terça-feira, 24 de junho de 2025

Mateus 7, 15-20 Cuidado com as falsas promessas.

* 15 “Cuidado com os falsos profetas: eles vêm a vocês vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes. 16 Vocês os conhecerão pelos frutos deles: por acaso se colhem uvas de espinheiros ou figos de urtigas? 17 Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz maus frutos. 18 Uma árvore boa não pode dar frutos maus, e uma árvore má não pode dar bons frutos. 19 Toda árvore que não der bons frutos, será cortada e jogada no fogo. 20 Pelos frutos deles é que vocês os conhecerão.” Comentário: * 15-20: “Nada se parece tanto com um verdadeiro profeta, como um falso profeta.” As ideologias que nos afastam da opção fundamental pelo Reino e sua justiça são cheias de fascínio, e sempre trazem a aparência de humanidade e até mesmo de fé. Só poderemos perceber a sua falsidade através daquilo que elas produzem na sociedade: a cobiça e a sede de poder, que levam à exploração e opressão. No Antigo Testamento, encontramos muitos relatos e denúncias de falsos profetas, que estavam a serviço dos soberanos e agiam de má-fé contra o povo, apenas para cumprir a vontade dos poderosos. Jesus alerta para o fato de que esses falsos profetas continuam a existir e é preciso ter cuidado. O critério para os reconhecermos é simples: identificar seus frutos. E os frutos dependem da árvore, o que nos remete a outra passagem do Evangelho, quando Jesus afirma ser a “verdadeira videira”. Ser cristão é assumir um estilo de vida que imita Cristo e se manifesta nos frutos que produzimos, sendo esses frutos principalmente a justiça e a caridade.

segunda-feira, 23 de junho de 2025

Lucas 1, 57-66.80 Nascimento de João Batista.

* 57 Terminou para Isabel o tempo de gravidez, e ela deu à luz um filho. 58 Os vizinhos e parentes ouviram dizer como o Senhor tinha sido bom para Isabel, e se alegraram com ela. 59 No oitavo dia, foram circuncidar o menino, e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60 A mãe, porém, disse: “Não! Ele vai se chamar João.” 61 Os outros disseram: “Você não tem nenhum parente com esse nome!” 62 Então fizeram sinais ao pai, perguntando como ele queria que o menino se chamasse. 63 Zacarias pediu uma tabuinha, e escreveu: “O nome dele é João.” E todos ficaram admirados. 64 No mesmo instante, a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus. 65 Todos os vizinhos ficaram com medo, e a notícia se espalhou por toda a região montanhosa da Judéia. 66 E todos os que ouviam a notícia, ficavam pensando: “O que será que esse menino vai ser?” De fato, a mão do Senhor estava com ele. 80 O menino ia crescendo, e ficando forte de espírito. João viveu no deserto, até o dia em que se manifestou a Israel. Comentário: * 57-66: O nome de João (= Deus tem piedade) é o sinal que evidencia o projeto de Deus sobre a criança e sua missão. * 67-80: O cântico de Zacarias é um louvor ao Deus misericordioso que realiza, através de Jesus, a “visita” aos pobres. Em Jesus se manifesta a força que liberta dos inimigos e do medo, formando um povo santo diante de Deus e justo diante dos homens. Desse modo, manifesta-se a luz que ilumina a condição do povo, abrindo uma história nova, que se encaminha para a Paz, isto é, a plenitude da vida. João Batista é filho de Zacarias, o mudo, e de Isabel, a estéril. Seu nascimento anuncia a chegada dos novos tempos, nos quais a esterilidade se tornará fecunda e o mutismo se transformará em anúncio profético. O povo reconhece que Deus foi misericordioso com esse casal e se alegra com ele. Seguindo o costume judaico, circuncidaram o menino ao mesmo tempo que recebe o nome. A atribuição do nome era prerrogativa do pai, mas Zacarias renuncia a esse direito, e quem lhe dá o nome é sua mãe, Isabel. O nome do filho será João, o que causou admiração em seus vizinhos: “O que vai ser esse menino?”. João será o anunciador de Jesus, que traz a graça de Deus para libertar os pobres. João Batista tem duas comemorações: seu nascimento (24 de junho) e seu martírio (19 de agosto). Celebrar o nascimento de João Batista é celebrar a vida daquele que tem a missão de preparar e anunciar a vinda de Jesus.

Mateus 7, 1-5 Ninguém pode julgar.

