terça-feira, 28 de setembro de 2021
João 1, 47-51 As testemunhas apontam o Salvador.
47Jesus viu Natanael, que vinha para ele, e comentou: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade”. 48Natanael perguntou: “De onde me conheces?” Jesus respondeu: “Antes que Filipe te chamasse, enquanto estavas debaixo da figueira, eu te vi”. 49Natanael respondeu: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel”. 50Jesus disse: “Tu crês porque te disse: ‘Eu te vi debaixo da figueira’? Coisas maiores que essa verás!” 51E Jesus continuou: “Em verdade, em verdade, eu vos digo, vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem”.
Comentário:
* 35-51: João descreve os sete dias da nova criação. No primeiro dia, João Batista afirma: "No meio de vocês existe alguém que vocês não conhecem." Nos dias seguintes vemos como João Batista, João, André, Simão, Filipe e Natanael descobrem a Jesus. É sempre uma testemunha que aponta Jesus para outra. O último dia será o casamento em Caná, onde Jesus manifestará a sua glória.
"O que vocês estão procurando?" São estas as primeiras palavras de Jesus neste evangelho. Essa pergunta, ele a faz a todos os homens. Nós queremos saber quem é Jesus, e ele nos pergunta sobre o que buscamos na vida.
Os homens que encontraram Jesus começaram a conviver com ele. E no decorrer do tempo vão descobrindo que ele é o Mestre, o Messias, o Filho de Deus. O mesmo acontece conosco: enquanto caminhamos com Cristo, vamos progredindo no conhecimento a respeito dele.
João Batista era apenas testemunha de Jesus, a quem tudo se deve dirigir. João sabia disso; por isso convida seus próprios discípulos para que se dirijam a Jesus. E os dois primeiros vão buscar outros. É desse mesmo modo que nós encontramos a Jesus: porque outra pessoa nos falou dele ou nos comprometeu numa tarefa apostólica.
Jesus sempre reconhece aqueles que o Pai coloca em seu caminho. Ele reconhece Natanael debaixo da figueira e também Simão, escolhido para ser a primeira Pedra da Igreja.
Vereis o céu aberto: No sonho de Jacó, os anjos subiam e desciam por uma escada que ligava a terra ao céu (leia Gn 28,10-22). Doravante é Jesus, o Filho do Homem, a nova ligação entre Deus e os homens.
Arcanjo significa chefe supremo dos anjos. A Carta de Judas aplica esse título a Miguel, e a Igreja estendeu-o depois a Gabriel e a Rafael. O novo calendário reuniu numa só celebração os três arcanjos (Miguel, Gabriel e Rafael), cuja festa caía em datas diferentes. Miguel, que significa “Quem é como Deus?”, cultuado desde os primeiros séculos da era cristã, é lembrado no livro de Daniel. A Carta de Judas mostra-o em luta contra Satanás, que quer o corpo de Moisés. Também o Apocalipse recorda o combate de Miguel e seus anjos contra o dragão. Gabriel, “Força de Deus”, apresentou-se a Zacarias como “aquele que está diante de Deus”. Anunciou o nascimento de João Batista e a encarnação do Filho de Deus. Rafael, “Deus cura”, aparece no livro de Tobias como acompanhante de viagem do jovem Tobias.
Oração
Ó Jesus, Salvador nosso, teu Pai celeste confiou aos arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael importantes intervenções na história da salvação. Faze-nos, Senhor, compreender a nobre missão desses mensageiros do Alto e glorificar a Deus pela cooperação deles na tua obra redentora. Amém.
segunda-feira, 27 de setembro de 2021
Lucas 9, 51-56 Jesus vai para Jerusalém.
51Estava chegando o tempo de Jesus ser levado para o céu. Então ele tomou a firme decisão de partir para Jerusalém 52e enviou mensageiros à sua frente. Estes puseram-se a caminho e entraram num povoado de samaritanos para preparar hospedagem para Jesus. 53Mas os samaritanos não o receberam, pois Jesus dava a impressão de que ia a Jerusalém. 54Vendo isso, os discípulos Tiago e João disseram: “Senhor, queres que mandemos descer fogo do céu para destruí-los?” 55Jesus, porém, voltou-se e repreendeu-os. 56E partiram para outro povoado.
