quarta-feira, 31 de julho de 2024
Mateus 13, 47-53 A consumação do Reino.
-* 47 “O Reino do Céu é ainda como uma rede lançada ao mar. Ela apanha peixes de todo o tipo. 48 Quando está cheia, os pescadores puxam a rede para a praia, sentam-se e escolhem: os peixes bons vão para os cestos, os que não prestam são jogados fora. 49 Assim acontecerá no fim dos tempos: os anjos virão para separar os homens maus dos que são bons. 50 E lançarão os maus na fornalha de fogo. Aí eles vão chorar e ranger os dentes.”
Um novo sentido para tudo -* 51 “Vocês compreenderam tudo isso?” Eles responderam: “Sim”. 52 Então Jesus acrescentou: “E assim, todo doutor da Lei que se torna discípulo do Reino do Céu é como pai de família que tira do seu baú coisas novas e velhas.”
Jesus é rejeitado como os profetas -* 53 Quando Jesus terminou de contar essas parábolas, saiu desse lugar.,
Comentário:
* 47-50: A consumação do Reino se realiza através do julgamento que separa os bons dos maus. Os que vivem a justiça anunciada por Jesus tomarão parte definitiva no Reino; os que não vivem serão excluídos para sempre. É preciso decidir desde já.
* 51-52: As parábolas revelam o segredo de Deus para aqueles que têm fé. Por isso, o doutor da Lei que se torna discípulo de Jesus é capaz de ver a ligação entre o Antigo e o Novo Testamento. Em Jesus tudo se renova e toma novo sentido.
* 53-58: Cf. nota em Mc 6,1-6. Os conterrâneos de Jesus colocam a questão sobre a origem da autoridade dele, admirados de seu ensinamento e poderes milagrosos. É impossível que Jesus, sendo um deles, tenha a autoridade de Deus. Por isso, eles o rejeitam. Essa rejeição não é acidental: é apenas mais uma prova de que Jesus é o enviado de Deus. De fato, todos os profetas do Antigo Testamento também foram rejeitados.
O Reino dos Céus está aberto a todos. Entretanto, tem suas exigências. Em seus ensinamentos, Jesus deixa claro que a busca do Reino supõe a prática da justiça e do amor, o desapego dos bens materiais, o exercício da fraternidade e as relações de perdão e de paz. Os contravalores abarcam a injustiça e seus derivados: egoísmo, opressão, enriquecimento ilícito, atentado à vida; enfim, tudo o que prejudica o próximo. Cada pessoa toma consciência do bem e do mal e, livremente, faz sua escolha; com isso, escolhe também o fim que a espera. O bem será recompensado por Deus, e o mal, condenado. Todo dia é tempo para pegar a estrada do bem. Especialista em Reino de Deus, o Mestre pede a seus discípulos e à Igreja que valorizem a Palavra de Deus (Antiga e Nova Aliança).
terça-feira, 30 de julho de 2024
Mateus 13, 44-46 A decisão pelo Reino.
* 44 “O Reino do Céu é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra, e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens, e compra esse campo.
45 O Reino do Céu é também como um comprador que procura pérolas preciosas. 46 Quando encontra uma pérola de grande valor, ele vai, vende todos os seus bens, e compra essa pérola.”
Comentário:
* 44-46: Para entrar no Reino é necessária decisão total. Apegar-se a seguranças, mesmo religiosas, que são falsas ou puras imitações, em troca da justiça do Reino, é preferir bijuterias a uma pedra preciosa.
Ao descobrir a riqueza do Reino dos Céus, a pessoa se alegra e, rapidamente, investe sua vida nessa nova “aventura”, guiada pelo Espírito Santo. As demais coisas, como os bens terrenos, caem para um plano inferior. Em que consiste, de fato, o Reino de Deus? São Paulo, na carta aos Romanos, esclarece: “O Reino de Deus não é comida nem bebida, e sim justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm 14,17). A partir das parábolas de Jesus, pode-se dizer que tesouro e pérola preciosa são o Reino, a Palavra de Deus, o próprio Cristo, que precisamos descobrir dia após dia. Ele é o centro de nossas buscas, a razão de nossa existência. Entregar tudo, alegremente, por causa dele é ganho: “Considero tudo como perda diante do bem superior, que é o conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor” (Fl 3,8).
segunda-feira, 29 de julho de 2024
Mateus 13, 36-43 A dinâmica do Reino na história.
-* 36 Então Jesus deixou as multidões, e foi para casa. Os discípulos se aproximaram dele, e disseram: “Explica-nos a parábola do joio.” 37 Jesus respondeu: “Quem semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38 O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao Reino. O joio são os que pertencem ao Maligno. 39 O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifadores são os anjos. 40 Assim como o joio é recolhido e queimado no fogo, o mesmo também acontecerá no fim dos tempos: 41 o Filho do Homem enviará os seus anjos, e eles recolherão todos os que levam os outros a pecar e os que praticam o mal, 42 e depois os lançarão na fornalha de fogo. Aí eles vão chorar e ranger os dentes. 43 Então os justos brilharão como o sol no Reino de seu Pai. Quem tem ouvidos, ouça.”
Comentário:
* 36-43: A explicação da parábola é alegoria que apresenta a dinâmica do Reino na história. Jesus instaurou o Reino dentro da história, e esta é feita pela ação de bons e maus. A vinda do Reino, porém, entra em luta contra o espírito do mal, e conduz os justos à vitória final. A história é tensão contínua voltada para a manifestação gloriosa do Reino.
Os “filhos do Reino” são os discípulos de Jesus e também os cristãos e cristãs desde a origem do cristianismo. Os “filhos do Maligno” não foram semeados por Jesus, mas eles existem. São os que se opõem à presença e ao desenvolvimento do Reino de Deus. São os que praticam a injustiça social, de variadas formas. É justo que os praticantes do mal recebam a devida paga quando chegar a “colheita” (prestação de contas). Não se trata, porém, de aguardar passivamente o Juízo Final para ver o resultado dessa constante luta entre o bem e o mal. Aos “filhos do Reino” pede-se que vivam intensamente os valores do Reino e o divulguem com todos os meios. O bom exemplo dos cristãos e sua constante luta pela justiça poderão converter muitos corações. Então, o Reino pertencerá cada vez mais a Deus.
domingo, 28 de julho de 2024
João 11, 19-27 Jesus é a ressurreição e a vida.
19 Muitos judeus tinham ido à casa de Marta e Maria para as consolar por causa do irmão. 20 Quando Marta ouviu que Jesus estava chegando, foi ao encontro dele. Maria, porém, ficou sentada em casa.
21 Então Marta disse a Jesus: “Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. 22 Mas ainda agora eu sei: tudo o que pedires a Deus, ele te dará.” 23 Jesus disse: “Seu irmão vai ressuscitar.” 24 Marta disse: “Eu sei que ele vai ressuscitar na ressurreição, no último dia.” 25 Jesus disse: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em mim, mesmo que morra, viverá. 26 E todo aquele que vive e acredita em mim, não morrerá para sempre. Você acredita nisso?” 27 Ela respondeu: “Sim, Senhor. Eu acredito que tu és o Messias, o Filho de Deus que devia vir a este mundo.”
Comentário:
* 17-27: Jesus se apresenta como a ressurreição e a vida, mostrando que a morte é apenas uma necessidade física. Para a fé cristã a vida não é interrompida com a morte, mas caminha para a sua plenitude. A vida plena da ressurreição já está presente naqueles que pertencem à comunidade de Jesus.
Hospitaleira e serviçal, adjetivos que se aplicam adequadamente a Marta, membro de uma família por quem Jesus tinha grande predileção: “Jesus amava Marta, a irmã dela [Maria] e Lázaro” (Jo 11,5). Mergulhada nos afazeres domésticos Marta recebeu do Mestre doce repreensão por agitar-se “com tantas coisas”, quando o certo era concentrar-se no essencial: a presença do ilustre hóspede. Quando morreu seu irmão, ela correu ao encontro de Jesus, expressando-lhe sentida queixa e manifestando, ao mesmo tempo, clara profissão de fé em seu poder: “Eu acredito que tu és o Cristo, o Filho de Deus” (v. 27). Uma semana antes da Páscoa, Jesus, uma vez mais, foi cordialmente recebido na casa de Marta, que lhe serviu o jantar. Foi quando Maria ungiu os pés de Jesus com precioso perfume (cf. Jo 12,1ss).
sábado, 27 de julho de 2024
João 6, 1-15 Jesus sacia a fome do povo.
-* 1 Depois disso, Jesus foi para a outra margem do mar da Galiléia, também chamado Tiberíades. 2 Uma grande multidão seguia Jesus porque as pessoas viram os sinais que ele fazia, curando os doentes. 3 Jesus subiu a montanha e sentou-se aí com seus discípulos. 4 Estava próxima a Páscoa, festa dos judeus. 5 Jesus ergueu os olhos e viu uma grande multidão que vinha ao seu encontro.
Então Jesus disse a Filipe: “Onde vamos comprar pão para eles comerem?” 6 Jesus falou assim para testar Filipe, pois sabia muito bem o que ia fazer. 7 Filipe respondeu: “Nem meio ano de salário bastaria para dar um pedaço para cada um.” 8 Um discípulo de Jesus, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9 «Aqui há um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, o que é isso para tanta gente?”
