terça-feira, 16 de janeiro de 2024
Marcos 3, 1-6 A lei de Jesus é salvar o homem.
* 1 Jesus entrou de novo na sinagoga, onde estava um homem com a mão seca. 2 Havia aí algumas pessoas espiando, para verem se Jesus ia curá-lo em dia de sábado, e assim poderem acusá-lo. 3 Jesus disse ao homem da mão seca: “Levante-se e fique no meio.” 4 Depois perguntou aos outros: “O que é que a Lei permite no sábado: fazer o bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou matá-la?” Mas eles não disseram nada. 5 Jesus então olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eles eram duros de coração. Depois disse ao homem: “Estenda a mão.” O homem estendeu a mão e ela ficou boa. 6 Logo depois, os fariseus saíram da sinagoga e, junto com alguns do partido de Herodes, faziam um plano para matar Jesus.
Comentário:
* 1-6: Jesus mostra que a lei do sábado deve ser interpretada como libertação e vida para o homem. Ao mesmo tempo, partidos que eram inimigos entre si reúnem-se para planejar a morte desse profeta: afinal, ele está destruindo a ideia de religião e sociedade que eles tinham.
Na sinagoga, outro conflito entre os fariseus e Jesus. Aferrados à observância do sábado, eles têm visão curta para a realidade e são insensíveis às necessidades das pessoas. No caso, um homem com mão paralisada. Jesus dispara uma pergunta tão adequada, que a assembleia emudece: “É permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou matar?”. A resposta é óbvia, mas os fariseus não querem comprometer-se. Calam-se, mas no seu interior tramam a eliminação de Jesus, que tem boas razões para ficar indignado: “por causa da dureza do coração deles”. Não beneficiam o ser humano enquanto estão apegados a uma lei caduca, desumana. Não querem deixar livre um pregador que defende a pessoa, libertando-a das opressões ideológicas e sociais.
segunda-feira, 15 de janeiro de 2024
Marcos 2, 23-28 Jesus liberta da lei.
* 23 Num dia de sábado, Jesus estava passando por uns campos de trigo. Os discípulos iam abrindo caminho, e arrancando as espigas. 24 Então os fariseus perguntaram a Jesus: “Vê: por que os teus discípulos estão fazendo o que não é permitido em dia de sábado?” 25 Jesus perguntou aos fariseus: “Vocês nunca leram o que Davi e seus companheiros fizeram quando estavam passando necessidade e sentindo fome? 26 Davi entrou na casa de Deus, no tempo em que Abiatar era sumo sacerdote, comeu dos pães oferecidos a Deus e os deu também para os seus companheiros. No entanto só os sacerdotes podem comer desses pães.” 27 E Jesus acrescentou: “O sábado foi feito para servir ao homem, e não o homem para servir ao sábado. 28 Portanto, o Filho do Homem é senhor até mesmo do sábado.”
Comentário:
* 23-28: O centro da obra de Deus é o homem, e cultuar a Deus é fazer o bem ao homem. Não se trata de estreitar ou alargar a lei do sábado, mas de dar sentido totalmente novo a todas as estruturas e leis que regem as relações entre os homens. Porque só é bom aquilo que faz o homem crescer e ter mais vida. Toda lei que oprime o homem é lei contra a própria vontade de Deus, e deve ser abolida.
Os discípulos de Jesus estão simplesmente colhendo algumas espigas para matar a fome, em dia de sábado. Isso era permitido (cf. Dt 23,25). Proibido era fazer colheita (passar a foice) na plantação alheia (cf. Dt 23,26). Os fariseus, no entanto, usando de má intenção e tentando confundir o Mestre, acusam os discípulos dele de violação da lei sabática. Rápido no raciocínio, Jesus rebate a crítica dos fariseus, mostrando que o grande líder deles, Davi, alimentou a si e seus companheiros com o pão sagrado, que era reservado aos sacerdotes. Isto é, Davi se permitiu agir acima da lei para sanar uma necessidade legítima dele e dos companheiros. Jesus deixa claro que a lei existe para beneficiar o ser humano. E revela também que ele mesmo é maior do que Davi, que eles tanto prezavam.
domingo, 14 de janeiro de 2024
Marcos 2, 18-22 Jesus provoca ruptura.
