segunda-feira, 2 de maio de 2022
João 14, 6-14 Jesus sacia a fome do povo.
6“Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7Se vós me conhecêsseis, conheceríeis também o meu Pai. E desde agora o conheceis e o vistes”. 8Disse Filipe: “Senhor, mostra-nos o Pai, isso nos basta!” 9Jesus respondeu: “Há tanto tempo estou convosco e não me conheces, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que tu dizes: ‘Mostra-nos o Pai’? 10Não acreditas que eu estou no Pai e o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo, não as digo por mim mesmo, mas é o Pai que, permanecendo em mim, realiza as suas obras. 11Acreditai-me, eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditai, ao menos, por causa dessas mesmas obras. 12Em verdade, em verdade vos digo, quem acredita em mim fará as obras que eu faço e fará ainda maiores do que estas, pois eu vou para o Pai. 13E o que pedirdes em meu nome, eu o realizarei, a fim de que o Pai seja glorificado no Filho. 14Se pedirdes algo em meu nome, eu o realizarei”.
Comentário:
* 1-15: Jesus propõe a missão da sua comunidade: ser sinal do amor generoso de Deus, assegurando para todos a possibilidade de subsistência e dignidade. A segurança da subsistência não está no muito que poucos possuem e retêm para si, mas no pouco de cada um que é repartido entre todos. A garantia da dignidade não se encontra no poder de um líder que manda, mas no serviço de cada um que organiza a comunidade para o bem de todos.
Filipe foi um dos primeiros a seguir Jesus e pertencer ao grupo dos doze apóstolos. No Evangelho de João, as intervenções de Filipe expressam sua esperança de ver a realização das antigas profecias na pessoa de Jesus. A tradição aponta a Turquia como lugar do apostolado e martírio de Filipe. Tiago, filho de Alfeu, é um dos Doze e autor da carta de Tiago. Ocupou cargo de responsabilidade na comunidade de Jerusalém e teve importante papel no Concílio de Jerusalém. Morreu mártir pelo ano 62. A partir do pedido de Filipe, Jesus faz verdadeira catequese sobre sua identificação com o Pai. O que o Pai quer, é o que o Filho executa; o que o Pai manda dizer, é o que o Filho diz. Pela fé em Jesus, seus discípulos poderão realizar obras ainda maiores do que as feitas por Jesus durante sua missão terrena.
domingo, 1 de maio de 2022
João 6, 22-29 Deus dá um pão que sustenta para sempre.
22No dia seguinte, a multidão que tinha ficado do outro lado do mar constatou que havia só uma barca e que Jesus não tinha subido para ela com os discípulos, mas que eles tinham partido sozinhos. 23Entretanto, tinham chegado outras barcas de Tiberíades, perto do lugar onde tinham comido o pão depois de o Senhor ter dado graças. 24Quando a multidão viu que Jesus não estava ali nem os seus discípulos, subiram às barcas e foram à procura de Jesus em Cafarnaum. 25Quando o encontraram no outro lado do mar, perguntaram-lhe: “Rabi, quando chegaste aqui?” 26Jesus respondeu: “Em verdade, em verdade eu vos digo, estais me procurando não porque vistes sinais, mas porque comestes pão e ficastes satisfeitos. 27Esforçai-vos não pelo alimento que se perde, mas pelo alimento que permanece até a vida eterna e que o Filho do Homem vos dará. Pois este é quem o Pai marcou com seu selo”. 28Então perguntaram: “Que devemos fazer para realizar as obras de Deus?” 29Jesus respondeu: “A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou”.
Comentário:
* 22-34: A multidão procura Jesus, desejando continuar na situação de abundância, isto é, governada por um líder político que decide e providencia tudo, sem exigir esforço. Jesus mostra que essa não é a solução; é preciso buscar a vida plena, mas isso exige o empenho do homem. Além do alimento que sustenta a vida material, é necessária a adesão pessoal a Jesus para que essa vida se torne definitiva.
Pedindo um milagre como o do maná do deserto, a multidão impõe condições para aceitar Jesus. Mas o desejo da multidão fica sem efeito, se ela não se compromete com Jesus, o pão da vida que dura para sempre.
