domingo, 4 de maio de 2025
João 6, 22-29 Deus dá um pão que sustenta para sempre.
* 22 No dia seguinte, a multidão, que tinha ficado do outro lado do mar, viu que aí havia só uma barca. Viu também que Jesus não tinha subido na barca com os discípulos e que eles tinham ido sozinhos. 23 Então chegaram outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde eles tinham comido o pão, depois que o Senhor agradeceu a Deus. 24 Quando a multidão viu que nem Jesus nem os discípulos estavam aí, as pessoas subiram nas barcas e foram procurar Jesus em Cafarnaum.
25 Quando encontraram Jesus no outro lado do lago, perguntaram: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26 Jesus respondeu: “Eu garanto a vocês: vocês estão me procurando, não porque viram os sinais, mas porque comeram os pães e ficaram satisfeitos. 27 Não trabalhem pelo alimento que se estraga; trabalhem pelo alimento que dura para a vida eterna. É este alimento que o Filho do Homem dará a vocês, porque foi ele quem Deus Pai marcou com seu selo.”
28 Então eles perguntaram: “O que é que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29 Jesus respondeu: “A obra de Deus é que vocês acreditem naquele que ele enviou.”
Comentário:
* 22-34: A multidão procura Jesus, desejando continuar na situação de abundância, isto é, governada por um líder político que decide e providencia tudo, sem exigir esforço. Jesus mostra que essa não é a solução; é preciso buscar a vida plena, mas isso exige o empenho do homem. Além do alimento que sustenta a vida material, é necessária a adesão pessoal a Jesus para que essa vida se torne definitiva.
Pedindo um milagre como o do maná do deserto, a multidão impõe condições para aceitar Jesus. Mas o desejo da multidão fica sem efeito, se ela não se compromete com Jesus, o pão da vida que dura para sempre.
As multidões vão ao encontro de Jesus, mas o Mestre questiona a verdadeira motivação de tal procura: buscam-no simplesmente para matar a fome ou de fato têm vontade de seguir o Mestre e mudar de vida? As palavras de Jesus nos provocam e, ao mesmo tempo, motivam no trabalho de construção do Reino. Ditas depois do milagre da multiplicação, tais palavras alertam os presentes para uma necessidade maior que a busca de pequenos milagres. Além do pão material, devemos buscar em Cristo o pão da verdade, que ilumina nossa vida e aproxima-nos de Deus. O alimento que dura para a vida eterna é o pão da Eucaristia, através do qual desejamos que ele se forme cada vez mais em nós. E quanto mais vivermos deixando que Cristo se forme em nós, mais seremos capazes de um testemunho fiel.
sábado, 3 de maio de 2025
João 21, 1-14 A missão da comunidade.
-* 1 Jesus apareceu aos discípulos na margem do mar de Tiberíades. E apareceu deste modo: 2 Estavam juntos Simão Pedro, Tomé chamado Gêmeo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus. 3 Simão Pedro disse: “Eu vou pescar.” Eles disseram: “Nós também vamos.” Saíram e entraram na barca. Mas naquela noite não pescaram nada.
4 Quando amanheceu, Jesus estava na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5 Então Jesus disse: “Rapazes, vocês têm alguma coisa para comer?” Eles responderam: “Não.” 6 Então Jesus falou: “Joguem a rede do lado direito da barca, e vocês acharão peixe.” Eles jogaram a rede e não conseguiam puxá-la para fora, de tanto peixe que pegaram. 7 Então o discípulo que Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor.” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu a roupa, pois estava nu, e pulou dentro d’água.
8 Os outros discípulos foram na barca, que estava a uns cem metros da margem. Eles arrastavam a rede com os peixes. 9 Logo que pisaram em terra firme, viram um peixe na brasa e pão. 10 Jesus disse: “Tragam alguns peixes que vocês acabaram de pescar.” 11 Então Simão Pedro subiu na barca e arrastou a rede para a praia. Estava cheia de cento e cinquenta e três peixes grandes. Apesar de tantos peixes, a rede não arrebentou.
12 Jesus disse para eles: “Vamos, comam.” Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13 Jesus se aproximou, tomou o pão e distribuiu para eles. Fez a mesma coisa com o peixe.
14 Essa foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.
Comentário:
* 1-14: A comunidade cristã que age sem estar unida à pessoa e missão de Jesus continua nas trevas e não produz fruto, pois trabalha sem perceber a presença do ressuscitado e sem conhecer o modo correto de realizar a ação. No momento em que ela segue a palavra de Jesus, o fruto surge abundante. A missão termina sempre na Eucaristia, onde se realiza a comunhão com Jesus.