-* 18 Os discípulos de João Batista e os fariseus estavam fazendo jejum. Então alguns perguntaram a Jesus: “Por que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus fazem jejum e os teus discípulos não fazem?” 19 Jesus respondeu: “Vocês acham que os convidados de um casamento podem fazer jejum enquanto o noivo está com eles? Enquanto o noivo está presente, os convidados não podem fazer jejum. 20 Mas vão chegar dias em que o noivo será tirado do meio deles. Nesse dia eles vão jejuar. 21 Ninguém põe um remendo de pano novo em roupa velha; porque o remendo novo repuxa o pano e o rasgo fica maior ainda. 22 Ninguém coloca vinho novo em barris velhos; porque o vinho novo arrebenta os barris velhos, e o vinho e os barris se perdem. Por isso, vinho novo deve ser colocado em barris novos.”
Comentário:
* 18-22: O jejum caracterizava o tempo de espera. Mas esse tempo já terminou. Chegou a hora da festa do casamento, isto é, da nova e alegre relação entre Deus e os homens. A atividade de Jesus mostra que o amor de Deus vem para salvar o homem concreto e não para manter as estruturas que sugam o homem. A novidade rompe estas estruturas simbolizadas pela roupa e barril velhos. Jesus não veio para reformar; ele exige mudança radical.
Por que uma pessoa se dispõe a fazer jejum? Qual é o benefício que daí se obtém? Os discípulos do Batista e os discípulos dos fariseus faziam jejum, provavelmente, para agradar a Deus e, assim, aumentar os próprios méritos diante dele. Ao responder ao questionamento em torno do jejum, Jesus mostra que mais importante do que renunciar a algo material é estar com ele. Pois ele é o protagonista da história, o noivo da humanidade, a razão da festa. Portanto, é tempo de alegria e de fraternidade. Não é tempo de aborrecimento, de pessimismo. Haverá dias de tristeza, é claro, como os da Paixão. Mas a Páscoa devolve a esperança. Jesus é a presença de Deus em nosso meio. É necessário, porém, que haja mudança de mentalidade para aceitar a novidade de Jesus: “vinho novo em vasilhas novas”.
sábado, 13 de janeiro de 2024
João 1, 35-42 As testemunhas apontam o Salvador.
-* 35 No dia seguinte, João aí estava de novo, com dois discípulos. 36 Vendo Jesus que ia passando, apontou: “Eis aí o Cordeiro de Deus.” 37 Ouvindo essas palavras, os dois discípulos seguiram a Jesus. 38 Jesus virou-se para trás, e vendo que o seguiam, perguntou: “O que é que vocês estão procurando?” Eles disseram: “Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?” 39 Jesus respondeu: “Venham, e vocês verão.” Então eles foram e viram onde Jesus morava. E começaram a viver com ele naquele mesmo dia. Eram mais ou menos quatro horas da tarde.
40 André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que ouviram as palavras de João e seguiram a Jesus. 41 Ele encontrou primeiro o seu próprio irmão Simão, e lhe disse: “Nós encontramos o Messias (que quer dizer Cristo).” 42 Então André apresentou Simão a Jesus. Jesus olhou bem para Simão e disse: “Você é Simão, o filho de João. Você vai se chamar Cefas (que quer dizer Pedra).”
Comentário:
Comentário:
* 35-51: João descreve os sete dias da nova criação. No primeiro dia, João Batista afirma: “No meio de vocês existe alguém que vocês não conhecem.” Nos dias seguintes vemos como João Batista, João, André, Simão, Filipe e Natanael descobrem a Jesus. É sempre uma testemunha que aponta Jesus para outra. O último dia será o casamento em Caná, onde Jesus manifestará a sua glória.
“O que vocês estão procurando?” São estas as primeiras palavras de Jesus neste evangelho. Essa pergunta, ele a faz a todos os homens. Nós queremos saber quem é Jesus, e ele nos pergunta sobre o que buscamos na vida.
Os homens que encontraram Jesus começaram a conviver com ele. E no decorrer do tempo vão descobrindo que ele é o Mestre, o Messias, o Filho de Deus. O mesmo acontece conosco: enquanto caminhamos com Cristo, vamos progredindo no conhecimento a respeito dele.
