segunda-feira, 24 de novembro de 2025
Lucas 21, 5-11 O fim ainda não chegou.
* 5 Algumas pessoas comentavam sobre o Templo, enfeitado com pedras bonitas e com coisas dadas em promessa. Então Jesus disse: 6 “Vocês estão admirando essas coisas? Dias virão em que não ficará pedra sobre pedra. Tudo será destruído.” 7 Eles perguntaram: “Mestre, quando vai acontecer isso? Qual será o sinal de que essas coisas estarão para acontecer?” 8 Jesus respondeu: “Cuidado para que vocês não sejam enganados, porque muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Sou eu!’ E ainda: ‘O tempo já chegou’. Não sigam essa gente. 9 Quando vocês ouvirem falar de guerras e revoluções, não fiquem apavorados. Primeiro essas coisas devem acontecer, mas não será logo o fim.” 10 E Jesus continuou: “Uma nação lutará contra outra, um reino contra outro reino. 11 Haverá grandes terremotos, fome e pestes em vários lugares. Vão acontecer coisas pavorosas e grandes sinais vindos do céu.”
Comentário:
* 5-11: Cf. nota em Mc 13,1-8: Jesus anuncia a destruição do Templo de Jerusalém, acontecida no ano 70, e as batalhas que se verificaram entre os anos 66 e 70. O Templo era o símbolo da relação de Deus com o povo escolhido. Jesus salienta que o fim de uma instituição não significa o fim do mundo e nem o fim da relação entre Deus e os homens.
Os dias que virão, descritos de modo apocalíptico por Jesus, dizem respeito à última vinda do Senhor, que, conforme professamos no Credo, “virá novamente, em glória, para julgar os vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim”. Haverá muitos sinais, mas devemos aguardá-lo com alegria, esperança e confiança, como indica a Palavra de Deus, não com medo ou angústia. Cristo virá para instaurar um novo Reino, que jamais será destruído e que permanecerá para sempre. Jesus não apresenta nenhuma data, mas adverte contra os falsos messias que surgirão dizendo: “Sou eu… O tempo está próximo”. Atenção a esses falsos profetas, que abundam em nossos dias.
domingo, 23 de novembro de 2025
Lucas 21, 1-4 A verdadeira atitude religiosa.
* 1 Erguendo os olhos, Jesus viu pessoas ricas que depositavam ofertas no Tesouro do Templo. 2 Viu também uma viúva pobre que depositou duas pequenas moedas. 3 Então disse: “Eu garanto a vocês: essa viúva pobre depositou mais do que todos. 4 Pois todos os outros depositaram do que estava sobrando para eles. Mas a viúva, na sua pobreza, depositou tudo o que possuía para viver.”
Comentário:
* 1-4: Enquanto os doutores da Lei exploram as viúvas e roubam suas casas, uma viúva pobre deposita no Tesouro do Templo tudo o que possui para viver. Ao elogiá-la, Jesus mostra que numa sociedade que acredita em Deus, vigoram não relações econômicas baseadas no supérfluo, mas relações de doação total, que não se prendem a seguranças pessoais.
Duas ofertas no templo. Uma de alguns ricos e outra de uma viúva pobre que deposita no tesouro duas pequenas moedas. Ações semelhantes, mas gestos simbólicos muito diferentes, pois enquanto os ricos dão alguns “trocados”, que em nada lhes fará falta, a viúva entrega tudo o que tem para viver. Doa a própria vida. Este Evangelho ilustra a convicção de que é Deus que realiza toda espécie de prodígios na nossa vida. Diante de tão grande dom, o cristão não pode corresponder apenas com “sobras”. Somos chamados, a exemplo da viúva, a entregar-nos totalmente, mostrando nossa total adesão ao sublime mistério de amor.
sábado, 22 de novembro de 2025
Lucas 23, 35-43 A realeza que dá a vida.
