domingo, 3 de dezembro de 2023
Mateus 8, 5-11 As fronteiras do Reino.
-* 5 Jesus estava entrando em Cafarnaum, quando um oficial romano se aproximou dele, suplicando: 6 “Senhor, meu empregado está em casa, de cama, sofrendo muito com uma paralisia.” 7 Jesus respondeu: “Eu vou curá-lo.” 8 O oficial disse: “Senhor, eu não sou digno de que entres em minha casa. Dize uma só palavra e meu empregado ficará curado. 9 Pois eu também obedeço a ordens e tenho soldados sob minhas ordens. E digo a um: vá, e ele vai; e a outro: venha, e ele vem; e digo ao meu empregado: faça isso, e ele faz.”
10 Quando ouviu isso, Jesus ficou admirado, e disse aos que o seguiam: “Eu garanto a vocês: nunca encontrei uma fé igual a essa em ninguém de Israel! 11 Eu digo a vocês: muitos virão do Oriente e do Ocidente, e se sentarão à mesa no Reino do Céu junto com Abraão, Isaac e Jacó.
Comentário:
* 5-13: Atendendo ao pedido de um pagão, Jesus mostra que as fronteiras do Reino vão muito além do mundo estreito da pertença a uma origem privilegiada. A fronteira agora é a fé na palavra libertadora de Jesus. Mesmo pertencendo ao grupo dos que se consideram salvos, se não houver essa fé, também não haverá possibilidade de entrar no Reino de Deus.
Duas virtudes se destacam de imediato na pessoa do oficial romano: a humildade e a fé. O oficial, chamado também de centurião, era responsável por cem soldados romanos. Portanto exercia importante cargo na sociedade. Mesmo assim, desapega-se de sua posição social e se dispõe a procurar Jesus para lhe pedir discretamente que venha em socorro do seu empregado enfermo. Embora não pertença ao povo de Israel, o centurião crê que Jesus é um enviado de Deus e tem poder de curar. Jesus não só atende ao seu pedido, curando-lhe o empregado, mas elogia a sua fé. O centurião é um dos primeiros de uma série de pagãos que vão se abrir para formar a nova família de Deus, os cristãos.
sábado, 2 de dezembro de 2023
Marcos 13, 33-37 Fiquem vigiando.
33 Prestem atenção! Não fiquem dormindo, porque vocês não sabem quando vai ser o momento. 34 Vai acontecer como a um homem que partiu para o estrangeiro. Ele deixou a casa, distribuiu a tarefa a cada um dos empregados, e mandou o porteiro ficar vigiando. 35 Vigiem, portanto, porque vocês não sabem quando o dono da casa vai voltar; pode ser à tarde, à meia-noite, de madrugada ou pelo amanhecer. 36 Se ele vier de repente, não deve encontrá-los dormindo. 37 O que eu digo a vocês, digo a todos: Fiquem vigiando.”
Comentário:
* 28-37: Somente agora Jesus responde à pergunta dos discípulos (v. 4). Mas, em vez de dizer “quando” ou “como” acontecerá o fim, ele indica apenas como o discípulo deve se comportar na história. A tarefa do discípulo é testemunhar sem desanimar, continuando a ação de Jesus. A espera da plena manifestação de Jesus e do mundo novo por ele prometido impede, de um lado, que o discípulo se instale na situação presente; de outro, evita que o discípulo desanime, achando que o projeto de Jesus é difícil, distante e inviável.
Jesus alerta seus discípulos a não caírem no sono, mas a permanecerem acordados e ativos, porque “não sabem quando será o momento” da prestação de contas. Servos, patrão e casa indicam a comunidade cristã. O homem que partiu para o estrangeiro é uma alusão a Jesus e à sua morte. O porteiro é o responsável pela comunidade. O cristão que vive à espera do seu Senhor ou na presença do Senhor, que age nos acontecimentos, é convidado a assumir suas responsabilidades. Em outras passagens do Novo Testamento, a vigilância vem explicitada como oração, fé, caridade incansável e resistência ao mal. São Paulo fala da vigilância em termos de sobriedade, fé, amor e esperança: “Nós, que somos do dia, fiquemos sóbrios, revestindo a armadura da fé e do amor, e o capacete da esperança da salvação” (1Ts 5,8).
