sábado, 24 de maio de 2025
João 14, 23-29 O Espírito Santo continua a obra de Jesus.
23 Jesus respondeu: “Se alguém me ama, guarda a minha palavra, e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. 24 Quem não me ama, não guarda as minhas palavras. E a palavra que vocês ouvem não é minha, mas é a palavra do Pai que me enviou. 25 Essas são as coisas que eu tinha para dizer estando com vocês. 26 Mas o Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse.”
A paz que só Jesus pode dar -* 27 «Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo. 28 Vocês ouviram o que eu disse: ‘Eu vou, mas voltarei para vocês’. Se vocês me amassem, ficariam alegres porque eu vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29 Eu lhes digo isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês acreditem. 30 Já não tenho muito tempo para falar com vocês, pois o príncipe deste mundo está chegando. Ele não tem poder sobre mim, 31 mas vem para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, e é por isso que faço tudo o que o Pai me mandou. Levantem-se. Vamos sair daqui.”
Comentário:
* 15-26: Advogado é alguém que defende uma causa. Jesus envia o Espírito Santo como advogado da comunidade cristã. O Espírito é a memória de Jesus que continua sempre viva e presente na comunidade. Ele ajuda a comunidade a manter e a interpretar a ação de Jesus em qualquer tempo e lugar. O Espírito também leva a comunidade a discernir os acontecimentos para continuar o processo de libertação, distinguindo o que é vida e o que é morte, e realizando novos atos de Jesus na história.
* 27-31: Jesus fala de paz e alegria no momento em que sua morte está para acontecer. Paz é a plena realização humana. Ela só é possível se aquele que rege uma sociedade desumana for destituído de poder. A morte de Jesus realiza a paz. Todo martírio é participação nessa luta vitoriosa de Jesus e, portanto, causa de paz e alegria.
Apocalipse 21, 10-14.22-23 Jerusalém-Cidade.
10 E me levou em espírito até um grande e alto monte. E mostrou para mim a Cidade Santa, Jerusalém que descia do céu, de junto de Deus, 11 com a glória de Deus. Seu esplendor é como de uma pedra preciosíssima, pedra de jaspe cristalino. 12 * Ela está cercada por alta e grossa muralha, com doze portas. Sobre as portas há doze Anjos. Cada porta tem um nome escrito: os nomes das doze tribos de Israel. 13 São três portas no lado do oriente, três portas ao norte, três portas ao sul e três portas no lado do poente. 14 A muralha da cidade tem doze pilares. E nos pilares está escrito o nome dos doze apóstolos do Cordeiro. 22* Não vi na Cidade nenhum Templo, pois o seu Templo é o Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro. 23 A Cidade não precisa do sol nem da lua para ficar iluminada, pois a glória de Deus a ilumina e sua lâmpada é o Cordeiro.
Comentário:
* 9-11: João apresenta agora a nova humanidade como cidade perfeita e deslumbrante. Esta imagem mostra a beleza e santidade da Aliança com Deus. A humanidade é a esposa, o reverso da prostituta. João a apresenta com traços da antiga Babilônia histórica: quadrada, atravessada por uma avenida ao longo do rio, e com jardins. Sugere, assim, que a Jerusalém celeste é a Babilônia, prostituta purificada e transformada pelo Evangelho. Agora, ela reflete a glória de Deus, que nela está presente.
* 12-17: As formas e medidas são perfeitas: muralhas com cento e quarenta e quatro côvados (doze x doze), doze portas com os nomes das doze tribos, doze alicerces com os nomes dos doze apóstolos. Ela é quadrada e cúbica, como o Santo dos santos no Templo. Sua perfeição é inimaginável (doze mil). Ela é uma cidade universal, aberta para toda a humanidade (portas voltadas para os quatro pontos cardeais).
* 22-23: Deus está presente nessa humanidade. Não é preciso mais nenhum meio para ligá-la com Deus: nem Templo, nem liturgia, nem sacerdócio. É o momento do face-a-face. Consequentemente, também não existem outras mediações: política, economia, propaganda, comércio etc. A comunhão total com Deus leva à comunhão total dos homens entre si.
sexta-feira, 23 de maio de 2025
João 15, 18-21 As testemunhas de Jesus e o ódio do mundo.
