sexta-feira, 12 de setembro de 2025

Lucas 6, 43-49 Os atos revelam a pessoa.

* 43 “Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons; 44 porque toda árvore é conhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem se apanham uvas de plantas espinhosas. 45 O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração, mas o homem mau tira do seu mal coisas más, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio.” Passar para a ação -* 46 “Por que vocês me chamam: ‘Senhor! Senhor!’, e não fazem o que eu digo? 47 Vou mostrar a vocês com quem se parece todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática. 48 É semelhante a um homem que construiu uma casa: cavou fundo e colocou o alicerce sobre a rocha. Veio a enchente, a enxurrada bateu contra a casa, mas não conseguiu derrubá-la, porque estava bem construída. 49 Aquele que ouve e não põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa sobre a terra, sem alicerce. A enxurrada bateu contra a casa, e ela imediatamente desabou; e foi grande a ruína dessa casa.” Comentário: * 43-45: Assim como as árvores são conhecidas pelos frutos, do mesmo modo os homens são conhecidos pelos seus atos. * 46-49: Quem põe em prática a mensagem de Jesus, constrói a vida pessoal e comunitária sobre alicerce firme, que resiste à alienação, aos conflitos e até mesmo à perseguição. Quem fica somente no ouvir ou no falar, jamais colabora na construção de nova sociedade. Jesus conclui seu discurso ao povo com duas metáforas, uma agrária (árvore e frutos) e outra urbana (construção da casa). Através dessas imagens, Jesus sintetiza a importância da interioridade e a necessidade de traduzir o ensinamento em ação. Quem escuta a mensagem e a põe em prática transforma-se em um homem forte, capaz de enfrentar as tempestades da vida e superar os momentos de incerteza e dificuldade. Quem não dá atenção ao Evangelho é insensato. Deus nos ama e, por mais que tenhamos pecado, sempre nos acolhe. É preciso, no entanto, estarmos abertos e atentos para escutar sua Palavra e colocá-la em prática. Para conseguirmos seguir esse caminho, é preciso superar toda forma de hipocrisia, vivendo em perfeita conformidade com a proposta que Cristo nos faz.

quinta-feira, 11 de setembro de 2025

Lucas 6, 39-42 Só Deus pode julgar.

39 Jesus contou uma parábola aos discípulos: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? 40 Nenhum discípulo é maior do que o mestre; e todo discípulo bem formado será como o seu mestre. 41 Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção na trave que há no seu próprio olho? 42 Como é que você pode dizer ao seu irmão: ‘Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando você não vê a trave no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem, para tirar o cisco do olho do seu irmão.” Comentário: * 37-42: Cf. nota em Mt 7,1-5. Lucas salienta que as relações numa sociedade nova não devem ser de julgamento e condenação, mas de perdão e dom. Só Deus pode julgar. Jesus usa uma metáfora para mostrar que o cristão deve estar consciente das suas limitações e pecados antes de querer apontar os defeitos dos outros. Corrigir o próximo é uma ação louvável, mas deve ser consciente e ponderada. Paulo fazia isso com frequência em suas cartas, mas, antes de apontar o que estava errado, dirigia palavras de motivação e recordava aos cristãos que somos apenas instrumentos de Deus e que é Cristo quem deve orientar a comunidade. Ao escrever a Timóteo, Paulo dá graças a Deus pelo dom da sua vocação e por ter sido escolhido por Cristo para ser seu embaixador no mundo. Imitar o Mestre era sua prioridade, pois é trilhando esse caminho que o cristão alcança a santidade e vive em plenitude a fé e a caridade. Imitando o Mestre, deixamos de ser cegos e nos tornamos verdadeiros discípulos, podendo, assim, guiar outros.

quarta-feira, 10 de setembro de 2025

Lucas 6, 27-38 A gratuidade nas relações.