1 Coríntios 1, 3-9 Endereço e saudação.
3 Graça e paz a vocês da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.
Agradecimento -* 4 Sem cessar, agradeço a Deus por causa de vocês, em vista da graça de Deus que lhes foi concedida em Jesus Cristo. 5 Pois em Jesus é que vocês receberam todas as riquezas, tanto da palavra quanto do conhecimento. 6 Na verdade, o testemunho de Cristo tornou-se firme em vocês, 7 a tal ponto que não lhes falta nenhum dom, que esperam a Revelação de nosso Senhor Jesus Cristo. 8 É ele que também os fortalecerá até o fim, para que vocês não sejam acusados no Dia de nosso Senhor Jesus Cristo. 9 O Deus que chamou vocês para a comunhão com o seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, ele é fiel.
Comentário:
* 1-3: Desde o início, Paulo já salienta o aspecto da unidade, que é um dos temas fundamentais da carta: o único Senhor das igrejas é Jesus Cristo.
* 4-9: A evangelização da comunidade de Corinto foi completa: ela recebeu a riqueza do Evangelho e da sabedoria da vida cristã. Este é outro tema importante da carta. Resta à comunidade perseverar no testemunho de Jesus Cristo até o fim.
sexta-feira, 1 de dezembro de 2023
Lucas 21, 34-36 Estejam atentos.
34 Tomem cuidado para que os corações de vocês não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida, e esse dia não caia de repente sobre vocês. 35 Pois esse dia cairá, como armadilha, sobre todos aqueles que habitam a face de toda a terra. 36 Fiquem atentos, e rezem todo o tempo, a fim de terem força para escapar de tudo o que deve acontecer, e para ficarem de pé diante do Filho do Homem.”
Comentário:
* 29-38: Tarefa urgente do discípulo é testemunhar sem esmorecer, continuando a ação de Jesus. A espera da plena manifestação de Jesus e do mundo novo, por ele prometido, impede que o discípulo se instale na situação presente; e por outro lado, evita que o discípulo desanime, achando que o projeto de Jesus é difícil, distante e inviável.
A comunidade deve sempre tomar cuidado para não relaxar ou dar mau exemplo, assumindo os vícios da sociedade injusta (embriaguez, preocupações com a vida). A vida desregrada e o envolvimento com os bens materiais abafam a mensagem de Jesus e não nos permitem instaurar o Reino de Deus. O Reino e a vinda do Filho do Homem estão presentes em cada acontecimento da história da salvação. O julgamento está sempre se realizando na história. A cada momento, a injustiça vai sendo desmascarada e os injustos são pegos de surpresa. A comunidade deve, portanto, estar sempre de prontidão, praticando a justiça. Sua força virá da vigilância e da oração. Nosso modelo é Jesus de Nazaré, o Vigilante por excelência, sempre pronto a fazer a vontade do Pai.
quinta-feira, 30 de novembro de 2023
Lucas 21, 29-33 Estejam atentos.
* 29 E Jesus contou uma parábola: “Olhem a figueira e todas as árvores. 30 Vendo que elas estão dando brotos, vocês logo sabem que o verão está perto. 31 Vocês também, quando virem acontecer essas coisas, fiquem sabendo que o Reino de Deus está perto. 32 Eu garanto a vocês: tudo isso vai acontecer, antes que passe esta geração. 33 O céu e a terra desaparecerão, mas as minhas palavras não desaparecerão.
Comentário:
* 29-38: Tarefa urgente do discípulo é testemunhar sem esmorecer, continuando a ação de Jesus. A espera da plena manifestação de Jesus e do mundo novo, por ele prometido, impede que o discípulo se instale na situação presente; e por outro lado, evita que o discípulo desanime, achando que o projeto de Jesus é difícil, distante e inviável.
Jesus avisa: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão”. A presença e a incidência das comunidades cristãs no mundo são testemunho de que as palavras de Jesus continuam válidas e atuais. A parábola da figueira é um alerta para a realidade do Reino de Deus que está sempre se aproximando. O Reino de Deus nada mais é do que a justiça que anuncia e denuncia, provocando transformações em todos os níveis de relações humanas. O Reino se aproxima e torna-se presente sempre que a justiça triunfa, criando relações determinadas pelo espírito de partilha e fraternidade, levando todos a usufruírem a liberdade e a vida. A mensagem é de esperança e libertação: o Filho do Homem tem nas mãos as rédeas da história e libertará todos os que lhe são fiéis na construção da nova história.
quarta-feira, 29 de novembro de 2023
Mateus 4, 18-22 Seguir a Jesus é comprometer-se.