João Batista era apenas testemunha de Jesus, a quem tudo se deve dirigir. João sabia disso; por isso convida seus próprios discípulos para que se dirijam a Jesus. E os dois primeiros vão buscar outros. É desse mesmo modo que nós encontramos a Jesus: porque outra pessoa nos falou dele ou nos comprometeu numa tarefa apostólica.
Jesus sempre reconhece aqueles que o Pai coloca em seu caminho. Ele reconhece Natanael debaixo da figueira e também Simão, escolhido para ser a primeira Pedra da Igreja.
Vereis o céu aberto: No sonho de Jacó, os anjos subiam e desciam por uma escada que ligava a terra ao céu (leia Gn 28,10-22). Doravante é Jesus, o Filho do Homem, a nova ligação entre Deus e os homens.
É o primeiro apelo vocacional do quarto Evangelho. João Batista aponta o “Cordeiro de Deus” a dois de seus discípulos, aos quais Jesus pergunta: “O que vocês estão procurando?”. Essa é a questão sobre a qual todo cristão, ou cristã, deve seriamente refletir: o que estou, de fato, buscando? Por que quero ser cristão, agente de pastoral, consagrado(a), sacerdote? Os dois discípulos fazem breve estágio convivendo com Jesus. Provavelmente, ficam edificados e satisfeitos, pois, ao sair dali, André vai chamar seu irmão Simão, para quem Jesus já tem um plano: “Você é Simão, filho de João, e será chamado de Cefas” (que quer dizer Pedro). Certamente, André deu testemunho a respeito de Jesus a muitas outras pessoas. É o testemunho que provoca o desejo de conhecer Jesus e estabelecer comunhão com ele.
1 Coríntios 6, 13-15.17-20 A imoralidade.
13 “Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos.” Sim, mas Deus destruirá os dois. Ora, o corpo não é para a imoralidade e sim para o Senhor; e o Senhor é para o corpo. 14 Deus, que ressuscitou o Senhor, ressuscitará também a nós pelo seu poder.
15 Vocês não sabem que seus corpos são membros de Cristo? Tomarei, então, os membros de Cristo para fazê-los membros de uma prostituta? Claro que não! Pois assim está na Escritura: “Os dois serão uma só carne.” 17 Ao contrário, aquele que se une ao Senhor, forma com ele um só espírito.
18 Fujam da imoralidade. Qualquer outro pecado que o homem comete, é exterior ao seu corpo; mas quem se entrega à imoralidade peca contra o seu próprio corpo. 19 Ou vocês não sabem que o seu corpo é templo do Espírito Santo, que está em vocês e lhes foi dado por Deus? Vocês já não pertencem a si mesmos. 20 Alguém pagou alto preço pelo resgate de vocês. Portanto, glorifiquem a Deus no corpo de vocês.
Comentário:
* 12-20: Paulo enfrenta uma falsa concepção de liberdade, extremamente permissiva em questões de vida sexual. Como princípio, ele salienta que nem tudo convém à condição cristã. Em outras palavras: o cristão deve saber discernir o que leva ao crescimento e à realização da pessoa humana. Uma vez que foi resgatado por Cristo para viver a liberdade, ele não deve deixar-se escravizar de novo, nem mesmo pelo próprio corpo, muitas vezes injuriando o próprio corpo.
sexta-feira, 12 de janeiro de 2024
Marcos 2, 13-17 Jesus rejeita a hipocrisia social.
-* 13 Jesus saiu de novo para a beira do mar. Toda a multidão ia ao seu encontro. E Jesus os ensinava. 14 Enquanto ia caminhando, Jesus viu Levi, o filho de Alfeu, sentado na coletoria de impostos, e disse para ele: “Siga-me.” Levi se levantou e o seguiu.
15 Mais tarde, Jesus estava comendo na casa de Levi. Havia vários cobradores de impostos e pecadores na mesa com Jesus e seus discípulos; com efeito, eram muitos os que o seguiam. 16 Alguns doutores da Lei, que eram fariseus, viram que Jesus estava comendo com pecadores e cobradores de impostos. Então eles perguntaram aos discípulos: “Por que Jesus come e bebe junto com cobradores de impostos e pecadores?” 17 Jesus ouviu e respondeu: “As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes. Eu não vim para chamar justos, e sim pecadores.”