* 1”Não julguem, e vocês não serão julgados. 2 De fato, vocês serão julgados com o mesmo julgamento com que vocês julgarem, e serão medidos com a mesma medida com que vocês medirem. 3 Por que você fica olhando o cisco no olho do seu irmão, e não presta atenção à trave que está no seu próprio olho? 4 Ou, como você se atreve a dizer ao irmão: ‘deixe-me tirar o cisco do seu olho’, quando você mesmo tem uma trave no seu? 5 Hipócrita, tire primeiro a trave do seu próprio olho, e então você enxergará bem para tirar o cisco do olho do seu irmão.” Comentário: 1-5: Deus nos julga com a mesma medida que usamos para os outros. O rigor do nosso julgamento sobre o nosso próximo (cisco) mostra que desconhecemos a nossa própria fragilidade e a nossa condição de pecadores diante de Deus (trave). No capítulo 7 do Evangelho de Mateus, Jesus apresenta uma série de instruções e exortações breves que devem ser seguidas pelos seus discípulos. A primeira delas refere-se ao julgamento hipócrita, que despreza e destrói. Emitir juízo sobre alguém é, no mínimo, imprudente, pois cada pessoa é um mistério e não está em nosso poder perscrutar seu interior, o que pensa e sente. Segundo, porque mesmo que sejamos testemunhas oculares de suas atitudes, corremos o risco de interpretá-las erroneamente, não raro movidos por preconceito. Não fomos criados para condenar, mas para amar. Eis por que Jesus nos deixa um recado sensato e muito oportuno: “Tire primeiro a trave de seu olho, e então você enxergará bem para tirar o cisco do olho de seu irmão”. Lição de vida que deveria ser recordada a cada dia.

sábado, 21 de junho de 2025

Lucas 9, 18-24 Jesus é o Messias.

-* 18 Certo dia, Jesus estava rezando num lugar retirado, e os discípulos estavam com ele. Então Jesus perguntou: “Quem dizem as multidões que eu sou?” 19 Eles responderam: “Alguns dizem que tu és João Batista; outros, que és Elias; mas outros acham que tu és algum dos antigos profetas que ressuscitou.” 20 Jesus perguntou: “E vocês, quem dizem que eu sou?” Pedro respondeu: “O Messias de Deus.” 21 Então Jesus proibiu severamente que eles contassem isso a alguém. 22 E acrescentou: “O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar no terceiro dia.” 23 Depois Jesus disse a todos: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e me siga. 24 Pois, quem quiser salvar a sua vida, vai perdê-la; mas, quem perde a sua vida por causa de mim, esse a salvará. Comentário: * 18-27: Não basta declarar e aceitar que Jesus é o Messias; é preciso rever a ideia a respeito do Messias, o qual, para construir a nova história, enfrenta os que não querem transformações. Por isso, ele vai sofrer, ser rejeitado e morto. Sua ressurreição será a sua vitória. E quem quiser acompanhar Jesus na sua ação messiânica e participar da sua vitória, terá que percorrer caminho semelhante: renunciar a si mesmo e às glórias do poder e da riqueza. Num momento de oração com os discípulos, Jesus os provoca: o que o povo pensa dele? Para o povo, ele é João, Elias, um profeta. Jesus está na linha dos profetas. Em seguida, o Mestre quer saber o que os discípulos pensam dele. A resposta veio de Pedro: o “Cristo de Deus”. Para não restar dúvidas a respeito da messianidade de Jesus, ele revela seu destino trágico. Não é um Messias poderoso, conquistador e triunfalista como pensam. Será o Messias doador da própria vida em favor dos mais vulneráveis e desprezados. Jesus assume a causa dos pobres e, por isso, é condenado à morte. Seu sofrimento e sua morte não são um desejo masoquista dele, mas uma consequência de sua fidelidade ao Pai. O Mestre convida quem estiver disposto a segui-lo; mas, para isso, deverá renunciar a tudo o que impede o seguimento fiel. Quem quiser segui-lo terá que se identificar com seu projeto, sabendo que poderá ser desafiado pelos adversários. Renunciar a si mesmo é desfazer-se da ambição do enriquecimento, do poder e da glória.

Gálatas 3, 26-29 A chegada da fé.

26 De fato, vocês todos são filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo, 27 pois todos vocês, que foram batizados em Cristo, se revestiram de Cristo. 28 Não há mais diferença entre judeu e grego, entre escravo e homem livre, entre homem e mulher, pois todos vocês são um só em Jesus Cristo. 29 E se vocês pertencem a Cristo, então vocês são de fato a descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa. Comentário: * 25-29: O papel da Lei terminou com a chegada de Cristo. Pela fé nele e pelo batismo, os homens se revestem de Cristo, isto é, são transformados para se tornarem imagem dele (cf. Cl 3,11). Em Cristo, portanto, os homens ficam libertos de qualquer lei e de qualquer diferença que possa privilegiar uns e marginalizar outros.

Mateus 6, 24-34 A escolha fundamental.

