segunda-feira, 31 de maio de 2010

Lucas 1, 39-56 João aponta o Messias.

39 Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, às pressas, a uma cidade da Judéia. 40 Entrou na casa de Zacarias, e saudou Isabel. 41 Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre, e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. 42 Com um grande grito exclamou: “Você é bendita entre as mulheres, e é bendito o fruto do seu ventre! 43 Como posso merecer que a mãe do meu Senhor venha me visitar? 44 Logo que a sua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança saltou de alegria no meu ventre. 45 Bem-aventurada aquela que acreditou, porque vai acontecer o que o Senhor lhe prometeu.”
O cântico de Maria - 46 Então Maria disse:
“Minha alma proclama a grandeza do Senhor,
47 meu espírito se alegra em Deus, meu salvador,
48 porque olhou para a humilhação
de sua serva.
Doravante todas as gerações me felicitarão,
49 porque o Todo-poderoso realizou grandes obras em meu favor:
seu nome é santo,
50 e sua misericórdia chega aos que o temem,
de geração em geração.
51 Ele realiza proezas com seu braço:
dispersa os soberbos de coração,
52 derruba do trono os poderosos e eleva os humildes;
53 aos famintos enche de bens, e despede os ricos de mãos vazias.
54 Socorre Israel, seu servo,
lembrando-se de sua misericórdia,
55 - conforme prometera aos nossos pais -
em favor de Abraão e de sua descendência, para sempre."
56 Maria ficou três meses com Isabel; e depois voltou para casa.
Comentário:
39-45: Ainda no seio de sua mãe, João Batista recebe o Espírito prometido (1,15). Reconhece o Messias e o aponta através da exclamação de sua mãe Isabel.
46-56: O cântico de Maria é o cântico dos pobres que reconhecem a vinda de Deus para libertá-los através de Jesus. Cumprindo a promessa, Deus assume o partido dos pobres, e realiza uma transformação na história, invertendo a ordem social: os ricos e poderosos são depostos e despojados, e os pobres e oprimidos são libertos e assumem a direção dessa nova história.

domingo, 30 de maio de 2010

João 16, 12-15 O Espírito vai guiar o testemunho dos discípulos.

12 “Ainda tenho muitas coisas para dizer, mas agora vocês não seriam capazes de suportar. 13 Quando vier o Espírito da Verdade, ele encaminhará vocês para toda a verdade, porque o Espírito não falará em seu próprio nome, mas dirá o que escutou e anunciará para vocês as coisas que vão acontecer. 14 O Espírito da Verdade manifestará a minha glória, porque ele vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês. 15 Tudo o que pertence ao Pai, é meu também. Por isso é que eu disse: o Espírito vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês.
Comentário:
4b-15: Através do testemunho dos discípulos, o testemunho de Jesus continua na história. Guiados pelo Espírito, os discípulos se tornam capazes de interpretar o mundo a partir da palavra e ação de Jesus. Em qualquer lugar e época, eles irão testemunhar, mostrando que: o pecador é aquele que rejeita a obra de Deus realizada em Jesus e em seus seguidores; o justo é Jesus, presente e atuante naqueles que o testemunham; o condenado é príncipe ou chefe do sistema que condenou Jesus e continua perseguindo seus seguidores. Desse modo, o julgamento de Deus inverte o julgamento dos homens: a morte de Jesus transforma-se em vida, e aqueles que o condenaram, agora são condenados.

Romanos 5, 1-5 O motivo da nossa esperança.

1 Assim, justificados pela fé, estamos em paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. 2 Por meio dele e através da fé, nós temos acesso à graça, na qual nos mantemos e nos gloriamos, na esperança da glória de Deus. 3 E não só isso. Nós nos gloriamos também nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a perseverança, 4 a perseverança produz a fidelidade comprovada, e a fidelidade comprovada produz a esperança. 5 E a esperança não engana, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.
Comentário:
1-11: Justificados pela fé em Jesus Cristo, estamos em paz com Deus; por isso, começamos a viver a esperança da salvação. Essa esperança é vivida em meio a uma luta perseverante, ancorada na certeza, garantida pelo Espírito Santo que nos foi dado (vv. 1-5). Deus manifestou seu amor em Jesus Cristo, que morreu por nós quando ainda éramos pecadores (vv. 6-8). Agora que já fomos reconciliados podemos crer com maior razão e esperar que seremos salvos pela vida-ressurreição de Jesus (vv. 9-11).
O termo “tribulação”, que aparece muitas vezes no Novo Testamento, se refere às opressões e repressões de que é vítima o povo de Deus. Opressões e repressões por parte dos poderes humanos, que procuram reduzir o alcance do testemunho cristão para que este não abale a estrutura vigente na sociedade.

sábado, 29 de maio de 2010

Marcos 11, 27-33 Jesus silencia as autoridades.

27 Jesus e os discípulos foram de novo a Jerusalém. Jesus estava andando no Templo. E os chefes dos sacerdotes, os doutores da Lei e os anciãos se aproximaram dele. 28 Perguntaram: “Com que autoridade fazes tais coisas? Quem te deu autoridade para fazer isso?” 29 Jesus respondeu: “Vou fazer uma só pergunta. Respondam-me, e eu direi com que autoridade faço isso. 30 O batismo de João vinha do céu ou dos homens? Respondam-me.” 31 Eles comentavam entre si: “Se respondemos que vinha do céu, ele vai dizer: ‘Então, por que vocês não acreditaram em João?’ 32 Devemos então dizer que vinha dos homens?” Mas eles tinham medo da multidão, porque todos consideravam João como verdadeiro profeta. 33 Então eles responderam a Jesus: “Não sabemos.” E Jesus disse: “Pois eu também não vou dizer a vocês com que autoridade faço essas coisas.”
Comentário:
27-33: As autoridades tentam fazer uma armadilha para desmoralizar a autoridade de Jesus diante do povo. Mas Jesus usa o mesmo truque: se as autoridades responderem, elas é que ficarão desmoralizadas.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Marcos 11, 11-26 O Rei-Messias.