O Ressuscitado aparece aos discípulos no trabalho de subsistência. Não podemos, porém, tomar o texto como uma crônica jornalística. O autor quer informar sobre a experiência que os apóstolos fizeram do Ressuscitado. O texto de hoje pode ser dividido em duas partes: a pesca abundante e a missão de Pedro. O relato da pesca pode demonstrar a crise que a comunidade está passando: pesca infrutífera numa noite. Ao amanhecer de um novo dia e a pedido do Ressuscitado, conseguem abundante pesca. A partir disso, reconheceram-no. O fruto da missão depende da presença e da adesão à Palavra de Jesus: joguem a rede à direita da barca. Assim como para os discípulos, para nós também não é fácil perceber a nova realidade da presença do Ressuscitado, mas é ela que dá sentido à nossa vida e à missão da comunidade. Para conhecer e seguir fielmente o Mestre, é indispensável o amor. A pergunta a Pedro é dirigida também a nós: vocês me amam? O amor é a prova de que somos discípulos de Jesus.
Apocalipse 5, 11-14 Jesus ressuscitado revela e realiza o projeto de Deus.
11 Em minha visão, ouvi ainda o clamor de uma multidão de anjos em volta do trono, dos Seres vivos e dos Anciãos. Eram milhões e milhões e milhares de milhares, 12 que proclamavam em alta voz: “O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria, a força, a honra, a glória e o louvor.” 13 Nessa hora, todas as criaturas do céu, da terra, de debaixo da terra, e do mar, todos os seres vivos proclamaram: “O louvor, a honra, a glória e o poder pertencem àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro pelos séculos dos séculos.” 14 Os quatro Seres vivos diziam: “Amém!” E os Anciãos se ajoelharam e adoraram.
Comentário:
* 1-4: O livro completamente fechado (sete selos ou lacres) e inteiramente escrito (por dentro e por fora) está na mão de Deus, porque contém o projeto de Deus sobre a vida e a história. Podemos dizer que o Antigo Testamento é esse livro fechado, que se torna plenamente compreendido na pessoa de Jesus (cf. Lc 24,25-27). João chora: é grande o desespero da comunidade diante da impossibilidade de conhecer o projeto de Deus na história.
* 5-7: Cristo morto e ressuscitado é o Cordeiro pascal (cf. Ex 12), imolado pelos pecados do mundo. Está de pé porque ressuscitou. Ele é o Messias (Leão e Rebento) que tem a plenitude do poder (sete chifres) e a plenitude do Espírito de Deus, pois ele vê tudo o que acontece na história (sete olhos e sete espíritos). Ele pode receber e abrir o livro, porque, na sua morte e ressurreição, já realizou o projeto de Deus, que é a salvação. Doravante, a história dos homens está nas mãos de Cristo; e o projeto de Deus vai ser cumprido por todos.
* 8-14: Quando o Cordeiro recebe o livro, ouvem-se três grandes louvores. O primeiro é da criação e do povo de Deus, mostrando por que o Cordeiro pode receber o livro. O segundo é dos anjos, atribuindo a Jesus todas as qualidades possíveis; pois o Senhor da história é somente Jesus, e não os poderes que se absolutizam. O terceiro é de todas as criaturas, que reconhecem Deus e o Cordeiro no mesmo plano. O povo de Deus adora somente a Deus e a Jesus Cristo, e não os homens nem as coisas.
sexta-feira, 2 de maio de 2025
João 14, 6-14 Jesus é o caminho que leva ao Pai.
6 Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7 Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Desde agora vocês o conhecem e já o viram.”
8 Filipe disse a Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso basta para nós.” 9 Jesus respondeu: “Faz tanto tempo que estou no meio de vocês, e você ainda não me conhece, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que você diz: ‘Mostra-nos o Pai’? 10 Você não acredita que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que digo a vocês, não as digo por mim mesmo, mas o Pai que permanece em mim, ele é que realiza suas obras. 11 Acreditem em mim: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditem nisso, ao menos por causa destas obras. 12 Eu garanto a vocês: quem acredita em mim, fará as obras que eu faço, e fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai. 13 O que vocês pedirem em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se vocês pedirem qualquer coisa em meu nome, eu o farei.”
Comentário:
* 1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna.
Filipe, nascido em Betsaida, tornou-se apóstolo de Jesus depois de ter seguido João Batista. Tiago, filho de Alfeu, chamado “menor”, é identificado pela tradição como primo de Jesus. Dirigiu a comunidade de Jerusalém e teve papel importante no primeiro Concílio de Jerusalém. Os dois foram exemplos de fé e seguimento a Cristo e à sua Palavra, da qual foram testemunhas privilegiadas, como podemos comprovar na meditação do Evangelho de hoje. Selaram com o martírio a missão que Jesus lhes confiara, provando, assim, que acreditaram em Jesus, assumindo-o como único “Caminho, Verdade e Vida”, através do qual chegamos ao Pai.
quinta-feira, 1 de maio de 2025
João 6, 1-15 Jesus sacia a fome do povo.
* 1 Depois disso, Jesus foi para a outra margem do mar da Galileia, também chamado Tiberíades. 2 Uma grande multidão seguia Jesus porque as pessoas viram os sinais que ele fazia, curando os doentes. 3 Jesus subiu a montanha e sentou-se aí com seus discípulos. 4 Estava próxima a Páscoa, festa dos judeus. 5 Jesus ergueu os olhos e viu uma grande multidão que vinha ao seu encontro.
