terça-feira, 7 de abril de 2009

João 13, 21-33, 36-38 Jesus é traído por um discípulo,

21 Depois de dizer essas coisas, Jesus ficou profundamente comovido e disse com clareza: "Eu garanto que um de vocês vai me trair."22 Desconcertados, os discípulos olhavam uns para os outros, pois não sabiam de quem Jesus estava falando. 23 Um deles, aquele que Jesus amava, estava à mesa ao lado de Jesus. 24 Simão Pedro fez um sinal para que ele procurasse saber de quem Jesus estava falando. 25 Então o discípulo se inclinou sobre o peito de Jesus e perguntou: "Senhor, de quem estás falando?"26 Jesus respondeu: "É aquele quem vou dar o pedaço de pão que estou umedecendo no molho." Então Jesus pegou um pedaço de pão, o molhou e o deu para Judas Iscariotes, filho de Simão. 27 Nesse momento, depois do pão, Satanás entrou em Judas. Então Jesus lhe disse: "O que você pretende fazer, faça logo."28 Ninguém aí presente compreendeu por que Jesus disse isso. 29 Como Judas era o responsável pela bolsa comum, alguns discípulos pensaram que Jesus o tinha mandado comprar o necessário para a festa ou dar alguma coisa aos pobres. 30 Judas pegou o pedaço de pão e saiu imediatamente. Era noite.
A expressão da fé é o amor - 31 Quando Judas Iscariotes saiu, Jesus disse: "Agora o filho do Homem foi glorificado, e também Deus foi glorificado nele. 32 Deus o glorificará em si mesmo e o glorificará logo.
33 Filhinhos: vou ficar com vocês só mais um pouco. Vocês vão me procurar, e eu digo agora a vocês o que já disse aos judeus: para onde eu vou, vocês não podem ir.
36 Simão Pedro perguntou: "Senhor, para onde vais?"Jesus respondeu: "Para onde eu vou, você não pode me seguir agora. Você me seguirá mais tarde". 37 Pedro disse: "Senhor, por que não posso seguir-te agora? Eu daria a minha vida por ti."38 Jesus respondeu: "Você daria a vida por mim? Eu lhe garanto": antes que o galo cante, você me negará três vezes."

Comentários:
18-30: A longa noite da paixão começa com a traição de Judas, símbolo da traição que pode estar presente dentro da própria comunidade cristã.

31-38: O mandamento novo supera todos os outros mandamentos. Deus e o homem são inseparáveis. E é somente amando ao homem que amamos a Deus. Em Jesus, Deus se fez presente no homem, tornando-o intocável. Tal mandamento novo gera uma comunidade que oferece uma alternativa de vida digna e liberdade perante a morte e a opressão.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

João 12, 1-11 Jesus é ungido para a sepultura.

1 Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi para Betânia, onde morava Lázaro, que ele havia ressuscitado dos mortos. 2 Aí ofereceram um jantar para Jesus. Marta servia e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Jesus. 3 Então Maria levou quase meio litro de perfume de nardo puro e muito caro. Ungiu com ele os pés de Jesus e os enxugou com seus cabelos. A casa inteira se encheu de perfume. 4 Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que ia trair Jesus disse: 5 “Por que esse perfume não foi vendido por trezentas moedas de prata, para dar aos pobres?” 6 Judas disse isso não porque se preocupava com os pobres, mas porque era ladrão. Ele tomava conta da bolsa comum e roubava do que era depositado nela. 7 Jesus, porém disse: “Deixe-a, Ela guardou esse perfume para me ungir no dia do meu sepultamento. 8 No meio de vocês sempre haverá pobres; ao passo que eu não estarei sempre com vocês.”
9 Muitos judeus ficaram sabendo que Jesus estava aí em Betânia. Então foram ai não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Jesus havia ressuscitado dos mortos. 10 Então os chefes dos sacerdotes decidiram matar também Lázaro, 11 porque, por causa dele, muitos judeus deixaram seus chefes e acreditavam em Jesus.

Comentários:1-11: O gesto de Maria prepara o corpo de Jesus para a morte, isto é, o ato final com que ele entregará sua vida em favor dos homens. Desperdício inútil? Judas desculpa sua própria avareza, disfarçando-a com uma preocupação paternalista pelos pobres. A comunidade que vive o espírito de Jesus será eminentemente uma comunidade de pobres e sempre aberta fraternalmente para os pobres.

domingo, 5 de abril de 2009

Filipenses 2, 5-11 O Evangelho autêntico.

5 Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo:

6 Ele tinha a condição divina,
mas não se apegou a sua igualdade
com Deus.

7 Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo,
assumindo a condição de servo
e tornando-se semelhante aos homens.
Assim, apresentando-se
como simples homem,

8 humilhou-se a si mesmo,
tornando-se obediente até a morte,
e morte de cruz!