11 Jesus entrou em Jerusalém, no Templo, e olhou tudo ao redor. Mas, como já era tarde, saiu para Betânia com os Doze.
Uma sociedade estéril - 12 No dia seguinte, quando voltavam de Betânia, Jesus sentiu fome. 13 Viu de longe uma figueira coberta de folhas e foi até lá ver se encontrava algum fruto. Quando chegou perto, encontrou somente folhas, pois não era tempo de figos. 14 Então Jesus disse à figueira: “Que ninguém mais coma de seus figos.” E os discípulos escutaram o que ele disse.
O centro da sociedade estéril - 15 Chegaram a Jerusalém. Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os que vendiam e os que compravam no Templo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos vendedores de pombas. 16 Ele não deixava ninguém carregar nada através do Templo. 17 E ensinava o povo, dizendo: “Não está nas Escrituras: ‘Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos’? No entanto, vocês fizeram dela uma toca de ladrões.” 18 Os chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei ouviram isso e começaram a procurar um modo de matá-lo. Mas tinham medo de Jesus, porque a multidão estava maravilhada com o ensinamento dele. 19 Ao entardecer, Jesus e os discípulos saíram da cidade.
Uma comunidade que dá frutos - 20 Na manhã seguinte, Jesus e os discípulos, passando, viram a figueira que tinha secado até à raiz. 21 Pedro lembrou-se e disse a Jesus: “Olha, Mestre: a figueira que amaldiçoaste secou.” 22 Jesus disse para eles: “Tenham fé em Deus. 23 Eu garanto a vocês: se alguém disser a esta montanha: ‘Levante-se e jogue-se no mar, e não duvidar no seu coração, mas acreditar que isso vai acontecer, assim acontecerá’. 24 É por isso que eu digo a vocês: tudo o que vocês pedirem na oração, acreditem que já o receberam, e assim será. 25 Quando vocês estiverem rezando, perdoem tudo o que tiverem contra alguém, para que o Pai de vocês que está no céu também perdoe os pecados de vocês.
Comentário:
1-11: Jesus é o Rei-Messias que vai confrontar-se com o centro da sociedade judaica, simbolizada por Jerusalém e pelo Templo, sede do poder econômico, político, ideológico e religioso. Ele entra na cidade, não como rei guerreiro, mas como simples homem, humilde e pacífico. Ele traz consigo a inversão de um sistema de sociedade apoiado na violência da força militar, que defende os privilegiados. O povo o aclama como aquele que traz o reino da verdadeira justiça.
12-14: A figueira simboliza a sociedade que Jesus encontra. Tem folhas, mas não tem frutos, tem aparência de vida, mas não alimenta o povo faminto.
15-19: Acusando e atacando o comércio existente dentro do Templo, Jesus retira as bases sobre as quais se apoiava toda uma sociedade. Com efeito, era com esse comércio que se sustentava grande parte da economia do país. O gesto de Jesus mexe não só com um modo de vida religiosa, mas com toda uma estrutura que usa a religião para estabelecer e assegurar privilégios de uma classe e sustentar uma visão mesquinha de salvação. Por isso, os que se favorecem desse sistema, pensam em matar Jesus, mas temem o povo.
20-26: A figueira secou: a sociedade que não acolhe a ação transformadora de Jesus morre sem dar frutos. Diante dela Jesus inicia uma comunidade que será o novo templo: comprometida com ele na fé e na confiança em Deus, a comunidade cristã será a semente de nova árvore frutífera para os homens.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Marcos 10, 46-52 O verdadeiro discípulo.

46 Chegaram a Jericó. Jesus saiu de Jericó, junto com seus discípulos e uma grande multidão. Na beira do caminho havia um cego que se chamava Bartimeu, o filho de Timeu; estava sentado, pedindo esmolas. 47 Quando ouviu dizer que era Jesus Nazareno que estava passando, o cego começou a gritar: “Jesus, filho de Davi, tem piedade de mim!” 48 Muitos o repreenderam e mandaram que ficasse quieto. Mas ele gritava mais ainda: “Filho de Davi, tem piedade de mim!” 49 Então Jesus parou e disse: “Chamem o cego.” Eles chamaram o cego e disseram: “Coragem, levante-se, porque Jesus está chamando você.” 50 O cego largou o manto, deu um pulo e foi até Jesus. 51 Então Jesus lhe perguntou: “O que você quer que eu faça por você?” O cego respondeu: “Mestre, eu quero ver de novo.” 52 Jesus disse: “Pode ir, a sua fé curou você.” No mesmo instante o cego começou a ver de novo e seguia Jesus pelo caminho.
Comentário:
46-52: O último milagre de Jesus é uma cura significativa. Ele não abre apenas os olhos do cego, mas também o coração. E o cego curado reconhece Jesus como o Messias (filho de Davi). E, com mais coragem do que Pedro (8,32) e do que o homem rico (10,22), segue a Jesus no caminho para a morte. Desse modo, Bartimeu torna-se o modelo do verdadeiro discípulo.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Marcos 10, 32-45 Autoridade é serviço.

32 Jesus e os discípulos estavam a caminho, subindo para Jerusalém. Jesus ia na frente. Os discípulos estavam espantados, e aqueles que iam atrás estavam com medo. Jesus chamou de novo os Doze à parte e começou a dizer-lhes o que estava para acontecer com ele: 33 “Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem vai ser entregue aos chefes dos sacerdotes e aos doutores da Lei. Eles o condenarão à morte e o entregarão aos pagãos. 34 Vão caçoar dele, cuspir nele, vão torturá-lo e matá-lo. E depois de três dias ele ressuscitará.”
35 Tiago e João, filhos de Zebedeu, foram a Jesus e lhe disseram: “Mestre, queremos que faças por nós o que vamos te pedir.” 36 Jesus perguntou: “O que vocês querem que eu lhes conceda?” 37 Eles responderam: “Quando estiveres na glória, deixa-nos sentar um à tua direita e outro à tua esquerda.” 38 Jesus então lhes disse: “Vocês não sabem o que estão pedindo. Por acaso vocês podem beber o cálice que eu vou beber? Podem ser batizados com o batismo com que eu vou ser batizado?” 39 Eles responderam: “Podemos.” Jesus então lhes disse: “Vocês vão beber o cálice que eu vou beber, e vão ser batizados com o batismo com que eu vou ser batizado. 40 Mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou esquerda. É Deus quem dará esses lugares àqueles, para os quais ele preparou.” 41 Quando os outros dez discípulos ouviram isso, começaram a ficar com raiva de Tiago e João. 42 Jesus chamou-os e disse: “Vocês sabem: aqueles que se dizem governadores das nações têm poder sobre elas, e os seus dirigentes têm autoridade sobre elas. 43 Mas, entre vocês não deverá ser assim: quem de vocês quiser ser grande, deve tornar-se o servidor de vocês, 44 e quem de vocês quiser ser o primeiro, deverá tornar-se o servo de todos. 45 Porque o Filho do Homem não veio para ser servido. Ele veio para servir e para dar a sua vida como resgate em favor de muitos.”
Comentário:
32-45: Jesus anuncia a sua morte como conseqüência de toda a sua vida. Enquanto isso, Tiago e João sonham com poder e honrarias, suscitando discórdia e competição entre os outros discípulos. Jesus mostra que a única coisa importante para o discípulo é seguir o exemplo dele: servir e não ser servido. Em a nova sociedade que Jesus projeta, a autoridade não é exercício de poder, mas a qualificação para serviço que se exprime na entrega de si mesmo para o bem comum.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Marcos 10, 28-31 O Reino é dom e partilha.