A presença de Jesus encanta e fascina; ao mesmo tempo, essa presença desperta interesses que devem ser bem discernidos. A multidão, ao procurar Jesus, busca satisfazer sua necessidade imediata que é o pão; este pão, de fato, é importante e necessário, mas Jesus convida o povo que o segue a dar um passo a mais e, dessa forma, buscar o pão que não perece. Ele, Jesus, é esse pão que não se perde; contudo, para percebê-lo como pão de Deus, é preciso ter fé; sem a fé, que é dada por Deus, corremos o risco de permanecermos na esfera superficial da vida e seguirmos sempre em busca de quem nos satisfaz imediatamente. É possível que lancemos um olhar ao nosso redor e busquemos perceber, hoje, como se estabelece nossa relação com Jesus: é uma relação de fé, de conversão ou se trata de uma relação interesseira?
sábado, 30 de abril de 2022
João 21, 1-19 A missão da comunidade.
1Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: 2estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus. 3Simão Pedro disse a eles: “Eu vou pescar”. Eles disseram: “Também vamos contigo”. Saíram e entraram na barca, mas não pescaram nada naquela noite. 4Já tinha amanhecido, e Jesus estava de pé na margem. Mas os discípulos não sabiam que era Jesus. 5Então Jesus disse: “Moços, tendes alguma coisa para comer?” Responderam: “Não”. 6Jesus disse-lhes: “Lançai a rede à direita da barca e achareis”. Lançaram, pois, a rede e não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes. 7Então, o discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: “É o Senhor!” Simão Pedro, ouvindo dizer que era o Senhor, vestiu sua roupa, pois estava nu, e atirou-se ao mar. 8Os outros discípulos vieram com a barca, arrastando a rede com os peixes. Na verdade, não estavam longe da terra, mas somente a cerca de cem metros. 9Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão. 10Jesus disse-lhes: “Trazei alguns dos peixes que apanhastes”. 11Então Simão Pedro subiu ao barco e arrastou a rede para a terra. Estava cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e apesar de tantos peixes, a rede não se rompeu. 12Jesus disse-lhes: “Vinde comer”. Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar quem era ele, pois sabiam que era o Senhor. 13Jesus aproximou-se, tomou o pão e distribuiu-o por eles. E fez a mesma coisa com o peixe. 14Esta foi a terceira vez que Jesus, ressuscitado dos mortos, apareceu aos discípulos.
Para dirigir a comunidade, é preciso amar - 15Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus disse: “Apascenta os meus cordeiros”. 16E disse de novo a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro disse: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo”. Jesus lhe disse: “Apascenta as minhas ovelhas”. 17Pela terceira vez, perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, tu me amas?” Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Respondeu: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo”. Jesus disse-lhe: “Apascenta as minhas ovelhas. 18Em verdade, em verdade te digo, quando eras jovem, tu te cingias e ias para onde querias. Quando fores velho, estenderás as mãos e outro te cingirá e te levará para onde não queres ir”. 19Jesus disse isso, significando com que morte Pedro iria glorificar a Deus. E acrescentou: “Segue-me”.
Comentário:
* 21,1-14: A comunidade cristã que age sem estar unida à pessoa e missão de Jesus continua nas trevas e não produz fruto, pois trabalha sem perceber a presença do ressuscitado e sem conhecer o modo correto de realizar a ação. No momento em que ela segue a palavra de Jesus, o fruto surge abundante. A missão termina sempre na Eucaristia, onde se realiza a comunhão com Jesus.
* 15-23: A idéia de superioridade e domínio no exercício do pastoreio é absolutamente contrária ao ensino e atitude de Jesus, que considera todos os seus discípulos como amigos e irmãos. O verdadeiro pastor é aquele que segue a Jesus, colocando-se a serviço da comunidade e sendo capaz de amá-la até o fim, dando por ela até a própria vida.
Segundo os estudiosos, o capítulo 21 do Evangelho de João é um acréscimo posterior. Não podemos tomar este texto (e outros) como uma crônica jornalística. O autor quer informar sobre a experiência que os apóstolos fizeram do Ressuscitado. O texto de hoje é claramente dividido em duas partes: a pesca abundante e a missão de Pedro. O relato da pesca pode demonstrar a crise que a comunidade está passando: pesca infrutífera numa noite. Com o amanhecer de um novo dia (alusão à nova realidade a partir da ressurreição de Jesus), os apóstolos descobrem a presença de Jesus e, a seu mando, conseguem grande pesca. Sem a presença do Ressuscitado, a missão da Igreja pode estar destinada ao fracasso. O fruto da missão depende da presença e da adesão à palavra de Jesus, que os convida a jogar a rede. Como para os discípulos, para nós também nem sempre é fácil perceber a nova realidade da presença do Ressuscitado. A partir da percepção da sua presença, nossa vida terá sentido e nossa missão dará resultados. Para conhecer e seguir fielmente o Mestre e conduzir a comunidade, é indispensável o amor. A pergunta a Pedro – você me ama? – hoje é dirigida a cada um de nós. O amor é o que nos identifica como cristãos.