Comentário:
* 51-56: Jesus inicia o seu caminho para Jerusalém (cf. Introdução). Nessa viagem, Lucas mostra a pedagogia de Jesus, que vai indicando o caminho para aqueles que querem unir-se a ele. Tal processo por ele iniciado vai provocar sérios conflitos com aqueles que não querem mudar o rumo da história. Por enquanto, nem os samaritanos entendem que Jesus vai a Jerusalém para salvá-los. E os discípulos não imaginam que a Samaria será um dos primeiros lugares que eles evangelizarão ao saírem de Jerusalém (At 1,8).
Começa aqui a grande subida de Jesus para Jerusalém, para a cruz, para o céu. Ao longo do percurso, acontecem ensinamentos, encontros, milagres, controvérsias, e a figura do discípulo se torna central. O verdadeiro discípulo é aquele que segue seu Mestre no caminho da renúncia a si mesmo e da solidariedade ativa com os pobres, os pequenos, os excluídos. Não é o que acontece com Tiago e João, ainda apegados aos antigos rancores entre judeus e samaritanos. Com efeito, diante da recusa de hospedagem dos samaritanos, esses dois discípulos propõem que sejam exterminados. O apelo deles ao poder divino está a serviço da vingança odiosa. Jesus reprova esse espírito de intolerância dos discípulos e mantém a firme resolução de caminhar para Jerusalém, onde vai entregar a própria vida em favor de todos.
Oração
Ó Jesus Messias, tomas “a firme decisão de partir para Jerusalém”, onde entregarás a vida por nós. Tiago e João, indignados com os samaritanos, querem a ruína deles. Quanto a ti, Senhor, vieste para salvá-los, e não para destruí-los. Ajuda-nos, Senhor, a ser tolerantes nos contratempos da vida. Amém.
domingo, 26 de setembro de 2021
Lucas 9, 46-50 Quem é o maior.
46Houve entre os discípulos uma discussão para saber qual deles seria o maior. 47Jesus sabia o que estavam pensando. Pegou então uma criança, colocou-a junto de si 48e disse-lhes: “Quem receber esta criança em meu nome estará recebendo a mim. E quem me receber estará recebendo aquele que me enviou. Pois aquele que entre todos vós for o menor, esse é o maior”.
Quem está a favor de Jesus? - 49João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem que expulsa demônios em teu nome. Mas nós lho proibimos, porque não anda conosco”. 50Jesus disse-lhe: “Não o proibais, pois quem não está contra vós está a vosso favor”.
Comentário:
* 46-48: Para compreender o messianismo de Jesus é preciso mudar a idéia que se tem a respeito do poder. Enquanto persistir entre os discípulos o desejo do poder que domina, não haverá possibilidade alguma de construir o Reino de Deus.
* 49-50: Cf. nota em Mc 9,38-41: Jesus não quer que o grupo daqueles que o seguem se torne seita fechada e monopolizadora da sua missão. Toda e qualquer ação que desaliena o homem é parte integrante da missão de Jesus.
Jesus acabara de apresentar aos discípulos o segundo anúncio de sua paixão. Mas eles não entenderam que, na qualidade de discípulos, deveriam seguir o mesmo caminho do Mestre. Jesus se abaixa. Os discípulos querem se elevar. Por isso, fazem entre si um bate-boca sobre qual deles seria o maior. Estão longe de compreender o espírito da novidade que Jesus vem introduzir nas relações humanas. Quem é o maior? O menor. Para ilustrar seu ensinamento, Jesus dá destaque a uma criança, colocando-a do seu lado. Com isso revela o sentido de toda a sua obra: a verdadeira grandeza está na humildade. Na sequência, Jesus previne seus discípulos contra a tentação do fanatismo. Para Jesus, não é necessário que alguém pertença oficialmente a seu grupo para ter o direito de agir em seu nome. Ninguém tem o monopólio do bem.
Oração
Ó Mestre, a grandeza do Reino de Deus não está em conquistar lugares de honra. Quem acolhe o pequenino em teu nome está acolhendo a ti e ao Pai celeste. Esclareces também que o teu Reino não é um grupo fechado, uma seita, mas está presente em toda parte onde se pratica o bem. Amém.
sábado, 25 de setembro de 2021
Marcos 9, 38-43.45.47-48 Quem está a favor de Jesus?
