domingo, 15 de outubro de 2023

Lucas 11, 29-32 O grande sinal.

-* 29 Quando as multidões se reuniram, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. 30 De fato, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. 31 No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará contra os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão. 32 No dia do julgamento, os homens da cidade de Nínive ficarão de pé contra esta geração. Porque eles fizeram penitência quando ouviram Jonas pregar. E aqui está quem é maior do que Jonas.” Comentário: * 29-32: Não é um sinal maravilhoso que leva os homens à conversão, e sim a adesão ao projeto da nova história, manifestado na palavra de Jesus. Jesus sente que suas palavras e obras não encontram acolhimento no coração de seus conterrâneos, sobretudo dos dirigentes do povo. De vez em quando, ele é desafiado a exibir algum prodígio espetacular, capaz de convencê-los de que ele é verdadeiramente o Filho de Deus. No entanto, basta-lhes o eloquente sinal de Jonas. Jesus classifica esta geração como malvada, isto é, aferrada a uma instituição que não abre mão de privilégios, que não aceita a proposta de uma sociedade assentada na prática da justiça e da fraternidade. É uma geração tão avessa à presença e mensagem de Jesus, que no dia do Julgamento será condenada. Não por Jesus, mas pelos que se converteram com a pregação de Salomão e de Jonas. Aqui está alguém (Jesus) que é maior do que Salomão e Jonas.

sábado, 14 de outubro de 2023

Mateus 22, 1-14 O novo povo de Deus.

-* 1 Jesus voltou a falar em parábolas aos chefes dos sacerdotes e aos anciãos do povo. 2 Ele dizia: “O Reino do Céu é como um rei que preparou a festa de casamento do seu filho. 3 E mandou seus empregados chamar os convidados para a festa, mas estes não quiseram ir. 4 O rei mandou outros empregados, dizendo: ‘Falem aos convidados que eu já preparei o banquete, os bois e animais gordos já foram abatidos, e tudo está pronto. Que venham para a festa’. 5 Mas os convidados não deram a menor atenção; um foi para o seu campo, outro foi fazer os seus negócios, 6 e outros agarraram os empregados, bateram neles, e os mataram. 7 Indignado, o rei mandou suas tropas, que mataram aqueles assassinos, e puseram fogo na cidade deles. 8 Em seguida, o rei disse aos empregados: ‘A festa de casamento está pronta, mas os convidados não a mereceram. 9 Portanto, vão até as encruzilhadas dos caminhos, e convidem para a festa todos os que vocês encontrarem’. 10 Então os empregados saíram pelos caminhos, e reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala da festa ficou cheia de convidados. 11 Quando o rei entrou para ver os convidados, observou aí alguém que não estava usando o traje de festa. 12 E lhe perguntou: ‘Amigo, como foi que você entrou aqui sem o traje de festa?’ Mas o homem nada respondeu. 13 Então o rei disse aos que serviam: ‘Amarrem os pés e as mãos desse homem, e o joguem fora na escuridão. Aí haverá choro e ranger de dentes’. 14 Porque muitos são chamados, e poucos são escolhidos.” Comentário: * 1-14: É em Jesus que Deus convoca os homens para uma nova aliança, simbolizada pela festa de casamento. Os que rejeitam o convite são aqueles que se apegam ao sistema religioso que defende seus interesses e, por isso, não aceitam o chamado de Jesus. Estes serão julgados e destruídos juntamente com o sistema que defendem. O convite é dirigido então aos que não estão comprometidos com tal sistema, mas, ao contrário, são até marginalizados por ele. Começa na história novo povo de Deus, formado de pobres e oprimidos. Os vv. 11-14, porém, mostram que até mesmo estes últimos serão excluídos, se não realizarem a prática da nova justiça (traje de festa). A festa de casamento ou banquete, na Bíblia, é símbolo da aliança de Deus com o povo. O rei representa Deus. O filho que se casa é Jesus. Os servos rejeitados pelos chefes religiosos são os profetas. Os primeiros convidados dizem sim, mas não comparecem. Deus não desiste e faz novo convite. Mas os convidados, envolvidos em seus interesses pessoais (campo, negócios), não dão atenção. Outros partem para a violência e matam os profetas. A reação do rei é uma alusão à tomada de Jerusalém pelos romanos, no ano 70 d.C. Sabemos, porém, que não é Deus quem destrói. A pessoa é que provoca a destruição, quando rejeita a vida que Deus oferece. Enfim, o convite é dirigido a todos, “bons e maus”. Mas não basta somente aceitar o convite. No Reino de Deus, é necessário assumir a prática da justiça (roupa de festa).