* 27 “Mas, eu digo a vocês que me escutam: amem os seus inimigos, e façam o bem aos que odeiam vocês. 28 Desejem o bem aos que os amaldiçoam, e rezem por aqueles que caluniam vocês. 29 Se alguém lhe dá um tapa numa face, ofereça também a outra; se alguém lhe toma o manto, deixe que leve também a túnica. 30 Dê a quem lhe pede e, se alguém tira o que é de você, não peça que devolva. 31 O que vocês desejam que os outros lhes façam, também vocês devem fazer a eles. 32 Se vocês amam somente aqueles que os amam, que gratuidade é essa? Até mesmo os pecadores amam aqueles que os amam. 33 Se vocês fazem o bem somente aos que lhes fazem o bem, que gratuidade é essa? Até mesmo os pecadores fazem assim. 34 E se vocês emprestam somente para aqueles de quem esperam receber, que gratuidade é essa? Até mesmo os pecadores emprestam aos pecadores, para receber de volta a mesma quantia. 35 Ao contrário, amem os inimigos, façam o bem e emprestem, sem esperar coisa alguma em troca. Então, a recompensa de vocês será grande, e vocês serão filhos do Altíssimo, porque Deus é bondoso também para com os ingratos e maus. 36 Sejam misericordiosos, como também o Pai de vocês é misericordioso.” Só Deus pode julgar -* 37 “Não julguem, e vocês não serão julgados; não condenem, e não serão condenados; perdoem, e serão perdoados. 38 Deem, e será dado a vocês; colocarão nos braços de vocês uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante. Porque a mesma medida que vocês usarem para os outros, será usada para vocês.” Comentário: * 27-36: A vida em sociedade é feita de relacionamentos de interesses e reciprocidade, que geram lucro, poder e prestígio. O Evangelho revoluciona o campo das relações humanas, mostrando que, numa sociedade justa e fraterna, as relações devem ser gratuitas, à semelhança do amor misericordioso do Pai. * 37-42: Cf. nota em Mt 7,1-5. Lucas salienta que as relações numa sociedade nova não devem ser de julgamento e condenação, mas de perdão e dom. Só Deus pode julgar. O Evangelho que hoje lemos é um verdadeiro manual de ética, pois condensa em poucas palavras um novo modo de ser e estar no mundo que revoluciona a sociedade. Infelizmente, dois milênios depois de ser proposto por Jesus para mostrar a novidade do ser cristão, esse manual ainda não é utilizado pela grande maioria dos batizados. Através do batismo, deixamos de pertencer à velha humanidade (corrompida) para pertencer à nova, recriada em Cristo, novo Adão, imagem de Deus. Essa transformação radical, porém, parece não ser refletida na prática da maioria dos cristãos. O ser humano se habituou a amar em troca do amor que recebe, a fazer o bem em troca do bem que lhe foi feito, a emprestar a quem lhe emprestou primeiro… Devemos retomar o ensinamento de Cristo, revestindo-nos de sentimentos bons para espelhar sua bondade e sua divindade. A radicalidade que ele nos propõe deveria ser refletida na comunidade cristã, com ações de caridade e serviço que visem sempre ao bem comum e à glória de Deus.

terça-feira, 9 de setembro de 2025

Lucas 6, 20-26 Anseio por um mundo novo.

20 Levantando os olhos para os discípulos, Jesus disse: “Felizes de vocês, os pobres, porque o Reino de Deus lhes pertence. 21 Felizes de vocês que agora têm fome, porque serão saciados. Felizes de vocês que agora choram, porque hão de rir. 22 Felizes de vocês se os homens os odeiam, se os expulsam, os insultam e amaldiçoam o nome de vocês, por causa do Filho do Homem. 23 Alegrem-se nesse dia, pulem de alegria, pois será grande a recompensa de vocês no céu, porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas. 24 Mas, ai de vocês, os ricos, porque já têm a sua consolação! 25 Ai de vocês, que agora têm fartura, porque vão passar fome! Ai de vocês, que agora riem, porque vão ficar aflitos e irão chorar! 26 Ai de vocês, se todos os elogiam, porque era assim que os antepassados deles tratavam os falsos profetas.” Comentário: * 17-26: O povo vem de todas as partes ao encontro de Jesus, porque a ação dele faz nascer a esperança de uma sociedade nova, libertada da alienação e dos males que afligem os homens. Os vv. 20-26 proclamam o cerne de toda a atividade de Jesus: produzir uma sociedade justa e fraterna, aberta para a novidade de Deus. Para isso, é preciso libertar os pobres e famintos, os aflitos e os que são perseguidos por causa da justiça. Isso, porém, só se alcança denunciando aqueles que geram a pobreza e a opressão e depondo-os dos seus privilégios. Não é possível abençoar o pobre sem libertá-lo da pobreza. Não é possível libertar o pobre da pobreza sem denunciar o rico para libertá-lo da riqueza. O relato das bem-aventuranças apresentado por Lucas e que hoje lemos tem algumas particularidades em relação ao texto de Mateus. Há duas estrofes, com diferentes gêneros literários. As três bem-aventuranças se assemelham aos textos dos salmos e livros sapienciais (“Felizes vocês…”), enquanto as mal aventuranças (“ai de…”) aparecem muito nos Profetas. No seu conjunto, apresentam uma contraposição entre as coisas do alto e as coisas do mundo, enquanto sinônimo das riquezas passageiras, satisfações momentâneas e alegrias efêmeras. Às pessoas que aspiram aos fúteis bens terrenos, Jesus clama ao estilo profético: “ai de vocês”. Os seguidores de Cristo são chamados a aspirar às coisas de Deus, à bem-aventurança eterna, sabendo que, na terra, tudo passa, mas o Reino de Deus é para sempre. Meditemos profundamente cada frase, pois elas revelam o modo de ser cristão desejado por Jesus.

segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Lucas 6, 12-19 Os doze apóstolos.