Apocalipse 5, 11-14 Jesus ressuscitado revela e realiza o projeto de Deus.
11E ouvi a voz de numerosos anjos, que estavam em volta do trono, e dos seres vivos e dos anciãos. Eram milhares de milhares, milhões de milhões, 12e proclamavam em alta voz: “O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor”. 13Ouvi também todas as criaturas que estão no céu, na terra, debaixo da terra e no mar, e tudo o que neles existe, e diziam: “Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro, o louvor e a honra, a glória e o poder para sempre”. 14Os quatro seres vivos respondiam: “Amém”, e os anciãos se prostraram em adoração daquele que vive para sempre.
* 8-14: Quando o Cordeiro recebe o livro, ouvem-se três grandes louvores. O primeiro é da criação e do povo de Deus, mostrando por que o Cordeiro pode receber o livro. O segundo é dos anjos, atribuindo a Jesus todas as qualidades possíveis; pois o Senhor da história é somente Jesus, e não os poderes que se absolutizam. O terceiro é de todas as criaturas, que reconhecem Deus e o Cordeiro no mesmo plano. O povo de Deus adora somente a Deus e a Jesus Cristo, e não os homens nem as coisas.
sexta-feira, 29 de abril de 2022
João 6, 16-21 Não tenham medo!
16Ao cair da tarde, os discípulos desceram ao mar. 17Entraram na barca e foram em direção a Cafarnaum, do outro lado do mar. Já estava escuro, e Jesus ainda não tinha vindo ao encontro deles. 18Soprava um vento forte, e o mar estava agitado. 19Os discípulos tinham remado mais ou menos cinco quilômetros quando enxergaram Jesus, andando sobre as águas e aproximando-se da barca. E ficaram com medo. 20Mas Jesus disse: “Sou eu. Não tenhais medo”. 21Quiseram, então, recolher Jesus na barca, mas imediatamente a barca chegou à margem para onde estavam indo.
Comentário:
* 16-21: A proposta de Jesus não é entendida pela multidão e é mal interpretada pelos discípulos. A multidão quer fazê-lo rei, o Messias da abundância. Os discípulos se retiram, talvez pretendendo voltar à vida de antes. Jesus vai ao encontro deles, e a crise é superada, embora não completamente resolvida.
Quando nos encontramos com Jesus, logo encontramos nosso destino. Houve, digamos dessa forma, entre Jesus e seus discípulos um desencontro; estes decidem, ao entardecer, atravessar o mar para encontrar o Mestre. Os discípulos estão envolvidos pelas trevas, pois é noite, e o vento forte agita o mar. As condições são adversas e eles acabam sendo expostos a uma situação de perigo iminente. Muitas vezes, numa situação de desespero ou impaciência, tomamos decisões que não são as mais acertadas, pois nos expõem a uma série de perigos que poderiam ser evitados. No caso dos discípulos, essa situação de penúria é abrandada pelo próprio Jesus, que, caminhando sobre o mar, vai ao encontro dos seus. Jesus é a luz que dissipa toda e qualquer treva, e proporciona a segurança necessária para que cheguemos com segurança ao porto que é nosso destino. Com a chegada de Jesus, todo medo se dissipa, pois ele é nossa segurança.
quinta-feira, 28 de abril de 2022
João 6, 1-15 Jesus sacia a fome do povo.
* 1 Depois disso, Jesus foi para a outra margem do mar da Galiléia, também chamado Tiberíades. 2 Uma grande multidão seguia Jesus porque as pessoas viram os sinais que ele fazia, curando os doentes. 3 Jesus subiu a montanha e sentou-se aí com seus discípulos. 4 Estava próxima a Páscoa, festa dos judeus. 5 Jesus ergueu os olhos e viu uma grande multidão que vinha ao seu encontro.
