quarta-feira, 28 de maio de 2025
João 16, 16-20 A angústia se transformará em alegria.
* 16 Daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver.” 17 Alguns discípulos comentaram: “O que ele quer dizer com isso: ‘daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver’? E ainda: ‘eu vou para o Pai’?” 18 E diziam: “Que significa esse ‘um pouco’? Não compreendemos o que ele quer dizer.”
19 Jesus percebeu que eles queriam fazer perguntas. E disse: “Vocês estão discutindo porque eu falei: ‘Daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver’? 20 Eu lhes garanto: vocês vão gemer e se lamentar, enquanto o mundo vai se alegrar. Vocês ficarão angustiados, mas a angústia de vocês se transformará em alegria.
Comentário:
* 16-24: A morte de Jesus significará ausência e tristeza. Mas é morte fecunda, pois dará lugar à alegria, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age mediante o Espírito Santo. O que acontece com Jesus acontece com todos: para dar fruto, o grão de trigo deve morrer. Também a comunidade é chamada ao testemunho que pode ir até à morte, como entrega em favor do homem, morrendo 
Jesus prepara os discípulos para aceitarem com serenidade sua morte, pois ela faz parte do plano salvífico e é apenas uma etapa passageira no processo de salvação do ser humano. Os discípulos não devem ficar abalados com a morte de Jesus, porque, ao terceiro dia, ressuscitará. A novidade desse mistério causa muita confusão e questionamento, mas Jesus acalma os discípulos, afirmando que, após a dor e a tristeza, serão tomados pela grande alegria da sua ressurreição. No final, compreenderão que o amor e a vida vencem o pecado do mundo. Cristo ressuscitado é Senhor do tempo, e hoje somos convidados a fazer, do nosso tempo, um tempo no qual testemunhamos a proximidade de Deus com todos os homens e mulheres do mundo.
terça-feira, 27 de maio de 2025
João 16, 12-15 O Espírito vai guiar o testemunho dos discípulos.
- 12 “Ainda tenho muitas coisas para dizer, mas agora vocês não seriam capazes de suportar. 13 Quando vier o Espírito da Verdade, ele encaminhará vocês para toda a verdade, porque o Espírito não falará em seu próprio nome, mas dirá o que escutou e anunciará para vocês as coisas que vão acontecer. 14 O Espírito da Verdade manifestará a minha glória, porque ele vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês. 15 Tudo o que pertence ao Pai, é meu também. Por isso é que eu disse: o Espírito vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês.
Comentário:
* 4b-15: Através do testemunho dos discípulos, o testemunho de Jesus continua na história. Guiados pelo Espírito, os discípulos se tornam capazes de interpretar o mundo a partir da palavra e ação de Jesus. Em qualquer lugar e época, eles irão testemunhar, mostrando que: o pecador é aquele que rejeita a obra de Deus realizada em Jesus e em seus seguidores; o justo é Jesus, presente e atuante naqueles que o testemunham; o condenado é príncipe ou chefe do sistema que condenou Jesus e continua perseguindo seus seguidores. Desse modo, o julgamento de Deus inverte o julgamento dos homens: a morte de Jesus transforma-se em vida, e aqueles que o condenaram, agora são condenados.
 Espírito da Verdade, prometido e enviado sobre os apóstolos por Jesus, guia Paulo na sua missão em Atenas, onde era difundido o culto a muitos deuses pagãos. O mesmo Espírito da vida nos guia hoje e impulsiona-nos a ser fiéis testemunhas da verdade cristã em tudo aquilo que fazemos e somos, seja na esfera religiosa, seja na política ou na social. Verdade e vida são dois termos que esclarecem como Jesus é o caminho que conduz ao Pai, termo recorrente no Evangelho de João e muito iluminador para os cristãos hoje, imersos num mundo que carece de verdade, de vida e de caminhos retos. Resta-nos estar abertos a esse Espírito que nos orienta sobre o passado (compreensão), mas também sobre o futuro (revelação).
segunda-feira, 26 de maio de 2025
João 16, 5-11 O Espírito vai desmascarar o mundo.
* “Eu não lhes disse tudo isso desde o começo, porque eu estava com vocês. 5 Mas agora eu vou para aquele que me enviou. E ninguém de vocês pergunta para onde eu vou? 6 Mas porque eu lhes disse essas coisas, a tristeza encheu o coração de vocês. 7 Entretanto, eu lhes digo a verdade: é melhor para vocês que eu vá embora, porque, se eu não for, o Advogado não virá para vocês. Mas se eu for, eu o enviarei.
8 Quando o Advogado vier, ele vai desmascarar o mundo, mostrando quem é pecador, quem é o Justo e quem é o condenado. 9 Quem é pecador? Aqueles que não acreditaram em mim. 10 Quem é o Justo? Sou eu. Mas vocês não me verão mais, porque eu vou para o Pai. 11 Quem é o condenado? É o príncipe deste mundo, que já foi condenado.”