35 O povo permanecia aí, olhando. Os chefes, porém, zombavam de Jesus, dizendo: “A outros ele salvou. Que salve a si mesmo, se é de fato o Messias de Deus, o Escolhido!” 36 Os soldados também caçoavam dele. Aproximavam-se, ofereciam-lhe vinagre, 37 e diziam: “Se tu és o rei dos judeus, salva a ti mesmo!” 38 Acima dele havia um letreiro: “Este é o Rei dos judeus.”
Lembra-te de nós! -* 39 Um dos criminosos crucificados o insultava, dizendo: “Não és tu o Messias? Salva a ti mesmo e a nós também!” 40 Mas o outro o repreendeu, dizendo: “Nem você teme a Deus, sofrendo a mesma condenação? 41 Para nós é justo, porque estamos recebendo o que merecemos; mas ele não fez nada de mal.” 42 E acrescentou: “Jesus, lembra-te de mim, quando vieres em teu Reino.” 43 Jesus respondeu: “Eu lhe garanto: hoje mesmo você estará comigo no Paraíso.”
Comentário:
* 33-38: Jesus é crucificado como criminoso, entre criminosos. Por entre a curiosidade do povo e a caçoada dos chefes e soldados ecoa a palavra de perdão: os responsáveis pela morte de Jesus devem ser perdoados, porque não conhecem a gravidade e as consequências do próprio gesto. O letreiro da cruz, indicando a causa da condenação, proclama para todos a chegada da realeza que dá a vida.
* 39-43: No momento em que tudo parece perdido, Jesus se mostra portador da salvação. Ele anunciou a salvação aos pecadores, durante a sua vida; agora, na cruz, a oferece ao criminoso. Jesus não está sozinho na cruz. Acompanham-no todos aqueles que são condenados por uma sociedade que não aceita o projeto de Deus e que clamam: “Lembra-te de nós!”
O Evangelho apresenta Jesus prestes a morrer na cruz. É na cruz que ele é reconhecido Rei e Salvador da humanidade. Mesmo depois de condenado, Jesus continua sendo caçoado e zombado. É o destino do servo justo e fiel. Por três vezes, o Evangelho repete: “Salva-te a ti mesmo”. Essa expressão mostra muito bem a opção que Jesus fez: preocupou-se com o sofrimento dos outros. Mesmo sabendo o fim que o esperava, manteve-se fiel ao Pai. Jesus é reconhecido Rei justamente porque se preocupou com a vida dos outros e doou sua vida por eles. A partir da cruz, acontece a salvação de todos os que aderirem ao projeto de Jesus: “Hoje mesmo estará comigo no paraíso”. A morte do justo conquista os pecadores. Com esse gesto de Jesus, todos – justos e pecadores – podem alimentar a esperança de salvação. Diariamente, pedimos que o Pai nunca nos abandone. Mesmo nos piores momentos, temos a certeza de que Deus não se esquece de nós. “Senhor, lembra-te de nós”.
Colossenses 1, 12-20 Pedido: discernimento.
12 Com alegria, deem graças ao Pai, que permitiu a vocês participarem da herança dos cristãos, na luz.
Cristo é o único mediador -* 13 Deus Pai nos arrancou do poder das trevas e nos transferiu para o Reino do seu Filho amado, 14 no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. 15* Ele é a imagem do Deus invisível, o Primogênito, anterior a qualquer criatura; 16 porque nele foram criadas todas as coisas, tanto as celestes como as terrestres, as visíveis como as invisíveis: tronos, soberanias, principados e autoridades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.17 Ele existe antes de todas as coisas, e tudo nele subsiste. 18* Ele é também a Cabeça do corpo, que é a Igreja. Ele é o Princípio, o primeiro daqueles que ressuscitam dos mortos, para em tudo ter a primazia. 19 Porque Deus, a Plenitude total, quis nele habitar, 20 para, por meio dele, reconciliar consigo todas as coisas, tanto as terrestres como as celestes, estabelecendo a paz pelo seu sangue derramado na cruz.