9 Por isso, Deus o exaltou grandemente,
e lhe deu o Nome
que está acima de qualquer outro nome;

10 para que, ao nome de Jesus,
se dobre todo joelho
no céu, na terra e sob a terra;

11 e toda língua confesse
que Jesus Cristo é o Senhor,
para a glória de Deus Pai.

Comentários:
5-11: Com esse hino, Paulo mostra qual é o Evangelho da cruz, o Evangelho autêntico, e apresenta Cristo o modelo de humildade. Embora tivesse a mesma condição de Deus, Jesus se apresentou entre os homens como simples homem. E mais: abriu mão de qualquer privilégio, tornando-se apenas o homem que obedece a Deus e serve aos homens. Não bastasse isso, Jesus serviu até o fim, perdendo a honra ao morrer na cruz, como se fosse criminoso. Por isso Deus o ressuscitou e o colocou no posto mais elevado que possa existir como Senhor do universo e da história. Os cristãos são convidados a fazer o mesmo: abrir mão de todo e qualquer privilégio, até mesmo da boa fama, para pôr-se a serviço dos outros, até o fim.

sábado, 4 de abril de 2009

João 11, 45-56 Os poderosos procuram matar Jesus.

- 45 Então muitos judeus, que tinham ido à casa de Maria e que viram o que Jesus fez, acreditaram nele. 46 Alguns, porém, foram ao encontro dos fariseus e contaram o que Jesus tinha feito. 47 Então os chefes dos sacerdotes e os fariseus reuniram o Conselho. E disseram: "Que é que vamos fazer? Esse homem está realizando muitos sinais. 48 Se deixamos que ele continue assim, todos vão acreditar nele; os romanos virão e destruirão o Templo e toda a nação." 49 Um deles, chamado Caifás, sumo sacerdote nesse ano, disse: "Vocês não sabem nada. 50 Vocês não percebem que é melhor um só morrer pelo povo, do que a nação inteira perecer?" 51 Caifás não falou isso por si mesmo. sendo sumo sacerdote nesse ano, profetizou que Jesus ia morrer pela nação. 52 E não só pela nação, mas também para reunir juntos os filhos de Deus que estavam dispersos. 53 A partir desse dia, as autoridades dos judeus decidiram matar Jesus. 54 54 Por isso, Jesus não andava mais em público entre os judeus. Retirou-se para uma região perto do deserto. Foi para uma cidade chamada Efraim, onde ficou com seus discípulos.
55 A Páscoa dos judeus estava próxima, e muita gente do campo foi a Jerusalém para purificar-se antes da Páscoa. 56 Eles procuravam Jesus, e quando se reuniram no Templo, comentavam: " Que é que vocês acham? Será que ele não vem para a festa?
57 Os chefes dos sacerdotes e os fariseus tinham baixado uma ordem: quem soubesse onde Jesus estava, devia denunciá-lo, para que eles o pudessem prender.

Comentários:
45-57: A comunicação da vida e liberdade é intolerável para um sistema opressor que gera a morte. As autoridades disfarçam sua hostilidade com a desculpa de que o bem da nação está em jogo. Apelam para a segurança nacional. Caifás apresenta a solução que, ironicamente, se tornou o coração da fé cristã: Jesus morrerá por todos. Matando a Jesus, o sistema opressor se denuncia e se destrói a si mesmo, abrindo a possibilidade da vida e liberdade para todos.

sexta-feira, 3 de abril de 2009

João 10, 31-42 As credenciais de Jesus são as suas obras.

31 As autoridades dos judeus pegaram pedras outra vez para apedrejar Jesus. 32 Então Jesus disse: “Por ordem do meu Pai, tenho feito muitas coisas boas na presença de vocês. Por qual delas vocês me querem apedrejar?”. 33 As autoridades dos judeus responderam: “Não queremos te apedrejar por causa de boas obras, e sim por causa de uma blasfêmia: tu és apenas um homem, e te fazes passar por Deus.”
34 Jesus disse: “Por acaso, não é na Lei de vocês que está escrito: ´Eu disse: vocês são deuses´? 35 Ninguém pode anular a Escritura. Ora, a Lei chama de deuses as pessoas para as quais a palavra de Deus foi dirigida. 36 O Pai me consagrou e me enviou ao mundo. Por que você me acusam de blasfêmia, se eu digo que sou Filho de Deus? 37 Se não faço as obras do meu Pai, vocês não precisam acreditar em mim. 38 Mas se eu as faço, mesmo que vocês não queiram acreditar em mim, acreditem pelo menos em minhas obras. Assim vocês conhecerão, de uma vez por todas, que o Pai está presente em mim, e eu no Pai.”39 Eles tentaram outra vez prender Jesus, mas ele escapou das mãos deles.
O Testemunho é eficaz – 40 Jesus atravessou de novo o rio Jordão e foi para o lugar onde antes João ficava batizando. E aí ficou. 41 Muitos foram ao seu encontro. E diziam: “João não realizou nenhum sinal, mas tudo o que ele disse a respeito desse homem é verdade.” 42 E aí muitos acreditaram em Jesus.

