sexta-feira, 15 de dezembro de 2023
Mateus 17, 10-13 A morte de João Batista é sinal da morte de Jesus.
-* 10 Os discípulos de Jesus lhe perguntaram: “O que querem dizer os doutores da Lei, quando falam que Elias deve vir antes?” 11 Jesus respondeu: “Elias vem para colocar tudo em ordem. 12 Mas eu digo a vocês: Elias já veio, e eles não o reconheceram. Fizeram com ele tudo o que quiseram. E o Filho do Homem será maltratado por eles do mesmo modo.” 13 Então os discípulos compreenderam que Jesus falava de João Batista.
Comentário:
* 10-13: A missão de João Batista era anunciar os tempos messiânicos, realizando o que se esperava com a vinda de Elias. A missão do Batista, porém, não foi reconhecida pelas autoridades do povo, e a trágica morte dele mostra como se realizará a missão do próprio Jesus.
O profeta Elias foi um homem repleto do Espírito de Deus e cheio de coragem e valentia. Enfrentou inimigos do seu povo e de sua fé no Deus único de Israel. Nos dias de Jesus, outro profeta se apresenta com as características de Elias. É João Batista, dotado de fortaleza, coragem e zelo pela causa do Senhor. A João Batista, precursor do Messias, as autoridades puseram na prisão e em seguida o mataram, cortando-lhe a cabeça. A Jesus, o Messias esperado, tratarão de modo semelhante: vão condená-lo e eliminá-lo com a morte na cruz. Os discípulos de Cristo sabem que correm o risco de terem a mesma sorte que seu Mestre: “Se perseguiram a mim, vão perseguir a vocês também” (Jo 15,20).
quinta-feira, 14 de dezembro de 2023
Mateus 11, 18-19 A ação testemunha a vontade de Deus.
18 Veio João, que não come nem bebe, e disseram: ‘Ele está com um demônio’. 19 Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: ‘Ele é um comilão e beberrão, amigo dos cobradores de impostos e dos pecadores’. Mas, a sabedoria foi justificada por suas obras.”
Comentário:
* 16-19: O povo do tempo de Jesus comporta-se de maneira infantil: acusa João Batista de louco, porque é severo demais; acusa Jesus de boa-vida, porque parece muito condescendente. No entanto, se esquece de examinar as ações de João e de Jesus, que testemunham a realização da vontade de Deus.
Em outra circunstância, Jesus afirmara: “Esta é uma geração má”. Aqui, diz que é uma geração cabeçuda. Trata-se de pessoas que vivem apegadas, de maneira obstinada, a suas ideias e convicções e rejeitam o raciocínio e os argumentos dos outros. João Batista e Jesus anunciam o Reino de Deus e, com modos diferentes de viver, dedicam-se à implantação e ao desenvolvimento de uma nova sociedade baseada no amor a Deus e ao próximo. Muitos conterrâneos de João e de Jesus, principalmente os chefes do povo, põem-se contra eles; recusam-se a assumir qualquer mudança, preferindo manter privilégios. Entretanto, a vida e ações de João e de Jesus provam que ambos realizam a vontade de Deus.
quarta-feira, 13 de dezembro de 2023
Mateus 11, 11-15 A missão de João Batista.
11 Eu garanto a vocês: de todos os homens que já nasceram, nenhum é maior do que João Batista. No entanto, o menor no Reino do Céu é maior do que ele. 12 Desde os dias de João Batista até agora, o Reino do Céu sofre violência, e são os violentos que procuram tomá-lo. 13 De fato, todos os Profetas e a Lei profetizaram até João. 14 E se vocês o quiserem aceitar, João é Elias que devia vir. 15 Quem tem ouvidos, ouça.”
Comentário:
* 7-15: Nenhum homem do Antigo Testamento é maior do que João Batista. Entretanto, João pertence ao Antigo Testamento, onde as profecias são anunciadas, e não ao Novo Testamento, onde elas já se realizaram. O v. 12 é de difícil interpretação. Provavelmente, o evangelista quer mostrar que o Reino é vítima de violência, porque a velha estrutura injusta resiste para não ser destruída e reage violentamente. Essa violência dos que se opõem à vontade de Deus será experimentada pelo próprio Jesus em sua missão.
Segundo a mentalidade do povo, o profeta Elias, modelo de todos os outros profetas, devia voltar para preparar o caminho do Messias. Ora, João Batista é o maior dos profetas, porque impõe a si um regime de vida rigoroso e anuncia com vigor a necessidade de mudar de vida, por meio da penitência e do arrependimento. Não obstante a grandeza de João, o menor dos discípulos de Jesus é maior do que ele, porque João pertencia ao tempo da espera, da preparação, ao passo que Jesus pertence ao tempo da realização das promessas. Por que o Reino de Deus sofre violência? Porque muitos, sobretudo os poderosos, como Herodes, não aceitam a vinda de Jesus, que propõe e segue um caminho de libertação e vida abundante para todos.
terça-feira, 12 de dezembro de 2023
Mateus 11, 28-30 Os pobres evangelizam.