-* 18 Jesus andava à beira do mar da Galiléia, quando viu dois irmãos: Simão, também chamado Pedro, e seu irmão André. Estavam jogando a rede no mar, pois eram pescadores. 19 Jesus disse para eles: “Sigam-me, e eu farei de vocês pescadores de homens.” 20 Eles deixaram imediatamente as redes, e seguiram a Jesus. 21 Indo mais adiante, Jesus viu outros dois irmãos: Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca com seu pai Zebedeu, consertando as redes. E Jesus os chamou. 22 Eles deixaram imediatamente a barca e o pai, e seguiram a Jesus.
Comentário:
* 18-22: Cf. nota em Mc 1,16-20: O chamado dos primeiros discípulos é um convite aberto a todos os que ouvem as palavras de Jesus. Simão e André deixam a profissão; Tiago e João deixam a família... Seguir a Jesus implica deixar as seguranças que possam impedir o compromisso com uma ação transformadora.
Há duas tradições a respeito da vocação de André. Em Mc 1,16ss., foi chamado juntamente com Pedro, quando estavam pescando no mar da Galileia. Segundo Jo 1,40ss., foi chamado juntamente com outro discípulo do Batista, que apontou Jesus como o “Cordeiro de Deus”. André aparece no elenco dos doze apóstolos. Em Jo 6,8, é André quem informa sobre um menino que tem os pães e os peixes que logo são partilhados entre todos. Em Jo 12,22, André atua como mediador entre Jesus e os gregos que pedem uma entrevista com Jesus. Algumas tradições referem que André desenvolveu seu ministério apostólico na Grécia e na Ásia Menor. Segundo tais tradições, morreu mártir em Patras, sobre uma cruz disposta em X. Suas relíquias, levadas a Roma em 1462, foram restituídas à Grécia pelo papa Paulo VI.
terça-feira, 28 de novembro de 2023
Lucas 21, 12-19 A coragem do testemunho.
-* 12 “Mas, antes que essas coisas aconteçam, vocês serão presos e perseguidos; entregarão vocês às sinagogas, e serão lançados na prisão; serão levados diante de reis e governadores, por causa do meu nome. 13 Isso acontecerá para que vocês deem testemunho. 14 Portanto, tirem da cabeça a ideia de que vocês devem planejar com antecedência a própria defesa; 15 porque eu lhes darei palavras de sabedoria, de tal modo que nenhum dos inimigos poderá resistir ou rebater vocês. 16 E vocês serão entregues até mesmo pelos próprios pais, irmãos, parentes e amigos. E eles matarão alguns de vocês. 17 Vocês serão odiados por todos, por causa do meu nome. 18 Mas não perderão um só fio de cabelo. 19 É permanecendo firmes que vocês irão ganhar a vida!”
Comentário:
* 12-19: A relação entre Deus e os homens continua através dos discípulos, que devem prosseguir a missão de Jesus pelo testemunho. Contudo, assim como Jesus encontrou resistência, também eles: serão perseguidos, presos, torturados, julgados e até mesmo mortos por continuarem a ação de Jesus. Mas não devem ficar preocupados com a própria defesa. O importante é a coragem de permanecer firmes até o fim.
O livro dos Atos dos Apóstolos comprova, mediante inúmeros fatos, a veracidade desse discurso de Jesus. É a reviravolta provocada pela implantação do Reino de Deus. Por que a pregação do Evangelho causa tanta agitação na sociedade? Porque há um grupo de poderosos que se recusam a mudar suas atitudes de prepotência, exploração e opressão do povo. Querem manter seus privilégios. Então se trava uma luta sem tréguas entre os discípulos de Jesus, que corajosamente pregam a Boa-nova, e aqueles que preferem conviver com a injustiça. Cristãos e cristãs são reprimidos, aprisionados, levados aos tribunais para prestar conta de suas atitudes e de sua fé. Mas têm a garantia da assistência de Jesus: “Eu darei a vocês palavras e sabedoria, às quais nenhum dos adversários conseguirá resistir ou rebater”.
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