* 12 Nesses dias, Jesus foi para a montanha a fim de rezar. E passou toda a noite em oração a Deus. 13 Ao amanhecer, chamou seus discípulos, e escolheu doze dentre eles, aos quais deu o nome de apóstolos: 14 Simão, a quem também deu o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; 15 Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelota; 16 Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, aquele que se tornou traidor. Anseio por um mundo novo -* 17 Jesus desceu da montanha com os doze apóstolos, e parou num lugar plano. Estava aí numerosa multidão de seus discípulos com muita gente do povo de toda a Judéia, de Jerusalém, e do litoral de Tiro e Sidônia. 18 Foram para ouvir Jesus e serem curados de suas doenças. E aqueles que estavam atormentados por espíritos maus, foram curados. 19 Toda a multidão procurava tocar em Jesus, porque uma força saía dele, e curava a todos. Comentários: * 12-16: Jesus escolhe os doze apóstolos, que formarão o núcleo da comunidade nova que ele veio criar. A palavra apóstolo significa aquele que Jesus envia para continuar a sua obra. * 17-26: O povo vem de todas as partes ao encontro de Jesus, porque a ação dele faz nascer a esperança de uma sociedade nova, libertada da alienação e dos males que afligem os homens. Os vv. 20-26 proclamam o cerne de toda a atividade de Jesus: produzir uma sociedade justa e fraterna, aberta para a novidade de Deus. Para isso, é preciso libertar os pobres e famintos, os aflitos e os que são perseguidos por causa da justiça. Isso, porém, só se alcança denunciando aqueles que geram a pobreza e a opressão e depondo-os dos seus privilégios. Não é possível abençoar o pobre sem libertá-lo da pobreza. Não é possível libertar o pobre da pobreza sem denunciar o rico para libertá-lo da riqueza. Em poucas linhas, Lucas condensa várias informações importantes sobre o ministério de Jesus, desde o seu costume de rezar sozinho até seu modo de atuar, passando pela escolha do grupo dos doze apóstolos que o ajudariam de modo mais próximo na missão. Uma nota própria de Lucas é a energia boa que de Jesus procede e que é capaz de curar todo aquele que o toca. Esses elementos nos ajudam a compreender como ser cristão hoje, unindo oração e ação. Pelo batismo, Cristo também nos chama a ser seus discípulos, do mesmo modo como chamou os apóstolos, a fim de continuarmos na nossa casa e comunidade a sua missão de ensinar e curar. A sociedade deveria reconhecer os discípulos de Cristo por serem pessoas edificadas e enraizadas nele, firmes na fé e servidoras do Evangelho.

Mateus 1, 1-16.18-23 Jesus, o Messias, realiza as promessas de Deus.