* 18 «Se o mundo odiar vocês, saibam que odiou primeiro a mim. 19 Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que é dele. Mas o mundo odiará vocês, porque vocês não são do mundo, pois eu escolhi vocês e os tirei do mundo. 20 Lembrem-se do que eu disse: nenhum empregado é maior do que seu patrão. Se perseguiram a mim, vão perseguir vocês também; se guardaram a minha palavra, vão guardar também a palavra de vocês. 21 Farão isso a vocês por causa de meu nome, pois não reconhecem aquele que me enviou.
Comentário:
* 18-27: O sinal concreto da comunidade de Jesus é o amor. O sistema de poder que organiza a sociedade e seus adeptos (o mundo) reage com o ódio, pois não aceita os valores do Evangelho. Não existe possibilidade de conciliação entre o “mundo” e a comunidade de Jesus. A comunidade vive debaixo de suspeita e pressão, e basta um passo para sofrer a perseguição aberta. O confronto cresce, porque o “mundo” não aceita o Deus de Jesus, que denuncia a perversidade da sociedade injusta e liberta o povo oprimido.
O evangelista João continua apresentando o tema do amor que vem de Cristo, contrapondo-o ao ódio que vem do mundo. Jesus procura animar os discípulos para que enfrentem com coragem o ódio do qual serão alvo e os tempos difíceis que virão após sua morte. Sua mensagem provocará mudanças estruturais na vida do ser humano e na sociedade, por isso não será bem recebida pelos detentores do poder e por aqueles demasiado apegados ao sistema alienante. Muitos, porém, escutarão e abraçarão a fé, sendo iluminados pela Palavra de Deus, que continua a agir através dos apóstolos e de nós hoje. O Evangelho nos assegura que a escolha de Cristo nos separou do mundo do comodismo e da hipocrisia, separou-nos daquele mundo que atenta contra os ideais da verdade que considera incômoda. A confiança dos cristãos está no Senhor ressuscitado, que garante que todo o que viver por ele, com ele há de tomar parte da bem-aventurança eterna.
quinta-feira, 22 de maio de 2025
João 15, 12-17 O fruto do discípulo é o amor.
12 O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês. 13 Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. 14 Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou mandando. 15 Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai. 16 Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça. O Pai dará a vocês qualquer coisa que vocês pedirem em meu nome. 17 O que eu mando é isto: amem-se uns aos outros.”
Comentário:
* 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida.
A amizade é uma forma profunda e exigente de amar. Não é por acaso que Jesus chama seus discípulos de amigos, e não servos. A amizade é um compromisso que assumimos com liberdade e humildade. Jesus nos amou gratuitamente e pede que também nós façamos o mesmo, pois, quando amamos, somos capazes de realizar qualquer coisa pelo outro. O cristão não deve perder-se em questões banais, mas sim orientar sua vida pela lei do amor, confiando que Cristo nos escolheu para que produzamos muitos frutos. Tradicionalmente, sabemos que a qualidade do fruto depende da qualidade da árvore. Se a árvore é boa, o fruto será bom e permanecerá. Cristo, a árvore perfeita, nos mostra que daremos bons frutos se permanecermos unidos à raiz, que é Deus.
quarta-feira, 21 de maio de 2025
João 15, 9-11 O fruto do discípulo é o amor.
* 9 Assim como meu Pai me amou, eu também amei vocês: permaneçam no meu amor. 10 Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11 Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa.
Comentário:
* 7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida.
Os Mandamentos indicam um caminho de vida, e não apenas um conjunto de regras. Diferentemente do que eram as outras leis conhecidas no Antigo Oriente, entregues pelos reis aos seus súditos, os Mandamentos (ou Decálogo) foi entregue diretamente por Deus ao seu povo, pelas mãos de Moisés, estabelecendo, assim, uma Aliança. O primeiro mandamento, ou primeira “palavra”, expressa exatamente esta relação íntima de Deus com o povo liberto da escravidão. Deus ama seu povo e, por isso, estabeleceu a Aliança. Espera, portanto, que o povo também o ame, permanecendo no seu amor. Isso nem sempre ocorreu, por isso a presença de Jesus, o Filho de Deus, no nosso meio, recordando a lei fundamental do amor, para que participemos novamente da Aliança e da alegria do Pai, a alegria completa.
terça-feira, 20 de maio de 2025
João 5, 1-8 A vida está acima da lei.