Filipenses 4, 12-14.19-20 Gratidão pela oferta da comunidade.

12 Aprendi a viver na necessidade e aprendi a viver na abundância; estou acostumado a toda e qualquer situação: viver saciado e passar fome, ter abundância e passar necessidade. 13 Tudo posso naquele que me fortalece. 19 O meu Deus, por sua vez, atenderá com grandeza a todas as necessidades de vocês, conforme a riqueza dele em Jesus Cristo. 20 Ao nosso Deus e Pai seja dada a glória para sempre. Amém. Comentário: * 10-20: Paulo agradece o auxílio que os filipenses lhe enviaram mediante Epafrodito. Ele se alegra, não tanto pelo auxílio material recebido, mas pelo afeto e crescimento espiritual que a comunidade demonstra mediante a oferta.

sexta-feira, 13 de outubro de 2023

Lucas 11, 27-28 A verdadeira felicidade.

-* 27 Enquanto Jesus dizia essas coisas, uma mulher levantou a voz no meio da multidão, e lhe disse: “Feliz o ventre que te carregou, e os seios que te amamentaram.” 28 Jesus respondeu: “Mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática.” Comentário: * 27-28: Acolher a palavra de Jesus é dom maior do que o simples fato de ser mãe dele. Uma voz feminina, anônima, dirige-se a Jesus, glorificando-lhe a mãe. Esta mulher, do meio da multidão, representa o povo que continua acreditando nos privilégios de um povo só. Jesus, porém, não vai nessa direção. Ele vem para proclamar e estabelecer uma sociedade alternativa aberta a todos os povos. O critério de pertença ao Reino de Deus não é a nacionalidade, mas a escuta e a prática da Palavra de Deus. Quem ouve a Palavra de Deus, e a transforma em atos concretos, passa a fazer parte da família de Jesus. Vai empenhar-se para a realização, neste mundo, da justiça, da fraternidade e da paz. Quem assim o fizer será verdadeiramente “feliz”. Esta mulher do povo empresta sua voz à humanidade que louva Maria por ter escutado e cumprido a Palavra de Deus.

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Lucas 11, 15-26 Jesus é mais forte do que Satanás.

15 Mas alguns disseram: “É por Belzebu, o príncipe dos demônios, que ele expulsa os demônios.” 16 Outros, para tentar Jesus, pediram-lhe um sinal do céu. 17 Mas, conhecendo o pensamento deles, Jesus disse: “Todo reino dividido em grupos que lutam entre si, será destruído; e uma casa cairá sobre outra. 18 Ora, se até Satanás está dividido contra si mesmo, como o seu reino poderá sobreviver? Vocês dizem que é por Belzebu que eu expulso os demônios. 19 Se é através de Belzebu que eu expulso os demônios, através de quem os filhos de vocês expulsam os demônios? Por isso, eles mesmos hão de julgar vocês. 20 Mas, se é pelo dedo de Deus que eu expulso os demônios, então o Reino de Deus chegou para vocês. 21 Quando um homem forte e bem armado guarda a sua casa, os bens dele estão em segurança. 22 Mas, quando chega um homem mais forte do que ele e o vence, arranca-lhe a armadura na qual ele confiava, e reparte o que roubou. 23 Quem não está comigo, está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa.” Pior do que antes -* 24 “Quando um espírito mau sai de um homem, fica vagando em lugares desertos à procura de repouso, e não encontra. Então diz: ‘Vou voltar para a casa de onde saí’. 25 Quando ele chega, encontra a casa varrida e arrumada. 26 Então ele vai, e traz consigo outros sete espíritos piores do que ele. Eles entram, moram aí e, no fim, esse homem fica em condição pior do que antes.” Comentário: * 14-23: A cura do endemoninhado mostra que a ação de Jesus consiste em libertar o homem da alienação que o impede de falar. A ação de Jesus testemunha a chegada do Reino de Deus, pois para vencer Satanás é preciso ser mais forte do que ele. Mas Jesus é, ao mesmo tempo, a presença da salvação e do julgamento: quem não age com Jesus, torna-se adversário. * 24-26: Cf. nota em Mt 12, 43-45: Recusando Jesus e o Reino de justiça que ele traz, os homens ficam entregues a uma alienação maior do que aquela em que se encontravam antes da sua vinda. Jesus é acusado de expulsar demônios, mediante o poder do chefe dos demônios. Um disparate sem cabimento. Como poderiam as forças do mal lutar contra si mesmas? Jesus deixa claro que ele combate o mal mediante o poder de Deus, sinal de que o Reino de Deus já chegou. É uma resposta àquele que pedia um sinal do céu. Com a chegada do “mais forte” (Jesus), as forças malignas se afastam. E diante de Jesus, é necessário tomar posição: a favor dele, ou contra. Quem se põe contra Jesus, torna-se seu inimigo, apoiando uma ideologia contrária ao plano de Deus. Se a pessoa libertada não dá sua adesão a Jesus e prefere manter-se neutra ou contra, sua situação será pior que antes. É uma predição do triste fim de quem não dá plena adesão a Jesus.