38João disse a Jesus: “Mestre, vimos um homem expulsar demônios em teu nome. Mas nós o proibimos, porque ele não nos segue”. 39Jesus disse: “Não o proibais, pois ninguém faz milagres em meu nome para depois falar mal de mim. 40Quem não é contra nós é a nosso favor. 41Em verdade eu vos digo, quem vos der a beber um copo de água, porque sois de Cristo, não ficará sem receber a sua recompensa.
Cortar o mal pela raiz - 42E, se alguém escandalizar um destes pequeninos que creem, melhor seria que fosse jogado no mar com uma pedra de moinho amarrada ao pescoço. 43Se tua mão te leva a pecar, corta-a! É melhor entrar na vida sem uma das mãos do que, tendo as duas, ir para o inferno, para o fogo que nunca se apaga. 45Se teu pé te leva a pecar, corta-o! É melhor entrar na vida sem um dos pés do que, tendo os dois, ser jogado no inferno. 47Se teu olho te leva a pecar, arranca-o! É melhor entrar no Reino de Deus com um olho só do que, tendo os dois, ser jogado no inferno, 48‘onde o verme deles não morre e o fogo não se apaga'”.
Comentário:
* 38-41: Jesus não quer que o grupo daqueles que o seguem se torne seita fechada e monopolizadora da sua missão. Toda e qualquer ação que desaliena o homem é parte integrante da missão de Jesus.
* 42-50: Pequeninos são os pobres e fracos que esperam confiantes uma sociedade fraterna e igualitária. Eles ficariam escandalizados se os seguidores de Jesus andassem à busca de poder e formassem casta privilegiada. Isso seria trair a missão de Jesus, mal que deve ser cortado pela raiz.
Não é possível encerrar Jesus entre quatro paredes. Onde há expressão de justiça e de amor, aí Jesus se faz presente e atuante, aí se manifesta o Espírito Santo com seus dons. “Deus não faz diferença entre as pessoas. Pelo contrário, em qualquer nação, quem o teme e pratica a justiça é agradável a ele” (At 10,34-35). A Igreja de Cristo é como um redil aberto à entrada de outras ovelhas que ainda não pertencem ao rebanho. No seio da comunidade cristã, alguns se achavam mais importantes que os outros e os marginalizavam. Brigavam pelo poder. Por causa de tal ambição, tornavam-se, para os pequenos, ocasião de escândalo, isto é, dificultavam o crescimento deles na fé. Jesus corrige esse perigoso desvio ensinando, em linguagem figurada, que é necessário cortar o mal pela raiz.
Oração
Ó Jesus, Mestre e Pastor, admirável é tua solidariedade com os necessitados de libertação, que a ti recorrem com fé e total confiança. Queremos expressar nossa fidelidade a ti em pensamentos, palavras e obras. E aplicar todas as nossas energias em favor da expansão do teu Reino. Amém.
Tiago 5, 1-6 Ai de vocês, ricos!
1E agora, ricos, chorai e gemei, por causa das desgraças que estão para cair sobre vós. 2Vossa riqueza está apodrecendo, e vossas roupas estão carcomidas pelas traças. 3Vosso ouro e vossa prata estão enferrujados, e a ferrugem deles vai servir de testemunho contra vós e devorar vossas carnes como fogo! Amontoastes tesouros nos últimos dias. 4Vede, o salário dos trabalhadores que ceifaram os vossos campos, que vós deixastes de pagar, está gritando, e o clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso. 5Vós vivestes luxuosamente na terra, entregues à boa vida, cevando os vossos corações para o dia da matança. 6Condenastes o justo e o assassinastes; ele não resiste a vós.
Comentário:
* 1-6: Tiago critica agora os proprietários que se enriquecem à custa dos trabalhadores. Visando unicamente ao lucro, esses latifundiários cometem graves injustiças sociais: retenção do salário devido aos operários (cf. Dt 24,14); acumulação de riquezas que não revertem para o bem comum, mas servem unicamente para uma vida regalada e luxuosa; opressão jurídica e condenações conseguidas graças ao suborno contra os pobres inocentes que não têm meios de defesa. Fruto do roubo e da injustiça, o tesouro amontoado pelos ricos será testemunho que os condenará na hora do julgamento.
sexta-feira, 24 de setembro de 2021
Lucas 9, 43-45 O Filho do Homem vai ser entregue.