10 Então Jesus disse: “Falem para o povo sentar.” Havia muita grama nesse lugar e todos sentaram. Estavam aí cinco mil pessoas, mais ou menos. 11 Jesus pegou os pães, agradeceu a Deus e distribuiu aos que estavam sentados. Fez a mesma coisa com os peixes. E todos comeram o quanto queriam. 12 Quando ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: “Recolham os pedaços que sobraram, para não se desperdiçar nada.” 13 Eles recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães que haviam comido.
14 As pessoas viram o sinal que Jesus tinha realizado e disseram: “Este é mesmo o Profeta que devia vir ao mundo.” 15 Mas Jesus percebeu que iam pegá-lo para fazê-lo rei. Então ele se retirou sozinho, de novo, para a montanha.
Comentário:
* 1-15: Jesus propõe a missão da sua comunidade: ser sinal do amor generoso de Deus, assegurando para todos a possibilidade de subsistência e dignidade. A segurança da subsistência não está no muito que poucos possuem e retêm para si, mas no pouco de cada um que é repartido entre todos. A garantia da dignidade não se encontra no poder de um líder que manda, mas no serviço de cada um que organiza a comunidade para o bem de todos.
A festa da Páscoa fazia memória da libertação da opressão no Egito. Dava-se em Jerusalém, que se tornara lugar em que o povo era explorado. Por isso, além de conduzir a multidão para longe da cidade, Jesus se preocupa com sua fome. Como saciá-la? A solução não está no dinheiro, mas na partilha. André, nome que significa “humano”, oferece tudo o que tem (cinco pães e dois peixes). Ele representa todas as pessoas generosas e desapegadas dos bens. Quando cada pessoa põe em comum o que tem, o resultado é fantástico: todos se alimentam e ainda sobra. Naquele lugar, e não no templo (exploração), acontece a partilha dos bens, e as pessoas (sentadas) resgatam a dignidade e a liberdade. Com a bênção dos alimentos, Jesus bendiz a Deus pelos bens da criação. São para todos viverem, e não para uns poucos acumularem!
Efésios 4, 1-6 Unidade na diversidade.
-* 1 Por isso, eu, prisioneiro no Senhor, peço que vocês se comportem de modo digno da vocação que receberam. 2 Sejam humildes, amáveis, pacientes e suportem-se uns aos outros no amor. 3 Mantenham entre vocês laços de paz, para conservar a unidade do Espírito. 4 Há um só corpo e um só Espírito, assim como a vocação de vocês os chamou a uma só esperança: 5 há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. 6* Há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, que age por meio de todos e está presente em todos.
Comentário:
* 4,1-16: O alicerce e raiz do amor tem como finalidade conservar a unidade do Corpo de Cristo (4,1-6). Mas unidade não significa uniformização, pois Deus concede dons diferentes a cada pessoa (4,7-13). Essa unidade na diversidade dá coesão à comunidade para que ela não seja dominada por doutrinas que a esfacelem (4,14-16).
1-6: O aspecto central da vida cristã é a unidade. Com efeito, a ação de Deus em Jesus Cristo unifica toda a realidade. Os cristãos devem ser exemplo vivo dessa unidade, que supera as divisões humanas.
sexta-feira, 26 de julho de 2024
Mateus 13, 24-30 O inimigo do Reino.
-* 24 Jesus contou outra parábola à multidão: “O Reino do Céu é como um homem que semeou boa semente no seu campo. 25 Uma noite, quando todos dormiam, veio o inimigo dele, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. 26 Quando o trigo cresceu, e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio. 27 Os empregados foram procurar o dono, e lhe disseram: ‘Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio?’ 28 O dono respondeu: ‘Foi algum inimigo que fez isso’. Os empregados lhe perguntaram: ‘Queres que arranquemos o joio?’ 29 O dono respondeu: ‘Não. Pode acontecer que, arrancando o joio, vocês arranquem também o trigo. 30 Deixem crescer um e outro até à colheita. E no tempo da colheita direi aos ceifadores: arranquem primeiro o joio, e o amarrem em feixes para ser queimado. Depois recolham o trigo no meu celeiro!’ “
Comentário:
* 24-30: O Messias já veio. Então, por que o Reino ainda não se instalou definitivamente? Resposta de Jesus: Isso não se deve à imperfeição natural dos homens, mas a uma sabotagem premeditada, feita por aquele que quer usurpar a autoridade de Deus no mundo. Não cabe aos homens fazer a separação entre bons e maus, pois só Deus pode fazer o julgamento.
No mundo, crescem pessoas boas e pessoas ruins. Ninguém está autorizado a eliminar o outro por considerá-lo errado. Quem é que conhece a intimidade de cada um para avaliar seu processo de mudança de vida? Sábia é a atitude do proprietário, que deixa crescer juntos trigo e joio. Inteligente e soberana é a decisão de Deus em manter a convivência de bons e maus. De fato, tolerante e misericordioso, Deus “faz nascer seu sol sobre malvados e bons, e faz chover sobre justos e injustos” (Mt 5,45). Há sempre a esperança de que muitos se convertam e passem a fazer parte da comunidade de Jesus. No fim, o bem será vitorioso. O fundador dos Padres e Irmãos Paulinos, padre Alberione, recomendava: “Em vez de afobar-se tentando expulsar a escuridão com toalhas, introduza aí um fio de luz”.
quinta-feira, 25 de julho de 2024
Mateus 13, 16-17 A felicidade de compreender.
16 Vocês, porém, são felizes, porque seus olhos veem e seus ouvidos ouvem. 17 Eu garanto a vocês: muitos profetas e justos desejaram ver o que vocês estão vendo, e não puderam ver; desejaram ouvir o que vocês estão ouvindo, e não puderam ouvir.”
Comentário:
* 10-17: Cf. nota em Mc 4,10-12. Os mistérios do Reino só serão conhecidos por aqueles que já tiverem acolhido Jesus como Messias (os discípulos). Aceitar Jesus como o Messias, mesmo nos seus “fracassos”, faz compreender as contínuas dificuldades que sofre a implantação do Reino do Céu. E isso é uma bem-aventurança.
Nada encontramos escrito na Bíblia a respeito dos pais de Maria. A Tradição, com base no Protoevangelho de Tiago (século II), é que nos oferece seus nomes: Joaquim, que significa “Deus concede”, e Ana, “graça”. No Oriente, o culto a São Joaquim e Sant’Ana começou bem cedo, ao lado do culto à filha deles, Maria, a Mãe de Jesus. No Ocidente, só mais tarde, no século XVI, espalhou-se a devoção aos avós maternos de Jesus. “Vocês os reconhecerão pelos frutos deles”, dizia Jesus (cf. Mt 7,20). Ora, o fruto de Joaquim e Ana é Maria, a “bendita entre as mulheres” (Lc 1,42). A ela todas as gerações “chamarão de bem-aventurada” (Lc 1,48). Bem-aventurados são também seus pais, que a introduziram no caminho da fé de Abraão e a prepararam para ser a Mãe do Salvador, Jesus Cristo.
quarta-feira, 24 de julho de 2024
Mateus 20, 20-28 Autoridade é serviço.
20 A mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos, e ajoelhou-se para pedir alguma coisa. 21 Jesus perguntou: “O que você quer?” Ela respondeu: “Promete que meus dois filhos se sentem, um à tua direita e o outro à tua esquerda, no teu Reino.” 22 Jesus, então, disse: “Vocês não sabem o que estão pedindo. Por acaso, vocês podem beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos.” 23 Então Jesus disse: “Vocês vão beber do meu cálice. Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou esquerda. É meu Pai quem dará esses lugares àqueles para os quais ele mesmo preparou.” 24 Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram com raiva dos dois irmãos. 25 Mas Jesus chamou-os, e disse: “Vocês sabem: os governadores das nações têm poder sobre elas, e os grandes têm autoridade sobre elas. 26 Entre vocês não deverá ser assim: quem de vocês quiser ser grande, deve tornar-se o servidor de vocês; 27 e quem de vocês quiser ser o primeiro, deverá tornar-se servo de vocês. 28 Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir, e para dar a sua vida como resgate em favor de muitos.”
Comentário:
* 17-28: Cf. nota em Mc 10, 32-45: Jesus anuncia a sua morte como consequência de toda a sua vida. Enquanto isso, Tiago e João sonham com poder e honrarias, suscitando discórdia e competição entre os outros discípulos. Jesus mostra que a única coisa importante para o discípulo é seguir o exemplo dele: servir e não ser servido. Em a nova sociedade que Jesus projeta, a autoridade não é exercício de poder, mas a qualificação para serviço que se exprime na entrega de si mesmo para o bem comum.
Nas listas dos apóstolos, Tiago, filho de Zebedeu, aparece ao lado de seu irmão, João. Juntamente com Pedro e João, ele está presente no momento da transfiguração de Jesus e de sua agonia, no horto das Oliveiras. Segundo os Atos dos Apóstolos, por volta do ano 44, Herodes Antipas “começou a perseguir alguns membros da Igreja e mandou matar à espada Tiago, irmão de João” (At 12,1-2). Ele, que inicialmente tinha pedido, por meio de sua mãe, para sentar com o irmão ao lado do Mestre, no Reino, foi justamente o primeiro a beber o cálice da paixão” (Bento XVI). Antiga tradição refere que as relíquias de São Tiago foram levadas para Compostela, Espanha, lugar que se tornou objeto de grande veneração e continua sendo meta de numerosas peregrinações procedentes do mundo todo.
terça-feira, 23 de julho de 2024
Mateus 13, 1-9 Uma colheita custosa.
