sexta-feira, 23 de março de 2018

João 10, 31-42 As credenciais de Jesus são as suas obras.


31 As autoridades dos judeus pegaram pedras outra vez para apedrejar Jesus. 32 Então Jesus disse: “Por ordem do meu Pai, tenho feito muitas coisas boas na presença de vocês. Por qual delas vocês me querem apedrejar?” 33 As autoridades dos judeus responderam: Não queremos te apedrejar por causa de boas obras, e sim por causa de uma blasfêmia: tu és apenas um homem, e te fazes passar por Deus.”
34 Jesus disse: “Por acaso, não é na Lei de vocês que está escrito: ‘Eu disse: vocês são deuses’? 35 Ninguém pode anular a Escritura. Ora, a Lei chama de deuses as pessoas para as quais a palavra de Deus foi dirigida. 36 O Pai me consagrou e me enviou ao mundo. Por que vocês me acusam de blasfêmia, se eu digo que sou Filho de Deus? 37 Se não faço as obras do meu Pai, vocês não precisam acreditar em mim. 38 Mas se eu as faço, mesmo que vocês não queiram acreditar em mim, acreditem pelo menos em minhas obras. Assim vocês conhecerão, de uma vez por todas, que o Pai está presente em mim, e eu no Pai.” 39 Eles tentaram outra vez prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles.
O testemunho é eficaz -* 40 Jesus atravessou de novo o rio Jordão e foi para o lugar onde antes João ficava batizando. E aí ficou. 41 Muitos foram ao seu encontro. E diziam: João não realizou nenhum sinal, mas tudo o que ele disse a respeito desse homem é verdade.” 42 E aí muitos acreditaram em Jesus.
Comentário:
* 40-42: O testemunho revela Jesus aos homens, levando-os a compreender que Jesus realiza o projeto de Deus (cf. 1,26-34).
A tensão aumenta. A pressão dos chefes do povo sobre Jesus atinge grau elevado. Jesus, no entanto, ainda tenta conversar com seus adversários, na esperança de fazê-los refletir sobre o que estavam prestes a fazer: matá-lo. Eles argumentavam que o matariam por ele ter blasfemado: “Tu, que és apenas um homem, te mostras como se fosses Deus”. O momento é grave, Jesus não está divertindo um público fazendo graça. O que ele faz é reafirmar o que seus opositores já ouviram de sobra: “Saibam vocês e se convençam de que o Pai está presente em mim, e eu no Pai”. Fatigado por discussões tão cansativas junto a interlocutores nada receptivos, Jesus vai ao “lugar onde antes João ficava batizando”. Conforta-se ao constatar que nesse lugar muitos se tornaram seus discípulos.

quinta-feira, 22 de março de 2018

João 8, 51-59 Jesus é maior do que Abraão.


51 Eu garanto a vocês: se alguém guarda a minha palavra, jamais verá a morte.”
52 Os judeus disseram: “Agora sabemos que estás louco. Abraão morreu e os profetas também. E tu dizes: ‘se alguém guarda a minha palavra, nunca vai experimentar a morte’. 53 Por acaso, tu és maior que o nosso pai Abraão, que morreu? Os profetas também morreram. Quem é que pretendes ser?” 54 Jesus respondeu: “Se eu glorifico a mim mesmo, minha glória não vale nada. Quem me glorifica é o meu Pai, aquele que vocês dizem que é o Pai de vocês. 55 Vocês não o conhecem, mas eu o conheço. Se dissesse que não o conheço, eu seria mentiroso como vocês. Mas eu o conheço e guardo a palavra dele. 56 Abraão, o pai de vocês, alegrou-se porque viu o meu dia. Ele viu e encheu-se de alegria.” 57 Então os judeus disseram: “Ainda não tens cinqüenta anos, e viste Abraão?” 58 Jesus respondeu: “Eu garanto a vocês: antes que Abraão existisse, Eu Sou.” 59 Então eles pegaram pedras para atirar em Jesus. Mas Jesus se escondeu e saiu do Templo.
Comentário:
* 48-59: Abraão se alegrou com a promessa feita por Deus de que o futuro Messias iria sair da sua descendência (Gn 12,7; 15,2ss; Gl 3,16). Jesus vai muito além, e atribui a si mesmo o título do Deus do êxodo: “Eu Sou”.
Os judeus dizem a Jesus: “Tu não és maior que o nosso pai Abraão”. Sim, Jesus é maior. Esse homem, nascido de mulher, ousa afirmar que existia antes de Abraão, em quem o povo de Israel via sua origem. Mais que isso, ele expressa sua identidade, retomando as mesmas palavras com que Deus havia se revelado a Moisés: Eu Sou (cf. Ex 3,14). Além disso, Jesus afirma que “Abraão, o pai de vocês, exultou esperando ver o meu dia. Ele viu e se alegrou”. É uma alusão às promessas feitas a Abraão, em Gênesis 17,7: “Eu serei o seu Deus e o Deus de seus descendentes”. Em espírito, Abraão viu o mundo futuro, o dia messiânico, o tempo atual, e alegrou-se na esperança. Os chefes do povo, porém, em vez de entusiasmar-se com a vida que brota da prática de Jesus, planejam sua morte.