43 Todos estavam admirados com todas as coisas que Jesus fazia. Então Jesus disse a seus discípulos: 44“Prestai bem atenção às palavras que vou dizer: o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens”. 45Mas os discípulos não compreendiam o que Jesus dizia. O sentido lhes ficava escondido, de modo que não podiam entender; e eles tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto.
Comentário:
* 37-45: Enquanto os discípulos não mudarem sua idéia sobre o Messias, jamais realizarão atos de libertação, que dão continuidade à missão de Jesus.
Jesus tem momentos de sucesso no meio do povo e desperta a admiração de todos, mas tem o olhar fixo na obra decisiva da salvação. Pela segunda vez, de forma resumida, Jesus avisa seus discípulos sobre seu fim trágico. Esta informação não entra na cabeça deles. Esse tipo de anúncio não se enquadra com o que eles esperam de Jesus. Não conseguem conciliar poder com fraqueza: como pode cair “nas mãos dos homens” aquele que expulsa as forças malignas? Para eles, era incompreensível essa espécie de contradição. Só entenderão após a ressurreição, quando Jesus “abrirá a inteligência deles, para compreenderem as Escrituras. Então lhes dirá: ‘Está escrito que o Messias tinha de sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia'” (cf. Lc 24,45).
Oração
Ó Jesus Messias, tuas poderosas obras causavam grande admiração em teus discípulos. Por isso, não compreendiam que serias entregue “nas mãos dos homens”. Voltas a explicar-lhes que, para nos salvar, tu te submeteste aos limites humanos. Pelo mau uso da liberdade é que os homens te crucificaram. Amém.
quinta-feira, 23 de setembro de 2021
Lucas 9, 18-22 Jesus é o Messias.
18 Certo dia, Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então, Jesus perguntou-lhes: “Quem diz o povo que eu sou?” 19Eles responderam: “Uns dizem que és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que és algum dos antigos profetas que ressuscitou”. 20Mas Jesus perguntou: “E vós, quem dizeis que eu sou?” Pedro respondeu: “O Cristo de Deus”. 21Mas Jesus proibiu-lhes severamente que contassem isso a alguém. 22E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos sumos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto e ressuscitar no terceiro dia”.
Comentário:
* 18-27: Não basta declarar e aceitar que Jesus é o Messias; é preciso rever a idéia a respeito do Messias, o qual, para construir a nova história, enfrenta os que não querem transformações. Por isso, ele vai sofrer, ser rejeitado e morto. Sua ressurreição será a sua vitória. E quem quiser acompanhar Jesus na sua ação messiânica e participar da sua vitória, terá que percorrer caminho semelhante: renunciar a si mesmo e às glórias do poder e da riqueza.
Terminada sua oração individual, Jesus faz aos discípulos a pergunta fundamental: “Quem sou eu?”. E a faz em dois tempos, para que a resposta deles se destaque sobre as opiniões do povo. A pergunta é um desafio, não simples curiosidade. Ultrapassando o nível de resposta do povo, Pedro responde como cabeça de todos: “Tu és o Messias de Deus!”, isto é, o Ungido de Deus que vem implantar a era da justiça e da paz (cf. Is 11,1-9). Os discípulos, porém, terão de percorrer longo caminho até compreenderem a verdadeira identidade de Jesus: ele é o Messias que vai realizar sua missão como Servo sofredor. Os chefes do povo (anciãos, chefes dos sacerdotes e doutores da Lei), que mantêm a sociedade injusta, vão matá-lo. Ele, porém, ressuscitará e dará continuidade a seu projeto por meio de seus seguidores.
Oração
Ó Jesus, Messias de Deus, reconhecemos que não basta ter informações sobre quem tu és. É necessário que assumamos teu modo de vida, que sejamos teus fiéis seguidores, conscientes de que percorres um caminho de sofrimento até a entrega total de tua vida mediante tua morte na cruz. Amém.
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