-* 1 Naquele dia, Jesus saiu de casa, e foi sentar-se às margens do mar da Galiléia. 2 Numerosas multidões se reuniram em volta dele. Por isso, Jesus entrou numa barca e sentou-se, enquanto a multidão ficava de pé na praia. 3 E Jesus falou para eles muita coisa com parábolas: “O semeador saiu para semear. 4 Enquanto semeava, algumas sementes caíram à beira do caminho, e os passarinhos foram e as comeram. 5 Outras sementes caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra. As sementes logo brotaram, porque a terra não era profunda. 6 Porém, o sol saiu, queimou as plantas, e elas secaram, porque não tinham raiz. 7 Outras sementes caíram no meio dos espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram as plantas. 8 Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e renderam cem, sessenta e trinta frutos por um. 9 Quem tem ouvidos, ouça!”
Comentário:
* 1-9: Cf. nota em Mc 4,1-9. Se o Reino já está aqui, por que existem fracassos e conflitos? Jesus trouxe as sementes do Reino, e elas se espalharam pelo mundo. Mas, assim como Jesus encontrou resistência no meio do seu próprio povo, do mesmo modo pessoas e estruturas continuam impedindo a justiça do Reino de se estabelecer entre os homens. Sem dúvida, haverá uma colheita, mas à custa de muitas perdas, isto é, muitos procurarão sufocar as sementes do Reino, antes que chegue a vitória final. Querer negar e fugir dessas dificuldades para a implantação do Reino é não compreender o seu mistério.
Em sua pregação, Jesus utiliza um recurso capaz de prender a atenção dos ouvintes: contar parábolas. Com objetivo bem preciso, ele constrói a narrativa do semeador e os vários tipos de terreno. Conhecedor de seus ouvintes, Jesus sabia que muitos, talvez assustados com suas exigências, o abandonavam nos primeiros encontros. Outros ficavam eufóricos; até pareciam estar dispostos a dar a vida por Jesus. Fogo de palha! Logo se encolhiam e se afastavam discretamente. A parábola do semeador nos interpela a tomar consciência sobre a qualidade de nossa adesão a Jesus. Quais são as nossas convicções no seguimento a Jesus? Que frutos (boas obras) estamos produzindo para beneficiar o mundo sedento dos valores do Reino: justiça, amor e paz?
segunda-feira, 22 de julho de 2024
Mateus 12, 46-50 Uma nova geração.
-* 46 Jesus ainda estava falando às multidões. Sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47 Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo.” 48 Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” 49 E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos, 50 pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai que está no céu, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.”
Comentário:
* 46-50: Cf. nota em Mc 3,31-35. Mateus salienta que a família de Jesus são os seus discípulos, isto é, a comunidade que já se dispôs a segui-lo. São eles que aprendem os ensinamentos de Jesus, para levá-los aos outros; são eles que trilham o caminho da vontade do Pai, isto é, a obediência à radicalização da Lei proposta por Jesus. Desse modo, começa nova geração, diferente da geração má dos fariseus.
Não está dito que Jesus tenha recusado receber sua Mãe e seus parentes. Ele aproveita o ensejo para apresentar uma novidade. Doravante, a pertença à familiaridade de Jesus se dá por outros critérios, e não somente pelos laços de sangue. Sua nova família se constitui com as pessoas que fazem a vontade do Pai celeste. Jesus não fica confinado a um grupo pequeno ou exclusivo de uma raça. Ele vem para unir ao seu redor os povos do mundo inteiro. Ele é o Senhor e o Mestre de todos. Ele próprio se autodenomina o bom Pastor e prediz que “todos se tornarão um só rebanho com um só pastor” (Jo 10,16). Pois ele veio do Pai para salvar não apenas um povo, mas para reunir os filhos de Deus que estão espalhados por toda parte (cf. Jo 11,52). Você se sente fazendo parte da família de Jesus Cristo?
domingo, 21 de julho de 2024
João 20, 1-2.11-18 Jesus não está morto.
-* 1 No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao túmulo de Jesus bem de madrugada, quando ainda estava escuro. Ela viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo. 2 Então saiu correndo e foi encontrar Simão Pedro e o outro discípulo que Jesus amava. E disse para eles: “Tiraram do túmulo o Senhor, e não sabemos onde o colocaram.”
Jesus ressuscitado é descoberto pela fé -* 11 Maria tinha ficado fora, chorando junto ao túmulo. Enquanto ainda chorava, inclinou-se e olhou para dentro do túmulo. 12 Viu então dois anjos vestidos de branco, sentados onde o corpo de Jesus tinha sido colocado, um na cabeceira e outro nos pés. 13 Então os anjos perguntaram: “Mulher, por que você está chorando?” Ela respondeu: “Porque levaram o meu Senhor, e não sei onde o colocaram.”
14 Depois de dizer isso, Maria virou-se e viu Jesus de pé; mas não sabia que era Jesus. 15 E Jesus perguntou: “Mulher, por que você está chorando? Quem é que você está procurando?” Maria pensou que fosse o jardineiro, e disse: “Se foi o senhor que levou Jesus, diga-me onde o colocou, e eu irei buscá-lo.” 16 Então Jesus disse: “Maria.” Ela virou-se e exclamou em hebraico: “Rabuni!” (que quer dizer: Mestre). 17 Jesus disse: “Não me segure, porque ainda não voltei para o Pai. Mas vá dizer aos meus irmãos: ‘Subo para junto do meu Pai, que é Pai de vocês, do meu Deus, que é o Deus de vocês.’ “ 18 Então Maria Madalena foi e anunciou aos discípulos: “Eu vi o Senhor.” E contou o que Jesus tinha dito.
Comentário:
* 20,1-10: A fé na ressurreição tem dois aspectos. O primeiro é negativo: Jesus não está morto. Ele não é falecido ilustre, ao qual se deve construir um monumento. O sepulcro vazio mostra que Jesus não ficou prisioneiro da morte. O segundo aspecto da ressurreição é positivo: Jesus está vivo, e o discípulo que o ama intui essa realidade.
* 11-18: Jesus está vivo, mas já não se manifesta de modo físico, como o Mestre durante a sua vida na história. Doravante, ele está presente no mistério da vida de Deus, e torna-se presente e atuante através do anúncio feito por aqueles que nele acreditam. Chegou o tempo das relações da nova aliança: Deus é Pai, e os homens são filhos de Deus e irmãos de Jesus.
Maria de Magdala é a mulher que seguiu constantemente Jesus, desde a Galileia até a Judeia. Presente aos pés da cruz e diligente no sepultamento de Jesus, foi a primeira a encontrar- se com o Ressuscitado e também a primeira missionária a anunciar a Boa-nova aos apóstolos (v. 17). Maria Madalena é mencionada no grupo de mulheres que “serviam Jesus com os bens que possuíam” (Lc 8,3). Ali se diz que dela foram expulsos “sete demônios”, expressão que acabou dando margem para variadas interpretações, algumas sem cabimento. Houve época em que Maria Madalena foi identificada com a pecadora pública (cf. Lc 7,36s) ou com a adúltera (cf. Jo 8,1s). Os textos bíblicos a ela referentes não afirmam isso.
sábado, 20 de julho de 2024
Marcos 6, 30-34 O banquete da vida.
-* 30 Os apóstolos se reuniram com Jesus e contaram tudo o que haviam feito e ensinado. 31 Havia aí tanta gente que chegava e saía, a tal ponto que Jesus e os discípulos não tinham tempo nem para comer. Então Jesus disse para eles: “Vamos sozinhos para algum lugar deserto, para que vocês descansem um pouco.” 32 Então foram sozinhos, de barca, para um lugar deserto e afastado. 33 Muitas pessoas, porém, os viram partir. Sabendo que eram eles, saíram de todas as cidades, correram na frente, a pé, e chegaram lá antes deles.
34 Quando saiu da barca, Jesus viu uma grande multidão e teve compaixão, porque eles estavam como ovelhas sem pastor. Então começou a ensinar muitas coisas para eles.
Comentário:
* 30-44: Enquanto Herodes celebra o banquete da morte com os grandes, Jesus celebra o banquete da vida com o povo simples. Marcos não diz o que Jesus ensina, mas o grande ensinamento de toda a cena está no fato de que não é preciso muito dinheiro para comprar comida para o povo. É preciso simplesmente dar e repartir entre todos o pouco que cada um possui. Jesus projeta nova sociedade, onde o comércio é substituído pelo dom, e a posse pela partilha. Mas, para que isso realmente aconteça, é preciso organizar o povo. Dando e repartindo, todos ficam satisfeitos, e ainda sobra muita coisa.