Então Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para eles comerem?” 6 Jesus falou assim para testar Filipe, pois sabia muito bem o que ia fazer. 7 Filipe respondeu: “Nem meio ano de salário bastaria para dar um pedaço para cada um.” 8 Um discípulo de Jesus, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9 “Aqui há um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, o que é isso para tanta gente?”
10 Então Jesus disse: “Falem para o povo sentar.” Havia muita grama nesse lugar e todos sentaram. Estavam aí cinco mil pessoas, mais ou menos. 11 Jesus pegou os pães, agradeceu a Deus e distribuiu aos que estavam sentados. Fez a mesma coisa com os peixes. E todos comeram o quanto queriam. 12 Quando ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolham os pedaços que sobraram, para não se desperdiçar nada.” 13 Eles recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães que haviam comido.
14 As pessoas viram o sinal que Jesus tinha realizado e disseram: “Este é mesmo o Profeta que devia vir ao mundo.” 15 Mas Jesus percebeu que iam pegá-lo para fazê-lo rei. Então ele se retirou sozinho, de novo, para a montanha.
Comentário:
* 1-15: Jesus propõe a missão da sua comunidade: ser sinal do amor generoso de Deus, assegurando para todos a possibilidade de subsistência e dignidade. A segurança da subsistência não está no muito que poucos possuem e retêm para si, mas no pouco de cada um que é repartido entre todos. A garantia da dignidade não se encontra no poder de um líder que manda, mas no serviço de cada um que organiza a comunidade para o bem de todos.
João prossegue com a narração de sinais realizados por Jesus que comprovam sua divindade. No trecho que hoje meditamos, relata-nos o milagre da multiplicação dos pães, presente nos quatro Evangelhos e muito estimado pelas primeiras comunidades, pois recorda a necessidade da partilha e da fraternidade. Além disso, o ato de dar a bênção e partir o pão nos recorda o significado profundo da celebração eucarística como memorial de sua paixão e ressurreição.
quarta-feira, 30 de abril de 2025
João 3, 31-36 O Pai entregou tudo a Jesus.
* 31 “Aquele que vem do alto, está acima de todos. Quem é da terra, pertence à terra e fala como terrestre. Aquele que vem do céu, 32 dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. 33 E quem aceita o seu testemunho, comprova que Deus é verdadeiro.
34 De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o Espírito sem medida. 35 O Pai ama o Filho, e entregou tudo em sua mão. 36 Aquele que acredita no Filho, possui a vida eterna. Quem rejeita o Filho nunca verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele.”
Comentário:
* 31-36: Jesus veio de junto do Pai, e só ele revela o verdadeiro Deus que dá vida aos homens. Quem não aceita o testemunho de Jesus, acaba servindo os ídolos do mundo e correndo para a morte.
Os apóstolos, testemunhas do Ressuscitado, voltaram destemidos ao templo, anunciando: “É preciso obedecer a Deus antes que aos homens”. / Jesus se apresenta como aquele que Deus enviou. Ele nos revela o Pai, o qual nos dá o Espírito sem medida. Cabe a cada pessoa decidir-se, ou não, pela fé.
Mateus 13, 54-58 Jesus é rejeitado como os profetas.
-* 53 Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, saiu desse lugar, 54 e voltou para a sua terra. Ensinava as pessoas na sinagoga, de modo que ficavam admiradas. Diziam: “De onde vêm essa sabedoria e esses milagres? 55 Esse homem não é o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56 E suas irmãs, não moram conosco? Então, de onde vem tudo isso?” 57 E ficaram escandalizados por causa de Jesus. Mas Jesus disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família.” 58 E Jesus não fez muitos milagres aí, por causa da falta de fé deles.
Comentário:
* 53-58: Cf. nota em Mc 6,1-6. Os conterrâneos de Jesus colocam a questão sobre a origem da autoridade dele, admirados de seu ensinamento e poderes milagrosos. É impossível que Jesus, sendo um deles, tenha a autoridade de Deus. Por isso, eles o rejeitam. Essa rejeição não é acidental: é apenas mais uma prova de que Jesus é o enviado de Deus. De fato, todos os profetas do Antigo Testamento também foram rejeitados.
Apesar de ser uma memória facultativa, a liturgia reserva a São José Operário um Evangelho próprio, fazendo compreender ainda melhor o valor do pai adotivo de Jesus e esposo de Maria, cuja característica mais conhecida, além de ser um “homem justo”, era sua profissão: carpinteiro. Com o objetivo de dar um protetor aos trabalhadores e um sentido cristão ao trabalho, o papa Pio XII instituiu, em 1955, a memória litúrgica que hoje celebramos. Inseriu-a no contexto da festa dos trabalhadores, universalmente comemorada em 1º de maio, reconhecendo a dignidade do trabalho humano como dever e aperfeiçoamento do ser humano, exercício benéfico de seu domínio sobre o mundo criado, serviço à comunidade, prolongamento da obra do Criador e contribuição ao plano da salvação. No ano 2020, por ocasião do 150º aniversário da declaração de São José como Padroeiro da Igreja universal, o papa Francisco dedicou a ele uma bela carta apostólica intitulada Patris Corde (“Com coração de pai”).
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