28 Venham para mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes darei descanso. 29 Carreguem a minha carga e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para suas vidas. 30 Porque a minha carga é suave e o meu fardo é leve.”
Comentário:
* 25-30: Com sua palavra e ação, Jesus revela a vontade do Pai, que é instaurar o Reino. Contudo, os sábios e inteligentes não são capazes de perceber a presença do Reino e sua justiça através de Jesus. Ao contrário, os desfavorecidos e os pobres é que conseguem penetrar o sentido dessa atividade de Jesus e continuá-la. Jesus veio tirar a carga pesada que os sábios e inteligentes haviam criado para o povo. Em troca, ele traz novo modo de viver na justiça e na misericórdia: doravante, os pobres serão evangelizados e partirão para evangelizar.
Uma dedicada mãe, só pelas reações do seu filhinho, consegue acertar o que ele está sentindo: dores e alegrias. Do mesmo modo, Jesus, com sua extrema sensibilidade, observa atentamente o semblante e os gestos dos seus conterrâneos e fica sabendo o quanto eles estão sofrendo. Ora, muitos andam tão curvados sob o peso de obrigações sociais e exigências religiosas que perdem a alegria de viver e formam um conceito falso a respeito de Deus. Jesus se dispõe a aliviar-lhes o fardo, opondo-se a todo tipo de exploração e opressão. Propõe um caminho de liberdade em que a pessoa seja de fato mais importante do que as leis. O texto nos convida também a não sofrermos sozinhos, mas unirmos nossas dores às de Jesus.
segunda-feira, 11 de dezembro de 2023
Lucas 1, 39-47 João aponta o Messias.
-* 39 Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, às pressas, a uma cidade da Judéia. 40 Entrou na casa de Zacarias, e saudou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Com um grande grito exclamou: “Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar? 44 Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre. 45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu.”
O cântico de Maria -* 46 Então Maria disse: “Minha alma proclama a grandeza do Senhor, 47 meu espírito se alegra em Deus, meu salvador.
Comentário:
* 39-45: Ainda no seio de sua mãe, João Batista recebe o Espírito prometido (1,15). Reconhece o Messias e o aponta através da exclamação de sua mãe Isabel.
* 46-56: O cântico de Maria é o cântico dos pobres que reconhecem a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus. Cumprindo a promessa, Deus assume o partido dos pobres, e realiza uma transformação na história, invertendo a ordem social: os ricos e poderosos são depostos e despojados, e os pobres e oprimidos são libertos e assumem a direção dessa nova história.
Segundo sólida tradição, a imagem da Virgem de Guadalupe apareceu impressa na manta do índio João Diego, em 1531, na Cidade do México. Seu culto propagou-se rapidamente e muito contribuiu para a difusão da fé entre os indígenas. O santuário atual foi concluído em 1709 e elevado à categoria de basílica pelo papa São Pio X, em 1904. Em 1910, o mesmo papa proclamou Nossa Senhora de Guadalupe padroeira da América Latina. João Diego foi canonizado pelo papa São João Paulo II em 31 de julho de 2002. A presença de Maria de Guadalupe é um abraço amoroso a todos os seus devotos, mas é também uma opção profunda pelos pobres e marginalizados. Com efeito, o diálogo de Maria começa com um indígena, o centro de irradiação é Tepeyac, às margens da cidade, entre as pessoas simples e abandonadas.
domingo, 10 de dezembro de 2023
Lucas 5, 17-26 Jesus liberta pela raiz.
* 17 Certo dia, Jesus estava ensinando. Estavam aí, sentados, fariseus e doutores da Lei, vindos de todos os povoados da Galiléia, da Judéia e até de Jerusalém. E o poder do Senhor estava em Jesus, fazendo-o realizar curas. 18 Chegaram, então, algumas pessoas levando, numa cama, um homem que estava paralítico; tentavam introduzi-lo e colocá-lo diante de Jesus. 19 Mas, por causa da multidão, não conseguiam introduzi-lo. Subiram então ao terraço e, através das telhas, desceram o homem com a cama, no meio, diante de Jesus. 20 Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse: “Homem, seus pecados estão perdoados.”