Concluída a missão, os apóstolos se reúnem em torno de Jesus para a completa avaliação. Essa prática será efetuada pelas comunidades cristãs primitivas. Os missionários voltam ao ponto de onde partiram, a fim de narrar as maravilhas que haviam realizado pelo poder do Espírito Santo (cf. At 14,27-28). Aos apóstolos, que retornam após intenso trabalho, Jesus convida a descansar um pouco em ambiente silencioso. Não passou da proposta e do desejo, já que muitas pessoas acorreram até onde estavam Jesus e seus discípulos. O que elas queriam estava estampado no rosto: “eram como ovelhas sem pastor”. Sem perder tempo, Jesus pôs-se logo a ensinar-lhes muitas coisas. Importante é encontrar o equilíbrio entre os muitos afazeres pastorais e a necessidade de reabastecimento físico e espiritual.
Efésios 2, 13-18 Todos reunidos em Cristo.
13 Mas agora, em Jesus Cristo, vocês que estavam longe foram trazidos para perto, graças ao sangue de Cristo. 14 Cristo é a nossa paz. De dois povos, ele fez um só. Na sua carne derrubou o muro da separação: o ódio. 15 Aboliu a Lei dos mandamentos e preceitos. Ele quis, a partir do judeu e do pagão, criar em si mesmo um homem novo, estabelecendo a paz. 16 Quis reconciliá-los com Deus num só corpo, por meio da cruz; foi nela que Cristo matou o ódio. 17 Ele veio anunciar a paz a vocês que estavam longe, e a paz para aqueles que estavam perto. 18 Por meio de Cristo, podemos, uns e outros, apresentar-nos diante do Pai, num só Espírito.
Comentário:
* 11-22: A participação de judeus e pagãos no único povo de Deus é sinal concreto do homem novo. A morte de Cristo derrubou o muro de separação que a Lei colocava entre judeus e pagãos; surgiu assim o novo Israel, a Igreja, que se abre para todos os homens e os coloca sob uma cabeça única, Cristo. O Evangelho fará cair todas as diferenças. Por mais que surjam sociedades classistas, suas leis e instituições injustas virão abaixo pela força do Evangelho, desprestigiadas por sacrificarem seus povos, em lugar de ajudá-los.
sexta-feira, 19 de julho de 2024
Mateus 12, 14-21 O bem do homem está acima da lei.
14 Logo depois, os fariseus saíram e fizeram um plano para matar Jesus.
A missão do Servo de Javé -* 15 Jesus soube disso, e foi embora desse lugar. Numerosas multidões o seguiram, e ele curou a todos. 16 Jesus ordenou que não dissessem quem ele era. 17 Isso aconteceu para se cumprir o que foi dito pelo profeta Isaías: 18 “Eis aqui o meu servo, que escolhi; o meu amado, no qual minha alma se compraz. Colocarei sobre ele o meu Espírito, e ele anunciará o julgamento às nações. 19 Não discutirá, nem gritará, e ninguém ouvirá a sua voz nas praças. 20 Não esmagará a cana quebrada, nem apagará o pavio que ainda fumega, até que leve o julgamento à vitória. 21 E em seu nome as nações depositarão a sua esperança.”
Comentário:
* 9-14: Cf. nota em Mc 3,1-6. Jesus sabe que os fariseus permitem salvar um animal em dia de sábado. E propõe um caso de consciência: um homem não vale mais do que um animal?
* 15-21: Jesus não é um demagogo que exige publicidade para suas ações. Ele é o Servo de Javé, isto é, o novo mediador que traz e garante para todos os homens a salvação misericordiosa de Deus.
Ao estabelecer o Reino de Deus, Jesus se coloca a favor do povo, oferecendo-lhe, gratuitamente, acolhida, ensinamento e curas. Os fariseus, ao invés, oprimem o povo, em vista de manter os próprios privilégios. Rejeitam Jesus e seu projeto de libertação e vida. Então, com pauta definida, reúnem-se para tramar a morte de Jesus. Citando uma passagem de Isaías (Is 42,1-4), o evangelista Mateus oferece uma síntese sobre o Messias. Ele é o servo escolhido por Deus, o Filho amado, o ungido pelo Espírito, que traz a luz e o julgamento a todos os povos. Jesus não cessa de proclamar a Boa-nova do Reino, mas muitos não ouvem sua pregação. Cresce, cada vez mais, a rejeição de líderes religiosos e políticos, familiares, multidões e cidades. A pressão dos adversários aumenta.
quinta-feira, 18 de julho de 2024
Mateus 12, 1-8 Jesus é o Senhor do sábado.
-* 1 Naquele tempo, Jesus passou por uns campos de trigo, num dia de sábado. Seus discípulos ficaram com fome, e começaram a apanhar espigas para comer. 2 Vendo isso, os fariseus disseram: “Eis que os teus discípulos estão fazendo o que não é permitido fazer em dia de sábado!” 3 Jesus perguntou aos fariseus: “Vocês nunca leram o que Davi e seus companheiros fizeram, quando estavam sentindo fome? 4 Como ele entrou na casa de Deus, e eles comeram os pães oferecidos a Deus? Ora, nem para Davi, nem para os que estavam com ele, era permitido comer os pães reservados apenas aos sacerdotes. 5 Ou vocês não leram também, na Lei, que em dia de sábado, no Templo, os sacerdotes violam o sábado, sem cometer falta? 6 Pois eu digo a vocês: aqui está quem é maior do que o Templo. 7 Se vocês tivessem compreendido o que significa: ‘Quero a misericórdia e não o sacrifício’, vocês não teriam condenado estes homens que não estão em falta. 8 Portanto, o Filho do Homem é senhor do sábado.”
Comentário:
* 1-8: Cf. nota em Mc 2,23-28. Mateus acrescenta um exemplo para mostrar que a lei do sábado não é absoluta. Jesus, como nova presença de Deus entre os homens, é maior do que o Templo, e é senhor do sábado. Por isso, ele tem poder para relativizar a lei, propondo a misericórdia como atitude fundamental de Deus para com os homens.
A Lei judaica antiga proibia fazer colheita no sábado, dia de total repouso, sinal da Aliança com Deus (cf. Ex 34,21; Dt 23,25). Ora, os discípulos de Jesus estavam pegando algumas espigas para matar a fome. São ações diferentes, mas os fariseus colocavam tudo no mesmo plano e censuravam Jesus. Citando dois episódios da Escritura, Jesus lhes mostra que, por motivos justificáveis, há situações ou atitudes que não ferem a lei sabática. Além disso, os fariseus precisam aprender o que significa “Quero misericórdia, e não sacrifício”. O que Deus espera de cada pessoa não é a mera observância da Lei, mas a solidariedade, o socorro necessário e imediato, o salvamento de uma vida. O profeta Isaías, de modo brilhante, descreve qual é o “dia que agrada a Deus” (cf. Is 58,3ss).
quarta-feira, 17 de julho de 2024
Mateus 11, 28-30 Os pobres evangelizam.
28 Venham para mim todos vocês que estão cansados de carregar o peso do seu fardo, e eu lhes darei descanso. 29 Carreguem a minha carga e aprendam de mim, porque sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para suas vidas. 30 Porque a minha carga é suave e o meu fardo é leve.”
Comentário:
* 25-30: Com sua palavra e ação, Jesus revela a vontade do Pai, que é instaurar o Reino. Contudo, os sábios e inteligentes não são capazes de perceber a presença do Reino e sua justiça através de Jesus. Ao contrário, os desfavorecidos e os pobres é que conseguem penetrar o sentido dessa atividade de Jesus e continuá-la. Jesus veio tirar a carga pesada que os sábios e inteligentes haviam criado para o povo. Em troca, ele traz novo modo de viver na justiça e na misericórdia: doravante, os pobres serão evangelizados e partirão para evangelizar.
Sentimentos e expressões de extremo conforto para a humanidade sufocada, entristecida e desorientada nascem do coração do Mestre, sensível às necessidades materiais e espirituais do povo. Não é a primeira vez que Jesus manifesta compaixão pela multidão faminta de pão, luz e amor: “As multidões […] estavam angustiadas e abandonadas, como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9,36). Os chefes do povo, ao invés, longe de criarem oportunidades de progresso e vida digna para a população, sugam dela, impiedosamente, seus recursos de sobrevivência. Não é assim Jesus. Sua carga é leve. Uma questão, sobretudo para os que exercem algum tipo de liderança, inclusive os pais de família: não estamos, talvez, impondo exigências insuportáveis aos semelhantes? Criamos condições para viverem digna e alegremente?
terça-feira, 16 de julho de 2024
Mateus 11, 25-27 Os pobres evangelizam.
-* 25 Naquele tempo, Jesus disse: “Eu te louvo, Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e inteligentes, e as revelaste aos pequeninos. 26 Sim, Pai, porque assim foi do teu agrado. 27 Meu Pai entregou tudo a mim. Ninguém conhece o Filho, a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai, a não ser o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelar.
Comentário:
* 25-30: Com sua palavra e ação, Jesus revela a vontade do Pai, que é instaurar o Reino. Contudo, os sábios e inteligentes não são capazes de perceber a presença do Reino e sua justiça através de Jesus. Ao contrário, os desfavorecidos e os pobres é que conseguem penetrar o sentido dessa atividade de Jesus e continuá-la. Jesus veio tirar a carga pesada que os sábios e inteligentes haviam criado para o povo. Em troca, ele traz novo modo de viver na justiça e na misericórdia: doravante, os pobres serão evangelizados e partirão para evangelizar.
