terça-feira, 3 de setembro de 2013

Lucas 4, 31-37 Jesus liberta da alienação.

* 31 Jesus foi a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e aí ensinava aos sábados. 32 As pessoas ficavam admiradas com o seu ensinamento, porque Jesus falava com autoridade. 33 Na sinagoga havia um homem possuído pelo espírito de um demônio mau, que gritou em alta voz: 34 “O que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!” 35 Jesus o ameaçou, dizendo: “Cale-se, e saia dele!” Então o demônio jogou o homem no chão, saiu dele, e não lhe fez mal nenhum. 36 O espanto tomou conta de todos, e eles comentavam entre si: “Que palavra é essa? Ele manda nos espíritos maus com autoridade e poder, e eles saem.” 37 E a fama de Jesus se espalhava em todos os lugares da redondeza.
Comentário:
* 31-37: Cf. nota em Mc 1,21-28 Jesus vence a alienação -* 21 Foram à cidade de Cafarnaum e, no sábado, Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar. 22 As pessoas ficavam admiradas com o seu ensinamento, porque Jesus ensinava como quem tem autoridade e não como os doutores da Lei.
23 Nesse momento, estava na sinagoga um homem possuído por um espírito mau, que começou a gritar: 24 Que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!” 25 Jesus ameaçou o espírito mau: “Cale-se, e saia dele!” 26 Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu dele. 27 Todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros: “O que é isso? Um ensinamento novo, dado com autoridade... Ele manda até nos espíritos maus e eles obedecem!” 28 E a fama de Jesus logo se espalhou por toda parte, em toda a redondeza da Galiléia.
 * 21-28: A ação demoníaca escraviza e aliena o homem, impedindo-o de pensar e de agir por si mesmo (por exemplo: ideologias, propagandas, estruturas, sistemas etc.): outros pensam e agem através dele. O primeiro milagre de Jesus é fazer o homem voltar à consciência e à liberdade. Só assim o homem pode segui-lo.
Marcos não diz qual era o ensinamento de Jesus; contudo, mencionando-o junto com uma ação de cura, ele sugere que o ensinamento com autoridade repousa numa prática concreta de libertação: com sua ação Jesus interpreta as Escrituras de modo superior a toda a cultura dos doutores da Lei.
 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Lucas 4, 16-30 O programa da atividade de Jesus.

16 Jesus foi à cidade de Nazaré, onde se havia criado. Conforme seu costume, no sábado entrou na sinagoga, e levantou-se para fazer a leitura. 17 Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus encontrou a passagem onde está escrito: 18 “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos, 19 e para proclamar um ano de graça do Senhor.” 20 Em seguida Jesus fechou o livro, o entregou na mão do ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21 Então Jesus começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura, que vocês acabam de ouvir.”
Reação do povo -* 22 Todos aprovavam Jesus, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Este não é o filho de José?” 23 Mas Jesus disse: “Sem dúvida vocês vão repetir para mim o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum.” 24 E acrescentou: “Eu garanto a vocês: nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. 25 De fato, eu lhes digo que havia muitas viúvas em Israel, no tempo do profeta Elias, quando não vinha chuva do céu durante três anos e seis meses, e houve grande fome em toda a região. 26 No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, e sim a uma viúva estrangeira, que vivia em Sarepta, na Sidônia. 27 Havia também muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu. Apesar disso, nenhum deles foi curado, a não ser o estrangeiro Naamã, que era sírio.” 28 Quando ouviram essas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29 Levantaram-se, e expulsaram Jesus da cidade. E o levaram até o alto do monte, sobre o qual a cidade estava construída, com intenção de lançá-lo no precipício. 30 Mas Jesus, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho.
Comentário:
* 14-21: Colocada no início da vida pública de Jesus, esta passagem constitui, conforme Lucas, o programa de toda a atividade de Jesus. Is 61,1-2 anunciara que o Messias iria realizar a missão libertadora dos pobres e oprimidos. Jesus aplica a passagem a si mesmo, assumindo-a no hoje concreto em que se encontra. No ano da graça eram perdoadas todas as dívidas e se redistribuíam fraternalmente todas as terras e propriedades: Jesus encaminha a humanidade para uma situação de reconciliação e partilha, que tornam possíveis a igualdade, a fraternidade e a comunhão.
* 22-30: A dúvida e a rejeição de Jesus por parte de seus compatriotas fazem prever a hostilidade e a rejeição de toda a atividade de Jesus por parte de todo o seu povo. No entanto, Jesus prossegue seu caminho, para construir a nova história que engloba toda a humanidade.

