sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Lucas 6, 1-5 Jesus liberta da lei.

* 1 Num dia de sábado, Jesus estava passando por uns campos de trigo. Os discípulos arrancavam e comiam as espigas, debulhando-as com as mãos. 2 Então alguns fariseus disseram: “Por que vocês estão fazendo o que não é permitido em dia de sábado?” 3 Jesus respondeu: “Então vocês não leram o que Davi e seus companheiros fizeram quando estavam sentindo fome? 4 Davi entrou na casa de Deus, pegou e comeu dos pães oferecidos a Deus, e ainda os deu a seus companheiros. No entanto, só os sacerdotes podem comer desses pães.” 5 E Jesus acrescentou: “O Filho do Homem é senhor do sábado.” Comentário: * 1-5: Sendo senhor do sábado, Jesus está acima das leis, mesmo religiosas, que os homens elaboram. Ele relativiza essas leis, mostrando que elas não têm sentido quando impedem o homem de ter acesso aos bens necessários para a própria sobrevivência. Na Antiga Aliança, o sábado era reservado ao culto religioso e ao descanso; ninguém estava autorizado a trabalhar. Nem mesmo os animais (cf. Ex 20,8-11; Dt 5,12-15). Jesus não falta com o respeito ao sábado. É que ele põe o ser humano acima das prescrições sabáticas. Assim, ele liberta da doença algumas pessoas, em dia de sábado. Neste episódio, os fariseus confundem colheita da produção agrícola com o simples catar algumas espigas para matar a fome (necessidade urgente e inadiável). Jesus corrige a mentalidade dos fariseus, dizendo que eles desconhecem as Escrituras, que eles tanto prezam e citam: “Vocês nunca leram o que fez Davi quando estava com fome?”. Jesus é maior do que Davi, que eles muito admiram e valorizam: “O Filho do Homem é Senhor do sábado”.

quinta-feira, 5 de setembro de 2024

Lucas 5, 33-39 Jesus provoca ruptura.

* 33 Eles disseram a Jesus: “Os discípulos de João, e também os discípulos dos fariseus, jejuam com frequência e fazem orações, mas os teus discípulos comem e bebem.” 34 Mas Jesus disse: “Vocês acham que os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? 35 Mas vão chegar dias em que o noivo será tirado do meio deles; nesses dias eles vão jejuar.” 36 Jesus contou-lhes ainda uma parábola: “Ninguém tira retalho de roupa nova para remendar roupa velha; senão, vai rasgar a roupa nova, e o retalho novo não combina com a roupa velha. 37 Ninguém coloca vinho novo em barris velhos; porque, de fato, o vinho novo arrebenta os barris velhos, e se derrama, e os barris se perdem. 38 Vinho novo deve ser colocado em barris novos. 39 E ninguém, depois de beber vinho velho, deseja vinho novo, porque diz: o velho é melhor.” Comentário: * 33-39: Cf. nota em Mc 2,18-22. Lucas salienta que quem está habituado às estruturas do velho sistema, e não se predispõe à mudança, jamais aceita a novidade trazida por Jesus (v. 39). O comentário dos doutores da Lei e dos fariseus é uma provocação a Jesus. Mais que isso, é uma acusação, como se a pequena comunidade de Jesus estivesse cometendo erro. Por que haveriam de fazer jejum os discípulos de Jesus? Eles estão usufruindo da plena presença do Messias (o noivo). O jejum era proposto e observado como sinal de espera da salvação. Ora, o Salvador já está entre eles. A questão é que os mestres da Lei e os fariseus não querem “ver” Jesus, nem reconhecer que ele é o Enviado do Pai para redimir o mundo. Ficam fechados num legalismo paralisante e não se abrem para a Boa-nova. Não aceitam converter-se para Jesus. Acomodam-se às estruturas antigas, ineficazes, sem o sopro renovador do Espírito. Não querem mudança; preferem a mesmice: “O vinho velho é melhor!”.

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Lucas 5, 1-11 O seguimento de Jesus.