Ao se dirigir ao Pai, Jesus reúne alguns títulos que revelam o domínio soberano de Deus: “Pai”, “Senhor do céu e da terra”. “Sábios e entendidos” são termos aplicados aos membros da elite religiosa e política, que se recusaram a reconhecer Jesus como o Enviado do Pai. Não é que Deus os tenha privado dessa possibilidade; eles é que se posicionaram contra Jesus e seu Reino. Tornaram-se tão opostos a Jesus, que o perseguiram o tempo todo, até fazê-lo morrer na cruz. Os “pequeninos”, por sua vez, são os empobrecidos, que buscam proteção, que anseiam por justiça. Estes têm o coração aberto para acolher o projeto de Deus. A mensagem de Jesus é digna de confiança e aceitação, pois ele a recebe diretamente do Pai, a quem conhece como ninguém.
segunda-feira, 15 de julho de 2024
Mateus 12, 46-50 Uma nova geração.
-* 46 Jesus ainda estava falando às multidões. Sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. 47 Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo.” 48 Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?” 49 E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Aqui estão minha mãe e meus irmãos, 50 pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai que está no céu, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe.”
Comentário:
* 46-50: Cf. nota em Mc 3,31-35. Mateus salienta que a família de Jesus são os seus discípulos, isto é, a comunidade que já se dispôs a segui-lo. São eles que aprendem os ensinamentos de Jesus, para levá-los aos outros; são eles que trilham o caminho da vontade do Pai, isto é, a obediência à radicalização da Lei proposta por Jesus. Desse modo, começa nova geração, diferente da geração má dos fariseus.
Carmo é sinônimo de Carmelo, um monte da Palestina, em torno do qual o profeta Elias levou o povo de Israel a descobrir a verdadeira fé, eliminando os cultos aos deuses pagãos (cf. 1Rs 18,19-46). Ao longo do século XII, o monte Carmelo começou a ser povoado por alguns homens, que mais tarde se uniram para dar vida a uma comunidade religiosa contemplativa sob a especial proteção de Nossa Senhora. Eram os rudimentos da ordem dos carmelitas. Conta-se que o superior-geral da ordem, São Simão Stock, teria tido, no dia 16 de julho de 1251, uma visão da Mãe de Deus, a qual lhe entregou um escapulário (pedaço do hábito religioso) com a promessa de salvação eterna. Difundida em diversas nações, com o apoio do povo, a festa da Senhora do Carmo, em 1726, foi estendida a toda a Igreja, por Bento XIII.
domingo, 14 de julho de 2024
Mateus 10, 34-11,1 Perseverança em meio ao conflito.
-* 34 “Não pensem que eu vim trazer paz à terra; eu não vim trazer a paz, e sim a espada. 35 De fato, eu vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora de sua sogra. 36 E os inimigos do homem serão os seus próprios familiares. 37 Quem ama seu pai ou mãe mais do que a mim, não é digno de mim. Quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim. 38 Quem não toma a sua cruz e não me segue, não é digno de mim. 39 Quem procura conservar a própria vida, vai perdê-la. E quem perde a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la.”
Jesus se identifica com os pequeninos -* 40 “Quem recebe a vocês, recebe a mim; e quem me recebe, recebe aquele que me enviou. 41 Quem recebe um profeta, por ser profeta, receberá a recompensa de profeta. E quem recebe um justo, por ser justo, receberá a recompensa de justo. 42 Quem der ainda que seja apenas um copo de água fria a um desses pequeninos, por ser meu discípulo, eu garanto a vocês: não perderá a sua recompensa.”
Comentário:
* 34-39: O anúncio da verdade provoca divisão e exige tomada de posição: uns aceitam, outros rejeitam. Os discípulos, porém, devem permanecer firmes no compromisso com Jesus, seguindo-o até o fim. Nem os laços familiares, nem as ameaças à própria vida, nada pode impedir o discípulo de testemunhar a justiça do Reino.
* 40-42: Os discípulos enviados para a missão são os “pequeninos”; Jesus se identifica com a pessoa deles, porque eles levam ao mundo a sua palavra e ação.
* 11,1-6: Será que Jesus é verdadeiramente o Messias esperado? A resposta não é dada em palavras, porque o messianismo não é simples ideia ou teoria. É uma atividade concreta que realiza o que se espera da era messiânica: a libertação dos pobres e oprimidos.
Não é que Jesus incentive ou declare a guerra. São as pessoas que se dividem em relação ao Reino de Deus. Jesus usa linguagem figurada para mostrar que sua mensagem encontra inimigos. Ele próprio sentiu na pele as agressões e torturas impostas por seus adversários. Morrendo na cruz, entregou sua vida pela salvação da humanidade. O Pai o ressuscitou dos mortos e o fez Senhor de tudo e de todos. Ele é o centro da história e a principal referência a todo ser humano. Ele é o Caminho único que conduz ao Pai. Ele é a Verdade que nos revela quem é o Pai e o Espírito Santo. Ele é a Vida e a fonte de vida para todos. O amor dos filhos aos pais não se compara com o amor que se deve a Deus. Ser digno de Jesus é ser fiel a ele, ouvindo e praticando suas palavras.
sábado, 13 de julho de 2024
Efésios 1, 3-14 A graça não tem limites.
3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo: Ele nos abençoou com toda bênção espiritual, no céu, em Cristo. 4 Ele nos escolheu em Cristo antes de criar o mundo para que sejamos santos e sem defeito diante dele, no amor. 5 Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos por meio de Jesus Cristo, conforme a benevolência de sua vontade, 6* para o louvor da sua glória e da graça que ele derramou abundantemente sobre nós por meio de seu Filho querido. 7 Por meio do sangue de Cristo é que fomos libertos e nele nossas faltas foram perdoadas, conforme a riqueza da sua graça. 8 Deus derramou sobre nós essa graça, abrindo-nos para toda sabedoria e inteligência. 9* Ele nos fez conhecer o mistério da sua vontade, a livre decisão que havia tomado outrora 10 de levar a história à sua plenitude, reunindo o universo inteiro, tanto as coisas celestes como as terrestres, sob uma só Cabeça, Cristo. 11 Em Cristo recebemos nossa parte na herança, conforme o projeto daquele que tudo conduz segundo a sua vontade: fomos predestinados 12 a ser o louvor da sua glória, nós, que já antes esperávamos em Cristo. 13 Em Cristo, também vocês ouviram a Palavra da verdade, o Evangelho que os salva. Em Cristo, ainda, vocês creram, e foram marcados com o selo do Espírito prometido, o Espírito Santo, 14 que é a garantia da nossa herança, enquanto esperamos a completa libertação do povo que Deus adquiriu para o louvor da sua glória.
Comentário:
* 3-14: Paulo desenvolve um hino de louvor em forma de “bênção”, frequente no Antigo Testamento. O louvor é uma resposta do homem ao Deus que se manifesta através de um ato de salvação ou mediante a revelação de um mistério.
Deus Pai é o sujeito e a fonte de toda a ação criadora e salvadora. E tudo o que Deus Pai realiza no homem e no mundo, ele o faz mediante o seu Filho Jesus Cristo: escolhe (vv. 4-5), liberta (vv. 6-7), reúne tudo em Cristo (vv. 8-10), entrega a herança prometida (vv. 11-12) e concede o dom do Espírito Santo (vv. 13-14).
Marcos 6, 7-13 A missão dos discípulos.
-* Jesus começou a percorrer as redondezas, ensinando nos povoados. 7 Chamou os doze discípulos, começou a enviá-los dois a dois e dava-lhes poder sobre os espíritos maus. 8 Jesus recomendou que não levassem nada pelo caminho, além de um bastão; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. 9 Mandou que andassem de sandálias e que não levassem duas túnicas. 10 E Jesus disse ainda: “Quando vocês entrarem numa casa, fiquem aí até partirem. 11 Se vocês forem mal recebidos num lugar e o povo não escutar vocês, quando saírem sacudam a poeira dos pés como protesto contra eles.” 12 Então os discípulos partiram e pregaram para que as pessoas se convertessem. 13 Expulsavam muitos demônios e curavam muitos doentes, ungindo-os com óleo.
Comentário:
* 6b-13: Os discípulos são enviados para continuar a missão de Jesus: pedir mudança radical da orientação de vida (conversão), desalienar as pessoas (libertar dos demônios), restaurar a vida humana (curas). Os discípulos devem estar livres, ter bom senso e estar conscientes de que a missão vai provocar choque com os que não querem transformações.
Os Doze (apóstolos) acompanham o Mestre por toda parte, ouvem sua pregação ao povo, veem os milagres que ele realiza, sentem que nem todos acreditam nele e sabem até quais são seus inimigos. Pois bem, chega a hora de pôr em prática o que aprenderam. São enviados dois a dois, sinal de igualdade, proteção e solidariedade mútuas. Partem revestidos de poder para ampliar a atividade de Jesus, isto é, pregar, curar e expulsar demônios (libertar da opressão). Poucas coisas devem levar para a temporada; apenas o indispensável. O estilo é: simplicidade e desapego. A estada corre por conta da generosidade das famílias que vão hospedá-los. Sacudir o pó dos pés é gesto de acusação, o mesmo que os judeus faziam ao saírem de terra pagã: que nada do terreno culposo se apegue aos pregadores.
sexta-feira, 12 de julho de 2024
Mateus 10, 24-33 Testemunho e perseguição.