domingo, 1 de setembro de 2013

Lucas 14, 1.7-14 Festejar o sábado é dar vida aos homens.

* 1 Num dia de sábado aconteceu que Jesus foi comer em casa de um dos chefes dos fariseus, que o observavam.
A verdadeira honra -* 7 Jesus notou como os convidados escolhiam os primeiros lugares. Então contou a eles uma parábola: 8 “Se alguém convida você para uma festa de casamento, não ocupe o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que você; 9 e o dono da casa, que convidou os dois, venha dizer a você: ‘ o lugar para ele’. Então você ficará envergonhado e irá ocupar o último lugar. 10 Pelo contrário, quando você for convidado, sentar-se no último lugar. Assim, quando chegar quem o convidou, ele dirá a você: ‘Amigo, venha mais para cima’. E isso vai ser uma honra para você na presença de todos os convidados. 11 De fato, quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado.”
12 Jesus disse também ao fariseu que o tinha convidado: “Quando você der um almoço ou jantar, não convide amigos, nem irmãos, nem parentes, nem vizinhos ricos. Porque esses irão, em troca, convidar você. E isso será para você recompensa. 13 Pelo contrário, quando você der uma festa, convide pobres, aleijados, mancos e cegos. 14 Então você será feliz! Porque eles não lhe podem retribuir. E você receberá a recompensa na ressurreição dos justos.”
Comentário
* 14,1-6: A lei do sábado deve ser interpretada como libertação e vida para o homem.
* 7-14: Nos vv. 8-11, Jesus critica o conceito de honra baseado no orgulho e ambição, que geram aparências de justiça, mas escondem os maiores contrastes sociais. A honra do homem depende de Deus, o único que conhece a situação real e global do homem; essa honra supera a crença que o homem pode ter nos seus próprios méritos. Nos vv. 12-14, Jesus mostra que o amor verdadeiro não é comércio, mas serviço gratuito, pois o pobre não pode pagar e o inimigo não pode merecer. Só Deus pode retribuir ao amor gratuito.


Hebreus 12, 18-19.22-24a Não rejeitem o dom de Deus.

* 18 Vocês não se aproximaram de uma realidade palpável. Ali havia fogo ardente, escuridão, trevas, tempestade, 19 som de trombeta e ruído de palavras. E as pessoas que ouviram isso, suplicaram que Deus não dissesse mais nada,
22 Entretanto, vocês se aproximaram do monte Sião e da Jerusalém celeste, a cidade do Deus vivo. Vocês se aproximaram de milhares de anjos reunidos em festa, 23 e da assembléia dos primogênitos, que têm o nome inscrito no céu. Vocês se aproximaram de Deus, que é juiz de todos. Vocês se aproximaram dos espíritos justos que chegaram à meta final, 24 e de Jesus, o mediador de uma nova aliança. Vocês se aproximaram do sangue da aspersão, que fala muito mais alto que o sangue de Abel.
Comentário:.
* 18-29: A aliança do Sinai realizou-se dentro de um clima terrível e fascinante (cf. Ex 19-20; Dt 4,11; 9,19). A nova aliança, porém, é uma realidade de paz e confiança: chegou o tempo da presença de Deus no Cristo ressuscitado. O modo de viver de Israel é apenas uma pista para a conduta da Igreja; e voltar para a religião insuficiente de ontem seria desprezar o dom de Deus, que é justo e julga continuamente a humanidade, exigindo verdade e justiça.