segunda-feira, 18 de julho de 2022

Mateus 12, 46-50 Uma nova geração.

* 46 Jesus ainda estava falando às multidões. Sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47 Alguém “ 48 Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” 49 E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: ”Aqui estão minha mãe e meus irmãos, 50 pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai que está no céu, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.” Comentário: * 46-50: Cf. nota em Mc 3,31-35. Mateus salienta que a família de Jesus são os seus discípulos, isto é, a comunidade que já se dispôs a segui-lo. São eles que aprendem os ensinamentos de Jesus, para levá-los aos outros; são eles que trilham o caminho da vontade do Pai, isto é, a obediência à radicalização da Lei proposta por Jesus. Desse modo, começa nova geração, diferente da geração má dos fariseus. A pergunta de Jesus – “quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” – não é um desprezo à sua mãe biológica nem a seus parentes. Ele apenas quer revelar que, além da família de sangue, tem outra família: a que faz a vontade do seu e nosso Pai celeste. A proposta de Jesus é formar uma família feita de pessoas que se identificam com ele e que aceitam fazer a vontade de Deus. Com isso, ele não põe em questão o valor e a grandeza da família sanguínea. O Mestre alargou o conceito de família para além das pessoas unidas pelos laços de sangue. O sonho de Deus é formar da humanidade toda uma grande família, tendo um único Pai, do qual veio a vida e vem todo bem. Para participar da família de Jesus, basta entrar em “sua casa”, ou seja, participar do seu projeto de vida e liberdade para todos os filhos e filhas de Deus.

domingo, 17 de julho de 2022

Mateus 12, 38-42 O sinal que leva para a fé.

-* 38 Então alguns doutores da Lei e fariseus disseram a Jesus: “Mestre, queremos ver um sinal realizado por ti.” 39 Jesus respondeu: “Uma geração má e adúltera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas. 40 De fato, assim como Jonas passou três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem passará três dias e três noites no seio da terra. 41 No dia do julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração, e a condenarão. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar. E aqui está quem é maior do que Jonas. 42 No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará contra esta geração, e a condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão.” Comentário: * 38-42: Jesus recusa dar um sinal para provar a sua missão, porque nenhum milagre é capaz de despertar a fé naqueles que não querem se comprometer com Jesus. O único sinal que Jesus dá é o da sua morte e ressurreição, consequência e selo da autenticidade de toda a sua missão. As autoridades religiosas e políticas – doutores da Lei e fariseus – desejam ver algum sinal realizado por Jesus. O pedido deles é mais uma provocação do que um motivo para acolher sua mensagem. O Mestre rejeita o pedido e os inclui numa “geração malvada e adúltera”. A seguir faz alusão ao profeta Jonas e à sabedoria de Salomão, para dizer que ele é profeta superior a Jonas e rei mais sábio que Salomão. Os gentios têm mais sensibilidade e aderem mais facilmente a Deus que essa geração. Mesmo Jesus tendo realizado vários sinais, as autoridades são incapazes de aceitá-lo. Jesus rejeita milagres e espetáculos como caminho para provocar a fé. Esta antecede o milagre. As palavras do Mestre são dirigidas também a nós que, muitas vezes, exigimos sinais extraordinários de Deus para fortalecer nossa fé e acreditar nele.

sábado, 16 de julho de 2022

Lucas 10, 38-42 Ouvir a palavra de Jesus.