24 O discípulo não está acima do mestre, nem o servo acima do seu senhor. 25 Para o discípulo basta ser como o seu mestre, e para o servo ser como o seu senhor. Se chamaram de Belzebu o dono da casa, quanto mais os que são da casa dele!”
Não tenham medo -* 26 “Não tenham medo deles, pois não há nada de escondido que não venha a ser revelado, e não existe nada de oculto que não venha a ser conhecido. 27 O que digo a vocês na escuridão, repitam à luz do dia, e o que vocês escutam em segredo, proclamem sobre os telhados. 28 Não tenham medo daqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Pelo contrário, tenham medo daquele que pode arruinar a alma e o corpo no inferno! 29 Não se vendem dois pardais por alguns trocados? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do Pai de vocês. 30 Quanto a vocês, até os cabelos da cabeça estão todos contados. 31 Não tenham medo! Vocês valem mais do que muitos pardais. 32 Portanto, todo aquele que der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante do meu Pai que está no céu. 33 Aquele, porém, que me renegar diante dos homens, eu também o renegarei diante do meu Pai que está no céu.”
Comentário:
* 16-25: Os discípulos terão o mesmo destino de Jesus: sofrer as consequências da missão que liberta e dá vida nova. Essa missão atingirá os interesses de muitos e, por isso, provocará a perseguição, a divisão e o ódio, até mesmo dentro das famílias. Muitas vezes poderá levar para a condenação nos tribunais. A missão, porém, é dirigida pelo Espírito de Deus. Por isso, os discípulos perseveram até o fim, sem temor nem aflição, seguros da plena manifestação de Jesus, Senhor e Juiz da história.
* 26-33: Os discípulos não devem ter medo, porque a missão se baseia na verdade, que põe a descoberto toda a mentira de um sistema social que não mostra a sua verdadeira face. Os homens podem até matar o corpo dos discípulos, mas não conseguirão tirar-lhes a vida, pois é Deus quem dá e conserva ou tira a vida para sempre. A segurança do discípulo está na promessa: quem é fiel a Jesus, terá Jesus a seu favor diante de Deus.
Jesus continua dando instruções aos apóstolos e aos cristãos de todos os tempos e lugares. Se o Mestre foi insultado e perseguido, o mesmo acontecerá com seus seguidores: “Se chamaram de Beelzebu ao dono da casa, com que nome haverão de chamar aos familiares dele?”. Tribulações fazem parte da vida cristã. Mas os seguidores de Jesus terão a carinhosa assistência do Pai, que cuida dos passarinhos mais simples; a intervenção do Espírito Santo nos tribunais (cf. Mt 10,20); e a presença confortadora do próprio Jesus: “Eu me declararei por ele diante do meu Pai que está nos céus”. Em tempos de paz ou de perseguição, o Evangelho deverá percorrer seu caminho e expandir-se: “O que lhes é dito aos ouvidos, o proclamem sobre os telhados”. “A Palavra de Deus não está algemada” (2Tm 2,9).
quinta-feira, 11 de julho de 2024
Mateus 10, 16-23 Testemunho e perseguição.
-* 16 “Eis que eu envio vocês como ovelhas no meio de lobos. Portanto, sejam prudentes como as serpentes e simples como as pombas. 17 Tenham cuidado com os homens, porque eles entregarão vocês aos tribunais e açoitarão vocês nas sinagogas deles. 18 Vocês vão ser levados diante de governadores e reis, por minha causa, a fim de serem testemunhas para eles e para as nações. 19 Quando entregarem vocês, não fiquem preocupados como ou com aquilo que vocês vão falar, porque, nessa hora, será sugerido a vocês o que vocês devem dizer. 20 Com efeito, não serão vocês que irão falar, e sim o Espírito do Pai de vocês é quem falará através de vocês.
21 O irmão entregará à morte o próprio irmão; o pai entregará o filho; os filhos se levantarão contra seus pais, e os matarão. 22 Vocês serão odiados de todos, por causa do meu nome. Mas, aquele que perseverar até o fim, esse será salvo. 23 Quando perseguirem vocês numa cidade, fujam para outra. Eu garanto que vocês não acabarão de percorrer as cidades de Israel, antes que venha o Filho do Homem.
Comentário:
* 16-25: Os discípulos terão o mesmo destino de Jesus: sofrer as consequências da missão que liberta e dá vida nova. Essa missão atingirá os interesses de muitos e, por isso, provocará a perseguição, a divisão e o ódio, até mesmo dentro das famílias. Muitas vezes poderá levar para a condenação nos tribunais. A missão, porém, é dirigida pelo Espírito de Deus. Por isso, os discípulos perseveram até o fim, sem temor nem aflição, seguros da plena manifestação de Jesus, Senhor e Juiz da história.
A missão dos apóstolos vai abalar as bases da sociedade injusta; por consequência, vai desencadear também as perseguições. Pessoas aferradas ao poder e à vida luxuosa consideram inimigos os que lhes apontam as injustiças e lhes propõem a partilha dos bens e vida digna para todos. Jesus alerta seus discípulos a tomar cuidado com esses “lobos” prontos para o ataque. São perigosos e traiçoeiros. Entretanto, quando seus seguidores, sob pressão ou tortura, tiverem que dar razão de sua fé ou explicações sobre o bem realizado, fiquem sossegados. As palavras certas vão brotar por obra do Espírito Santo. As tribulações fazem parte do anúncio do Evangelho. O Senhor cuidará dos missionários do Reino em todas as circunstâncias. A eles compete “perseverar até o fim”.
quarta-feira, 10 de julho de 2024
Mateus 10, 7-15 A missão dos apóstolos.
7 Vão e anunciem: ‘O Reino do Céu está próximo’. 8 Curem os doentes, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios. Vocês receberam de graça, deem também de graça! 9 Não levem nos cintos moedas de ouro, de prata ou de cobre; 10 nem sacola para o caminho, nem duas túnicas, nem calçados, nem bastão, porque o operário tem direito ao seu alimento.
11 Em qualquer cidade ou povoado onde vocês entrarem, informem-se para saber se há alguém que é digno. E aí permaneçam até vocês se retirarem. 12 Ao entrarem na casa, façam a saudação. 13 Se a casa for digna, desça sobre ela a paz de vocês; se ela não for digna, que a paz volte para vocês. 14 Se alguém não os receber bem, e não escutar a palavra de vocês, ao sair dessa casa e dessa cidade, sacudam a poeira dos pés. 15 Eu garanto a vocês: no dia do julgamento as cidades de Sodoma e Gomorra serão tratadas com menos rigor do que essa cidade.”
Comentário:
* 5-15: A missão é reunir o povo para seguir a Jesus, o novo Pastor. Ela se realiza mediante o anúncio do Reino e pela ação que concretiza os sinais da presença do Reino. A missão se desenvolve em clima de gratuidade, pobreza e confiança, e comunica o bem fundamental da paz, isto é, da plena realização de todas as dimensões da vida humana. Os enviados são portadores da libertação; rejeitá-los é rejeitar a salvação e atrair sobre si o julgamento.
Aos doze apóstolos Jesus dá orientações bem definidas: anunciar que o Reino de Deus está próximo, curar os enfermos, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos e expulsar os demônios. É uma novidade bem-vinda e revolucionária, capaz de desinstalar as estruturas sociais injustas e opressoras. O Reino dos Céus deve abarcar a todos, mas dá preferência aos doentes e marginalizados. O estilo de vida dos missionários deve ser despojado. Sem ostentação ou cobiça: “Deem gratuitamente”. A mensagem é de esperança e de paz. Os destinatários da missão apostólica não podem descuidar o dever sagrado da hospitalidade. E precisam também abrir o coração para a visita de Deus. Se rejeitarem os mensageiros da paz, terão que dar explicação a Deus “no dia do julgamento”.
terça-feira, 9 de julho de 2024
Mateus 10, 1-7 O núcleo da nova comunidade.
-* 1 Então Jesus chamou seus discípulos e deu-lhes poder para expulsar os espíritos maus, e para curar qualquer tipo de doença e enfermidade. 2 São estes os nomes dos Doze Apóstolos: primeiro Simão, chamado Pedro, e seu irmão André; Tiago e seu irmão João, filhos de Zebedeu; 3 Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; 4 Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que foi o traidor de Jesus.
A missão dos apóstolos -* 5 Jesus enviou os Doze com estas recomendações: “Não tomem o caminho dos pagãos, e não entrem nas cidades dos samaritanos. 6 Vão primeiro às ovelhas perdidas da casa de Israel. 7 Vão e anunciem: ‘O Reino do Céu está próximo’
Comentário:
* 1-4: Os discípulos recebem o mesmo poder de Jesus: desalienar os homens (expulsar demônios) e libertá-los de todos os males (curar doenças). Os doze apóstolos formam o núcleo da nova comunidade, chamada a continuar a palavra e ação de Jesus.
* 5-15: A missão é reunir o povo para seguir a Jesus, o novo Pastor. Ela se realiza mediante o anúncio do Reino e pela ação que concretiza os sinais da presença do Reino. A missão se desenvolve em clima de gratuidade, pobreza e confiança, e comunica o bem fundamental da paz, isto é, da plena realização de todas as dimensões da vida humana. Os enviados são portadores da libertação; rejeitá-los é rejeitar a salvação e atrair sobre si o julgamento.