24 Ninguém pode servir a dois senhores. Porque, ou odiará a um e amará o outro, ou será fiel a um e desprezará o outro. Vocês não podem servir a Deus e às riquezas.” A busca fundamental -* 25 “Por isso é que eu lhes digo: não fiquem preocupados com a vida, com o que comer; nem com o corpo, com o que vestir. Afinal, a vida não vale mais do que a comida? E o corpo não vale mais do que a roupa? 26 Olhem os pássaros do céu: eles não semeiam, não colhem, nem ajuntam em armazéns. No entanto, o Pai que está no céu os alimenta. Será que vocês não valem mais do que os pássaros? 27 Quem de vocês pode crescer um só centímetro, à custa de se preocupar com isso? 28 E por que vocês ficam preocupados com a roupa? Olhem como crescem os lírios do campo: eles não trabalham nem fiam. 29 Eu, porém, lhes digo: nem o rei Salomão, em toda a sua glória, jamais se vestiu como um deles. 30 Ora, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é queimada no forno, muito mais ele fará por vocês, gente de pouca fé! 31 Portanto, não fiquem preocupados, dizendo: O que vamos comer? O que vamos beber? O que vamos vestir? 32 Os pagãos é que ficam procurando essas coisas. O Pai de vocês, que está no céu, sabe que vocês precisam de tudo isso. 33 Pelo contrário, em primeiro lugar busquem o Reino de Deus e a sua justiça, e Deus dará a vocês, em acréscimo, todas essas coisas. 34 Portanto, não se preocupem com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas preocupações. Basta a cada dia a própria dificuldade.” Comentário: * 19-24: Todo homem, consciente ou inconscientemente, tem na vida um valor fundamental, um absoluto que determina toda a sua forma de ser e viver. Qual é o absoluto: Deus ou as riquezas? Deus leva o homem à liberdade e à vida, através da justiça que gera a partilha e a fraternidade. As riquezas são resultado da opressão e da exploração, levando o homem à escravidão e à morte. É preciso escolher a qual dos dois queremos servir. * 25-34: A aquisição de bens necessários para viver se torna ansiedade contínua e pesada, se não for precedida pela busca da justiça do Reino, isto é, a promoção de relações de partilha e fraternidade. O necessário para a vida virá junto com essa justiça, como fruto natural de árvore boa. As palavras de Jesus continuam muito atuais. Continuamos constantemente preocupados com o que vestir, o que comer e beber, ou quanto dinheiro conseguiremos poupar. Cristo nos alerta para nossa excessiva preocupação com coisas materiais e a consequente falta de confiança em Deus. Isso não significa que devemos ser desleixados ou algo parecido, mas nossa preocupação deve mudar de foco, porque os bens materiais são passageiros e perecíveis, mas Deus é eterno. Não podemos nos apegar ou querer ser grandes e fortes por aquilo que possuímos, mas devemos deixar que Deus revele em nós sua força e poder, vencendo toda fragilidade humana. Quando buscamos o Reino de Deus e sua justiça, tudo o mais nos é dado por acréscimo, afirma Jesus.

quinta-feira, 19 de junho de 2025

Mateus 6, 19-23 A escolha fundamental.

19 “Não ajuntem riquezas aqui na terra, onde a traça e a ferrugem corroem, e onde os ladrões assaltam e roubam. 20 Ajuntem riquezas no céu, onde nem a traça nem a ferrugem corroem, e onde os ladrões não assaltam nem roubam. 21 De fato, onde está o seu tesouro, aí estará também o seu coração. 22 A lâmpada do corpo é o olho. Se o olho é sadio, o corpo inteiro fica iluminado. 23 Se o olho está doente, o corpo inteiro fica na escuridão. Assim, se a luz que existe em você é escuridão, como será grande a escuridão! Comentário: * 19-24: Todo homem, consciente ou inconscientemente, tem na vida um valor fundamental, um absoluto que determina toda a sua forma de ser e viver. Qual é o absoluto: Deus ou as riquezas? Deus leva o homem à liberdade e à vida, através da justiça que gera a partilha e a fraternidade. As riquezas são resultado da opressão e da exploração, levando o homem à escravidão e à morte. É preciso escolher a qual dos dois queremos servir. Na sociedade de consumo em que vivemos, somos continuamente estimulados a comprar, vender, negociar. Se não tivermos critérios para selecionar o que é realmente importante, seremos arrebatados por um turbilhão incontrolável de ofertas e promessas de lucro. Possuir, armazenar, ficar rico, ter sucesso são assuntos frequentes entre ricos e também entre os pobres! Muitas vezes, até mesmo nossos relacionamentos são guiados por essa lógica consumista. Aos discípulos, Jesus adverte contra a cobiça. Acumular riquezas na terra é sinônimo de frustração, pois tudo será corrompido pela traça e pela ferrugem. Prudente e sábio é quem ajunta “tesouros no céu”, ou seja, quem promove o bem e a justiça. O olho bom simboliza a pessoa generosa; o olho mau indica a pessoa mesquinha, egoísta, que tende à escuridão.