Comentário:
* 13-17: Os cobradores de impostos eram desprezados e marginalizados porque colaboravam com a dominação romana, cobrando imposto e, em geral, aproveitando para roubar. Jesus rompe os esquemas sociais que dividem os homens em bons e maus, puros e impuros. Chamando um cobrador de impostos para ser seu discípulo, e comendo com os pecadores, Jesus mostra que sua missão é reunir e salvar aqueles que a sociedade hipócrita rejeita como maus.
O evangelista Marcos insiste em afirmar que Jesus ensinava as multidões ou anunciava-lhes a Palavra. É o que faz agora, à beira-mar. Na sequência, Jesus passa e convida um coletor de impostos para ser seu discípulo. Por sua atitude ousada, Jesus enfrentará as críticas maldosas dos “doutores da Lei, do partido dos fariseus”. Estes classificavam os coletores de impostos como “pecadores”, porque estavam a serviço dos ocupantes romanos, tratavam com os não judeus e, em geral, abusavam da função explorando o povo. Admirável é a atitude de Jesus, que não se deixa levar por preconceitos e desconcerta os adversários: “Eu não vim chamar justos, e sim pecadores”. Edificante também é a atitude de Levi (Mateus), que deixa tudo para seguir a Jesus. A renúncia está em função do seguimento ao Mestre.
quinta-feira, 11 de janeiro de 2024
Marcos 2, 1-12 Jesus liberta pela raiz.
-* 1 Alguns dias depois, Jesus entrou de novo na cidade de Cafarnaum. Logo se espalhou a notícia de que Jesus estava em casa. 2 E tanta gente se reuniu aí que já não havia lugar nem na frente da casa. E Jesus anunciava a palavra.
3 Levaram então um paralítico, carregado por quatro homens. 4 Mas eles não conseguiam chegar até Jesus, por causa da multidão. Então fizeram um buraco no teto, bem em cima do lugar onde Jesus estava, e pela abertura desceram a cama em que o paralítico estava deitado. 5 Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Filho, os seus pecados estão perdoados.”
6 Ora, alguns doutores da Lei estavam aí sentados, e começaram a pensar: 7 “Por que este homem fala assim? Ele está blasfemando! Ninguém pode perdoar pecados, porque só Deus tem poder para isso!” 8 Jesus logo percebeu o que eles estavam pensando no seu íntimo, e disse: “Por que vocês pensam assim? 9 O que é mais fácil dizer ao paralítico: ‘Os seus pecados estão perdoados’, ou dizer: ‘Levante-se, pegue a sua cama e ande?’ 10 Pois bem, para que vocês saibam que o Filho do Homem tem poder na terra para perdoar pecados, - disse Jesus ao paralítico - 11 eu ordeno a você: Levante-se, pegue a sua cama e vá para casa.” 12 O paralítico então se levantou e, carregando a sua cama, saiu diante de todos. E todos ficaram muito admirados e louvaram a Deus dizendo: “Nunca vimos uma coisa assim!”
Comentário:
* 2,1-12: Segundo os antigos, a doença era causada pelo pecado. Para libertar o homem, Jesus vai direto à raiz: o pecado invisível que causa os males externos e visíveis. A oposição a Jesus começa: os doutores da Lei só se preocupam com teorias religiosas, e não em transformar a situação do homem. A ação de Jesus é completa. É um dizer e fazer que cura por dentro e por fora, fazendo o homem reconquistar a capacidade de caminhar por si.
Numerosas pessoas se concentram ao redor de Jesus, animadas com sua pregação. Algo inédito se passa: quatro homens carregam um paralítico e, pela cobertura, o colocam diante de Jesus. O gesto deles já é um eloquente pedido de cura. Então Jesus toma a iniciativa e lhe perdoa os pecados. Ora, perdoar pecados é privilégio exclusivo de Deus. Do ponto de vista dos mestres da Lei, Jesus está blasfemando. A pena para quem blasfemava era o apedrejamento. Mas Jesus tem também o dom de saber o que estão matutando em seu interior. Perdoar pecados é uma realidade invisível, teoricamente mais fácil. Entretanto, para manifestar o poder de “perdoar pecados sobre a terra”, Jesus cura o paralítico. Cura o ser humano na sua totalidade.
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