-* 1 Certo dia, Jesus estava na margem do lago de Genesaré. A multidão se apertava ao seu redor para ouvir a palavra de Deus. 2 Jesus viu duas barcas paradas na margem do lago; os pescadores haviam desembarcado, e lavavam as redes. 3 Subindo numa das barcas, que era de Simão, pediu que se afastasse um pouco da margem. Depois sentou-se e, da barca, ensinava as multidões. 4 Quando acabou de falar, disse a Simão: “Avance para águas mais profundas, e lancem as redes para a pesca.” 5 Simão respondeu: “Mestre, tentamos a noite inteira, e não pescamos nada. Mas, em atenção à tua palavra, vou lançar as redes.” 6 Assim fizeram, e apanharam tamanha quantidade de peixes, que as redes se arrebentavam. 7 Então fizeram sinal aos companheiros da outra barca, para que fossem ajudá-los. Eles foram, e encheram as duas barcas, a ponto de quase afundarem. 8 Ao ver isso, Simão Pedro atirou-se aos pés de Jesus, dizendo: “Senhor, afasta-te de mim, porque sou um pecador!” 9 É que o espanto tinha tomado conta de Simão e de todos os seus companheiros, por causa da pesca que acabavam de fazer. 10 Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão, também ficaram espantados. Mas Jesus disse a Simão: “Não tenha medo! De hoje em diante você será pescador de homens.” 11 Então levaram as barcas para a margem, deixaram tudo, e seguiram a Jesus. Comentário: * 1-11: A cena é simbólica. Jesus chama seus primeiros discípulos, mostrando-lhes qual a missão reservada a eles: fazer que os homens participem da libertação trazida por Jesus e que só pode realizar-se no seguimento dele, mediante a união com ele e sua missão. O convite ao seguimento é exigente: é preciso “deixar tudo”, para que nada impeça o discípulo de anunciar a Boa Notícia do Reino. Jesus está à beira do lago, e sua preocupação primeira não é pescar peixes. Seu interesse se volta principalmente para a multidão que “se apertava ao redor dele para ouvir a Palavra de Deus”. E Jesus as ensinava. A importância desse fato é ilustrada pelo episódio que ocorre na sequência. Pela palavra de Jesus, houve abundância de peixes nas redes dos pescadores. Haverá também aproximação de multidões de pessoas para ouvir a Palavra de Deus, pela voz do discípulo do Senhor: “A partir de agora você vai ser pescador de gente”. A missão está inaugurada. Missionários são os discípulos e discípulas do Mestre de Nazaré. O tema da pregação é a Palavra de Deus. O sucesso da missão virá da humildade do evangelizador (“sou um pecador”) e do poder de Jesus: “Avance para águas mais profundas”.

terça-feira, 3 de setembro de 2024

Lucas 4, 38-44 Ser livre para servir.

Evangelho: Lucas 4,38-44 * 38 Jesus saiu da sinagoga, e foi para a casa de Simão. A sogra de Simão estava com febre alta, e pediram a Jesus em favor dela. 39 Inclinando-se para ela, Jesus ameaçou a febre, e esta deixou a mulher. Então, no mesmo instante, ela se levantou, e começou a servi-los. 40 Ao pôr do sol, todos os que tinham doentes atingidos por diversos males, os levavam a Jesus. Jesus colocava as mãos em cada um deles, e os curava. 41 De muitas pessoas também saíam demônios, gritando: “Tu és o Filho de Deus.” Jesus os ameaçava, e não os deixava falar, porque os demônios sabiam que ele era o Messias. Jesus anuncia o Reino -* 42 Ao raiar do dia, Jesus saiu, e foi para um lugar deserto. As multidões o procuravam, e, indo até ele, não queriam deixá-lo que fosse embora. 43 Mas Jesus disse: “Devo anunciar a Boa Notícia do Reino de Deus também para as outras cidades, porque para isso é que fui enviado.” 44 E Jesus pregava nas sinagogas da Judéia. Comentário: * 38-41: Cf. nota em Mc 1, 29-34: Para os antigos, a febre era de origem demoníaca. Libertos do demônio, os homens podem levantar-se e pôr-se a serviço. Os demônios reconhecem quem é Jesus, porque sentem que a palavra e ação dele ameaça o domínio que eles têm sobre o homem. * 42-44: A Boa Notícia do Reino é o amor de Deus que provoca a transformação radical das estruturas que escravizam os homens. Para anunciá-la, Jesus vai ao encontro daqueles que ainda não a conhecem. Para os contemporâneos de Jesus, a doença era uma forma de dominação do adversário (demônio). Com febre alta, a sogra de Pedro estava impossibilitada de prestar serviço à comunidade. Jesus a liberta pela cura. Ao curar as enfermidades, Jesus demonstra seu poder libertador sobre as forças que oprimem as pessoas. Com isso, vai-se concretizando a atividade libertadora de Jesus, já esboçada no Cântico de Zacarias (cf. Lc 1,68-79) e anunciada pelo próprio Jesus no seu discurso inaugural, na sinagoga de Nazaré (cf. Lc 4,16-19). O Evangelho de Lucas apresenta Jesus sempre a caminho, de modo que ninguém consegue segurá-lo. Sua caminhada terminará em Jerusalém, de onde, outra vez, partirá, mediante seus discípulos, para chegar aos “extremos da terra” (At 1,8).

segunda-feira, 2 de setembro de 2024

Lucas 4, 31-37 Jesus liberta da alienação.