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

João 2, 1-11 Vida nova para os homens.

* 1 No terceiro dia, houve uma festa de casamento em Caná da Galiléia, e a mãe de Jesus estava aí. 2 Jesus também tinha sido convidado para essa festa de casamento, junto com seus discípulos. 3 Faltou vinho e a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho!” 4 Jesus respondeu: “Mulher, que existe entre nós? Minha hora ainda não chegou.” 5 A mãe de Jesus disse aos que estavam servindo: “Façam o que ele mandar.” 6 Havia aí seis potes de pedra de uns cem litros cada um, que serviam para os ritos de purificação dos judeus. 7 Jesus disse aos que serviam: “Encham de água esses potes.” Eles encheram os potes até a boca. 8 Depois Jesus disse: “Agora tirem e levem ao mestre-sala.” Então levaram ao mestre-sala. 9 Este provou a água transformada em vinho, sem saber de onde vinha. Os que serviam estavam sabendo, pois foram eles que tiraram a água. Então o mestre-sala chamou o noivo 10 e disse: “Todos servem primeiro o vinho bom e, quando os convidados estão bêbados, servem o pior. Você, porém, guardou o vinho bom até agora.” 11 Foi assim, em Caná da Galiléia, que Jesus começou seus sinais. Ele manifestou a sua glória, e seus discípulos acreditaram nele. Comentário: * 1-12: Segundo João, a primeira semana de Jesus termina com a festa de casamento em Caná. João relata este episódio por causa do seu aspecto simbólico: o casamento é o símbolo da união de Deus com a humanidade, realizada de maneira definitiva na pessoa de Jesus, Deus-e-Homem. Sem Jesus, a humanidade vive uma festa de casamento sem vinho. Maria, aliviando a situação constrangedora, simboliza a comunidade que nasce da fé em Jesus, e as últimas palavras que ela diz neste evangelho são um convite: “Façam o que Jesus mandar.” Jesus diz que a sua hora ainda não chegou, pois só acontecerá na sua morte e ressurreição, quando ele nos reconcilia com Deus. Jesus utilizou a água que os judeus usavam para as purificações. Os judeus estavam cegos pela preocupação de não se mancharem, e sua religião multiplicava os ritos de purificação. Mas Jesus transformou a água em vinho! É que a religião verdadeira não se baseia no medo do pecado. O importante é receber de Jesus o Espírito. Este, como vinho generoso, faz a gente romper com as normas que aprisionam e com a mesquinhez da nossa própria sabedoria. O episódio de Caná é uma espécie de resumo daquilo que vai acontecer através de toda a atividade de Jesus: com sua palavra e ação, Jesus transforma as relações dos homens com Deus e dos homens entre si. Atribuído a Maria, Mãe de Jesus, este título se deve à maneira como ela se manifestou ao povo brasileiro, ou seja: sua imagem foi pescada nas águas do rio Paraíba, em 1717. Desde o início, a imagem, de cor negra, foi objeto da veneração dos fiéis. Com a ocorrência de milagres, a devoção a Nossa Senhora começou a divulgar-se com o nome de Imaculada Conceição Aparecida. Em 1930, o papa Pio XI a proclamou Padroeira do Brasil. Em 1952 (250 anos após o encontro da imagem), Paulo VI conferiu-lhe a maior honraria, a “Rosa de Ouro”. Três papas visitaram a Basílica ou Santuário Nacional: São João Paulo II em 1980; papa Bento XVI, quando abriu a V Conferência Episcopal Latino-americana e do Caribe em maio de 2007; e o papa Francisco, em 2013, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro.

