terça-feira, 15 de setembro de 2015

João 19, 25-27 A relação entre Israel e a comunidade de Jesus.

* 25 A mãe de Jesus, a irmã da mãe dele, Maria de Cléofas, e Maria Madalena estavam junto à cruz. 26 Jesus viu a mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava. Então disse à mãe: “Mulher, eis aí o seu filho.” 27 Depois disse ao discípulo: “Eis aí a sua mãe.” E dessa hora em diante, o discípulo a recebeu em sua casa.
Comentário:

* 25-27: A mãe de Jesus representa aqui o povo da antiga aliança que se conservou fiel às promessas e espera pelo salvador. E o discípulo amado representa o novo povo de Deus, formado por todos os que dão sua adesão a Jesus. Na relação mãe-filho, o evangelista mostra a unidade e continuação do povo de Deus, fiel à promessa e herdeiro da sua realização. 

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

João 3, 13-17 A vida nova vem de Jesus.

13 Ninguém subiu ao céu, a não ser aquele que desceu do céu: o Filho do Homem. 14 Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, do mesmo modo é preciso que o Filho do Homem seja levantado. 15 Assim, todo aquele que nele acreditar, nele terá a vida eterna.”
Jesus provoca decisão -* 16 “Pois Deus amou de tal forma o mundo, que entregou o seu Filho único, para que todo o que nele acredita não morra, mas tenha a vida eterna. 17 De fato, Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para condenar o mundo, e sim para que o mundo seja salvo por meio dele.
Comentário:
* 9-15: A grande novidade que Deus tem para os homens está em Jesus, que vai revelar na cruz a vida nova. Aí ele demonstra o maior ato de amor: a doação de sua própria vida em favor dos homens.

* 16-21: Deus não quer que os homens se percam, nem sente prazer em condená-los. Ele manifesta todo o seu amor através de Jesus, para salvar e dar a vida a todos. Mas a presença de Jesus é incômoda, pois coloca o mundo dos homens em julgamento, provocando divisão e conflito, e exigindo decisão. De um lado, os que acreditam em Jesus e vivem o amor, continuando a palavra e a ação dele em favor da vida. De outro lado, os que não acreditam nele e não vivem o amor, mas permanecem fechados em seus próprios interesses e egoísmo, que geram opressão e exploração; por isso estes sempre escondem suas verdadeiras intenções: não se aproximam da luz.



domingo, 13 de setembro de 2015

Marcos 8,27-35 Jesus é o Messias.

* 27 Jesus partiu com seus discípulos para os povoados de Cesaréia de Filipe. No caminho, ele perguntou a seus discípulos: “Quem dizem os homens que eu sou?” 28 Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros, que és Elias; outros, ainda, que és um dos profetas.” 29 Então Jesus perguntou-lhes: “E vocês, quem dizem que eu sou?” Pedro respondeu: “Tu és o Messias.” 30 Então Jesus proibiu severamente que eles falassem a alguém a respeito dele.
31 Em seguida, Jesus começou a ensinar os discípulos, dizendo: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar depois de três dias.” 32 E Jesus dizia isso abertamente. Então Pedro levou Jesus para um lado e começou a repreendê-lo. 33 Jesus virou-se, olhou para os discípulos e repreendeu a Pedro, dizendo: “Fique longe de mim, satanás! Você não pensa as coisas de Deus, mas as coisas dos homens.”
O seguimento de Jesus -* 34 Então Jesus chamou a multidão e os discípulos. E disse: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga. 35 Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim e da Boa Notícia, vai salvá-la.
Comentário:
* 27-33: A pergunta de Jesus força os discípulos a fazer uma revisão de tudo o que ele realizou no meio do povo. Esse povo não entendeu quem é Jesus. Os discípulos, porém, que acompanham e vêem tudo o que Jesus tem feito, reconhecem agora, através de Pedro, que Jesus é o Messias. A ação messiânica de Jesus consiste em criar um mundo plenamente humano, onde tudo é de todos e repartido entre todos. Esse messianismo destrói a estrutura de uma sociedade injusta, onde há ricos à custa de pobres e poderosos à custa de fracos. Por isso, essa sociedade vai matar Jesus, antes que ele a destrua. Mas os discípulos imaginam um messias glorioso e triunfante.

* 34-38: A morte de cruz era reservada a criminosos e subversivos. Quem quer seguir a Jesus esteja disposto a se tornar marginalizado por uma sociedade injusta (perder a vida) e mais, a sofrer o mesmo destino de Jesus: morrer como subversivo (tomar a cruz). 

Tiago 2, 14-18 A fé se manifesta em atos concretos.