28 Pedro começou a dizer a Jesus: “Eis que nós deixamos tudo e te seguimos.” 29 Jesus respondeu: “Eu garanto a vocês: quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e da Boa Notícia, 30 vai receber cem vezes mais. Agora, durante esta vida, vai receber casas, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, junto com perseguições. E, no mundo futuro, vai receber a vida eterna. 31 Muitos que agora são os primeiros serão os últimos, e muitos que agora são os últimos serão os primeiros.”
Comentário:
17-31: Para entrar no Reino (ou vida eterna) é preciso mais do que observar leis ou regras. O Reino é dom de Deus aos homens, e nele tudo deve ser partilhado entre todos. Isso significa repartir as riquezas em vista de uma igualdade, abolindo o sistema classista. É por isso que os ricos ficam tristes e dificilmente entram no Reino. E o que acontece quando a gente deixa tudo para seguir a Jesus e continuar o seu projeto? Encontra nova sociedade, embora em meio à perseguição, e já vive a certeza da plenitude que virá.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Marcos 10, 17-27 O Reino é dom e partilha.

17 Quando Jesus saiu de novo a caminhar, um homem foi correndo, ajoelhou-se diante dele e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?” 18 Jesus respondeu: “Por que você me chama de bom? Só Deus é bom, e ninguém mais. 19 Você conhece os mandamentos: não mate; não cometa adultério; não roube; não levante falso testemunho; não engane; honre seu pai e sua mãe.” 20 O homem afirmou: “Mestre, desde jovem tenho observado todas essas coisas.” 21 Jesus olhou para ele com amor, e disse: “Falta só uma coisa para você fazer: vá, venda tudo, dê o dinheiro aos pobres, e você terá um tesouro no céu. Depois venha e siga-me.” 22 Quando ouviu isso, o homem ficou abatido e foi embora cheio de tristeza, porque ele era muito rico.
23 Jesus então olhou em volta e disse aos discípulos: “Como é difícil para os ricos entrar no Reino de Deus!” 24 Os discípulos se admiraram com o que Jesus disse. Mas ele continuou: “Meus filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25 É mais fácil passar um camelo pelo buraco de uma agulha, do que um rico entrar no Reino de Deus!” 26 Os discípulos ficaram muito espantados quando ouviram isso, e perguntavam uns aos outros: “Então, quem pode ser salvo?” 27 Jesus olhou para os discípulos e disse: “Para os homens isso é impossível, mas não para Deus. Para Deus tudo é possível.”
Comentário:
17-31: Para entrar no Reino (ou vida eterna) é preciso mais do que observar leis ou regras. O Reino é dom de Deus aos homens, e nele tudo deve ser partilhado entre todos. Isso significa repartir as riquezas em vista de uma igualdade, abolindo o sistema classista. É por isso que os ricos ficam tristes e dificilmente entram no Reino. E o que acontece quando a gente deixa tudo para seguir a Jesus e continuar o seu projeto? Encontra nova sociedade, embora em meio à perseguição, e já vive a certeza da plenitude que virá.

domingo, 23 de maio de 2010

Romanos 8, 8-17 A vida no Espírito.

8 porque os que vivem segundo os instintos egoístas não podem agradar a Deus.
9 Uma vez que o Espírito de Deus habita em vocês, vocês já não estão sob o domínio dos instintos egoístas, mas sob o Espírito, pois quem não tem o Espírito de Cristo não pertence a ele. 10 Se Cristo está em vocês, o corpo está morto por causa do pecado, e o Espírito é vida por causa da justiça. 11 Se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dos mortos habita em vocês, aquele que ressuscitou Cristo dos mortos dará a vida também para os corpos mortais de vocês, por meio do seu Espírito que habita em vocês.
12 Portanto, irmãos, nós somos devedores, mas não dos instintos egoístas para vivermos de acordo com eles. 13 Se vocês vivem segundo os instintos egoístas, vocês morrerão; mas se com a ajuda do Espírito fazem morrer as obras do corpo, vocês viverão.
Filhos e herdeiros - 14 Todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus. 15 E vocês não receberam um Espírito de escravos para recair no medo, mas receberam um Espírito de filhos adotivos, por meio do qual clamamos: Abba! Pai! 16 O próprio Espírito assegura ao nosso espírito que somos filhos de Deus. 17 E se somos filhos, somos também herdeiros: herdeiros de Deus, herdeiros junto com Cristo, uma vez que, tendo participado dos seus sofrimentos, também participaremos da sua glória.
Comentário:
1-13: A libertação do homem foi realizada por Cristo não como ato vindo de fora, mas como obra que se realiza a partir de dentro. Cristo se encarnou, trazendo o Espírito de Deus para dentro da própria condição humana, que é dominada pelo egoísmo. Desse modo, o homem pode seguir a Cristo que passou da morte para a ressurreição, passando do egoísmo para a doação de si aos outros. A entrada do Espírito de Deus no homem, mediante Cristo, determina uma renovação pela qual o homem sente, pensa e age conforme a vontade de Deus. Em lugar da lei dos instintos egoístas, surge a “lei do Espírito que dá a vida”. Trata-se de um novo dinamismo interior que, com a própria força de Deus, liberta o homem da tirânica “lei do pecado e da morte”. Em lugar do pecado ou egoísmo, que determina o ser e ação do homem, existe agora o Espírito ou Amor; em lugar da morte, existe a vida. A unidade entre querer o bem e realizá-lo é recomposta. A situação desesperadora do homem é superada. Com isso, as relações sociais podem ser refeitas e a estrutura social injusta e opressora pode ser superada.
14-17: Contrapondo-se ao egoísmo, a ação do Espírito cria um novo tipo de relacionamento dos homens entre si e com Deus: a relação de família. Agora podemos chamar Deus de Pai, pois somos seus filhos. E isso é a base para as relações sociais recompostas: o clima de família se alastra, porque todos são irmãos. A herança prometida por Deus aos “que são guiados pelo Espírito” consiste em participar do Reino. Mas isso implica a seriedade de um testemunho, como o de Jesus Cristo.

João 14, 15-16. 23b-26 O Espírito Santo continua a obra de Jesus.

15 “Se vocês me amam, obedecerão aos meus mandamentos. 16 Então, eu pedirei ao Pai, e ele dará a vocês outro Advogado, para que permaneça com vocês para sempre.
Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. 24 Quem não me ama, não guarda as minhas palavras. E a palavra que vocês ouvem não é minha, mas é a palavra do Pai que me enviou. 25 Essas são as coisas que eu tinha para dizer estando com vocês. 26 Mas o Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse.”
Comentário:
15-26: Advogado é alguém que defende uma causa. Jesus envia o Espírito Santo como advogado da comunidade cristã. O Espírito é a memória de Jesus que continua sempre viva e presente na comunidade. Ele ajuda a comunidade a manter e a interpretar a ação de Jesus em qualquer tempo e lugar. O Espírito também leva a comunidade a discernir os acontecimentos para continuar o processo de libertação, distinguindo o que é vida e o que é morte, e realizando novos atos de Jesus na história.

sábado, 22 de maio de 2010

João 21, 20-25 O testemunho continua sempre.