* 1 Livro da origem de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. 2 Abraão foi o pai de Isaac; Isaac foi o pai de Jacó; 3 Jacó foi o pai de Judá e de seus irmãos. Judá, com Tamar, foi o pai de Farés e Zara; Farés foi o pai de Esrom; Esrom foi o pai de Aram. 4 Aram foi o pai de Aminadab; Aminadab foi o pai de Naasson; Naasson foi o pai de Salmon. 5 Salmon, com Raab, foi o pai de Booz; Booz, com Rute, foi o pai de Jobed; Jobed foi o pai de Jessé; 6 Jessé foi o pai de Davi. Davi, com aquela que foi mulher de Urias, foi o pai de Salomão. 7 Salomão foi o pai de Roboão; Roboão foi o pai de Abias; Abias foi o pai de Asa. 8 Asa foi o pai de Josafá; Josafá foi o pai de Jorão; Jorão foi o pai de Ozias. 9 Ozias foi o pai de Joatão; Joatão foi o pai de Acaz; Acaz foi o pai de Ezequias. 10 Ezequias foi o pai de Manassés; Manassés foi o pai de Amon; Amon foi o pai de Josias. 11 Josias foi o pai de Jeconias e de seus irmãos, no tempo do exílio na Babilônia. 12 Depois do exílio na Babilônia, Jeconias foi o pai de Salatiel; Salatiel foi o pai de Zorobabel. 13 Zorobabel foi o pai de Abiud; Abiud foi o pai de Eliaquim; Eliaquim foi o pai de Azor. 14 Azor foi o pai de Sadoc; Sadoc foi o pai de Aquim; Aquim foi o pai de Eliud. 15 Eliud foi o pai de Eleazar; Eleazar foi o pai de Matã; Matã foi o pai de Jacó. 16 Jacó foi o pai de José, o esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, que é chamado o Messias. O começo de uma nova história -* 18 A origem de Jesus, o Messias, foi assim: Maria, sua mãe, estava prometida em casamento a José, e, antes de viverem juntos, ela ficou grávida pela ação do Espírito Santo. 19 José, seu marido, era justo. Não queria denunciar Maria, e pensava em deixá-la, sem ninguém saber. 20 Enquanto José pensava nisso, o Anjo do Senhor lhe apareceu em sonho, e disse: “José, filho de Davi, não tenha medo de receber Maria como esposa, porque ela concebeu pela ação do Espírito Santo. 21 Ela dará à luz um filho, e você lhe dará o nome de Jesus, pois ele vai salvar o seu povo dos seus pecados.” 22 Tudo isso aconteceu para se cumprir o que o Senhor havia dito pelo profeta: 23 “Vejam: a virgem conceberá, e dará à luz um filho. Ele será chamado pelo nome de Emanuel, que quer dizer: Deus está conosco.” Comentário: * 1-17: Em Jesus, continua e chega ao ápice toda a história de Israel. Sua árvore genealógica apresenta-o como descendente direto de Davi e Abraão. Como filho de Davi, Jesus é o Rei-Messias que vai instaurar o Reino prometido. Como filho de Abraão, ele estenderá o Reino a todos os homens, através da presença e ação da Igreja. * 18-25: Jesus não é apenas filho da história dos homens. É o próprio Filho de Deus, o Deus que está conosco. Ele inicia nova história, em que os homens serão salvos (Jesus = Deus salva) de tudo o que diminui ou destrói a vida e a liberdade (os pecados). Com a genealogia de Jesus, o autor deseja provar que ele é o filho de Davi e filho da humanidade, descendente de Abraão. Ao nomear quatro mulheres estrangeiras e “suspeitas” (Tamar, Raab, Rute e Betsabeia), o evangelista quer mostrar que a missão de Jesus é universal. A genealogia é uma forma de mostrar a ascendência de uma pessoa. A história é uma sucessão de gerações. Na sequência, o evangelista mostra o nascimento virginal de Jesus. Mateus sublinha que ele não é só filho da história humana (de Abraão e de Davi), mas também filho de Deus, pela ação do Espírito Santo. Deus que se encarna no seio de Maria. O Filho de Maria será chamado “Emanuel”, o Deus sempre conosco. Vindo do alto, Jesus se torna solidário com a humanidade, realizando as expectativas do povo. Com esta festa, a Igreja quer destacar a participação e a colaboração de Maria na história da salvação, porque ela gerou no seu ventre e deu à luz aquele que salva.

sábado, 6 de setembro de 2025

Lucas 14, 25-33 Para ser discípulo de Jesus.

* 25 Grandes multidões acompanhavam Jesus. Voltando-se, ele disse: 26 “Se alguém vem a mim, e não dá preferência mais a mim que ao seu pai, à sua mãe, à mulher, aos filhos, aos irmãos, às irmãs, e até mesmo à sua própria vida, esse não pode ser meu discípulo. 27 Quem não carrega sua cruz e não caminha atrás de mim, não pode ser meu discípulo. 28 De fato, se alguém de vocês quer construir uma torre, será que não vai primeiro sentar-se e calcular os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar? 29 Caso contrário, lançará o alicerce e não será capaz de acabar. E todos os que virem isso, começarão a caçoar, dizendo: 30 ‘Esse homem começou a construir e não foi capaz de acabar!’ 31 Ou ainda: Se um rei pretende sair para guerrear contra outro, será que não vai sentar-se primeiro e examinar bem, se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil? 32 Se ele vê que não pode, envia mensageiros para negociar as condições de paz, enquanto o outro rei ainda está longe. 33 Do mesmo modo, portanto, qualquer de vocês, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo. Comentário: * 25-35: Seguir a Jesus e continuar o seu projeto (= ser discípulo) é viver um clima novo na relação com as pessoas, com as coisas materiais e consigo mesmo. Trata-se de assumir com liberdade e fidelidade a condição humana, sem superficialismo, conveniência ou romantismo. O discípulo de Jesus deve ser realista, a fim de evitar ilusões e covardias vergonhosas. O Mestre parece não se animar muito com as grandes multidões. Sabe que muitos dos que estão lá não têm grande interesse em ser um fiel seguidor comprometido com o projeto do Reino. Normalmente, nós nos animamos quando vemos grandes multidões participando de celebrações, presididas por ministros “famosos ou midiáticos”. Ao apresentar suas exigências, Jesus não se preocupa se serão muitos dispostos a trilhar o caminho com ele. Três vezes, o Evangelho repete: “não pode ser meu discípulo”. O texto apresenta três exigências do Mestre para segui-lo com fidelidade: 1) desapego afetivo: deixar os interesses da família para colaborar com ele; 2) disponibilidade para a cruz: a capacidade de assumir a “própria” cruz da fidelidade; 3) renúncia a tudo o que impede a concretização do projeto do Reino.