* 14 Meus irmãos, se alguém diz que tem , mas não tem obras, que adianta isso? Por acaso a poderá salvá-lo? 15 Por exemplo: um irmão ou irmã não têm o que vestir e lhes falta o pão de cada dia. 16 Então alguém de vocês diz para eles: “Vão em paz, se aqueçam e comam bastante”; no entanto, não lhes o necessário para o corpo. Que adianta isso? 17 Assim também é a : sem as obras, ela está completamente morta.
18 Alguém poderia dizer ainda: “Você tem a , e eu tenho as obras. Pois bem! Mostre-me a sua sem as obras, e eu, com as minhas obras, lhe mostrarei a minha .”
Comentário:
* 14-26: O único meio de salvação é a fé, a adesão a Jesus Cristo. Essa fé, porém, não é coisa teórica ou mero sentimento interior; é o compromisso que se manifesta concretamente em atos e fatos visíveis (cf. Mt 7,21). Tiago toma dois exemplos do Antigo Testamento, que podem ser comparados com Hb 11,31 e, principalmente, com Rm 4 e Gl 3. Aparentemente, Tiago e Paulo tiram conclusões opostas, ao usar o mesmo exemplo. Notemos, porém: Paulo diz que Abraão se tornou justo por meio da fé, e não mediante a prática da Lei. Tiago diz mais: a fé que justificou Abraão é uma realidade que se traduz na prática de atos concretos. Ao falar de prática da Lei, Paulo afirma que nenhuma observância de regras pode levar à salvação, e que a fé é o princípio de toda a vida cristã. Tiago, por sua vez, salienta que a fé se traduz no amor, e este realiza atos concretos. Paulo diz a mesma coisa: “a fé age por meio do amor” (Gl 5,6).


sábado, 12 de setembro de 2015

Lucas 6, 43-49 Os atos revelam a pessoa.

* 43 “Não existe árvore boa que frutos ruins, nem árvore ruim que frutos bons; 44 porque toda árvore é conhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem se apanham uvas de plantas espinhosas. 45 O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração, mas o homem mau tira do seu mal coisas más, porque a boca fala daquilo de que o coração está cheio.”
Passar para a ação -* 46 “Por que vocês me chamam: ‘Senhor! Senhor!’, e não fazem o que eu digo? 47 Vou mostrar a vocês com quem se parece todo aquele que ouve as minhas palavras e as põe em prática. 48 É semelhante a um homem que construiu uma casa: cavou fundo e colocou o alicerce sobre a rocha. Veio a enchente, a enxurrada bateu contra a casa, mas não conseguiu derrubá-la, porque estava bem construída. 49 Aquele que ouve e não põe em prática, é semelhante a um homem que construiu uma casa sobre a terra, sem alicerce. A enxurrada bateu contra a casa, e ela imediatamente desabou; e foi grande a ruína dessa casa.”
Comentário:
* 43-45: Assim como as árvores são conhecidas pelos frutos, do mesmo modo os homens são conhecidos pelos seus atos.
* 46-49: Quem põe em prática a mensagem de Jesus, constrói a vida pessoal e comunitária sobre alicerce firme, que resiste à alienação, aos conflitos e até mesmo à perseguição. Quem fica somente no ouvir ou no falar, jamais colabora na construção de nova sociedade.


sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Lucas 6, 39-42 Só Deus pode julgar.

39 Jesus contou uma parábola aos discípulos: “Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? 40 Nenhum discípulo é maior do que o mestre; e todo discípulo bem formado será como o seu mestre. 41 Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção na trave que no seu próprio olho? 42 Como é que você pode dizer ao seu irmão: ‘Irmão, deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando você não a trave no seu próprio olho? Hipócrita! Tire primeiro a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem, para tirar o cisco do olho do seu irmão.”
Comentário:

* 37-42: Cf. nota em Mt 7,1-5. Lucas salienta que as relações numa sociedade nova não devem ser de julgamento e condenação, mas de perdão e dom. Só Deus pode julgar. 

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Lucas 6, 27-38 A gratuidade nas relações.

* 27 “Mas, eu digo a vocês que me escutam: amem os seus inimigos, e façam o bem aos que odeiam vocês. 28 Desejem o bem aos que os amaldiçoam, e rezem por aqueles que caluniam vocês. 29 Se alguém lhe um tapa numa face, ofereça também a outra; se alguém lhe toma o manto, deixe que leve também a túnica. 30 a quem lhe pede e, se alguém tira o que é de você, não peça que devolva. 31 O que vocês desejam que os outros lhes façam, também vocês devem fazer a eles. 32 Se vocês amam somente aqueles que os amam, que gratuidade é essa? Até mesmo os pecadores amam aqueles que os amam. 33 Se vocês fazem o bem somente aos que lhes fazem o bem, que gratuidade é essa? Até mesmo os pecadores fazem assim. 34 E se vocês emprestam somente para aqueles de quem esperam receber, que gratuidade é essa? Até mesmo os pecadores emprestam aos pecadores, para receber de volta a mesma quantia. 35 Ao contrário, amem os inimigos, façam o bem e emprestem, sem esperar coisa alguma em troca. Então, a recompensa de vocês será grande, e vocês serão filhos do Altíssimo, porque Deus é bondoso também para com os ingratos e maus. 36 Sejam misericordiosos, como também o Pai de vocês é misericordioso.”
Só Deus pode julgar -* 37 Não julguem, e vocês não serão julgados; não condenem, e não serão condenados; perdoem, e serão perdoados. 38 Dêem, e será dado a vocês; colocarão nos braços de vocês uma boa medida, calcada, sacudida, transbordante. Porque a mesma medida que vocês usarem para os outros, será usada para vocês.”
 Comentário:
* 27-36: A vida em sociedade é feita de relacionamentos de interesses e reciprocidade, que geram lucro, poder e prestígio. O Evangelho revoluciona o campo das relações humanas, mostrando que, numa sociedade justa e fraterna, as relações devem ser gratuitas, à semelhança do amor misericordioso do Pai.
* 37-42: Cf. nota em Mt 7,1-5. Lucas salienta que as relações numa sociedade nova não devem ser de julgamento e condenação, mas de perdão e dom. Só Deus pode julgar.