20 Pedro virou-se e viu atrás de si aquele outro discípulo que Jesus amava, o mesmo que estivera bem perto de Jesus durante a ceia e que havia perguntado: “Senhor, quem é que vai traí-lo?” 21 Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus: “Senhor, o que vai acontecer a ele?” 22 Jesus respondeu: “Se eu quero que ele viva até que eu venha, o que é que você tem com isso? Quanto a você, siga-me.”
23 Então correu a notícia entre os irmãos de que aquele discípulo não iria morrer. Porém Jesus não disse que ele não ia morrer, mas disse: “Se eu quero que ele viva até que eu venha, o que é que você tem com isso?”
O Evangelho é testemunho - 24 Este é o discípulo que deu testemunho dessas coisas e que as escreveu. E nós sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.
25 Jesus fez ainda muitas outras coisas. Se fossem escritas uma por uma, penso que não caberiam no mundo os livros que seriam escritos.
Comentário:
15-23: A idéia de superioridade e domínio no exercício do pastoreio é absolutamente contrária ao ensino e atitude de Jesus, que considera todos os seus discípulos como amigos e irmãos. O verdadeiro pastor é aquele que segue a Jesus, colocando-se a serviço da comunidade e sendo capaz de amá-la até o fim, dando por ela até a própria vida.
24-25: A segunda conclusão do evangelho salienta novamente o tema do testemunho. O Evangelho não é ensinamento de doutrina, nem exposição de verdades ou sistemas, nem conjunto de fórmulas jurídicas, às quais todos deveriam se ajustar. Evangelho é o testemunho de uma comunidade que se transforma cada vez mais ao seguir Jesus na experiência do amor.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

João 21, 15-19 Para dirigir a comunidade, é preciso amar.

15 Depois de comerem, Jesus perguntou a Simão Pedro: “Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.” Jesus disse: “Cuide dos meus cordeiros.” 16 Jesus perguntou de novo a Pedro: “Simão, filho de João, você me ama?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, tu sabes que eu te amo.” Jesus disse: “Tome conta das minhas ovelhas.” 17 Pela terceira vez Jesus perguntou a Pedro: “Simão, filho de João, você me ama?” Então Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. Disse a Jesus: “Senhor, tu conheces tudo, e sabes que eu te amo.” Jesus disse: “Cuide das minhas ovelhas. 18 Eu garanto a você: quando você era mais moço, você colocava o cinto e ia para onde queria. Quando você ficar mais velho, estenderá as suas mãos, e outro colocará o cinto em você e o levará para onde você não quer ir.” 19 Jesus falou isso aludindo ao tipo de morte com que Pedro iria glorificar a Deus. E Jesus acrescentou: “Siga-me.”
Comentário:
15-23: A idéia de superioridade e domínio no exercício do pastoreio é absolutamente contrária ao ensino e atitude de Jesus, que considera todos os seus discípulos como amigos e irmãos. O verdadeiro pastor é aquele que segue a Jesus, colocando-se a serviço da comunidade e sendo capaz de amá-la até o fim, dando por ela até a própria vida.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

João 17, 20-26 A unidade no amor.

20 “Eu não te peço só por estes, mas também por aqueles que vão acreditar em mim por causa da palavra deles, 21 para que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim e eu em ti. E para que também eles estejam em nós, a fim de que o mundo acredite que tu me enviaste. 22 Eu mesmo dei a eles a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um. 23 Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade, e para que o mundo reconheça que tu me enviaste e que os amaste, como amaste a mim.
24 Pai, aqueles que tu me deste, eu quero que eles estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória que tu me deste, pois me amaste antes da criação do mundo.
25 Pai justo, o mundo não te reconheceu, mas eu te reconheci. Estes também reconheceram que tu me enviaste. 26 E eu tornei o teu nome conhecido para eles. E continuarei a torná-lo conhecido, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles.”
Comentário:
20-26: Graças ao testemunho dos discípulos, as comunidades cristãs do futuro vão acreditar e se comprometer com Jesus. Na unidade do amor, as comunidades serão o sacramento ou expressão da presença atuante de Jesus, lembrando continuamente o próprio Jesus, que é o dom que o Pai concedeu aos homens.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

João 17, 11b-19 Os discípulos de Jesus rompem com o mundo

Eles permanecem no mundo, enquanto eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, o nome que tu me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um. 12 Quando eu estava com eles, eu os guardava em teu nome, o nome que tu me deste. Eu os protegi e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição, para que se cumprisse a Escritura. 13 Agora eu vou para junto de ti. Entretanto, continuo a dizer essas coisas neste mundo, para que eles possuam toda a minha alegria. 14 Eu dei a eles a tua palavra, e o mundo os odiou, porque eles não pertencem ao mundo, como eu não pertenço ao mundo.
15 Não te peço para tirá-los do mundo, mas para guardá-los do Maligno. 16 Eles não pertencem ao mundo, como eu não pertenço ao mundo. 17 Consagra-os com a verdade: a verdade é a tua palavra. 18 Assim como tu me enviaste ao mundo, eu também os envio ao mundo. 19 Em favor deles eu me consagro, a fim de que também eles sejam consagrados com a verdade.”
Comentário:
6-19: Os discípulos vão continuar a missão de Jesus. Como Jesus, eles romperam com a mentalidade perversa do sistema que rege a sociedade. A missão deles, porém, não é sair do “mundo”, e sim permanecerem unidos, presentes no meio da sociedade, dando testemunho de Jesus. O Pai os protegerá de se contaminarem com o espírito do “mundo”, a cujas ameaças e seduções eles não cederão.

terça-feira, 18 de maio de 2010

João 17, 1-11a O que é a vida eterna?

1 Depois de falar essas coisas, Jesus ergueu os olhos ao céu e disse: “Pai, chegou a hora. Glorifica o teu Filho, para que o Filho glorifique a ti, 2 pois lhe deste poder sobre todos os homens, para que ele dê a vida eterna a todos aqueles que lhe deste. 3 Ora, a vida eterna é esta: que eles conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e aquele que tu enviaste, Jesus Cristo.
4 Eu te glorifiquei na terra, completei a obra que me deste para fazer. 5 E agora, Pai, glorifica-me junto a ti, com a glória que eu tinha junto de ti antes que o mundo existisse.”
Os discípulos de Jesus rompem com o mundo - 6 “Eu manifestei o teu nome aos homens que me deste do meio do mundo. Eles eram teus e tu os deste a mim, e eles guardaram a tua palavra. 7 Agora eles conhecem que tudo o que me deste provém de ti, 8 e que as palavras que eu lhes dei são aquelas que tu me deste. Eles as receberam, e conheceram verdadeiramente que eu saí de junto de ti, e acreditaram que tu me enviaste. 9 Eu peço por eles. Não peço pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus. 10 E tudo o que é meu é teu, e tudo o que é teu é meu, e assim sou glorificado neles. 11 Eu já não estou no mundo.
Comentário:
1-5: A vida eterna consiste em comprometer-se com o verdadeiro Deus e o verdadeiro homem, que se manifestaram na vida e ação de Jesus. O Deus verdadeiro é o Pai que ama os homens, a ponto de entregar seu Filho até à morte, para dar vida. Todo deus que não dá vida ao homem é falso, é ídolo. O homem verdadeiro é aquele que se abre para se tornar filho do Deus que dá vida e para ser irmão dos outros homens, dando a vida por eles, como Jesus fez. Todo homem que se fecha para Deus e para os irmãos é um falso homem.
6-19: Os discípulos vão continuar a missão de Jesus. Como Jesus, eles romperam com a mentalidade perversa do sistema que rege a sociedade. A missão deles, porém, não é sair do “mundo”, e sim permanecerem unidos, presentes no meio da sociedade, dando testemunho de Jesus. O Pai os protegerá de se contaminarem com o espírito do “mundo”, a cujas ameaças e seduções eles não cederão.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

João 16, 29-33 A vitória sobre o mundo.