* 38 Enquanto caminhavam, Jesus entrou num povoado, e certa mulher, de nome Marta, o recebeu em sua casa. 39 Sua irmã, chamada Maria, sentou-se aos pés do Senhor, e ficou escutando a sua palavra. 40 Marta estava ocupada com muitos afazeres. Aproximou-se e falou: “Senhor, não te importas que minha irmã me deixe sozinha com todo o serviço? Manda que ela venha ajudar-me!” 41 O Senhor, porém, respondeu: “Marta, Marta! Você se preocupa e anda agitada com muitas coisas; 42 porém, uma só coisa é necessária, Maria escolheu a melhor parte, e esta não lhe será tirada.” Comentário: * 38-42: Mais importante do que fazer as coisas, é fazê-las de modo novo. Para isso, é preciso ouvir a palavra de Jesus, que mostra o que fazer e como fazer. Na caminhada para Jerusalém, Jesus é recebido na casa de suas amigas Marta e Maria. Marta acolhe o Senhor e está atarefada em servi-lo; Maria se coloca à escuta da palavra do Mestre. Muitos viram, nesse episódio, dois estilos de vida: vida ativa (Marta) e vida contemplativa (Maria). Outros ainda citam esse relato para demonstrar a superioridade da vida contemplativa frente à vida ativa. Acreditamos que a comunidade de Lucas não tinha em mente essa ideia ao colocar tal cena no seu Evangelho. No tempo em que as mulheres não tinham acesso ao estudo, não podiam sentar aos pés de algum rabino para escutar sua palavra. Jesus quebra esse preconceito e aceita Maria perto de si. Ela é modelo do discipulado, que acolhe e vive a Palavra de Deus. Com seu gesto, Jesus acolhe entre os discípulos também as mulheres. Ao se colocar a serviço do Mestre e da família, Marta já está vivendo essa Palavra. A Palavra de Deus é para ser acolhida e também vivida, posta em prática, não apenas ser guardada no coração. Logo à frente, Lucas dirá: “felizes os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática”. A escuta da Palavra de Deus não tira as pessoas da ação, mas procura dar novo sentido ao fazer. Em cada um de nós existe um pouco de Marta e um pouco de Maria.

Colossenses 1, 24-28 O mistério do projeto de Deus.

-* 24 Agora eu me alegro de sofrer por vocês, pois vou completando em minha carne o que falta nas tribulações de Cristo, a favor do seu corpo, que é a Igreja. 25 Eu me tornei ministro da Igreja, quando Deus me confiou este encargo junto a vocês: anunciar a realização da Palavra de Deus, 26 o mistério escondido desde o começo dos tempos e gerações, e que agora é revelado aos cristãos. 27 Deus quis manifestar aos cristãos a riqueza gloriosa que este mistério representa para os pagãos, isto é, o fato de que Cristo, a glória esperada, está em vocês. 28 E é esse Cristo que anunciamos, aconselhando e ensinando a todos com plena sabedoria, para que todos sejam cristãos perfeitos. Comentário: * 24-29: Paulo se alegra porque o seu sofrimento confirma que ele está anunciando o verdadeiro Evangelho (cf. Mc 13,5-10). O cerne da missão do Apóstolo é o mistério do projeto de Deus: Deus quer que também os pagãos participem da redenção realizada mediante Cristo. A conversão dos colossenses, que antes eram pagãos, manifesta visivelmente esse projeto de Deus.

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Mateus 12, 46-50 Uma nova geração.

-* 46 Jesus ainda estava falando às multidões. Sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47 Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo.” 48 Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” 49 E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos, 50 pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai que está no céu, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.” Comentário: * 46-50: Cf. nota em Mc 3,31-35. Mateus salienta que a família de Jesus são os seus discípulos, isto é, a comunidade que já se dispôs a segui-lo. São eles que aprendem os ensinamentos de Jesus, para levá-los aos outros; são eles que trilham o caminho da vontade do Pai, isto é, a obediência à radicalização da Lei proposta por Jesus. Desse modo, começa nova geração, diferente da geração má dos fariseus. O Carmelo é uma elevação montanhosa na Palestina. No século XII, alguns eremitas retirados nessa montanha teriam fundado a ordem dos Carmelitas, dedicados à contemplação, sob a proteção de Nossa Senhora. Segundo as tradições carmelitas, em 16 de julho de 1251, o primeiro geral da Ordem, São Simão Stock, recebeu das mãos de Maria o escapulário (pequeno hábito) com a promessa de salvação: quem morresse revestido do escapulário seria salvo. Difundida com o apoio do povo em diversas nações, a festa de Nossa Senhora do Carmo (nome comum sinônimo de Carmelo) foi estendida, em 1726, a toda a Igreja pelo papa Bento XIII. Se for compreendido com retidão, o escapulário não é outra coisa senão o sinal exterior do apego interior à Virgem e do compromisso de sermos fiéis à Palavra do Senhor.

quinta-feira, 14 de julho de 2022

Mateus 12, 1-8 Jesus é o Senhor do sábado.