Comentários:
22-39: Jesus define sua condição de Messias, apresentando-se como o Filho de Deus. As provas de seu messianismo não são teorias jurídicas, mas fatos concretos: suas ações comprovam que é Deus quem age nele.
40-42:O testemunho revela Jesus aos homens, levando-os a compreender que Jesus realiza o projeto de Deus (cf. 1, 26-34).

quinta-feira, 2 de abril de 2009

João 8, 51-59 Jesus é maior do que Abraão

51 "Eu garano a vocês: se alguém guard a minha palava, jamais verá a morte."
52 Os judeus disseram: "Agora sabemos que estás louco. Abraão morreu e os profetas também. E tu dizes: " se alguém guarda a minha palavra, nunca vai experimentar a morte". 53 Por acaso, tu és maior que o nosso pai Abraão, que morreu? Os profetas também morreram. Quem é que pretendes ser?" 54 Jesus respondeu: "Se eu glorifico a mim mesmo, minha glória não vale nada. Quem me glorifica é o meu Pai, aquele que vocês dizem que é o Pai de vocês. 55 Vocês não o conhecem, mas eu o conheço. se dissesse que não o conheço, eu seria mentiroso como vocês. Mas eu o conheço e guardo a palavra dele. 56 Abraão, o pai de vocês, alegrou-se porque viu meu dia. Ele viu e encheu-se de alegria. 57 Então os judeus disseram: "Ainda não tens cinquenta anos, e viste Abraão?" 58 Jesus respondeu: "Eu garanto a vocês: antes que Abraão existisse, Eu Sou." 59 Então eles pegaram pesdra para atirar em Jesu. Mas Jesus se escondu e saiu do Templo.

Comentários:
48-59 Abraão se alegrou com a promessa feita por Deus de que o futuro Messias iria sair da sua descendência (Gn 12,7; 15,2ss; Gl 3,16). Jesus vai muito além, e atribui a si mesmo o título do Deus do êxodo: "Eu Sou".

quarta-feira, 1 de abril de 2009

João 8, 31-42 A verdade liberta

31 Então Jesus disse para as autoridades dos judeus que tinham acreditado nele: "Se vocês guardarem a minha palavra, vocês de fato serão meus discípulos; 32 conhecerão a verdade, e a verdade libertará vocês." 33 Eles disseram: "Nós somos descendentes de Abraão, e nunca omos escravos de ninguém. Como podes dizer: "vocês ficarão livres?" 34 Jesus respondeu: " Eu garanto a vocês: quem comete o pecado é escravo do pecado. 35 O escravo não fica para sempre na casa, mas o filho fica aí para sempre. 36 Por isso, se o filho os libertar, vocês realmente ficarão livres. 37 Eu sei que vocês são descendentes de Abraão; no entanto, estão procurando me matar, porque minha palavra não entra na cabeça de vocês. 38 Eu falo das coisas que vi junto do Pai; vocês também devem fazer aquilo que ouvem do pai de vocês."
A MENTIRA ESCRAVIZA - 39 As autoridades dos judeus disseram a Jesus: " Nosso pai é Abraão. " Jesu disse: "Se vocês são filhos de Abraão, façam obras de Abraão. 40 Agora, porém, vocês querem me matar, e o que eu fiz foi dizer a verdade que ouvi junto a Deus. Isso Abraão nunca fez. 41 Vocês fazem a obra do pai de vocês." Então eles replicaram: " Não somos filhos ilegítimos; só temos um pai, que é Deus." 42 Jesus disse: "Se deus fosse pai de vocês, vocês me amariam, porque eu saí de Deus e venho dele. Não vim pela minha própria vontade, mas foi ele que me enviou.

Comentários:
31-38: A verdade que liberta é aceitar a vida nova trazida por Jesus, que relativiza tudo aquilo que antes parecia absoluto: riqueza, poder, idéias, estruturas. A liberdade só é possível quando se rompe com uma ordem injusta, que impede a experiência do amor de Deus através do amor ao homem.
39-47: O diabo é aquele que se opõe á vontade de Deus e se absolutiza, ocupando o lugar de Deus e crinado uma sociedade mentirosa e assassina, que adora ídolos opressores e é incapaz de assimilar a mensagem libertadora de Jesus.