Comentário:
* 9-12: Paulo pede o que é mais necessário para a situação em que os colossenses estão vivendo. A vontade de Deus se manifestou na vida e ação de Jesus Cristo, e o conhecimento dessa vontade é a sabedoria que leva os cristãos a viver com discernimento crítico diante das situações. Esse discernimento capacita-os, fortalecendo-os para resistir ativamente ao que é possível enfrentar e, passivamente, ao que é inevitável suportar.
* 13-20: Para animar os colossenses a permanecerem firmes na fé, Paulo cita um hino cristão, provavelmente usado na cerimônia batismal, que canta a grandeza de Cristo. Paulo se serve desse hino para criticar qualquer doutrina que apresente como necessárias outras mediações salvíficas, além da de Cristo. Cristo é o único mediador entre Deus e a criação, e só ele, mediante a cruz, é capaz de reconciliar Deus com as criaturas submetidas ao pecado.
13-14: A introdução ao hino mostra como o pecado interferiu na criação, fazendo com que a obra de Cristo se tornasse redentora mediante uma nova criação.
* 15-18: O Deus invisível e inatingível se torna visível e acessível em Jesus, o Filho que se encarnou no mundo e na história. Jesus é, portanto, o verdadeiro Adão (Gn 1,26s). Existindo antes de qualquer criatura, ele se torna modelo, cabeça e único mediador do universo criado. No hino primitivo, o termo “corpo” (v. 18) significava “universo”; com o acréscimo da expressão “que é a Igreja”, passou a indicar a comunidade da nova criação, da qual Cristo é a Cabeça.
* 18-20: Primeiro a ressuscitar dos mortos, Cristo é o novo Adão, pois na nova criação ele é o Primogênito. Assim, o poder vital de Deus se torna acessível aos homens por meio de Cristo, reconduzindo a criação à paz. A pacificação do universo está na remissão dos pecados realizada por Cristo na cruz.
sexta-feira, 21 de novembro de 2025
Lucas 20, 27-40 Deus comprometido com a vida.
* 27 Os saduceus afirmam que não existe ressurreição. Alguns deles se aproximaram de Jesus, e lhe propuseram este caso: 28 “Mestre, Moisés escreveu para nós: ‘Se alguém morrer, e deixar a esposa sem filhos, o irmão desse homem deve casar-se com a viúva, a fim de que possam ter filhos em nome do irmão que morreu’. 29 Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem ter filhos. 30 Também o segundo 31 e o terceiro casaram-se com a viúva. E assim os sete. Todos morreram sem deixar filhos. 32 Por fim, morreu também a mulher. 33 E agora? Na ressurreição, de quem a mulher vai ser esposa? Todos os sete se casaram com ela!” 34 Jesus respondeu: “Nesta vida, os homens e as mulheres se casam, 35 mas os que Deus julgar dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, não se casarão mais, 36 porque não podem mais morrer, pois serão como os anjos. E serão filhos de Deus, porque ressuscitaram. 37 E que os mortos ressuscitam, já Moisés indica na passagem da sarça, quando chama o Senhor de ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó’. 38 Deus não é Deus de mortos, mas de vivos, pois todos vivem para ele.” 39 Alguns doutores da Lei disseram a Jesus: “Foi uma boa resposta, Mestre.” 40 E ninguém mais tinha coragem de perguntar coisa nenhuma a Jesus.
Comentário:
* 27-40: Cf. nota em Mc 12, 18-27: Jesus desmoraliza os saduceus, apresentando o cerne das Escrituras: Deus é o Deus comprometido com a vida. Ele não criou ninguém para a morte, mas para a aliança consigo para sempre. A vida da ressurreição não pode ser imaginada como cópia do modo de vida deste mundo.
