14 No Templo, Jesus encontrou os vendedores de bois, ovelhas e pombas, e os cambistas sentados. 15 Então fez um chicote de cordas e expulsou todos do Templo junto com as ovelhas e os bois; esparramou as moedas e derrubou as mesas dos cambistas. 16 E disse aos que vendiam pombas: “Tirem isso daqui! Não transformem a casa de meu Pai num mercado.” 17 Seus discípulos se lembraram do que diz a Escritura: “O zelo pela tua casa me consome.”
18 Então os dirigentes dos judeus perguntaram a Jesus: “Que sinal nos mostras para agires assim?” 19 Jesus respondeu: “Destruam esse Templo, e em três dias eu o levantarei.” 20 Os dirigentes dos judeus disseram: “A construção desse Templo demorou quarenta e seis anos, e tu o levantarás em três
dias?”
21 Mas o Templo de que Jesus falava era o seu corpo. 22 Quando ele ressuscitou, os discípulos se lembraram do que Jesus tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra de Jesus.
Jesus conhece o homem por dentro
-* 23 Jesus estava
em Jerusalém
durante
a festa
da Páscoa.
Vendo
os sinais
que
ele fazia,
muitos
acreditaram no seu nome. 24 Mas Jesus não confiava neles, pois conhecia a todos. 25 Ele não precisava de informações a respeito de ninguém, porque conhecia o homem por dentro.
Comentário:
Expulsando os comerciantes, Jesus
denuncia a opressão e a exploração dos pobres pelas autoridades religiosas.
Predizendo a ruína do Templo, ele mostra que essa instituição religiosa já
caducou. Doravante, o verdadeiro Templo é o corpo de Jesus, que morre e
ressuscita. Deus não quer habitar em edifícios, mas no próprio homem.
Jesus
chega a Jerusalém para os festejos da páscoa judaica. Ao entrar no templo, fica
indignado com o que vê: o templo e a religião transformados em comércio. Jesus
se revolta de modo especial contra os “vendedores de pombas”, que eram a oferta
dos pobres. O Mestre não tolera a exploração dos pobres e o uso da fé para
enganar o povo. Ao expulsar “bois e ovelhas” do templo, Jesus mostra que Deus
não necessita desses sacrifícios oferecidos no templo. O relato condena uma
religião comercial – “não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio” – e
propõe a nova religião, cuja marca é a compaixão e a misericórdia. Religião não
é negócio com Deus; é amor, gratuidade e solidariedade. Muitas vezes a religião
foi e é utilizada para justificar interesses escusos. Sacrifícios que agradam a
Deus são as obras de caridade. Jesus, “destruído pelas autoridades e
ressuscitado pelo Pai”, é o novo templo, em substituição ao antigo, que não
mais existe. Ele é a pedra fundamental sobre a qual repousa a Igreja, “corpo de
Cristo”, habitação do Espírito.
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