29 Os discípulos disseram: “Agora estás falando claramente e sem comparações. 30 Agora sabemos que tu sabes todas as coisas, e que é inútil alguém te fazer perguntas. Agora sim, acreditamos que saíste de junto de Deus.” 31 Jesus disse: “Agora vocês acreditam? 32 Vem a hora, e já chegou, em que vocês se espalharão, cada um para o seu lado, e me deixarão sozinho. Mas eu não estou sozinho, pois o Pai está comigo. 33 Eu disse essas coisas, para que vocês tenham a minha paz. Neste mundo vocês terão aflições, mas tenham coragem; eu venci o mundo.”
Comentário:
25-33: Jesus não engana seus seguidores: o futuro é tempo de testemunho em meio a lutas e perseguições. Mas é também tempo de confiança e paz, pois os cristãos podem contar com o amor do Pai. E desde já podem estar certos da vitória: Jesus já venceu todos os adversários. Para quem acredita em Jesus, a ordem social injusta, que condena o justo inocente, está condenada ao fracasso para sempre.

domingo, 16 de maio de 2010

Efésios 1, 17-23 Agradecimento e pedido.

17 Que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai a quem pertence a glória, lhes dê um espírito de sabedoria que lhes revele Deus, e faça que vocês o conheçam profundamente. 18 Que lhes ilumine os olhos da mente, para que compreendam a esperança para a qual ele os chamou; para que entendam como é rica e gloriosa a herança destinada ao seu povo; 19 e compreendam o grandioso poder com que ele age em favor de nós que acreditamos, conforme a sua força poderosa e eficaz. 20 Ele a manifestou em Cristo, quando o ressuscitou dos mortos e o fez sentar-se à sua direita no céu, 21 muito acima de qualquer principado, autoridade, poder e soberania, e de qualquer outro nome que se possa nomear, não só no presente, mas também no futuro. 22 De fato, Deus colocou tudo debaixo dos pés de Cristo e o colocou acima de todas as coisas, como Cabeça da Igreja, 23 a qual é o seu corpo, a plenitude daquele que plenifica tudo em todas as coisas.
Comentário:
15-23: Pela fé, os cristãos possuem uma sabedoria que supera qualquer outro conhecimento: sabem que Deus manifestou em Jesus Cristo a sua força, destronizando todos os poderes que até agora aprisionam a vida, e libertando os homens para uma esperança nova diante do futuro.
Nesta carta, a Igreja ideal se identifica praticamente com o Reino e, portanto, ultrapassa meras concretizações históricas. Como corpo e plenitude de Cristo, ela se torna a meta para a qual caminhamos. Paulo se refere a uma Igreja santa, a um modelo ideal que exige conversão contínua da Igreja real que vive na história.

Lucas 24, 46-53 A missão cristã.

46 E continuou: “Assim está escrito: ‘O Messias sofrerá e ressuscitará dos mortos no terceiro dia, 47 e no seu nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém’. 48 E vocês são testemunhas disso.
49 Agora eu lhes enviarei aquele que meu Pai prometeu. Por isso, fiquem esperando na cidade, até que vocês sejam revestidos da força do alto.”
50 Então Jesus levou os discípulos para fora da cidade, até Betânia. Aí, ergueu as mãos e os abençoou. 51 Enquanto os abençoava, afastou-se deles, e foi levado para o céu. 52 Eles o adoraram, e depois voltaram para Jerusalém, com grande alegria. 53 E estavam sempre no Templo, bendizendo a Deus.
Comentário:
44-53: A missão cristã nasce da leitura das Escrituras, onde se percebe o testemunho de Jesus (vida-morte-ressurreição) como seu centro e significado. Essa missão continua no anúncio de Jesus a todos os povos, e provoca a transformação da história a partir da atividade de Jesus voltada para os pobres e oprimidos. A conversão e o perdão supõem percorrer o caminho de Jesus na própria vida e nos caminhos da história. A missão é iluminada pelo Espírito do Pai e de Jesus (a “força que vem do alto”).
O Evangelho de Lucas termina em Jerusalém e no Templo, como havia começado. Daí os apóstolos partirão para a missão “até os confins da terra” (At 1,8).

sábado, 15 de maio de 2010

João 16, 23b-28 A angústia se transformará em alegria.

Eu garanto a vocês: se vocês pedirem alguma coisa a meu Pai em meu nome, ele a concederá. 24 Até agora vocês não pediram nada em meu nome: peçam e receberão, para que a alegria de vocês seja completa.”
A vitória sobre o mundo - 25 “Até agora falei para vocês através de comparações. Está chegando a hora em que não falarei mais através de comparações, mas falarei a vocês claramente a respeito do Pai. 26 Nesse dia vocês pedirão em meu nome e não será necessário que eu os recomende ao Pai, 27 pois o próprio Pai ama vocês, porque vocês me amaram e acreditaram que eu saí de junto de Deus. 28 Eu saí de junto do Pai e vim ao mundo; agora deixo o mundo e volto para o Pai.”
Comentário:
16-24: A morte de Jesus significará ausência e tristeza. Mas é morte fecunda, pois dará lugar à alegria, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age mediante o Espírito Santo. O que acontece com Jesus acontece com todos: para dar fruto, o grão de trigo deve morrer. Também a comunidade é chamada ao testemunho que pode ir até à morte, como entrega em favor do homem, morrendo para dar a vida.
25-33: Jesus não engana seus seguidores: o futuro é tempo de testemunho em meio a lutas e perseguições. Mas é também tempo de confiança e paz, pois os cristãos podem contar com o amor do Pai. E desde já podem estar certos da vitória: Jesus já venceu todos os adversários. Para quem acredita em Jesus, a ordem social injusta, que condena o justo inocente, está condenada ao fracasso para sempre.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

João 15, 9-17 O fruto do discípulo é o amor.

9 Assim como meu Pai me amou, eu também amei vocês: permaneçam no meu amor. 10 Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11 Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa. 12 O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês. 13 Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. 14 Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou mandando. 15 Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai. 16 Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça. O Pai dará a vocês qualquer coisa que vocês pedirem em meu nome. 17 O que eu mando é isto: amem-se uns aos outros.”
Comentário:
7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

João 16, 16-20 A angústia se transformará em alegria.