* 1 Naquele tempo, Jesus passou por uns campos de trigo, num dia de sábado. Seus discípulos ficaram com fome, e começaram a apanhar espigas para comer. 2 Vendo isso, os fariseus disseram: “Eis que os teus discípulos estão fazendo o que não é permitido fazer em dia de sábado!” 3 Jesus perguntou aos fariseus: “Vocês nunca leram o que Davi e seus companheiros fizeram, quando estavam sentindo fome? 4 Como ele entrou na casa de Deus, e eles comeram os pães oferecidos a Deus? Ora, nem para Davi, nem para os que estavam com ele, era permitido comer os pães reservados apenas aos sacerdotes. 5 Ou vocês não leram também, na Lei, que em dia de sábado, no Templo, os sacerdotes violam o sábado, sem cometer falta? 6 Pois eu digo a vocês: aqui está quem é maior do que o Templo. 7 Se vocês tivessem compreendido o que significa: ‘Quero a misericórdia e não o sacrifício’, vocês não teriam condenado estes homens que não estão em falta. 8 Portanto, o Filho do Homem é senhor do sábado.” Comentário: * 1-8: Cf. nota em Mc 2,23-28. Mateus acrescenta um exemplo para mostrar que a lei do sábado não é absoluta. Jesus, como nova presença de Deus entre os homens, é maior do que o Templo, e é senhor do sábado. Por isso, ele tem poder para relativizar a lei, propondo a misericórdia como atitude fundamental de Deus para com os homens. Os discípulos de Jesus colhem espigas para matar a fome. Diante disso, os fariseus (leigos piedosos) chamam a atenção de Jesus, dizendo que seus discípulos estão violando a lei do sábado. O Mestre justifica a ação dos seus, citando dois episódios da Escritura, e lhes revela que a misericórdia é mais importante do que certas atitudes legalistas. A fome exige solução e as leis não devem ser obstáculo a essa necessidade tão premente. A necessidade humana está acima da lei do sábado. A vida das pessoas está acima de qualquer lei. Para Jesus, obedecer ao preceito sabático deveria levar a recordar o amor misericordioso de Deus que se manifestou em sua ação criadora e libertadora. O que Deus espera de cada um não é tanto a mera observância da lei, mas a solidariedade, o amor e a misericórdia para com aqueles que têm necessidades, como a fome.

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Mateus 11, 28-30 Os pobres evangelizam.

28 Venham para mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes darei descanso. 29 Carreguem a minha carga e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para suas vidas. 30 Porque a minha carga é suave e o meu fardo é leve.” Comentário: * 25-30: Com sua palavra e ação, Jesus revela a vontade do Pai, que é instaurar o Reino. Contudo, os sábios e inteligentes não são capazes de perceber a presença do Reino e sua justiça através de Jesus. Ao contrário, os desfavorecidos e os pobres é que conseguem penetrar o sentido dessa atividade de Jesus e continuá-la. Jesus veio tirar a carga pesada que os sábios e inteligentes haviam criado para o povo. Em troca, ele traz novo modo de viver na justiça e na misericórdia: doravante, os pobres serão evangelizados e partirão para evangelizar. Jesus convida todos os cansados e abatidos: “Venham a mim e eu lhes darei descanso”. São sentimentos e expressões de conforto para a humanidade sufocada e desorientada. Por meio de seu exemplo, procura ensinar os abatidos a tornar a vida mais leve e serena. É um convite dirigido a todos, principalmente aos que se encontram sufocados pelos pesados fardos. A pergunta vem espontaneamente: como aliviar o fardo de quem está doente, faminto, desempregado, sem teto? Somente com uma sociedade justa e solidária é possível aliviar os fardos de muitos sofredores. Muitas vezes tornamos nossa vida pesada pela preocupação com o acúmulo, com o consumismo, com a busca dos primeiros lugares ou com a vivência de uma religião moralista e legalista, cheia de norminhas. O Mestre, manso e humilde, sem muitas pretensões, é o centro ao redor do qual se reúnem os pequeninos que aprendem dele a leveza da vida.