Jesus chama e envia doze discípulos para continuar sua missão. O número doze evoca as antigas doze tribos de Israel e indica que o novo povo de Deus está nascendo. De diferentes culturas e condições sociais, os Doze formam o núcleo da comunidade de Jesus: fraterna, solidária e aberta para anunciar o Evangelho por todo o mundo. As tarefas de Jesus são as dos apóstolos: expulsar espíritos impuros e “curar toda doença e enfermidade”. O que devem anunciar? O Reino de Deus está próximo, isto é, ao alcance dos que o aceitarem. Esse Reino está em contraste com os reinos deste mundo, incluindo o Império Romano e as autoridades de Israel. Portador de vida, o Reino de Deus assume a justiça a favor dos pobres e marginalizados.
segunda-feira, 8 de julho de 2024
Mateus 9, 32-38 Jesus faz ver e falar.
32 Quando já tinham saído os dois cegos, levaram a Jesus um mudo que estava possuído pelo demônio. 33 Quando o demônio foi expulso, o mudo falou, e as multidões ficaram admiradas, e diziam: “Nunca se viu uma coisa assim em Israel.” 34 Mas os fariseus diziam: “É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios.”
A origem da missão -* 35 Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando a Boa Notícia do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. 36 Vendo as multidões, Jesus teve compaixão, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. 37 Então Jesus disse a seus discípulos: “A colheita é grande, mas os trabalhadores são poucos! 38 Por isso, peçam ao dono da colheita que mande trabalhadores para a colheita.”
Comentário:
* 27-34: A justiça do Reino liberta os homens para o discernimento (ver) e expulsa a alienação (demônio) que impede de dizer a palavra que transforma a realidade. A justiça libertadora, porém, provoca a oposição daqueles que querem apossar-se da salvação, para restringi-la a pequeno grupo de privilegiados.
* 35-38: Mateus apresenta um resumo da atividade de Jesus (cf. 4,23), mostrando a raiz da ação dele: nasce da visão da realidade, que o leva a compadecer-se, isto é, a sentir junto com o povo cansado e abatido. O trabalho é grande, e necessita de pessoas dispostas a continuar a obra de Jesus. A comunidade deve assumir a preocupação de levar a Boa Notícia do Reino ao mundo inteiro, consciente da necessidade de trabalhadores disponíveis para essa missão divina.
Pequeno recorte da atividade missionária de Jesus. Destacam- se: seu ensinamento (v. 35); a cura de “toda doença”; a compaixão pelas multidões “angustiadas e abandonadas”; e a constatação de que o trabalho pelo Reino de Deus é imenso, faltam operários, então é necessário pedir ao Pai Celeste que “envie trabalhadores para a sua colheita”. Não obstante o total empenho de Jesus em benefício da população enferma, pobre e oprimida, surgem os fariseus para insultá-lo. Dizem que ele age pelo poder dos demônios. Atribuição ofensiva e descabida. É pelo poder de Deus que Jesus realiza suas obras. A maioria do povo sabe disso e o manifesta: “As multidões ficaram maravilhadas”. Qual é a sua colaboração para fortalecer, no mundo, o Reino de justiça e paz?
domingo, 7 de julho de 2024
Mateus 9, 18-26 Jesus é o Senhor da vida.
-* 18 Enquanto Jesus dizia essas coisas para eles, um chefe se aproximou, ajoelhou-se diante de Jesus, e disse: “Minha filha acaba de morrer; mas vem, põe tua mão sobre ela, e ela viverá.” 19 Jesus levantou-se e o seguiu, junto com seus discípulos.
20 Nesse momento, chegou uma mulher que fazia doze anos vinha sofrendo de hemorragia. Ela foi por trás, e tocou a barra da roupa de Jesus, 21 porque pensava: “Ainda que eu toque só na roupa dele, ficarei curada.” 22 Jesus virou-se, e, ao vê-la, disse: “Coragem, filha! Sua fé curou você.” E, desde esse momento, a mulher ficou curada.
23 Chegando à casa do chefe, Jesus viu os tocadores de flauta e uma multidão fazendo barulho. Então disse: 24 “Retirem-se, porque a menina não morreu. Ela está apenas dormindo.” As pessoas começaram a caçoar dele. 25 Quando a multidão foi afastada, Jesus entrou, e tomou a menina pela mão. Então a menina se levantou. 26 E essa notícia espalhou-se por toda aquela região.
Comentário:
* 18-26: Cf. nota em Mc 5, 21-43: Toda mulher menstruada ou sofrendo corrimento de sangue, era considerada impura (Lv 15,19.25), e impuros ficavam também os que fossem tocados por ela. A fé em Jesus faz que essa mulher viole a Lei e seja curada. A missão de Jesus é restaurar os homens na vida total: não só libertá-los da doença que os diminui e exclui do convívio social, mas também salvá-los da morte, que os exclui da vida antes do tempo.
Alguns gestos e palavras do chefe demonstram sua fé no poder de Jesus: aproximar-se, ajoelhar-se diante dele, e a certeza de que Jesus, impondo as mãos sobre a falecida, a fará viver. Diferente de outros líderes, como Herodes, que matou crianças, e Herodes Antipas, que mandou cortar a cabeça do Batista, este chefe reconhece seus limites, busca Jesus e deseja o bem para a filha. Oxalá nossos governantes sigam seu exemplo: sentir as necessidades da população e prestar-lhe socorro! Louváveis também são a coragem e a fé da mulher enferma. Pela fé simples e profunda, ela fica livre de sua enfermidade. Na casa do chefe, Jesus dispensa curiosos e barulhentos, comuns e inúteis nessas circunstâncias. Jesus não dá espetáculo. O que faz é demonstrar o poder de Deus e consolidar seu Reino.
sábado, 6 de julho de 2024
Marcos 6, 1-6 O escândalo da encarnação.
-* 1 Jesus foi para Nazaré, sua terra, e seus discípulos o acompanharam. 2 Quando chegou o sábado, Jesus começou a ensinar na sinagoga. Muitos que o escutavam ficavam admirados e diziam: “De onde vem tudo isso? Onde foi que arranjou tanta sabedoria? E esses milagres que são realizados pelas mãos dele? 3 Esse homem não é o carpinteiro, o filho de Maria e irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? E suas irmãs não moram aqui conosco?” E ficaram escandalizados por causa de Jesus. 4 Então Jesus dizia para eles que um profeta só não é estimado em sua própria pátria, entre seus parentes e em sua família. 5 E Jesus não pôde fazer milagres em Nazaré. Apenas curou alguns doentes, pondo as mãos sobre eles. 6 E Jesus ficou admirado com a falta de fé deles.
Comentário:
* 6,1-6a: Os conterrâneos de Jesus se escandalizam: não querem admitir que alguém como eles possa ter sabedoria superior à dos profissionais e realize ações que indiquem uma presença de Deus. Para eles, o empecilho para a fé é a encarnação: Deus feito homem, situado num contexto social.
Jesus se encontra na sinagoga de Nazaré e, sempre bem-disposto, aí começa a ensinar. Essa sua atitude, provavelmente, incomoda os fariseus e doutores da Lei, porque, em geral, eles é que tomam a palavra para explicar as Escrituras. As pessoas simples, porém, escutam os ensinamentos de Jesus e ficam maravilhadas, pois ele demonstra sabedoria, e suas palavras são acompanhadas por milagres. A admiração dura pouco; logo cede lugar à incredulidade. Jesus é muito humano, próximo, de origem simples. Essa imagem não condiz com a grandiosidade do Messias que esperavam! Não conseguem perceber que Jesus, o Filho de Deus, aí está para cumprir a vontade do seu Pai celeste. Permanecem fechados à sua mensagem, de tal modo que ele “não conseguia fazer aí nenhum milagre. Curou apenas alguns doentes”
2 Coríntios 12, 7-10 Na fraqueza se manifesta a força.
-* 7 Para que eu não me inchasse de soberba por causa dessas revelações extraordinárias, foi me dado um espinho na carne, um anjo de Satanás para me espancar, a fim de que eu não me encha de soberba. 8 Por esse motivo, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim. 9 Ele, porém, me respondeu: “Para você basta a minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder.” Portanto, com muito gosto, prefiro gabar-me de minhas fraquezas, para que a força de Cristo habite em mim. 10 E é por isso que eu me alegro nas fraquezas, humilhações, necessidades, perseguições e angústias, por causa de Cristo. Pois quando sou fraco, então é que sou forte.
Comentário:
* 7-10: Não se sabe ao certo ao que Paulo se refere quando fala de “espinho na carne.” Trata-se talvez de alguma doença que multiplica as dificuldades de sua vida apostólica. Ele experimenta um paradoxo: é na sua fraqueza que se manifesta a força de Deus.
sexta-feira, 5 de julho de 2024
Mateus 9, 14-17 Jesus provoca ruptura
* 14 Então os discípulos de João se aproximaram de Jesus, e perguntaram: “Nós e os fariseus fazemos jejum. Por que os teus discípulos não fazem jejum?” 15 Jesus respondeu: “Vocês acham que os convidados de um casamento podem estar de luto, enquanto o noivo está com eles? Mas chegarão dias em que o noivo será tirado do meio deles. Aí então eles vão jejuar. 16 Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, porque o remendo repuxa o pano, e o rasgo fica maior ainda. 17 Também não se põe vinho novo em barris velhos, senão os barris se arrebentam, o vinho se derrama e os barris se perdem. Mas vinho novo se põe em barris novos e assim os dois se conservam.”