16 Daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver.” 17 Alguns discípulos comentaram: “O que ele quer dizer com isso: ‘daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver’? E ainda: ‘eu vou para o Pai’?” 18 E diziam: “Que significa esse ‘um pouco’? Não compreendemos o que ele quer dizer.”
19 Jesus percebeu que eles queriam fazer perguntas. E disse: “Vocês estão discutindo porque eu falei: ‘Daqui a pouco vocês não me verão mais, porém, mais um pouco, e vocês me tornarão a ver’? 20 Eu lhes garanto: vocês vão gemer e se lamentar, enquanto o mundo vai se alegrar. Vocês ficarão angustiados, mas a angústia de vocês se transformará em alegria.
Comentário:
16-24: A morte de Jesus significará ausência e tristeza. Mas é morte fecunda, pois dará lugar à alegria, uma vez que será o princípio de uma presença nova, a presença do Ressuscitado, que age mediante o Espírito Santo. O que acontece com Jesus acontece com todos: para dar fruto, o grão de trigo deve morrer. Também a comunidade é chamada ao testemunho que pode ir até à morte, como entrega em favor do homem, morrendo para dar a vida.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

João 16, 12-15 O Espírito vai guiar o testemunho dos discípulos.

12 “Ainda tenho muitas coisas para dizer, mas agora vocês não seriam capazes de suportar. 13 Quando vier o Espírito da Verdade, ele encaminhará vocês para toda a verdade, porque o Espírito não falará em seu próprio nome, mas dirá o que escutou e anunciará para vocês as coisas que vão acontecer. 14 O Espírito da Verdade manifestará a minha glória, porque ele vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês. 15 Tudo o que pertence ao Pai, é meu também. Por isso é que eu disse: o Espírito vai receber daquilo que é meu, e o interpretará para vocês.
Comentário:
4b-15: Através do testemunho dos discípulos, o testemunho de Jesus continua na história. Guiados pelo Espírito, os discípulos se tornam capazes de interpretar o mundo a partir da palavra e ação de Jesus. Em qualquer lugar e época, eles irão testemunhar, mostrando que: o pecador é aquele que rejeita a obra de Deus realizada em Jesus e em seus seguidores; o justo é Jesus, presente e atuante naqueles que o testemunham; o condenado é príncipe ou chefe do sistema que condenou Jesus e continua perseguindo seus seguidores. Desse modo, o julgamento de Deus inverte o julgamento dos homens: a morte de Jesus transforma-se em vida, e aqueles que o condenaram, agora são condenados.

terça-feira, 11 de maio de 2010

João 16, 5-11 O Espírito vai desmascarar o mundo.

5 Mas agora eu vou para aquele que me enviou. E ninguém de vocês pergunta para onde eu vou? 6 Mas porque eu lhes disse essas coisas, a tristeza encheu o coração de vocês. 7 Entretanto, eu lhes digo a verdade: é melhor para vocês que eu vá embora, porque, se eu não for, o Advogado não virá para vocês. Mas se eu for, eu o enviarei.
8 Quando o Advogado vier, ele vai desmascarar o mundo, mostrando quem é pecador, quem é o Justo e quem é o condenado. 9 Quem é pecador? Aqueles que não acreditaram em mim. 10 Quem é o Justo? Sou eu. Mas vocês não me verão mais, porque eu vou para o Pai. 11 Quem é o condenado? É o príncipe deste mundo, que já foi condenado.”
Comentário:
4b-15: Através do testemunho dos discípulos, o testemunho de Jesus continua na história. Guiados pelo Espírito, os discípulos se tornam capazes de interpretar o mundo a partir da palavra e ação de Jesus. Em qualquer lugar e época, eles irão testemunhar, mostrando que: o pecador é aquele que rejeita a obra de Deus realizada em Jesus e em seus seguidores; o justo é Jesus, presente e atuante naqueles que o testemunham; o condenado é príncipe ou chefe do sistema que condenou Jesus e continua perseguindo seus seguidores. Desse modo, o julgamento de Deus inverte o julgamento dos homens: a morte de Jesus transforma-se em vida, e aqueles que o condenaram, agora são condenados.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

João 15, 26-16, 4a As testemunhas de Jesus e o ódio do mundo.

26 O Advogado, que eu mandarei para vocês de junto do Pai, é o Espírito da Verdade que procede do Pai. Quando ele vier, dará testemunho de mim. 27 Vocês também darão testemunho de mim, porque vocês estão comigo desde o começo.”
Os discípulos não devem se acovardar – 1 “Eu disse tudo isso para que vocês não se acovardem. 2 Expulsarão vocês das sinagogas. E vai chegar a hora em que alguém, ao matar vocês, pensará que está oferecendo um sacrifício a Deus. 3 Eles farão assim, porque não conhecem o Pai nem a mim. 4 Eu disse tudo isso para que, quando chegar a hora, vocês se lembrem do que eu disse.”
Comentário:
18-27: O sinal concreto da comunidade de Jesus é o amor. O sistema de poder que organiza a sociedade e seus adeptos (o mundo) reage com o ódio, pois não aceita os valores do Evangelho. Não existe possibilidade de conciliação entre o “mundo” e a comunidade de Jesus. A comunidade vive debaixo de suspeita e pressão, e basta um passo para sofrer a perseguição aberta. O confronto cresce, porque o “mundo” não aceita o Deus de Jesus, que denuncia a perversidade da sociedade injusta e liberta o povo oprimido.
16,1-4a: A palavra de Jesus se dirige agora aos discípulos, preparando-os para a missão futura. A mesma perseguição e marginalização que eles agora sofrem se repetirá mais tarde em relação a qualquer sociedade e sistema religioso que acoberta a injustiça, porque o cristianismo é radicalmente diferente e contrário ao “mundo”.

domingo, 9 de maio de 2010

Apocalipse de São João 21, 10-14.22-23 Jerusalém-Cidade.

10 E me levou em espírito até um grande e alto monte. E mostrou para mim a Cidade Santa, Jerusalém que descia do céu, de junto de Deus, 11 com a glória de Deus. Seu esplendor é como de uma pedra preciosíssima, pedra de jaspe cristalino. 12 * Ela está cercada por alta e grossa muralha, com doze portas. Sobre as portas há doze Anjos. Cada porta tem um nome escrito: os nomes das doze tribos de Israel. 13 São três portas no lado do oriente, três portas ao norte, três portas ao sul e três portas no lado do poente. 14 A muralha da cidade tem doze pilares. E nos pilares está escrito o nome dos doze apóstolos do Cordeiro.
22* Não vi na Cidade nenhum Templo, pois o seu Templo é o Senhor, o Deus Todo-poderoso, e o Cordeiro. 23 A Cidade não precisa do sol nem da lua para ficar iluminada, pois a glória de Deus a ilumina e sua lâmpada é o Cordeiro.
Comentário:
21,1-22,5: João mostra que a meta da história, para além do tempo, é a plena realização da Aliança de Deus com a humanidade, numa vida inteiramente imortal. O fim da história é a vida. A humanidade nova é apresentada como Nova Jerusalém-Esposa e Nova Jerusalém-Cidade.
9-11: João apresenta agora a nova humanidade como cidade perfeita e deslumbrante. Esta imagem mostra a beleza e santidade da Aliança com Deus. A humanidade é a esposa, o reverso da prostituta. João a apresenta com traços da antiga Babilônia histórica: quadrada, atravessada por uma avenida ao longo do rio, e com jardins. Sugere, assim, que a Jerusalém celeste é a Babilônia, prostituta purificada e transformada pelo Evangelho. Agora, ela reflete a glória de Deus, que nela está presente.
12-17: As formas e medidas são perfeitas: muralhas com cento e quarenta e quatro côvados (doze x doze), doze portas com os nomes das doze tribos, doze alicerces com os nomes dos doze apóstolos. Ela é quadrada e cúbica, como o Santo dos santos no Templo. Sua perfeição é inimaginável (doze mil). Ela é uma cidade universal, aberta para toda a humanidade (portas voltadas para os quatro pontos cardeais).
22-23: Deus está presente nessa humanidade. Não é preciso mais nenhum meio para ligá-la com Deus: nem Templo, nem liturgia, nem sacerdócio. É o momento do face-a-face. Conseqüentemente, também não existem outras mediações: política, economia, propaganda, comércio etc. A comunhão total com Deus leva à comunhão total dos homens entre si.