Então Jesus disse a Filipe: "Onde vamos comprar pão para eles comerem?" 6 Jesus falou assim para testar Filipe, pois sabia muito bem o que ia fazer. 7 Filipe respondeu: "Nem meio ano de salário bastaria para dar um pedaço para cada um." 8 Um discípulo de Jesus, André, o irmão de Simão Pedro, disse: 9 "Aqui há um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas, o que é isso para tanta gente?"
10 Então Jesus disse: "Falem para o povo sentar." Havia muita grama nesse lugar e todos sentaram. Estavam aí cinco mil pessoas, mais ou menos. 11 Jesus pegou os pães, agradeceu a Deus e distribuiu aos que estavam sentados. Fez a mesma coisa com os peixes. E todos comeram o quanto queriam. 12 Quando ficaram satisfeitos, Jesus disse aos discípulos: "Recolham os pedaços que sobraram, para não se desperdiçar nada." 13 Eles recolheram os pedaços e encheram doze cestos com as sobras dos cinco pães que haviam comido.
14 As pessoas viram o sinal que Jesus tinha realizado e disseram: "Este é mesmo o Profeta que devia vir ao mundo." 15 Mas Jesus percebeu que iam pegá-lo para fazê-lo rei. Então ele se retirou sozinho, de novo, para a montanha.
Comentário:
* 6,1-15: Jesus propõe a missão da sua comunidade: ser sinal do amor generoso de Deus, assegurando para todos a possibilidade de subsistência e dignidade. A segurança da subsistência não está no muito que poucos possuem e retêm para si, mas no pouco de cada um que é repartido entre todos. A garantia da dignidade não se encontra no poder de um líder que manda, mas no serviço de cada um que organiza a comunidade para o bem de todos.
Ao se deparar com a multidão que tinha fome e não havendo local nem dinheiro suficiente para comprar o necessário para todos, André, um dos discípulos, apresenta ao Mestre um rapaz que tem consigo cinco pães e dois peixinhos; a partir dessa realidade a grande partilha se dá. André, em grego, significa precisamente homem e, nesse sentido, podemos considerar que a resolução dos problemas e dificuldades da vida está presente ou pode ser suscitada do interior de cada pessoa. Ao propor que a multidão se sente, podemos perceber aqui dois movimentos: a perspectiva da dignidade e da organização. Noutras palavras, é difícil que encontremos a resolução para aquilo que nos aflige em meio à desorganização e ao caos. Quando nos propomos a partilhar, e é isso o que se dá aqui, todos passam a ter acesso ao que necessitam em abundância, ao ponto de haver sobra onde antes havia escassez.
quarta-feira, 27 de abril de 2022
João 3, 31-36 O Pai entregou tudo a Jesus.
* 31 “Aquele que vem do alto, está acima de todos. Quem é da terra, pertence à terra e fala como terrestre. Aquele que vem do céu, 32 dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. 33 E quem aceita o seu testemunho, comprova que Deus é verdadeiro.
34 De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o Espírito sem medida. 35 O Pai ama o Filho, e entregou tudo em sua mão. 36 Aquele que acredita no Filho, possui a vida eterna. Quem rejeita o Filho nunca verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele.”.
Comentário:
* 31-36: Jesus veio de junto do Pai, e só ele revela o verdadeiro Deus que dá vida aos homens. Quem não aceita o testemunho de Jesus, acaba servindo os ídolos do mundo e correndo para a morte.
Mais uma vez, o evangelista João nos apresenta duas possibilidades diante da vida: ou aderimos às coisas do alto ou nos envolvemos com as coisas da terra. Aqui, as coisas do alto podem ser entendidas como os dons apresentados ao ser humano pelo próprio Deus e que conferem vida plena. De outro lado, as coisas da terra são precisamente as tendências egoístas do ser humano que não permitem que ele seja generoso e viva segundo o projeto de Deus. Um ou outro caminho? Essa escolha é colocada diante do ser humano e ele é chamado a se decidir e assumir as consequências de tal escolha. Deus não nos obriga a aderir ao seu projeto; homem e mulher são dotados de livre-arbítrio; portanto, é prudente que façamos com frequência um sincero exame de consciência para que possamos constatar quais são as nossas escolhas e as motivações que nos levam a seguir por essa ou por aquela estrada.
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