* 31 Jesus foi a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e aí ensinava aos sábados. 32 As pessoas ficavam admiradas com o seu ensinamento, porque Jesus falava com autoridade. 33 Na sinagoga havia um homem possuído pelo espírito de um demônio mau, que gritou em alta voz: 34 “O que queres de nós, Jesus Nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus!” 35 Jesus o ameaçou, dizendo: “Cale-se, e saia dele!” Então o demônio jogou o homem no chão, saiu dele, e não lhe fez mal nenhum. 36 O espanto tomou conta de todos, e eles comentavam entre si: “Que palavra é essa? Ele manda nos espíritos maus com autoridade e poder, e eles saem.” 37 E a fama de Jesus se espalhava em todos os lugares da redondeza. Comentário: * 31-37: Cf. nota em Mc 1, 21-28: A ação demoníaca escraviza e aliena o homem, impedindo-o de pensar e de agir por si mesmo (por exemplo: ideologias, propagandas, estruturas, sistemas etc.): outros pensam e agem através dele. O primeiro milagre de Jesus é fazer o homem voltar à consciência e à liberdade. Só assim o homem pode segui-lo. Marcos não diz qual era o ensinamento de Jesus; contudo, mencionando-o junto com uma ação de cura, ele sugere que o ensinamento com autoridade repousa numa prática concreta de libertação: com sua ação Jesus interpreta as Escrituras de modo superior a toda a cultura dos doutores da Lei. Onde está Jesus, não há lugar para as forças do mal, justamente porque ele é o “Santo de Deus”, conforme expressão do anjo Gabriel a Maria (Lc 1,35). Ele “fala com autoridade”. Sua palavra é eficaz, realiza o que diz (v. 36). “Ele dá ordens aos espíritos impuros, e eles saem”. Diante da multidão maravilhada, Jesus expulsa o demônio impuro. Segundo a mentalidade da época, a doença era atribuída a um poder maligno personificado, o demônio. Como entender essa expulsão? “A principal ação do demônio é alienar as pessoas, impedindo-as de pensar e agir por si mesmas. Tudo aquilo que aliena as pessoas é mau e demoníaco, e então compreendemos que as ideologias, as propagandas mentirosas, os sistemas, as estruturas opressoras são agentes do demônio, enganando e manipulando o povo” (Ivo Storniolo).

domingo, 1 de setembro de 2024

Lucas 4, 16-30 O programa da atividade de Jesus.

16 Jesus foi à cidade de Nazaré, onde se havia criado. Conforme seu costume, no sábado entrou na sinagoga, e levantou-se para fazer a leitura. 17 Deram-lhe o livro do profeta Isaías. Abrindo o livro, Jesus encontrou a passagem onde está escrito: 18 “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos, 19 e para proclamar um ano de graça do Senhor.” 20 Em seguida Jesus fechou o livro, o entregou na mão do ajudante, e sentou-se. Todos os que estavam na sinagoga tinham os olhos fixos nele. 21 Então Jesus começou a dizer-lhes: “Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura, que vocês acabam de ouvir.” Reação do povo -* 22 Todos aprovavam Jesus, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: “Este não é o filho de José?” 23 Mas Jesus disse: “Sem dúvida vocês vão repetir para mim o provérbio: Médico, cura-te a ti mesmo. Faze também aqui, em tua terra, tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum.” 24 E acrescentou: “Eu garanto a vocês: nenhum profeta é bem recebido em sua pátria. 25 De fato, eu lhes digo que havia muitas viúvas em Israel, no tempo do profeta Elias, quando não vinha chuva do céu durante três anos e seis meses, e houve grande fome em toda a região. 26 No entanto, a nenhuma delas foi enviado Elias, e sim a uma viúva estrangeira, que vivia em Sarepta, na Sidônia. 27 Havia também muitos leprosos em Israel no tempo do profeta Eliseu. Apesar disso, nenhum deles foi curado, a não ser o estrangeiro Naamã, que era sírio.” 28 Quando ouviram essas palavras de Jesus, todos na sinagoga ficaram furiosos. 29 Levantaram-se, e expulsaram Jesus da cidade. E o levaram até o alto do monte, sobre o qual a cidade estava construída, com intenção de lançá-lo no precipício. 30 Mas Jesus, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho. Comentário: * 14-21: Colocada no início da vida pública de Jesus, esta passagem constitui, conforme Lucas, o programa de toda a atividade de Jesus. Is 61,1-2 anunciara que o Messias iria realizar a missão libertadora dos pobres e oprimidos. Jesus aplica a passagem a si mesmo, assumindo-a no hoje concreto em que se encontra. No ano da graça eram perdoadas todas as dívidas e se redistribuíam fraternalmente todas as terras e propriedades: Jesus encaminha a humanidade para uma situação de reconciliação e partilha, que tornam possíveis a igualdade, a fraternidade e a comunhão. * 22-30: A dúvida e a rejeição de Jesus por parte de seus compatriotas fazem prever a hostilidade e a rejeição de toda a atividade de Jesus por parte de todo o seu povo. No entanto, Jesus prossegue seu caminho, para construir a nova história que engloba toda a humanidade. Na sinagoga de Nazaré, Jesus lê a passagem de Isaías 61,1-2. É um retrato do Messias e de sua missão libertadora. Tudo decorria tranquilamente, até que Jesus surpreendeu a todos aplicando a si o que acabara de ler: “Hoje se cumpriu essa passagem da Escritura”. Houve cochichos e comentários. Alguns ficaram “admirados” com suas palavras cheias de graça. Entretanto, Jesus sente que muitos concidadãos não o aceitam como Messias. Aproveita para valorizar a fé e a conversão de estrangeiros, os pagãos. Desperta a indignação de muitos da assembleia, que, levados por fúria descontrolada, tentam jogá-lo no precipício. Jesus escapa ileso. Sua missão está traçada: ele conquistará multidões de pobres e marginalizados para o Reino de Deus, porém será acompanhado pela inseparável sombra da perseguição.