Apocalipse 12, 1.5.13.15-16 Jesus Messias vence o mal.

* 1 Apareceu no céu um grande sinal: uma Mulher vestida com o sol, tendo a lua debaixo dos pés, e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas. 5* Nasceu o Filho da Mulher. Era menino homem. Nasceu para governar todas as nações com cetro de ferro. Mas o Filho foi levado para junto de Deus e de seu trono. 13* Quando viu que tinha sido expulso para a terra, o Dragão começou a perseguir a Mulher, aquela que tinha dado à luz um menino homem. 15 A Serpente não desistiu: vomitou um rio de água atrás da Mulher, para que ela se afogasse. 16 Mas a terra socorreu a Mulher: abriu a boca e engoliu o rio que o Dragão tinha vomitado. Comentário: * 1-16,20: É a parte mais importante do livro. Mostra que o tempo do povo de Deus é o tempo de confronto com o mal, até chegar a consumação da história. João analisa agora a vitória sobre o mal (Ap 12), o ambiente onde os cristãos vão profetizar (Ap 13) e a consequência do testemunho profético, isto é, o julgamento (Ap 14,1-16,20). Os capítulos 12-14 interrompem o desenvolvimento linear do livro. 12,1-2: A Mulher é um símbolo cheio de significados: é Eva, a mãe da humanidade (cf. Gn 3,15-20); também o povo de Israel (doze estrelas = doze tribos) assim como Sião, o resto do povo de Deus que espera o Messias (Is 66,7). É também Maria enquanto mãe de Jesus e mãe dos discípulos de Jesus (Jo 19,25-27), e o povo de Deus da nova Aliança (doze estrelas = doze apóstolos). * 3-4: O Dragão personifica o mal, inimigo de Deus. Trata-se do egoísmo, orgulho e autossuficiência que deformam os indivíduos e os grupos sociais. Ele é sanguinário (vermelho), tem pleno poder sobre os impérios do mundo (sete cabeças e sete diademas), mas sua força é relativa e imperfeita (dez chifres). Ele tem a pretensão de lutar contra Deus (estrelas do céu). Quer devorar o Filho da Mulher, o Messias que veio para destruí-lo. * 5-6: O Filho é Jesus, que nasce (ressurreição) para a glória e para dominar as nações, destruindo o poder do Dragão. O mal foi derrotado. Agora a situação do povo de Deus é como a dos hebreus no deserto, libertados da escravidão: viverá no deserto até o fim da história (mil, duzentos e sessenta dias), em meio a perseguições e na intimidade com Deus. * 7-12: O mal foi cortado pela raiz. Miguel (= Quem é como Deus?) vence e expulsa o Dragão, o mal que sempre ameaçou a humanidade (Serpente, Diabo, Satanás). Mas os cristãos não podem ficar acomodados, porque o mal continua agindo no mundo e, agonizante, ainda vai perseguir os homens de todos os modos. * 13-18: O mal não conseguiu vencer Jesus; por isso agora persegue os cristãos seguidores de Jesus. Mas estes são continuamente protegidos por Deus, até o final da história (três tempos e meio = mil, duzentos e sessenta dias). É tempo de perseguição (rio) mas, como no Êxodo, o povo de Deus não sucumbe.