Comentário:
* 4b-15: Através do testemunho dos discípulos, o testemunho de Jesus continua na história. Guiados pelo Espírito, os discípulos se tornam capazes de interpretar o mundo a partir da palavra e ação de Jesus. Em qualquer lugar e época, eles irão testemunhar, mostrando que: o pecador é aquele que rejeita a obra de Deus realizada em Jesus e em seus seguidores; o justo é Jesus, presente e atuante naqueles que o testemunham; o condenado é príncipe ou chefe do sistema que condenou Jesus e continua perseguindo seus seguidores. Desse modo, o julgamento de Deus inverte o julgamento dos homens: a morte de Jesus transforma-se em vida, e aqueles que o condenaram, agora são condenados.
Jesus anuncia aos discípulos que é chegada a hora de partir. Esclarece, porém, que sua missão não termina com a sua morte. Ao contrário, inicia nova fase, através das obras dos discípulos e através da vinda do Advogado ou Paráclito. O mesmo Espírito que atuou na encarnação e acompanhou Jesus em sua vida é prometido aos discípulos e será dado à Igreja na noite de Pentecostes, garantindo sua unidade e longevidade. Jesus antecipa, porém, como será a ação do Espírito Santo, que virá após sua ressurreição: mostrará o pecado do mundo que rejeitou Jesus, proclamará sua exaltação à direita do Pai e revelará a vitória sobre os demônios.
domingo, 25 de maio de 2025
João 15, 26-16,4 As testemunhas de Jesus e o ódio do mundo.
26 O Advogado, que eu mandarei para vocês de junto do Pai, é o Espírito da Verdade que procede do Pai. Quando ele vier, dará testemunho de mim. 27 Vocês também darão testemunho de mim, porque vocês estão comigo desde o começo.”
Os discípulos não devem se acovardar -* 1 “Eu disse tudo isso para que vocês não se acovardem. 2 Expulsarão vocês das sinagogas. E vai chegar a hora em que alguém, ao matar vocês, pensará que está oferecendo um sacrifício a Deus. 3 Eles farão assim, porque não conhecem o Pai nem a mim. 4 Eu disse tudo isso para que, quando chegar a hora, vocês se lembrem do que eu disse.”
Comentário:
* 18-27: O sinal concreto da comunidade de Jesus é o amor. O sistema de poder que organiza a sociedade e seus adeptos (o mundo) reage com o ódio, pois não aceita os valores do Evangelho. Não existe possibilidade de conciliação entre o “mundo” e a comunidade de Jesus. A comunidade vive debaixo de suspeita e pressão, e basta um passo para sofrer a perseguição aberta. O confronto cresce, porque o “mundo” não aceita o Deus de Jesus, que denuncia a perversidade da sociedade injusta e liberta o povo oprimido.
* 16,1-4a: A palavra de Jesus se dirige agora aos discípulos, preparando-os para a missão futura. A mesma perseguição e marginalização que eles agora sofrem se repetirá mais tarde em relação a qualquer sociedade e sistema religioso que acoberta a injustiça, porque o cristianismo é radicalmente diferente e contrário ao “mundo”.
Jesus alerta os discípulos sobre as perseguições que sofrerão por causa do Evangelho. Ao longo da história, o cristianismo enfrentou muitas situações de perseguição por defender a vida e a verdade. Muitos foram perseguidos e mortos (martirizados), como o próprio Jesus, pois o mundo é incapaz de compreender sua mensagem. O importante, no entanto, é saber que Deus está sempre ao nosso lado, como esteve com Jesus na cruz e com os apóstolos na missão. Em tempos de nova evangelização, que cada um de nós seja corajoso e criativo, lembrando-se das palavras de São João Paulo II: “Não tenhais medo! Abri, ou melhor, escancarai as portas a Cristo”.
sábado, 24 de maio de 2025
João 14, 23-29 O Espírito Santo continua a obra de Jesus.
23 Jesus respondeu: “Se alguém me ama, guarda a minha palavra, e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. 24 Quem não me ama, não guarda as minhas palavras. E a palavra que vocês ouvem não é minha, mas é a palavra do Pai que me enviou. 25 Essas são as coisas que eu tinha para dizer estando com vocês. 26 Mas o Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse.”
A paz que só Jesus pode dar -* 27 «Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo. 28 Vocês ouviram o que eu disse: ‘Eu vou, mas voltarei para vocês’. Se vocês me amassem, ficariam alegres porque eu vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29 Eu lhes digo isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês acreditem. 30 Já não tenho muito tempo para falar com vocês, pois o príncipe deste mundo está chegando. Ele não tem poder sobre mim, 31 mas vem para que o mundo reconheça que eu amo o Pai, e é por isso que faço tudo o que o Pai me mandou. Levantem-se. Vamos sair daqui.”
Comentário:
* 15-26: Advogado é alguém que defende uma causa. Jesus envia o Espírito Santo como advogado da comunidade cristã. O Espírito é a memória de Jesus que continua sempre viva e presente na comunidade. Ele ajuda a comunidade a manter e a interpretar a ação de Jesus em qualquer tempo e lugar. O Espírito também leva a comunidade a discernir os acontecimentos para continuar o processo de libertação, distinguindo o que é vida e o que é morte, e realizando novos atos de Jesus na história. 
