-* 1 No terceiro
dia,
houve
uma festa
de casamento
em Caná
da Galiléia,
e a mãe
de Jesus
estava
aí. 2 Jesus também tinha sido convidado para essa festa de casamento, junto com seus discípulos.
3 Faltou vinho e a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho!” 4 Jesus respondeu: “Mulher, que existe entre nós? Minha hora ainda não chegou.” 5 A mãe de Jesus disse aos que estavam servindo: “Façam o que ele mandar.”
6 Havia aí seis potes de pedra de uns cem litros cada um, que serviam para os ritos de purificação dos judeus. 7 Jesus disse aos que serviam: “Encham de água esses potes.” Eles encheram os potes até a boca. 8 Depois Jesus disse: “Agora tirem e levem ao mestre-sala.” Então levaram ao mestre-sala.
9 Este provou a água transformada em vinho, sem saber de onde vinha. Os que serviam estavam sabendo, pois foram eles que tiraram a água. Então o mestre-sala chamou o noivo 10 e disse: “Todos servem primeiro o vinho bom e, quando os convidados estão bêbados, servem o pior. Você, porém, guardou o vinho bom até agora.”
11 Foi assim, em Caná da Galiléia, que Jesus começou seus sinais. Ele manifestou a sua glória, e seus discípulos acreditaram nele.
Comentário:
* 1-12: Segundo João, a primeira semana
de Jesus termina com a festa de casamento em Caná. João relata este episódio
por causa do seu aspecto simbólico: o casamento é o símbolo da união de Deus
com a humanidade, realizada de maneira definitiva na pessoa de Jesus,
Deus-e-Homem. Sem Jesus, a humanidade vive uma festa de casamento sem vinho.
Maria, aliviando a situação constrangedora, simboliza a comunidade que nasce da
fé em Jesus, e as últimas palavras que ela diz neste evangelho são um convite: “Façam
o que Jesus mandar.” Jesus diz que a sua hora ainda não chegou, pois só
acontecerá na sua morte e ressurreição, quando ele nos reconcilia com Deus.
Jesus utilizou a água que os
judeus usavam para as purificações. Os judeus estavam cegos pela preocupação de
não se mancharem, e sua religião multiplicava os ritos de purificação. Mas
Jesus transformou a água em vinho! É que a religião verdadeira não se baseia no
medo do pecado. O importante é receber de Jesus o Espírito. Este, como vinho
generoso, faz a gente romper com as normas que aprisionam e com a mesquinhez da
nossa própria sabedoria.
O episódio de Caná é uma espécie
de resumo daquilo que vai acontecer através de toda a atividade de Jesus: com
sua palavra e ação, Jesus transforma as
relações dos homens com Deus e dos homens entre si.
As bodas
de Caná representam o primeiro dos sete sinais no Evangelho de João. O autor
não fala em milagres, mas em sinais, pois não quer exaltar o fato em si, mas o
que está por trás dele: revelar a glória de Jesus para que os discípulos
acreditem nele. Ele e seus discípulos foram convidados para um casamento, a mãe
de Jesus também estava presente. Ao longo da festa, o vinho veio a faltar. A
mãe de Jesus intercede ao Filho em favor dos noivos e dos convidados. Festa sem
vinho (bebida) é festa incompleta, sem alegria. Jesus é apresentado como o
noivo da comunidade. A mãe tem importante papel na família, na comunidade, em
todos os lugares. Ela é perspicaz e sensível diante das necessidades. Aqui ela
desempenha a função de convidar para fazer o que o Mestre pedir. Nós, católicos
brasileiros, temos uma devoção e um carinho todo especial para com Maria, mãe
de Jesus e nossa. Entre muitos outros títulos, no Brasil é conhecida como Nossa
Senhora Aparecida. Ela olha com muito amor o povo brasileiro e intercede a
Jesus para que nunca falte o vinho da alegria e da dignidade para seus filhos e
filhas.