sábado, 31 de agosto de 2024

Marcos 7, 1-8.14-15.21-23 Jesus desmascara as falsas tradições.

-* 1 Os fariseus e alguns doutores da Lei foram de Jerusalém e se reuniram em volta de Jesus. 2 Eles viram então que alguns discípulos comiam pão com mãos impuras, isto é, sem lavar as mãos. 3 Os fariseus, assim como todos os judeus, seguem a tradição que receberam dos antigos: só comem depois de lavar bem as mãos. 4 Quando chegam da praça pública, eles se lavam antes de comer. E seguem muitos outros costumes que receberam por tradição: a maneira certa de lavar copos, jarras e vasilhas de cobre. 5 Os fariseus e os doutores da Lei perguntaram então a Jesus: “Por que os teus discípulos não seguem a tradição dos antigos, pois comem pão sem lavar as mãos?” 6 Jesus respondeu: “Isaías profetizou bem sobre vocês, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo me honra com os lábios, mas o coração deles está longe de mim. 7 Não adianta nada eles me prestarem culto, porque ensinam preceitos humanos’. 8 Vocês abandonam o mandamento de Deus para seguir a tradição dos homens.” Jesus anuncia uma nova moralidade -* 14 Em seguida, Jesus chamou de novo a multidão para perto dele e disse: “Escutem todos e compreendam: 15 o que vem de fora e entra numa pessoa, não a torna impura; as coisas que saem de dentro da pessoa é que a tornam impura. 16 Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” 21 Pois é de dentro do coração das pessoas que saem as más intenções, como a imoralidade, roubos, 22 crimes, adultérios, ambições sem limite, maldades, malícia, devassidão, inveja, calúnia, orgulho, falta de juízo. 23 Todas essas coisas más saem de dentro da pessoa, e são elas que a tornam impura.” Comentário: * 1-13: Jesus desmascara o que está por trás de certas práticas apresentadas como religiosas. E toma um exemplo concreto referente ao quarto mandamento. Corbã era o voto, pelo qual uma pessoa consagrava a Deus os próprios bens, tornando-os intocáveis e reservados ao tesouro do Templo. Aparentemente Deus era louvado, mas na realidade os pais ficavam privados de sustento necessário, enquanto o Templo e os sacerdotes ficavam ainda mais ricos. * 14-23: O que vem de fora não torna o homem pecador, e sim o que sai do coração, isto é, da consciência humana, que cria os projetos e dá uma direção às coisas. Jesus anuncia uma nova forma de moralidade, onde os homens podem relacionar-se entre si na liberdade e na justiça. Com isso, aboliu a lei sobre a pureza e impureza (Lv 11), cuja interpretação era o fundamento de uma sociedade injusta, baseada em tabus que criavam e solidificavam diferenças entre as pessoas, gerando privilegiados e marginalizados, opressores e oprimidos. Fariseus e doutores da Lei conhecem bem as Escrituras. Os fariseus se gloriam de observar, nos mínimos detalhes, “a tradição dos anciãos”. O que está por trás desse comportamento é a convicção de que, agindo assim, tornam-se agradáveis a Deus. Segundo eles, quanto mais obras desse tipo praticarem, mais abreviam a chegada do Messias. Ou seja, eles têm o poder de manipular o projeto de Deus! Pouco lhes importa a dureza com que tratam o povo. Gostam mesmo é de serem elogiados como fiéis observantes da Lei de Moisés. Com essas “credenciais”, um grupo de fariseus e doutores da Lei se aproxima de Jesus com uma reclamação: “Por que os teus discípulos não se comportam conforme a tradição dos anciãos?”. Jesus, conhecedor da vida íntima de cada um, aplica-lhes as palavras do profeta Isaías (v. 6-8).