João 14, 23-29 O Espírito Santo continua a obra de Jesus.

23 Jesus respondeu: “Se alguém me ama, guarda a minha palavra, e meu Pai o amará. Eu e meu Pai viremos e faremos nele a nossa morada. 24 Quem não me ama, não guarda as minhas palavras. E a palavra que vocês ouvem não é minha, mas é a palavra do Pai que me enviou. 25 Essas são as coisas que eu tinha para dizer estando com vocês. 26 Mas o Advogado, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ele ensinará a vocês todas as coisas e fará vocês lembrarem tudo o que eu lhes disse.”
A paz que só Jesus pode dar – 27 ”Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo. 28 Vocês ouviram o que eu disse: ‘Eu vou, mas voltarei para vocês’. Se vocês me amassem, ficariam alegres porque eu vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29 Eu lhes digo isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês acreditem.
Comentário:
15-26: Advogado é alguém que defende uma causa. Jesus envia o Espírito Santo como advogado da comunidade cristã. O Espírito é a memória de Jesus que continua sempre viva e presente na comunidade. Ele ajuda a comunidade a manter e a interpretar a ação de Jesus em qualquer tempo e lugar. O Espírito também leva a comunidade a discernir os acontecimentos para continuar o processo de libertação, distinguindo o que é vida e o que é morte, e realizando novos atos de Jesus na história.
27-31: Jesus fala de paz e alegria no momento em que sua morte está para acontecer. Paz é a plena realização humana. Ela só é possível se aquele que rege uma sociedade desumana for destituído de poder. A morte de Jesus realiza a paz. Todo martírio é participação nessa luta vitoriosa de Jesus e, portanto, causa de paz e alegria.

sábado, 8 de maio de 2010

João 15, 18-21 As testemunhas de Jesus e o ódio do mundo.

18 “Se o mundo odiar vocês, saibam que odiou primeiro a mim. 19 Se vocês fossem do mundo, o mundo amaria o que é dele. Mas o mundo odiará vocês, porque vocês não são do mundo, pois eu escolhi vocês e os tirei do mundo. 20 Lembrem-se do que eu disse: nenhum empregado é maior do que seu patrão. Se perseguiram a mim, vão perseguir vocês também; se guardaram a minha palavra, vão guardar também a palavra de vocês. 21 Farão isso a vocês por causa de meu nome, pois não reconhecem aquele que me enviou.
Comentário:
18-27: O sinal concreto da comunidade de Jesus é o amor. O sistema de poder que organiza a sociedade e seus adeptos (o mundo) reage com o ódio, pois não aceita os valores do Evangelho. Não existe possibilidade de conciliação entre o “mundo” e a comunidade de Jesus. A comunidade vive debaixo de suspeita e pressão, e basta um passo para sofrer a perseguição aberta. O confronto cresce, porque o “mundo” não aceita o Deus de Jesus, que denuncia a perversidade da sociedade injusta e liberta o povo oprimido.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

João 15, 12-17 O fruto do discípulo é o amor.

12 O meu mandamento é este: amem-se uns aos outros, assim como eu amei vocês. 13 Não existe amor maior do que dar a vida pelos amigos. 14 Vocês são meus amigos, se fizerem o que eu estou mandando. 15 Eu já não chamo vocês de empregados, pois o empregado não sabe o que seu patrão faz; eu chamo vocês de amigos, porque eu comuniquei a vocês tudo o que ouvi de meu Pai. 16 Não foram vocês que me escolheram, mas fui eu que escolhi vocês. Eu os destinei para ir e dar fruto, e para que o fruto de vocês permaneça. O Pai dará a vocês qualquer coisa que vocês pedirem em meu nome. 17 O que eu mando é isto: amem-se uns aos outros.”
Comentário
7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

João 15, 9-11 O fruto do discípulo é o amor.

9 Assim como meu Pai me amou, eu também amei vocês: permaneçam no meu amor. 10 Se vocês obedecem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como eu obedeci aos mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11 Eu disse isso a vocês para que minha alegria esteja em vocês, e a alegria de vocês seja completa.
Comentário:
7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

João 15, 1-8 Quem está unido a Jesus produz frutos.

1 “Eu sou a verdadeira videira, e meu Pai é o agricultor. 2 Todo ramo que não dá fruto em mim, o Pai o corta. Os ramos que dão fruto, ele os poda para que dêem mais fruto ainda. 3 Vocês já estão limpos por causa da palavra que eu lhes falei. 4 Fiquem unidos a mim, e eu ficarei unido a vocês. O ramo que não fica unido à videira não pode dar fruto. Vocês também não poderão dar fruto, se não ficarem unidos a mim. 5 Eu sou a videira, e vocês são os ramos. Quem fica unido a mim, e eu a ele, dará muito fruto, porque sem mim vocês não podem fazer nada. 6 Quem não fica unido a mim será jogado fora como um ramo, e secará. Esses ramos são ajuntados, jogados no fogo e queimados.”
O fruto do discípulo é o amor - 7 “Se vocês ficam unidos a mim e minhas palavras permanecem em vocês, peçam o que quiserem e será concedido a vocês. 8 A glória de meu Pai se manifesta quando vocês dão muitos frutos e se tornam meus discípulos.
Comentário:
1-6: A comunidade cristã não é uma instituição, mas uma participação na vida de Jesus. Unido a Jesus, cada membro é chamado a testemunhá-lo, colocando a comunidade em contínua expansão e crescimento.
7-17: O fruto que a comunidade é chamada a produzir é o amor. Ora, Jesus não quer uma adesão de servos que obedeçam a um senhor, mas uma adesão livre, de amigos. E a amizade é dom: Jesus é o amigo que dá a vida pelos amigos. A missão da comunidade não nasce da obediência a uma lei, mas do dom livre que participa com alegria da tarefa comum, que é testemunhar o amor de Deus que quer dar vida.

terça-feira, 4 de maio de 2010

João 14, 27-31a A paz que só Jesus pode dar.

