: “Mestre, olha que pedras e que construções!” 2 Jesus respondeu: “Você está vendo essas grandes construções? Não ficará pedra sobre pedra; tudo será destruído.”

3 Jesus estava sentado no monte das Oliveiras, de frente para o Templo. Então Pedro, Tiago, João e André lhe disseram em particular: 4 Dize-nos, quando vai acontecer isso, e qual será o sinal de que todas essas coisas estarão para acabar?” 5 Jesus começou a dizer: “Cuidado para que ninguém engane vocês. 6 Muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu’. E enganarão muita gente. 7 Quando vocês ouvirem falar de guerras e de rumores de guerra, não fiquem assustados. Essas coisas devem acontecer, mas ainda não é o fim. 8 Com efeito, uma nação lutará contra outra, e um reino contra outro reino. Haverá terremotos em vários lugares, e também haverá fome. Isso será o começo das dores.”
A coragem do testemunho -* 9 Tomem muito cuidado! Entregarão vocês aos tribunais. Vocês serão torturados nas sinagogas, serão levados diante de governadores e reis por minha causa, para vocês darem testemunho diante deles.
* 1-8: Jesus anuncia a destruição do Templo de Jerusalém, acontecida no ano 70, e as batalhas que se verificaram entre os anos 66 e 70. O Templo era o símbolo da relação de Deus com o povo escolhido. Jesus salienta que o fim de uma instituição não significa o fim do mundo e nem o fim da relação entre Deus e os homens.
* 9-13: A relação entre Deus e os homens continua através dos discípulos, que deverão prosseguir a missão de Jesus pelo testemunho, anunciando a Boa Notícia a todas as nações. Contudo, assim como Jesus encontrou resistência, também os discípulos a encontrarão: serão perseguidos, presos, torturados, julgados e até mesmo mortos por continuarem a ação de Jesus. Mas os discípulos não devem ficar preocupados com a própria defesa. O importante é a coragem de permanecer firmes até o fim.
* 9-10: Cf. nota em Mc 4,10-12 O mistério da missão de Jesus -* 10 Quando Jesus ficou sozinho, os que estavam com ele, junto com os Doze, perguntaram o que significavam as parábolas. 11 Jesus disse para eles: “Para vocês, foi dado o mistério do Reino de Deus; para os que estão fora tudo acontece em parábolas, 12 para que olhem, mas não vejam, escutem, mas não compreendam, para que não se convertam e não sejam perdoados.”
* 10-12: As parábolas são histórias que ajudam a ler e compreender toda a missão de Jesus. Mas é preciso “estar dentro”, isto é, seguir a Jesus, para perceber que o Reino de Deus está se aproximando através de sua ação. Os que não seguem a Jesus ficam “por fora”, e nada podem compreender.
* 11-15: Cf. notas em Mc 4,13-20 Os homens diante da missão de Jesus -* 13 Jesus lhes perguntou: “Vocês não compreendem essa parábola? Como então vão compreender todas as outras parábolas?
14 O semeador semeia a Palavra. 15 Os que estão à beira do caminho são aqueles nos quais a Palavra foi semeada; logo que a ouvem, chega Satanás e tira a Palavra que foi semeada neles. 16 Do mesmo modo, os que recebem a semente em terreno pedregoso, são aqueles que ouvem a Palavra e a recebem com alegria; 17 mas eles não têm raiz em si mesmos: são inconstantes, e, quando chega uma tribulação ou perseguição por causa da Palavra, eles logo desistem. 18 Outros recebem a semente entre os espinhos: são aqueles que ouvem a Palavra; 19 mas surgem as preocupações do mundo, a ilusão da riqueza e todos os outros desejos, que sufocam a Palavra, e ela fica sem dar fruto. 20 Por fim, aqueles que receberam a semente em terreno bom, são os que ouvem a Palavra, a recebem e dão fruto; um trinta, outro sessenta e outro cem por um.”
* 13-20: A explicação da parábola focaliza os vários terrenos, mostrando o efeito que a missão de Jesus (contada pela palavra do Evangelho) tem sobre os ouvintes ou leitores. Cada pessoa vê e entende a partir do lugar que ocupa na sociedade e das dificuldades que encontra para se comprometer com Jesus e para continuar a ação dele.
e Mt 13,18-23  Estejam prevenidos! –18 Rezem para que isso não aconteça no inverno. 19 Porque, nesses dias haverá uma tribulação como nunca houve, desde o início da criação feita por Deus, até agora; e nunca mais haverá outra igual. 20 Se o Senhor não abreviasse esses dias, ninguém conseguiria salvar-se. 21 Mas, ele abreviou aqueles dias, por causa dos eleitos que escolheu.
Se alguém disser a vocês: ‘Aqui está o Messias’, ou: ‘Ele está ali’, não acreditem. 22 Porque vão aparecer falsos messias e falsos profetas, que farão sinais e prodígios para enganar até mesmo os eleitos se fosse possível. 23 Prestem atenção! Eu estou falando tudo isso para vocês, antes que aconteça.”

* 14-23: Aqui se retoma o que já foi dito em 13,1-8. A “abominação da desolação” indica a profanação do Templo pelos romanos. O tempo de crise é terrível: os discípulos devem estar atentos para não desanimar e não se deixar enganar por pessoas que apresentam falsos projetos de salvação.