No Evangelho de hoje, vemos uma nova tentativa de pôr Jesus à prova. Com paciência e sabedoria, o Mestre explica aos saduceus que na vida eterna seremos semelhantes aos anjos; que, para Deus, todos os seres humanos vivem eternamente; e que o Senhor é Deus de vivos, e não de mortos. Os saduceus não acreditavam na ressurreição, porque, erroneamente, a entendiam como mera repetição da vida presente. A argumentação de Jesus começa com a correção dessa visão deturpada, pois a ressurreição verdadeira consiste em passar a uma nova existência, na qual as categorias do mundo já não servem como base de comparação. Na vida futura, não haverá morte nem necessidade de criar família, por exemplo, pois seremos todos membros do mesmo corpo.
quinta-feira, 20 de novembro de 2025
Mateus 12, 46-50 Uma nova geração
-* 46 Jesus ainda estava falando às multidões. Sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47 Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo.” 48 Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” 49 E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos, 50 pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai que está no céu, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.”
Comentário:
* 46-50: Cf. nota em Mc 3,31-35. Mateus salienta que a família de Jesus são os seus discípulos, isto é, a comunidade que já se dispôs a segui-lo. São eles que aprendem os ensinamentos de Jesus, para levá-los aos outros; são eles que trilham o caminho da vontade do Pai, isto é, a obediência à radicalização da Lei proposta por Jesus. Desse modo, começa nova geração, diferente da geração má dos fariseus.
Certa vez, Jesus afirmou aos discípulos que quem abandona pai, mãe ou irmãos por causa do Evangelho receberá cem vezes mais (cf. Marcos 10,29-30). Essa promessa se associa à sua resposta no Evangelho de hoje, pois ele próprio recebeu cem vezes mais irmãos, pais e mães. Todo aquele que aceita sua mensagem e começa a segui-lo torna-se membro da sua família. É interessante ler este trecho do Evangelho na memória da Apresentação de Nossa Senhora, celebração que tem origem numa narração do Protoevangelho de Tiago (texto apócrifo), no qual é descrito que Maria, aos três anos de idade, foi apresentada no templo de Jerusalém pelas mãos de seus pais. Maria é templo da Palavra, não apenas porque foi a mãe do Verbo de Deus, mas também porque conservou essa Palavra no seu coração.
quarta-feira, 19 de novembro de 2025
Lucas 19, 41-44 Jesus chora sobre Jerusalém.
* 41 Jesus se aproximou, e quando viu a cidade, começou a chorar. 42 E disse: “Se também você compreendesse hoje o caminho da paz! Agora, porém, isso está escondido aos seus olhos! 43 Vão chegar dias em que os inimigos farão trincheiras contra você, a cercarão e apertarão de todos os lados. 44 Eles esmagarão você e seus filhos, e não deixarão em você pedra sobre pedra. Porque você não reconheceu o tempo em que Deus veio para visitá-la.”
Comentário:
* 41-44: A Cidade Santa não sabe qual é o caminho da verdadeira paz. Os olhos dela estão tapados: ela se tornou o centro da exploração e opressão do povo, enveredando por um caminho que é o avesso do caminho da paz. Ela será destruída, porque não quer reconhecer na visita de Jesus a ocasião para mudar as próprias estruturas injustas, abrindo-se ao apelo de Jesus.
O choro é sinal universal da dor e do sofrimento. Na Bíblia, representa o gesto simbólico realizado pelos profetas como reação ao mal que Israel sofre. A cena mais conhecida de Jesus chorando é diante da morte do seu amigo Lázaro (em João 11,35). No Evangelho de hoje, vemos outro momento em que Cristo chorou. Tocado por forte comoção, Jesus chora ao ver a cidade de Jerusalém. Com essa atitude, que revela sua delicada sensibilidade, ele expressa seu primeiro lamento: “Ah, se nesse dia, também você conhecesse a mensagem de paz!”. Esse dia refere-se ao tempo da presença do Messias, que vem para estabelecer no mundo a justiça, a paz e, consequentemente, a união entre os povos. O segundo lamento refere-se à destruição da cidade, porque Jerusalém “não reconheceu o tempo em que foi visitada”.
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