* 1 Jesus viu
as multidões, subiu à montanha e sentou-se. Os discípulos se aproximaram, 2
e Jesus começou a ensiná-los: 3
“Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu. 4 Felizes os aflitos, porque serão consolados. 5 Felizes os mansos, porque possuirão a terra. 6 Felizes os que têm
fome
e sede
de justiça, porque serão saciados. 7
Felizes os que
são
misericordiosos, porque encontrarão misericórdia. 8
Felizes os puros de coração, porque verão a Deus.
9 Felizes os que
promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus.
10 Felizes os que
são
perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino do Céu.
11 Felizes vocês, se forem insultados e perseguidos, e
se disserem todo tipo
de calúnia contra vocês, por causa de mim. 12 Fiquem alegres e contentes, porque será grande para vocês a recompensa no céu. Do mesmo modo perseguiram os profetas que
vieram antes de vocês.”
Comentário:
Os que buscam a justiça do Reino
são os “pobres em espírito.” Sufocados no seu anseio pelos valores que a
sociedade injusta rejeita, esses pobres estão profundamente convictos de que
eles têm necessidade de Deus, pois só com Deus esses valores podem vigorar,
surgindo assim uma nova sociedade.
A exemplo de Moisés que, na
montanha, recebe a lei e a deu ao povo; Jesus, ao ver as multidões de
sofredores que vêm a ele, sobe a montanha e nos deixa a nova lei, as
bem-aventuranças, início solene do sermão da montanha. As oito bem-aventuranças
são dirigidas a toda a multidão e não apenas aos discípulos de Jesus (a nona é
mais específica para seus seguidores). Ele propõe anúncios de felicidade. O que
é ser feliz? Onde buscamos a felicidade? Para a sociedade moderna, felizes são
os ricos, os poderosos, os bem de vida e os que podem consumir à vontade.
Jesus, ao contrário, nos diz: felizes os pobres, os que choram, os mansos, os
que têm fome e sede de justiça, os misericordiosos, os puros de coração, os que
promovem a paz, os perseguidos por causa da justiça. Essas são instâncias de
felicidade propostas por Jesus para toda a humanidade, não apenas para alguns
grupos específicos. À primeira vista, parece que as bem-aventuranças conclamam
para a acomodação. Ao contrário, elas convocam para o “não conformismo”, para a
busca dos valores do Reino (paz, justiça, misericórdia). E também não é uma
proposta para a vida após a morte, mas para o presente.