Comentário:
* 14-17: Cf. nota em Mc 2,18-22. Jesus veio substituir o sistema da Lei, rigidamente seguido pelos fariseus. A justiça que vem da misericórdia abre as portas do Reino para todos.
A expressão dos discípulos de João mais parece lamento do que alegria: “Nós e os fariseus jejuamos tanto…”. Jesus compara o jejum com o luto (v. 15). Então, acaso o jejum não é prática recomendável? Tudo dependerá do motivo por que se faz jejum. Jejuar, na tradição judaica, estava muito ligado à necessidade de obter favores de Deus. Cumprir os Mandamentos para ganhar o céu. Ora, Deus não depende da quantidade de coisas boas que fazemos para nos acudir com suas graças. Graça vem de graça, não por nossos méritos. É o que Jesus nos ensina. E o apóstolo Paulo insiste: “É pela graça que vocês foram salvos […] E isso não provém de vocês, mas é dom de Deus” (Ef 2,8). Quanto ao jejum que agrada a Deus, confira o luminoso capítulo 28 do profeta Isaías.
quinta-feira, 4 de julho de 2024
Mateus 9, 9-13 Justiça e misericórdia.
-* 9 Saindo daí, Jesus viu um homem chamado Mateus, sentado na coletoria de impostos, e lhe disse: “Siga-me!” Ele se levantou, e seguiu a Jesus. 10 Estando Jesus à mesa em casa de Mateus, muitos cobradores de impostos e pecadores foram e sentaram-se à mesa com Jesus e seus discípulos. 11 Alguns fariseus viram isso, e perguntaram aos discípulos: “Por que o mestre de vocês come com os cobradores de impostos e os pecadores?” 12 Jesus ouviu a pergunta e respondeu: “As pessoas que têm saúde não precisam de médico, mas só as que estão doentes. 13 Aprendam, pois, o que significa: ‘Eu quero a misericórdia e não o sacrifício’. Porque eu não vim para chamar justos, e sim pecadores.”
Comentário:
* 9-13: Cf. nota em Mc 2,13-17. Com a citação de Oséias 6,6, Mateus esclarece o sentido da missão de Jesus: a justiça do Reino é inseparável da misericórdia.
Jesus toca num ponto que mexe com a sensibilidade dos fariseus. Eram observantes da Lei divina e ferrenhos críticos em relação aos que a transgrediam. Ora, misturar-se com pecadores correspondia a afastar-se da Antiga Aliança. Muitos judeus religiosos desprezavam os cobradores de impostos e os consideravam pecadores. Jesus chama para segui-lo justamente um desses, Mateus. E mais: para demonstrar sua proximidade com os pecadores, Jesus faz refeição com eles. Foi como cutucar uma colmeia de abelhas. Todas ficam ouriçadas. Com língua afiada, os fariseus criticam a atitude do Mestre. E logo recebem a correção a seus pensamentos mesquinhos e maldosos: “Eu não vim chamar justos, e sim pecadores”. Jesus veio não para condenar, mas para salvar. Pela misericórdia.
quarta-feira, 3 de julho de 2024
Mateus 9, 1-8 O poder de perdoar.
-* 1 Jesus subiu numa barca, passou para a outra margem e chegou à sua cidade. 2 Nisso, levaram a ele um paralítico deitado numa cama. Vendo a fé que eles tinham, Jesus disse ao paralítico: “Coragem, filho! Os seus pecados estão perdoados.”
3 Então alguns doutores da Lei pensaram: “Esse homem está blasfemando!” 4 Mas Jesus, conhecendo os pensamentos deles, disse: “Por que é que vocês pensam coisas más? 5 O que é mais fácil dizer: ‘Os seus pecados estão perdoados’; ou dizer: ‘Levante-se e ande’? 6 Pois bem, para que vocês saibam que o Filho do Homem tem poder na terra para perdoar pecados - então disse Jesus ao paralítico: - Levante-se, pegue a sua cama e vá para a sua casa.” 7 O paralítico então se levantou, e foi para a sua casa. 8 Vendo isso, a multidão ficou com medo e louvou a Deus, por ter dado tal poder aos homens.
Comentário:
* 9,1-8: Cf. nota em Mc 2,1-12. Só Mateus acrescenta na conclusão as palavras “por ter dado tal poder aos homens”. Desse modo, o episódio se torna apresentação do poder de perdoar, que é entregue à comunidade da Igreja (cf. Mt 18,15-18).
Certamente, Jesus tinha intenção de curar o paralítico. Mas começa pelo lado mais oculto: os pecados. A cura indica que já está presente o Reino de Deus, que inclui também a remoção do pecado. Os doutores da Lei reagem imediatamente. Sabiam que perdoar pecados era competência somente de Deus. Como pode Jesus ter tal pretensão? Ora, assim como o Filho de Deus tem o poder sobre doenças, forças da natureza e até sobre a morte, por que não perdoaria pecados? Para ficar claro que o “Filho do Homem” recebeu de Deus o poder de perdoar pecados, Jesus ordena ao paralítico que vá para casa, carregando sua maca. Escândalo para os doutores da Lei, que continuam cegos diante do Messias, e alegria para as multidões, que glorificavam a Deus, pelo poder dado a Jesus, que o estenderá aos apóstolos.
terça-feira, 2 de julho de 2024
João 20, 24-29 A comunidade é testemunha de Jesus ressuscitado.
* 24 Tomé, chamado Gêmeo, que era um dos Doze, não estava com eles quando Jesus veio. 25 Os outros discípulos disseram para ele: “Nós vimos o Senhor.” Tomé disse: “Se eu não vir a marca dos pregos nas mãos de Jesus, se eu não colocar o meu dedo na marca dos pregos, e se eu não colocar a minha mão no lado dele, eu não acreditarei.”
26 Uma semana depois, os discípulos estavam reunidos de novo. Dessa vez, Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou. Ficou no meio deles e disse: “A paz esteja com vocês.” 27 Depois disse a Tomé: “Estenda aqui o seu dedo e veja as minhas mãos. Estenda a sua mão e toque o meu lado. Não seja incrédulo, mas tenha fé.” 28 Tomé respondeu a Jesus: “Meu Senhor e meu Deus!” 29 Jesus disse: “Você acreditou porque viu? Felizes os que acreditaram sem ter visto.”
Comentário:
* 24-29: Tomé simboliza aqueles que não acreditam no testemunho da comunidade e exigem uma experiência particular para acreditar. Jesus, porém, se revela a Tomé dentro da comunidade. Todas as gerações do futuro acreditarão em Jesus vivo e ressuscitado através do testemunho da comunidade cristã.
Tomé aparece nas quatro listas que contêm os nomes dos apóstolos (cf. Mt 10,1-4; Mc 3,13-19; Lc 6,12-16; At 1,13). Foi ele que, com toda franqueza, disse a Jesus: “Senhor, nós não sabemos para onde vais, como podemos conhecer o caminho?” (Jo 14,5). Tal pergunta deu margem para Jesus proferir solene definição de si mesmo: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém chega ao Pai, a não ser por mim” (Jo 14,6). Tomé ficou conhecido, sobretudo, como símbolo da incredulidade: exigiu provas para crer que Jesus tinha ressuscitado. Depois, diante da evidência, expressou sua comovida profissão de fé: “Meu Senhor e meu Deus” (v. 28). Após Pentecostes, segundo o bispo e historiador Eusébio de Cesareia, Tomé evangelizou a Pérsia e a Índia, onde também sofreu o martírio. Que o exemplo deste apóstolo revigore nossa fé em Jesus Cristo.
segunda-feira, 1 de julho de 2024
Mateus 8, 23- 27 Jesus é o Senhor das situações.
-* 23 Então Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam. 24 E eis que houve grande agitação no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, estava dormindo. 25 Os discípulos se aproximaram e o acordaram, dizendo: “Senhor, salva-nos, porque estamos afundando!” 26 Jesus respondeu: “Por que vocês têm medo, homens de pouca fé?” E, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e tudo ficou calmo. 27 Os homens ficaram admirados e disseram: “Quem é esse homem, a quem até o vento e o mar obedecem?”
Comentário:
* 23-27: É nos momentos de crise e dificuldades diante do mundo que a comunidade cristã (discípulos) mostra se confia ou não na presença de Jesus em seu meio. As situações críticas são sempre um termômetro que mede o grau de consciência da maturidade ou infantilidade da fé.
A barca é figura da comunidade dos discípulos, ameaçada pelo mundo malvado, mas confortada pela presença de Jesus. A Igreja, em todos os tempos e lugares, tem sido vítima de incompreensões e violência. As primeiras comunidades cristãs foram vítimas de cruéis ataques dos adversários. Muitos cristãos e cristãs sofreram o martírio por causa de sua fidelidade a Jesus Cristo. No meio da agitação das ondas, Jesus dormia. Quer Jesus mostrar que está em total harmonia com a natureza ou, talvez, levar os discípulos a confiar inteiramente no poder de Deus? Seja o que for, Jesus está nos dizendo mais uma vez: “Não tenham medo. Sou eu”. Em outras palavras: “Por que estão duvidando? Não acreditam que estou com vocês?”. A fé miúda dos discípulos e nossa deve crescer.
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