21 Os doutores da Lei e os fariseus começaram a pensar: “Quem é esse, que está falando blasfêmias? Ninguém pode perdoar pecados, porque só Deus tem poder para isso!” 22 Mas Jesus percebeu o que eles estavam pensando. Tomou então a palavra, e disse: “Por que vocês pensam assim? 23 O que é mais fácil? Dizer: ‘Seus pecados estão perdoados’. Ou dizer: ‘Levante-se e ande’? 24 Pois bem: para vocês ficarem sabendo que o Filho do Homem tem poder para perdoar pecados, - disse Jesus ao paralítico - eu ordeno a você: Levante-se, pegue a sua cama, e volte para casa.” 25 No mesmo instante, o homem se levantou diante deles, pegou a cama onde estava deitado, e foi para casa, louvando a Deus. 26 Todos ficaram admirados, e louvavam a Deus. Ficaram cheios de medo, e diziam: “Hoje vimos coisas estranhas.”
Comentário:
* 17-26: Cf. nota em Mc 2,1-12: Segundo os antigos, a doença era causada pelo pecado. Para libertar o homem, Jesus vai direto à raiz: o pecado invisível que causa os males externos e visíveis. A oposição a Jesus começa: os doutores da Lei só se preocupam com teorias religiosas, e não em transformar a situação do homem. A ação de Jesus é completa. É um dizer e fazer que cura por dentro e por fora, fazendo o homem reconquistar a capacidade de caminhar por si.
Em toda parte, Jesus ensina e faz curas pelo “poder do Senhor”. Aos seus ensinamentos, afora as pessoas simples, comparecem também os fariseus e os mestres da Lei, líderes do povo. Não vêm de coração aberto para acolher a palavra do Mestre, mas com a intenção de apanhá-lo em algum deslize. A inveja era a motivação. De fato, eles se incomodam quando Jesus surpreende a todos, perdoando os pecados de um paralítico. Com esse gesto, Jesus mostra que a pior doença é o pecado, causadora de tantos males. Jesus cura também das doenças físicas, porém a característica maior da salvação que ele oferece é mudar-nos por dentro, transformar-nos de pecadores e egoístas em dóceis filhos do Pai e irmãos solidários entre nós.
sábado, 9 de dezembro de 2023
Marcos, 1-8 1* Começo da Boa Notícia de Jesus, o Messias, o Filho de Deus.
O anúncio da chegada do Messias - 2* Está escrito no livro do profeta Isaías: “Eis que eu envio o meu mensageiro na tua frente, para preparar o teu caminho. 3 Esta é a voz daquele que grita no deserto: Preparem o caminho do Senhor, endireitem suas estradas!” 4 E foi assim que João Batista apareceu no deserto, pregando um batismo de conversão para o perdão dos pecados. 5 Toda a região da Judéia e todos os moradores de Jerusalém iam ao encontro de João. Confessavam os seus pecados, e João os batizava no rio Jordão.
6 João se vestia com uma pele de camelo, usava um cinto de couro e comia gafanhotos e mel silvestre. 7 E pregava: “Depois de mim, vai chegar alguém mais forte do que eu. E eu não sou digno sequer de me abaixar para desamarrar as suas sandálias. 8 Eu batizei vocês com água, mas ele batizará vocês com o Espírito Santo.”
Comentário:
* 1,1: Todo o Evangelho de Marcos é o começo da Boa Notícia que Deus dirige aos homens. Ela continua, em todos os tempos e lugares através daqueles que seguem a Jesus.
* 2-8: A pregação de João Batista é grande advertência. Ele anuncia a vinda do Messias, que vai provocar uma grande transformação. É preciso estar preparado, purificando-se e mudando o modo de ver a vida e de vivê-la.
* 9-11: O céu se rasgou: Na pessoa de Jesus, a separação que havia entre Deus e os homens se rompeu. A voz apresenta o mistério do homem de Nazaré: ele é o Filho de Deus, o Messias-Rei (Sl 2,7) que vai estabelecer o Reino de Deus através do serviço, como o Servo de Javé (Is 42,1-2).
As primeiras palavras do Evangelho de Marcos deixam claro quem é o protagonista do livro: Jesus Cristo, Filho de Deus. Desponta de imediato a figura de João Batista, que reproduz a profecia de Isaías: “Uma voz grita no deserto: ‘Preparem o caminho do Senhor, endireitem suas estradas'”. Preparar o caminho do Messias é manifestar, pelo batismo com água, a firme vontade de mudar de vida e esperar tempos novos, caracterizados pelo batismo com o Espírito Santo. Endireitar as estradas é criar relações com base na igualdade e na prática da justiça. João Batista não se considera o Messias, é apenas o precursor dele: “Depois de mim, vem aquele que é mais forte do que eu”. Jesus é o Messias, que possui a plenitude do Espírito Santo: “Derramarei o meu Espírito sobre todos os viventes” (Jl 3,1).
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