* 27-31: Jesus fala de paz e alegria no momento em que sua morte está para acontecer. Paz é a plena realização humana. Ela só é possível se aquele que rege uma sociedade desumana for destituído de poder. A morte de Jesus realiza a paz. Todo martírio é participação nessa luta vitoriosa de Jesus e, portanto, causa de paz e alegria.
Apocalipse 21, 10-14.22-23 Jerusalém-Cidade.
10 E me levou em espírito até um grande e alto monte. E mostrou para mim a Cidade Santa, Jerusalém que descia do céu, de junto de Deus, 11 com a glória de Deus. Seu esplendor é como de uma pedra preciosíssima, pedra de jaspe cristalino. 12 *  Ela está cercada por alta e grossa muralha, com doze portas. Sobre as portas há doze Anjos. Cada porta tem um nome escrito: os nomes das doze tribos de Israel. 13 São três portas no lado do oriente, três portas ao norte, três portas ao sul e três portas no lado do poente. 14 A muralha da cidade tem doze pilares. E nos pilares está escrito o nome dos doze apóstolos do Cordeiro. 22* Não vi na Cidade nenhum Templo, pois o seu Templo é o Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro. 23 A Cidade não precisa do sol nem da lua para ficar iluminada, pois a glória de Deus a ilumina e sua lâmpada é o Cordeiro.
Comentário:
* 9-11: João apresenta agora a nova humanidade como cidade perfeita e deslumbrante. Esta imagem mostra a beleza e santidade da Aliança com Deus. A humanidade é a esposa, o reverso da prostituta. João a apresenta com traços da antiga Babilônia histórica: quadrada, atravessada por uma avenida ao longo do rio, e com jardins. Sugere, assim, que a Jerusalém celeste é a Babilônia, prostituta purificada e transformada pelo Evangelho. Agora, ela reflete a glória de Deus, que nela está presente.
* 12-17: As formas e medidas são perfeitas: muralhas com cento e quarenta e quatro côvados (doze x doze), doze portas com os nomes das doze tribos, doze alicerces com os nomes dos doze apóstolos. Ela é quadrada e cúbica, como o Santo dos santos no Templo. Sua perfeição é inimaginável (doze mil). Ela é uma cidade universal, aberta para toda a humanidade (portas voltadas para os quatro pontos cardeais).
* 22-23: Deus está presente nessa humanidade. Não é preciso mais nenhum meio para ligá-la com Deus: nem Templo, nem liturgia, nem sacerdócio. É o momento do face-a-face. Consequentemente, também não existem outras mediações: política, economia, propaganda, comércio etc. A comunhão total com Deus leva à comunhão total dos homens entre si.
sexta-feira, 23 de maio de 2025
João 15, 18-21 As testemunhas de Jesus e o ódio do mundo.
* 18 «Se o mundo odiar vocês, saibam que odiou primeiro a mim. 19 Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que é dele. Mas o mundo odiará vocês, porque vocês não são do mundo, pois eu escolhi vocês e os tirei do mundo. 20 Lembrem-se do que eu disse: nenhum empregado é maior do que seu patrão. Se perseguiram a mim, vão perseguir vocês também; se guardaram a minha palavra, vão guardar também a palavra de vocês. 21 Farão isso a vocês por causa de meu nome, pois não reconhecem aquele que me enviou.
Comentário:
* 18-27: O sinal concreto da comunidade de Jesus é o amor. O sistema de poder que organiza a sociedade e seus adeptos (o mundo) reage com o ódio, pois não aceita os valores do Evangelho. Não existe possibilidade de conciliação entre o “mundo” e a comunidade de Jesus. A comunidade vive debaixo de suspeita e pressão, e basta um passo para sofrer a perseguição aberta. O confronto cresce, porque o “mundo” não aceita o Deus de Jesus, que denuncia a perversidade da sociedade injusta e liberta o povo oprimido.
O evangelista João continua apresentando o tema do amor que vem de Cristo, contrapondo-o ao ódio que vem do mundo. Jesus procura animar os discípulos para que enfrentem com coragem o ódio do qual serão alvo e os tempos difíceis que virão após sua morte. Sua mensagem provocará mudanças estruturais na vida do ser humano e na sociedade, por isso não será bem recebida pelos detentores do poder e por aqueles demasiado apegados ao sistema alienante. Muitos, porém, escutarão e abraçarão a fé, sendo iluminados pela Palavra de Deus, que continua a agir através dos apóstolos e de nós hoje. O Evangelho nos assegura que a escolha de Cristo nos separou do mundo do comodismo e da hipocrisia, separou-nos daquele mundo que atenta contra os ideais da verdade que considera incômoda. A confiança dos cristãos está no Senhor ressuscitado, que garante que todo o que viver por ele, com ele há de tomar parte da bem-aventurança eterna.
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