27 ”Eu deixo para vocês a paz, eu lhes dou a minha paz. A paz que eu dou para vocês não é a paz que o mundo dá. Não fiquem perturbados, nem tenham medo. 28 Vocês ouviram o que eu disse: ‘Eu vou, mas voltarei para vocês’. Se vocês me amassem, ficariam alegres porque eu vou para o Pai, pois o Pai é maior do que eu. 29 Eu lhes digo isso agora, antes que aconteça, para que, quando acontecer, vocês acreditem. 30 Já não tenho muito tempo para falar com vocês, pois o príncipe deste mundo está chegando. Ele não tem poder sobre mim, 31 mas vem para que o mundo reconheça que eu amo o Pai,
Comentário:
27-31: Jesus fala de paz e alegria no momento em que sua morte está para acontecer. Paz é a plena realização humana. Ela só é possível se aquele que rege uma sociedade desumana for destituído de poder. A morte de Jesus realiza a paz. Todo martírio é participação nessa luta vitoriosa de Jesus e, portanto, causa de paz e alegria.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

João 14, 6-14 Jesus é o caminho que leva ao Pai.

6 Jesus respondeu: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém vai ao Pai senão por mim. 7 Se vocês me conhecem, conhecerão também o meu Pai. Desde agora vocês o conhecem e já o viram.”
8 Filipe disse a Jesus: “Senhor, mostra-nos o Pai e isso basta para nós.” 9 Jesus respondeu: “Faz tanto tempo que estou no meio de vocês, e você ainda não me conhece, Filipe? Quem me viu, viu o Pai. Como é que você diz: ‘Mostra-nos o Pai’? 10 Você não acredita que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim? As palavras que digo a vocês, não as digo por mim mesmo, mas o Pai que permanece em mim, ele é que realiza suas obras. 11 Acreditem em mim: eu estou no Pai e o Pai está em mim. Acreditem nisso, ao menos por causa destas obras. 12 Eu garanto a vocês: quem acredita em mim, fará as obras que eu faço, e fará maiores do que estas, porque eu vou para o Pai. 13 O que vocês pedirem em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. 14 Se vocês pedirem qualquer coisa em meu nome, eu o farei.”
Comentário:
1-14: Jesus é o verdadeiro caminho para a vida. Através da encarnação, Deus, doador da vida, se manifesta inteiramente na pessoa e ação de Jesus. A comunidade que segue Jesus não caminha para o fracasso, pois a meta é a vida. Jesus não apresenta apenas uma utopia, mas convida a percorrer um caminho historicamente concreto. Inspirada nos sinais que Jesus realizou, a comunidade criará novos sinais dentro do mundo, abrindo espaços de esperança e vida fraterna.

domingo, 2 de maio de 2010

Apocalipse de São João 21, 1-5a Jerusalém-Esposa.

1 Vi, então, um novo céu e uma nova terra. O primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. 2 Vi também descer do céu, de junto de Deus, a Cidade Santa, uma Jerusalém nova, pronta como esposa que se enfeitou para o seu marido. 3 Nisso, saiu do trono uma voz forte. E ouvi:
“Esta é a tenda de Deus com os homens.
Ele vai morar com eles.
Eles serão o seu povo
e ele, o Deus-com-eles, será o seu Deus.
4 Ele vai enxugar toda lágrima dos olhos deles,
pois nunca mais haverá morte,
nem luto, nem grito, nem dor.
Sim! As coisas antigas desapareceram!”
5* Aquele que está sentado no trono declarou: “Eis que faço novas todas as coisas.”
Comentário:
21,1-22,5: João mostra que a meta da história, para além do tempo, é a plena realização da Aliança de Deus com a humanidade, numa vida inteiramente imortal. O fim da história é a vida. A humanidade nova é apresentada como Nova Jerusalém-Esposa e Nova Jerusalém-Cidade.
1-4: A nova relação que existe entre Deus e os homens é apresentada como céu novo e terra nova. O mar já não existe, porque os antigos o consideravam moradia dos poderes do mal. A Nova Jerusalém é a cidade que Deus vai construir como dom (vem do céu) para os homens. É a Esposa do Cordeiro, o novo Adão que esposa a nova Eva. Realiza-se a Aliança de Deus com toda a humanidade. Ela se tornou a Tenda (Ex 25,8), na qual Deus está presente. Doravante tudo é vida e realização plena.
5-8: Deus promete a renovação de tudo, pois ele é o Senhor da história, a fonte e o fim da vida. Ele dá a vida a quem a desejar. Quem for perseverante entrará para a realidade da Aliança: tornar-se-á filho, participando da realidade do próprio Cristo. O fato de conhecer o fim, porém, não dispensa a conversão.

João 13, 31-33a.34-35 A expressão de fé em Jesus é o amor.

31 Quando Judas Iscariotes saiu, Jesus disse: “Agora o Filho do Homem foi glorificado, e também Deus foi glorificado nele. 32 Deus o glorificará em si mesmo, e o glorificará logo.
33 Filhinhos: vou ficar com vocês só mais um pouco. 34 Eu dou a vocês um mandamento novo: amem-se uns aos outros. Assim como eu amei vocês, vocês devem se amar uns aos outros. 35 Se vocês tiverem amor uns para com os outros, todos reconhecerão que vocês são meus discípulos.”
Comentário:
31-38: O mandamento novo supera todos os outros mandamentos. Deus e o homem são inseparáveis. E é somente amando ao homem que amamos a Deus. Em Jesus, Deus se fez presente no homem, tornando-o intocável. Tal mandamento novo gera uma comunidade, que oferece uma alternativa de vida digna e liberdade perante a morte e a opressão.

sábado, 1 de maio de 2010

Mateus 13, 54-58 Jesus é rejeitado como os profetas.

4 e voltou para a sua terra. Ensinava as pessoas na sinagoga, de modo que ficavam admiradas. Diziam: “De onde vêm essa sabedoria e esses milagres? 55 Esse homem não é o filho do carpinteiro? Sua mãe não se chama Maria, e seus irmãos não são Tiago, José, Simão e Judas? 56 E suas irmãs, não moram conosco? Então, de onde vem tudo isso?” 57 E ficaram escandalizados por causa de Jesus. Mas Jesus disse: “Um profeta só não é estimado em sua própria pátria e em sua família.” 58 E Jesus não fez muitos milagres aí, por causa da falta de fé deles.
Comentário:
53-58: Cf. nota em Mc 6,1-6. Os conterrâneos de Jesus colocam a questão sobre a origem da autoridade dele, admirados de seu ensinamento e poderes milagrosos. É impossível que Jesus, sendo um deles, tenha a autoridade de Deus. Por isso, eles o rejeitam. Essa rejeição não é acidental: é apenas mais uma prova de que Jesus é o enviado de Deus. De fato, todos os profetas do Antigo Testamento também foram rejeitados.