* 1 Depois disso, houve uma festa judaica, e Jesus foi a Jerusalém. 2 Em Jerusalém, perto da porta das Ovelhas, existe uma piscina rodeada por cinco corredores cobertos. Em hebraico a piscina chamava-se Betesda. 3 Muitos doentes ficavam aí deitados: eram cegos, coxos e paralíticos, esperando que a água se movesse (4 porque um anjo descia de vez em quando e movimentava a água da piscina. O primeiro doente que entrasse na piscina, depois que a água fosse movida, ficava curado de qualquer doença que tivesse).
5 Aí ficava um homem que estava doente havia trinta e oito anos. 6 Jesus viu o homem deitado e ficou sabendo que estava doente havia muito tempo. Então lhe perguntou: “Você quer ficar curado?” 7 O doente respondeu: “Senhor, não tenho ninguém que me leve à piscina quando a água está se movendo. Quando vou chegando, outro já entrou na minha frente.” 8 Jesus disse: “Levante-se, pegue sua cama e ande!”.
Comentário:
* 1-18: O paralítico é figura do povo oprimido e paralisado, à espera de alguém que o liberte. Jesus vai ao encontro do paralítico, e lhe ordena que ele próprio se levante e ande, encontrando sua liberdade e decidindo seu próprio caminho.
Para Jesus e para seu Pai, o importante é a vida e a liberdade. Elas estão acima até mesmo das leis religiosas e da opinião de quaisquer autoridades.
A primeira grande questão que dividiu a opinião dos cristãos foi relativa à circuncisão dos batizados, ou melhor, à obrigatoriedade da observância dos preceitos judaicos procedentes da circuncisão. Não é apenas uma questão de ordem prática, mas um problema teológico, pois tocava o âmago da mensagem evangélica. Jesus instaurou um novo povo de Deus, e já não são os judeus o povo escolhido, mas todos os que abraçam a fé. O chamado Concílio de Jerusalém procurou impedir um retrocesso que ameaçava esvaziar de sentido e de valor a redenção operada por Cristo. O fundamental, aqui, é notarmos que os cristãos (ramos) já não estão apegados a uma Lei, mas dependem unicamente de Cristo, a videira. “Quem permanece em mim, e eu nele, dará muito fruto”, afirma Jesus. A qualidade do cristão depende de sua união a Cristo, e essa união depende do quanto nos sentimos Igreja, porque Cristo é a cabeça da Igreja, que é seu corpo.
segunda-feira, 19 de maio de 2025
João 14, 27-31 A paz que só Jesus pode dar.
-* 27 “Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo. 28 Vocês ouviram o que eu disse: ‘Eu vou, mas voltarei para vocês’. Se vocês me amassem, ficariam alegres porque eu vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29 Eu lhes digo isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês acreditem. 30 Já não tenho muito tempo para falar com vocês, pois o príncipe deste mundo está chegando. Ele não tem poder sobre mim, 31 mas vem para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, e é por isso que faço tudo o que o Pai me mandou. Levantem-se. Vamos sair daqui.”
Comentário:
* 27-31: Jesus fala de paz e alegria no momento em que sua morte está para acontecer. Paz é a plena realização humana. Ela só é possível se aquele que rege uma sociedade desumana for destituído de poder. A morte de Jesus realiza a paz. Todo martírio é participação nessa luta vitoriosa de Jesus e, portanto, causa de paz e alegria.
Ao ler o Evangelho de hoje, poderíamos nos perguntar: onde encontrar, num mundo marcado por tantas guerras e violência, a paz que Cristo nos deixou? A paz dada por Jesus está intimamente ligada à sua vitória sobre a morte, não obstante o sofrimento por ele sentido, mostrando-nos que é precisamente no meio das tribulações que devemos ser anunciadores do Príncipe da paz. Contrapondo-nos à cultura originada pelo Império Romano (cujo dito afirma: “Se queres a paz, prepara-te para a guerra”), o Evangelho nos convida a outra lógica: “Se queres a paz, anuncia Cristo no mundo dividido pela guerra”. Essa é a tradição cristã e a lógica que guiou o papa Francisco em tantos momentos do seu pontificado. Somente Cristo nos dá a verdadeira paz, somente ele garante que o nosso coração não fique perturbado.
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